Composição centesimal do leite de vacas mestiças ... - Rio Verde

I Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação do Câmpus Rio Verde do IFGoiano.
06 e 07 de novembro de 2012.
COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DO LEITE DE VACAS MESTIÇAS:
INFLUÊNCIA DA PRODUÇÃO DIÁRIA E NÍVEIS DE URÉIA DO
LEITE
Rafaella Belchior Brasil (Mestranda) 1 , Marco Antônio Pereira da Silva (Orientador) 2 ,
Jakeline Fernandes Cabral (Colaboradora) 1 , Julliano Costa Garcia(Colaborador) 1 ,
Thiago Soares Carvalho (Colaborador) 1 , Edmar Soares Nicolau (Colaborador) 3
1Discente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Goiano – Câmpus Rio Verde – GO, rafaellabelchior@hotmail.com
2 Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Goiano – Câmpus Rio Verde – GO
3 Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da
Universidade Federal de Goiás – Goiânia – GO
Resumo: O objetivo da pesquisa foi avaliar a influência dos níveis de uréia do leite e produção diária
sobre a composição centesimal do leite de vacas mestiças. Foram coletadas amostras de leite de 378
vacas mestiças. Os animais foram agrupados segundo o nível de uréia no leite e produção diária,
correspondendo aos teores de uréia 18,1mg/dL e produção diária 22L/dia. O teor de gordura
não sofreu variação entre os níveis de uréia, porém, com o aumento da produção de leite associada ao
aumento do nitrogênio uréico no leite houve um decréscimo no teor de gordura e proteína láctea. A
proteína aumentou entre os níveis de uréia com menor produção de leite (

Normativa 62, que estipula teor mínimo de
3,0% de gordura e 2,9% de proteína no leite
(BRASIL, 2011).
Diante do exposto objetivou-se com
este trabalho avaliar a influência das
concentrações de uréia no leite e produção
diária sobre a gordura e proteína do leite de
vacas mestiças.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em
propriedades leiteiras localizadas na região
Sudoeste do Estado de Goiás, através da coleta
de amostras de leite in natura nas ordenhas da
manhã e da tarde (pool) de 378 vacas mestiças
entre os meses de Fevereiro e Março de 2012,
esses animais foram ordenhados
mecanicamente duas vezes ao dia e entre as
ordenhas as vacas eram mantidas em pastagem
de Panicum maximum cv. Mombaça,
recebendo suplementação durante as duas
ordenhas, constituída por gérmen de milho,
caroço de algodão, farelo de soja e suplemento
mineral. Para a coleta das amostras de leite,
foram descartados os primeiros jatos de leite
em caneca de fundo telado, seguido pela prédesinfecção
dos tetos com solução de iodo
glicerinado a 0,25%, secagem dos tetos com
papel toalha, em seguida, realizou-se a ordenha
mecânica e o leite foi amostrado nos coletores
individuais e acondicionados nos frascos de
análise contendo conservante Bronopol® e
armazenados em caixas isotérmicas contendo
gelo, sendo transportados para o Laboratório
de Qualidade do Leite do Centro de Pesquisa
em Alimentos da Escola de Veterinária e
Zootecnia da Universidade Federal de Goiás,
onde foram submetidos às análises eletrônicas
para determinação dos teores de gordura e
proteína através do princípio analítico que
baseia-se na absorção diferencial de ondas
infravermelhas pelos componentes do leite,
utilizando-se o equipamento Milkoscan 4000
(Foss Electric A/S. Hillerod, Denmark) e uréia
através do princípio analítico que baseia-se na
absorção diferencial de ondas infravermelhas,
transformadas por Fourier - FTIR, utilizando o
equipamento Lactoscope (Delta instruments).
Após a obtenção dos resultados os
animais foram agrupados segundo o nível de
uréia no leite e produção diária,
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06 e 07 de novembro de 2012.
correspondendo aos teores de uréia 18,1mg/dL e
produção diária 22L/dia. O delineamento experimental foi
inteiramente casualizado desbalanceado (DIC),
onde os dados coletados foram submetidos à
análise de variância considerando-se os efeitos
dos níveis de uréia no leite e produção média
diária sobre os teores de gordura e proteína do
leite e a interação entre os níveis de uréia e
produção média diária sobre os teores de
gordura e proteína do leite foi DIC em
esquema fatorial 3x3, sendo o fator A (níveis
de uréia) e fator B (produção média diária de
leite). Para a análise estatística dos resultados
foi utilizado o teste de Tukey a 5% de
probabilidade, através do software SISVAR
(FERREIRA, 2003).
RESULTADO E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 podem ser observados os
percentuais de gordura e proteína do leite de
vacas mestiças segundo os níveis de uréia e
produção de leite diária.
O teor de gordura não sofreu variação
entre os níveis de uréia, porém com o aumento
da produção de leite associada ao aumento do
nitrogênio uréico no leite, houve um
decréscimo no teor de gordura e proteína
láctea, este decréscimo está relacionado ao
maior volume de leite produzido, onde esses
nutrientes se encontram mais diluídos.
De maneira geral, o conteúdo de
gordura é inversamente proporcional à
quantidade de leite produzido (VENTURINI et
al. 2007).
Teor de gordura acima do encontrado
neste trabalho foi obtido por Ribeiro et al.,
(2009) que encontraram média de 4,42% de
gordura no leite de animais produzindo até 10
kg/leite/dia, estes mesmos autores ainda
relataram percentual superior ao deste estudo
em relação à proteína, onde obtiveram média
de 3,66% de proteína em vacas produzindo até
10 Kg/dia.
A proteína aumentou entre os níveis de
uréia com menor produção de leite (

fornecimento de uma dieta inadequada em
proteína ou aproveitamento insuficiente deste
nutriente pelo animal, em contra partida
concentrações altas de NUL indicam excesso
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no fornecimento de proteína na dieta das
vacas, tornando os custos de produção mais
elevados.
Tabela 1 - Valores médios de gordura e proteína do leite de vacas mestiças segundo o nível de
uréia e produção diária de leite
Produtividade (litros)
Médias seguidas de letras maiúsculas (minúsculas) diferentes na coluna (linha) diferem * (P