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TERRITÓRIOS DESLIZANTES: - UFSC

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e alemã. A população negra e litorânea (chamada etnia portuguesa) não são presentificadas.<br />

Porém, em 1980, uma nova homenagem ganha imponente edificação: o monumento do<br />

centenário (conhecido também como das etnias). Agora São cinco etnias que se materializam<br />

no monumento: italiana, polonesa, alemã, negra e portuguesa.<br />

Estes referenciais, simples mas contundentes, instalaram em mim desde cedo uma<br />

forte inquietação: como “mexer” com isto tudo? Então, tomamos aquilo com o qual temos<br />

mais fontes ou afinidades e nos debruçamos sobre ele na intenção de um corpo para o<br />

trabalho? Não. Decidi ⎯ e para isto contribuiu muito uma orientação precisa e criativa ⎯ que<br />

a abordagem deveria privilegiar fragmentos e a partir dele tecer fios, contar histórias,<br />

identificando diferenças ⎯ e não apenas assumindo a diversidade redentora ⎯, atentando<br />

para as fronteiras elásticas e/ou limitadoras das quais se constituem os territórios culturais, e<br />

onde a etnicidade é por vezes mais, por vezes menos, um de seus elementos formadores.<br />

Busquei junto ao arquivo histórico de Criciúma, em entrevistas e outras<br />

possibilidades, coletar informações em relação ao entorno do centenário da colonização. As<br />

informações quase sempre muito dispersas ⎯ até hoje somente organizadas na versão<br />

oficialista do livro A semente deu bons frutos 45 ⎯ apontam a possibilidade de ⎯ através de<br />

ofícios, entrevistas realizadas à época e outras recentes desenvolvidas por mim, relatórios de<br />

concursos: escolha do hino, rainhas das etnias ⎯ melhor compreender como até então um<br />

conjunto empírico de fontes, acabou cristalizando uma idéia de cidade das etnias. Esta é umas<br />

das contribuições que pretendo alcançar junto à crítica historiográfica, dialogando com os<br />

45 ARNS, Otília. Op. Cit.<br />

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