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TERRITÓRIOS DESLIZANTES: - UFSC

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mais amplo 80 , em 1981 o então prefeito arquiteto Altair Guidi em sua primeira gestão,<br />

completa o calendário das comemorações do centenário, inaugurando o Paço Municipal,<br />

composto além do prédio administrativo da prefeitura, também por um memorial da cidade,<br />

um teatro, uma biblioteca e um ginásio de esportes dispostos num enorme Parque, à época<br />

chamado Centenário. No discurso de inauguração o prefeito falava à comunidade<br />

criciumense:<br />

(...) Basta voltar os olhos para a realidade de Criciúma de alguns anos atrás<br />

para compreender o significado e importância deste evento que assinalamos<br />

hoje. A Criciúma de alguns anos atrás era uma cidade marcada pelo seu<br />

destino carvoeiro. Os sinais da exploração do carvão não ficaram apenas nas<br />

casas e praças, mas na própria alma da cidade. Criciúma era uma cidade feia,<br />

acanhada, pequena no dimensionamento de seu futuro e no debate de suas<br />

perspectivas como comunidade. Era por isso que os próprios criciumenses não<br />

assumiam a sua cidade, não viviam com entusiasmo o seu dia a dia. Quem vê<br />

hoje o interesse com que os moradores cuidam das ruas, das árvores e<br />

equipamentos urbanos mal poderiam acreditar que os criciumenses receberam<br />

com indiferença a primeira campanha de distribuição de mudas que fizemos.<br />

Quem vê hoje a animação e participação dos habitantes nas festas da<br />

comunidade certamente já esqueceu os tempos ainda recentes em que mal<br />

conseguíamos reunir as pessoas numa praça. Tudo isto é a nova Criciúma que<br />

estamos vivendo hoje. Tudo isto é o testemunho que agora os criciumenses<br />

acreditam em sua cidade, se orgulham dela. Tudo isto é o fruto invisível que<br />

hoje podemos colher graças a obras como esta e outras tantas que se<br />

incorporam ao nosso patrimônio comum. Destituída de atrativos naturais e<br />

fora da rota normal do turismo, Criciúma tem que ser ela própria a atração,<br />

não apenas para os turistas ou visitantes eventuais, mas principalmente para<br />

sua própria população. Este é um dever de todos nós cidadãos de hoje e esta é<br />

a melhor herança que podemos deixar para os cidadãos de amanhã. O futuro<br />

há de mostrar o quanto valeu a pena. O futuro ha de mostrar também que<br />

estamos devolvendo a esta cidade o direito de esperar mais, querer mais, ousar<br />

mais e assim conquistar mais.” 81<br />

Seguindo trilhas insinuadas pelo discurso do prefeito Altair Guidi, é possível<br />

vislumbrar algo do repertório que compõe a polifonia criciumense e que se estende na<br />

Tais referências são mais exploradas no ensaio “Futuro do Pretérito: um aniversário bem festejado”, presente<br />

nesta tese.<br />

80 A primeira administração de Altair Guidi (1977-1982) é em grande medida a continuação do projeto<br />

modernizador da cidade iniciado na gestão anterior, de Algemiro Manique Barreto (1973-1976), que em 1975<br />

retirou do centro da cidade a estação de trem e sobre ela traçou uma avenida inicialmente chamada de Axial e<br />

depois modificada por Guidi como Avenida Centenário. Sobre a retirada dos trilhos do centro da cidade ver:<br />

NASCIMENTO, Dorval do. As curvas do trem: a presença da estrada de ferro em criciúma (1919-1975) ⎯<br />

cidade, modernidade e vida urbana. Florianópolis: <strong>UFSC</strong>, 2000. Dissertação de Mestrado.<br />

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