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O Rei Leproso - eBooksBrasil

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caravana. Já eram um horrível lamento. De repente, as primeiras<br />

fileiras se movimentaram para a retaguarda, acumulando-se e<br />

empurrando os que vinham atrás. Que tinha acontecido? Teria<br />

um leão atacado? Parecia que alguém estava atacando pela<br />

frente.<br />

Não só pela frente, emir al Bara! Toma cuidado, já por<br />

trás e pelos flancos os lamentos aumentam! Na poeira vermelha<br />

aparecem cabeças de cavalos, homens de capacetes de aço, o<br />

luzir de armas, o som de uma linguagem estranha. Pela espada<br />

do Profeta! Não são leões! São os francos!<br />

Os cristãos se precipitavam sobre a multidão de<br />

peregrinos desarmados, transpassavam-nos com lanças,<br />

espancavam-nos com chuços, lançavam-se para o centro da<br />

multidão para separá-la dos camelos e impedir a fuga. As<br />

mulheres, atirando os fardos, berravam de medo. Seus véus<br />

eram arrancados do rosto pelos assaltantes. Para as mais moças,<br />

cativeiro, para as mais velhas, um chuço transpassando o<br />

esqueleto. Criancinhas eram arrancadas aos braços das mães.<br />

Mudo de assombro, a princípio, o emir gritou de cólera.<br />

— Traidores, assassinos, carrascos! La Alá el Alá<br />

Mohammed Rasul Alá! — Gritando o velho grito da fé que<br />

sempre seria a sua, atirou-se contra o mais próximo assaltante.<br />

Arrancou a lança e atacou com fúria. Seu exemplo foi seguido.<br />

Alguns dos peregrinos, voltando a si do pânico, tinham<br />

principiado a lutar contra o inimigo. Lutavam com impetuosa<br />

coragem. Mas seus esforços eram inúteis! Que podia um<br />

punhado de condenados fazer com as mãos nuas contra espadas<br />

de aço? Já al Bara tinha caído. Em breve os remanescentes<br />

foram vencidos. A luta terminara. Só haviam ficado mortos e os<br />

prisioneiros em grilhões.<br />

A luz se apagava nos olhos de al Bara; entretanto, ainda<br />

estava consciente. Total, assustadoramente consciente. Olhou

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