18.04.2013 Views

FIGURAS DE LINGUAGEM E HUMOR Com exercícios

FIGURAS DE LINGUAGEM E HUMOR Com exercícios

FIGURAS DE LINGUAGEM E HUMOR Com exercícios

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ALEGRIA, segundo convinha a um grande filósofo.<br />

Fez-me observar a beleza do espetáculo, relembrou<br />

o objeto da luta, concluiu que os cães tinham fome;<br />

mas a privação do alimento era nada para os efeitos<br />

gerais da filosofia. Nem deixou de recordar que em<br />

algumas partes do globo o espetáculo é mais<br />

grandioso: as criaturas humanas é que 3(8) disputam<br />

aos cães os ossos e outros manjares menos<br />

APETECÍVEIS; luta que se complica muito, porque<br />

entra em ação a inteligência do homem, com todo o<br />

acúmulo de sagacidade que lhe deram os séculos<br />

etc.<br />

Questão 12<br />

Algumas características presentes no texto "Os<br />

Cães" permitem reconhecer nele um excerto de<br />

"________", romance que se constitui em sátira,<br />

velada por uma ironia olímpica e um humor à<br />

inglesa, às instituições burguesas, em torno de sua<br />

chaga maior, o adultério.<br />

a) "Memórias Póstumas de Brás Cubas"<br />

b) "D. Casmurro"<br />

c) "Esaú e Jacó"<br />

d) "Angústia"<br />

e) "NDA"<br />

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:<br />

MEU GURI<br />

Chico Buarque<br />

Quando, seu moço, nasceu meu rebento<br />

não era o momento dele rebentar,<br />

já foi nascendo com cara de fome<br />

e eu não tinha nem nome pra lhe dar.<br />

<strong>Com</strong>o fui levando, não sei lhe explicar<br />

fui assim levando, ele a me levar,<br />

e, na sua meninice, ele um dia me disse<br />

que chegava lá. Olha aí, olha aí...<br />

Olha aí, ai o meu guri, olha aí<br />

Olha aí, é o meu guri. E ele chega.<br />

Chega suado e veloz do batente<br />

e traz sempre um presente pra me encabular.<br />

Tanta corrente de ouro, seu moço,<br />

que haja pescoço pra enfiar!<br />

Me trouxe uma bolsa, já com tudo dentro,<br />

chave, caderneta, terço e patuá,<br />

um lenço e uma penca de documento<br />

pra finalmente eu me identificar, olha aí...<br />

........................................................................<br />

Chega estampado, manchete, retrato<br />

com venda nos olhos, legenda e as iniciais.<br />

Eu não entendo essa gente, seu moço,<br />

fazendo alvoroço demais.<br />

O guri no mato acho que tá rindo,<br />

acho que tá lindo de papo pro ar.<br />

Desde o começo eu não disse, seu moço?<br />

Ele disse que chegava lá! Olha aí, olha aí...<br />

Olha aí, ai o meu guri, olha aí<br />

Olha aí, é o meu guri...<br />

BUARQUE, Chico. Almanaque,CD 5 10 010-2,<br />

PolyGram, 1993.<br />

TEXTO IV<br />

MUDANÇA<br />

Na planície avermelhada os juazeiros<br />

alargavam duas manchas verdes. Os infelizes<br />

tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e<br />

famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas<br />

como haviam repousado bastante na areia do rio<br />

seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia<br />

horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos<br />

juazeiros apareceu longe, através dos galhos<br />

pelados da caatinga rala.<br />

Arrastaram-se para lá, devagar, sinhá<br />

Vitória com o filho mais novo escachado no quarto e<br />

o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio,<br />

cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa<br />

correia presa ao cinturão, a espingarda de<br />

pederneira no ombro. O menino mais velho e a<br />

cachorra Baleia iam atrás.<br />

Os juazeiros aproximaram-se, recuaram,<br />

sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar,<br />

sentou-se no chão.<br />

- Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o<br />

pai.<br />

Não obtendo resultado, fustigou-o com a<br />

bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou<br />

acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os<br />

olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e<br />

esperou que ele se levantasse. <strong>Com</strong>o isto não<br />

acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado,<br />

praguejando baixo.<br />

RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 64ª ed.,Rio de<br />

Janeiro, Ed. Record, 1993, p, 9.<br />

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:<br />

A <strong>LINGUAGEM</strong> <strong>DE</strong> BABEL<br />

O idioma usado pelos que circulam nos<br />

corredores do FMI e BIRD parece grego para a<br />

maioria dos mortais, embora os gregos jurem que<br />

também não entendem aquela língua. Os<br />

economistas dizem que são fluentes mas é possível<br />

ouvi-los embaralhando a pronúncia. Os jornalistas<br />

que cobrem a área fingem domínio, mas denunciam<br />

sua ignorância quando disputam, aos tapas, as<br />

edições do livro Glossário do FMI. A obra é um<br />

dicionário de termos com versões em inglês, francês<br />

e espanhol.<br />

(ISTO É, 18.10.95)<br />

Questão 13<br />

O Texto está resumido no(s) seguinte(s) item(ns):<br />

1. A língua usada nas instituições econômicas<br />

internacionais é muito complicada. Nem os<br />

economistas entendem e os jornalistas consultam<br />

dicionários para poder entendê-la.<br />

2. O grego é a língua falada nas instituições<br />

econômicas como o FMI e o BIRD. Os economistas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!