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universidade estadual de maringá centro de ciências humanas

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nas obras que são consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor literário. Após refutar várias <strong>de</strong>finições<br />

que já foram dadas da literatura, Eagleton afirma que literatura será aquilo que o leitor<br />

consi<strong>de</strong>rar literatura em dado momento (uma vez que uma obra po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

filosófica em uma época e literária em outra, e também o conceito do público sobre o tipo<br />

<strong>de</strong> escrita consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> valor po<strong>de</strong> variar), mas que esses juízos <strong>de</strong> valor “referem-se em<br />

última análise, não apenas ao gosto particular, mas aos pressupostos pelos quais certos<br />

grupos sociais exercem e mantêm o po<strong>de</strong>r sobre outros” (EAGLETON, 1983, p.22).<br />

No período clássico da história, Aristóteles (384-322 a.C.) também teorizou sobre a<br />

literatura. Para o filósofo, enquanto a literatura trata do mundo do possível, partindo <strong>de</strong><br />

uma visão do que po<strong>de</strong>ria ter acontecido, a história se encarrega <strong>de</strong> narrar o que realmente<br />

aconteceu. Mas esse “mundo possível” nasce ancorado na realida<strong>de</strong>, pois os elementos<br />

que servirão <strong>de</strong> matéria prima para o trabalho criador estão presentes no “mundo real”.<br />

Esses elementos serão representados na obra literária segundo uma percepção particular da<br />

vivência do artista.<br />

Diante <strong>de</strong>sses elementos, Candido concebe a arte ou a literatura como um trabalho<br />

<strong>de</strong> construção e recepção gratuita <strong>de</strong> um objeto que representa o real:<br />

4 1º edição: 1965.<br />

A arte e, portanto, a literatura, é uma transposição do real para o ilusório por<br />

meio <strong>de</strong> uma estilização formal, que propõe o tipo arbitrário <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m para<br />

as coisas, os seres, os sentimentos. Nela se combinam realida<strong>de</strong> natural ou<br />

social, e elementos organizacionais que são configurados e apreciados<br />

gratuitamente pelo escritor e pelo leitor, respectivamente (Candido, 1985,<br />

p.53) 4 .<br />

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