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PPI - Universidade Católica de Brasília

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2<br />

MISSÃO<br />

“A <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> tem como missão atuar solidária e efetivamente para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

integral da pessoa humana e da socieda<strong>de</strong>, por meio da geração e comunhão do saber, comprometida com a qualida<strong>de</strong><br />

e os valores éticos e cristãos, na busca da verda<strong>de</strong>”.<br />

VISÃO DO FUTURO<br />

Em 2020, no seu Jubileu <strong>de</strong> Prata, a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> - UCB será uma Instituição <strong>de</strong> referência<br />

na Extensão, na Pesquisa e no Ensino indissociaveis e comprometidos com o <strong>de</strong>senvolvimento sustentavel e a Justiça<br />

Social.<br />

REITOR: JOSé ROMUALDO DEGASPERI<br />

PRó-REITOR DE GRADUAçÃO: JOSé LEÃO DA CUNHA FILHO<br />

PRó-REITOR DE PóS-GRADUAçÃO E PESQUISA: GERALDO CALIMAN<br />

PRó-REITOR DE EXTENSÃO: LUIz SíVERES<br />

DIRETOR DE ADMINISTRAçÃO: LEONARDO NUNES FERREIRA<br />

CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - CONSEPE<br />

PRESIDENTE: José Romualdo Degasperi; CONSELHEIROS: José Leão Da Cunha Filho; Geraldo Caliman; Luiz<br />

Síveres; Alberto Shigueru Matsumoto; Alessandra Rocha <strong>de</strong> Albuquerque; Elen Cristina Geral<strong>de</strong>s; Ricardo Spindola<br />

Mariz; Virgílio Pereira <strong>de</strong> Almeida; A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> dos Santos Figueiredo; Marileusa D. Chiarello; Pedro Ergnaldo Gontijo; Eric<br />

Jacomino Franco; Adolfo Sachsida; Rogério Lúcio Soares da Silva Júnior; Claudinei Bourguignon Mascarelo.<br />

SECRETáRIO GERAL: José Teixeira da Costa Nazareth


<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> - UCB<br />

Conselho <strong>de</strong> Ensino, Pesquisa e Extensão - Consepe<br />

PROJETO PEDAGÓGICO<br />

INSTITUCIONAL - <strong>PPI</strong><br />

<strong>Brasília</strong> - 2008<br />

3


4<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> - UCB<br />

Conselho <strong>de</strong> Ensino, Pesquisa e Extensão - Consepe<br />

Editora Universa<br />

Marta Helena <strong>de</strong> Freitas<br />

Revisão<br />

Andréa Márcia Mercadante Alves Coutinho<br />

Normatização<br />

Maria Carmen Romcy <strong>de</strong> Carvalho<br />

Maria Beatriz Alves Veloso<br />

Tereza Rosa Borges <strong>de</strong> Holanda<br />

Projeto Gráfico e Capa<br />

EDUCA<br />

U58p <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>. Conselho <strong>de</strong> Ensino, Pesquisa<br />

e Extensão (Consepe). Projeto Pedagógico Institucional<br />

(<strong>PPI</strong>)/ <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>. - <strong>Brasília</strong> : Universa, 2008.<br />

44 p .; 21 cm<br />

1. Ensino Superior. 2. Projeto Pedagógico Institucional -<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong>s. I. Título.<br />

CDU 37.014.5:378.4<br />

Ficha elaborada pela Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Processamento do Acervo do SIBI - UCB.


APRESENTAçÃO<br />

O passado, o momento presente e o futuro, que compõem a história, são instâncias <strong>de</strong> tempo<br />

que se interpenetram quando integram a dinâmica e o movimento <strong>de</strong> uma instituição. Configuram<br />

esse movimento, essa dinâmica, os gran<strong>de</strong>s Princípios Estruturantes, a Missão, a Visão <strong>de</strong> Futuro e os<br />

Princípios Fundantes que atualizam estrategicamente as políticas e operacionalizam os projetos para<br />

todos aqueles que a eles se integram.<br />

O documento, ora apresentado, o Projeto Pedagógico Institucional da UCB – <strong>PPI</strong>, oferece à <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> e a seus colaboradores, as colunas mestras da caminhada, cuja finalida<strong>de</strong> é orientar<br />

e balizar escolhas, posturas, atitu<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>cisões.<br />

Em primeiro lugar o <strong>PPI</strong> apresenta a história da UCB que, mumificada pela moldura da escrita,<br />

revela como a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> veio cravando sua pronúncia, revelando, a si mesma, aos seus integrantes e<br />

à socieda<strong>de</strong>, sua vocação <strong>de</strong> formadora da pessoa, do profissional e do cidadão i<strong>de</strong>ntificado com a ética<br />

cristã. Além disso, propaga sua vocação <strong>de</strong> transformadora da história. A fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> histórica é um grito<br />

muito forte para todos aqueles que, integrando a Instituição, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m por perpetuar sua memória.<br />

Em um segundo momento, o Documento abre a porta para o confronto com os conceitos <strong>de</strong><br />

Pastoralida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Extensionalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> Indissociabilida<strong>de</strong>, princípios institucionais<br />

estruturantes. Não há como não prestar atenção a eles, compreendê-los, apropriar-se <strong>de</strong>les e configurar,<br />

a partir <strong>de</strong>les, todas as ações. Desenha-se por esses conceitos a cultura, o ethos e o perfil da Instituição,<br />

e, por conseqüência, o perfil <strong>de</strong> todos aqueles que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m por participar, como colaboradores, <strong>de</strong> sua<br />

permanente construção.<br />

Seguem, num terceiro instante, e reveladas pelo <strong>PPI</strong>, as políticas do Ensino, da Pesquisa, da<br />

Extensão, da Comunicação Social, do Plano Estratégico e da Gestão <strong>de</strong> Relacionamentos. Nestas estão<br />

manifestas as gran<strong>de</strong>s opções e intenções Institucionais. Não é possível, ao colaborador da UCB, passar ao<br />

largo <strong>de</strong>sse caminho sem se tornar um aliado da perene busca <strong>de</strong> construção que é a <strong>Universida<strong>de</strong></strong>.<br />

Finalmente o <strong>PPI</strong> manifesta o <strong>de</strong>senho didático-pedagógico da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>. Defronta-se aqui com<br />

seus fazeres e seus diferenciais. Saboreá-los, digeri-los e torná-los ação é um fundante compromisso.<br />

Eles clamam por sintonia.<br />

A última palavra do texto fala da avaliação. Ela será fator <strong>de</strong> melhoria e <strong>de</strong> realimentação do<br />

processo. Espera-se que, com isso, a avaliação sistêmica, sistemática e permanente se torne cultura<br />

na Instituição<br />

Em síntese, recebe-se pelo <strong>PPI</strong> a carta <strong>de</strong> navegação da UCB, e nela todos os seus integrantes<br />

são, a um só tempo, passageiros, tripulação, pilotos e comandantes. Bom seria se o Projeto Pedagógico<br />

Institucional se tornasse um cotidiano espelho!<br />

Pe. José Romualdo Degasperi<br />

Reitor<br />

5


SUMáRIO<br />

1. HISTóRICO INSTITUCIONAL ............................................................................................................... 09<br />

2. DESAFIOS ATUAIS PARA A SOCIEDADE E A EDUCAçÃO SUPERIOR ....................................... 15<br />

3. MISSÃO .................................................................................................................................................... 18<br />

4. VISÃO DE FUTURO ................................................................................................................................. 18<br />

5. PRINCíPIOS ESTRUTURANTES DA UCB .......................................................................................... 18<br />

5.1. Pastoralida<strong>de</strong>........................................................................................................................................<br />

18<br />

5.2. Extensionalida<strong>de</strong> .................................................................................................................................. 19<br />

5.3. Sustentabilida<strong>de</strong> .................................................................................................................................. 20<br />

5.4. Indissociabilida<strong>de</strong>.................................................................................................................................<br />

21<br />

6. POLíTICAS INSTITUCIONAIS ............................................................................................................... 21<br />

6.1. Políticas <strong>de</strong> Ensino...............................................................................................................................<br />

21<br />

6.2. Políticas <strong>de</strong> Educação a Distância ................................................................................................... 22<br />

6.3. Políticas <strong>de</strong> Pesquisa .......................................................................................................................... 23<br />

6.4. Políticas <strong>de</strong> Extensão..........................................................................................................................<br />

24<br />

6.5. Políticas <strong>de</strong> Gestão..............................................................................................................................<br />

25<br />

6.6. Políticas <strong>de</strong> Relacionamento ............................................................................................................ 26<br />

7. ORGANIzAçÃO DIDáTICO PEDAGóGICA .......................................................................................... 28<br />

7.1. Projetos pedagógicos <strong>de</strong> curso (PPC) ............................................................................................ 29<br />

7.2. Foco <strong>de</strong> aprendizagem e em sua orientação e avaliação............................................................<br />

30<br />

7.3. Inclusão e Diversida<strong>de</strong>........................................................................................................................<br />

31<br />

7.4. Perfil do docente..................................................................................................................................<br />

32<br />

7.5. Perfil do estudante e do egresso......................................................................................................<br />

32<br />

7.6. Perfil do gestor.....................................................................................................................................<br />

33<br />

7.7. Perfil do colaborador técnico-administrativo..................................................................................<br />

34<br />

7.8. Apoio pedagógico aos gestores, docentes e estudantes ............................................................. 34<br />

7.9. Apoio pedagógico-administrativo aos gestores, docentes e estudantes .................................. 35<br />

8. AVALIAçÃO INSTITUCIONAL ................................................................................................................ 35<br />

9. ACOMPANHAMENTO E AVALIAçÃO DO <strong>PPI</strong> ..................................................................................... 38<br />

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................ 38<br />

ANEXO - RESOLUçÃO CONSEPE .......................................................................................................... 41<br />

7


1. HISTóRICO INSTITUCIONAL<br />

O registro documental, sistematização factual, o i<strong>de</strong>ário filosófico e a modalida<strong>de</strong> virtual induzem-nos a análises<br />

que necessitam do contexto, particular e geral, on<strong>de</strong> os fenômenos se manifestam. Sob a perspectiva da história das<br />

mentalida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>mos conhecer as pedagogias que vêm sendo adotadas na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>.<br />

Em sua Missão está <strong>de</strong>finido o estado <strong>de</strong> compromisso com base em princípios <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> na<br />

busca, geração e comunhão do saber, sustentados nos valores ético-cristãos. A <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> é<br />

uma Instituição que se caracteriza por formar técnicos, especialistas, educadores, pesquisadores e cidadãos <strong>de</strong> acordo<br />

com as necessida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong>, da região e do país, <strong>de</strong>senvolvendo pensamentos científicos, on<strong>de</strong> estudantes e<br />

professores realcem íntima relação entre ensino, pesquisa e extensão. Essa é a premissa teórica que orienta a história<br />

da UCB no que diz respeito às suas opções metodológicas e pedagógicas.<br />

Assim, a história da UCB, inserida no contexto regional do Planalto Central, está ligada à própria história do<br />

Brasil quando o Presi<strong>de</strong>nte Juscelino Kubitschek <strong>de</strong> Oliveira assumiu a atitu<strong>de</strong> política <strong>de</strong> construir <strong>Brasília</strong>, inaugurada<br />

em 21 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1960. Esse fato promoveu a expansão econômica e a interiorização regional do país, ligando todas<br />

as Regiões ao Distrito Fe<strong>de</strong>ral. As conjunturas históricas, nas décadas <strong>de</strong> 1960/70, possibilitaram o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

urbano <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> e do seu entorno, o que foi muito significativo para a criação <strong>de</strong> uma <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> nessa<br />

cida<strong>de</strong>.<br />

As culturas regionais e as necessida<strong>de</strong>s institucionais se concentraram em <strong>Brasília</strong> e, à medida que os órgãos<br />

foram sendo transferidos para a nova Capital e <strong>de</strong> todos os lugares chegaram pessoas <strong>de</strong> diferentes classes sociais<br />

para aten<strong>de</strong>r às funções públicas, privadas, o comércio, o transporte, as escolas também foram ocupando seus espaços<br />

e re<strong>de</strong>finindo importâncias. As <strong>de</strong>mandas se faziam presentes em todas essas áreas, promovendo um processo natural<br />

<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visão comunitária, embora <strong>de</strong> gestão particular. Essa foi uma das<br />

diretrizes pelas quais alguns diretores <strong>de</strong> escolas católicas resolveram fundar uma instituição <strong>de</strong> educação superior<br />

no Distrito Fe<strong>de</strong>ral. Para esse grupo, fazia sentido criar uma <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong>, pois ela contribuiria para a política<br />

<strong>de</strong> interiorização do Brasil, já que <strong>Brasília</strong>, na condição <strong>de</strong> Capital Fe<strong>de</strong>ral, no centro geográfico do país, era ponto<br />

nevrálgico da inserção regional e cultural.<br />

Os i<strong>de</strong>alizadores <strong>de</strong>ssa futura <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> 1 tomaram iniciativas no sentido <strong>de</strong> unir os<br />

propósitos <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>zena <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s educativas católicas que se <strong>de</strong>sdobraram em ações e fundaram, em primeiro<br />

lugar, a Mantenedora União Brasiliense <strong>de</strong> Educação e Cultura, com vistas a uma Instituição que seria a primeira<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino 2 . O Registro em Cartório da UBEC se <strong>de</strong>u no dia 12 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1972, como uma socieda<strong>de</strong> civil<br />

1 Uma experiência, bem sucedida, até agora, “única no mundo”, <strong>de</strong> uma ação conjunta <strong>de</strong> Congregações Religiosas, sob uma só<br />

administração. A União Brasiliense <strong>de</strong> Educação e Cultura – UBEC é a única Mantenedora <strong>de</strong> <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> que é formada por<br />

membros <strong>de</strong> diversas Províncias Religiosas/Congregações, reunidas como Socieda<strong>de</strong> Civil.<br />

2 Participam da reunião <strong>de</strong> criação da mantenedora da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>: 1. Egídio Luiz Setti – Diretor do Colégio<br />

Marista <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> (L2/Sul), da Associação Brasileira <strong>de</strong> Educação e Cultura (ABEC); 2. José Teixeira da Costa Nazareth – Diretor do<br />

Colégio Dom Bosco (W3/Sul), da Inspetoria São João Bosco; 3. Joseph Arthur Leonel Lamy – Diretor do Instituto Kennedy (W5/Sul),<br />

da Aliança Brasileira <strong>de</strong> Assistência Social e Educacional (ABASE); 4. Jaques Marius Testud – Diretor do Colégio Marista (Taguatinga),<br />

da União Norte Brasileira <strong>de</strong> Educação e Cultura (UNABEC); 5. Silvestre Wathier – Diretor do Colégio La Salle (Núcleo Ban<strong>de</strong>irante),<br />

da Associação Brasileira <strong>de</strong> Educadores Lassalistas (ABEL); 6. Martiniano Araújo Vela –Diretor do Colégio Marista (L2/Norte), da União<br />

Brasileira <strong>de</strong> Educação e Ensino (UBEE); 7. Antón Câmara – Diretor do Colégio Sagrada Família (W5/Norte), Associação Brasiliense <strong>de</strong><br />

Educação (ABE); 8. Sophia Café – Colégio Sagrado Coração <strong>de</strong> Maria (W3/Norte), da Socieda<strong>de</strong> Civil Casas <strong>de</strong> Educação; 9. Carlos Alberto<br />

9


10<br />

<strong>de</strong> direito privado e objetivos educacionais, assistenciais, filantrópicos e sem fins econômicos.<br />

Instituída a UBEC, iniciou-se o processo <strong>de</strong> criar a primeira unida<strong>de</strong>, a Faculda<strong>de</strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> Ciências Humanas<br />

– FCCH. Sediada no Plano Piloto <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>, a nova Faculda<strong>de</strong> teve início, em 12 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1974, com os cursos <strong>de</strong><br />

Economia, Administração <strong>de</strong> Empresas 3 , que funcionariam no Colégio Sagrado Coração <strong>de</strong> Maria, na W3 Norte, e com<br />

o curso <strong>de</strong> Pedagogia, cujas aulas se realizariam no Colégio Marista, na Cida<strong>de</strong> Satélite <strong>de</strong> Taguatinga 4 .<br />

Os jornais da época realçavam a importância, para Taguatinga, da futura <strong>Universida<strong>de</strong></strong> e esclareciam que, até a<br />

implantação do seu Campus universitário, as aulas da <strong>Católica</strong> aconteceriam em salas <strong>de</strong> Colégios cuja Congregação<br />

fazia parte da UBEC 5 .<br />

Os primeiros três cursos instalados na <strong>Católica</strong> estavam <strong>de</strong> acordo com as perspectivas da socieda<strong>de</strong> brasiliense<br />

que, para se a<strong>de</strong>quar às ativida<strong>de</strong>s profissionais, buscava conhecimentos <strong>de</strong> nível superior. A procura pelo Ensino<br />

Superior <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, em horário noturno, interessava aos servidores <strong>de</strong> escalões intermediários, como forma <strong>de</strong><br />

assegurar a permanência nos cargos ou ascen<strong>de</strong>r a outras instâncias funcionais. A área <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores<br />

era um veio a ser consi<strong>de</strong>rado, pois as escolas públicas e privadas, do ensino fundamental e médio, também cresciam<br />

para aten<strong>de</strong>r a procura <strong>de</strong> estudantes. Ser professor era uma opção profissional importante na realida<strong>de</strong> das chamadas<br />

“cida<strong>de</strong>s satélites”, sobretudo na principal <strong>de</strong>las - Taguatinga. A permanente migração <strong>de</strong> pessoas, <strong>de</strong> todos os estados<br />

do Brasil, era resultado das ativida<strong>de</strong>s gerais no Plano Piloto e em seu Entorno.<br />

Diante <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>, os cursos criados <strong>de</strong>veriam ser ministrados <strong>de</strong> acordo com Projetos Pedagógicos que<br />

realçassem a qualida<strong>de</strong> técnica e cultural dos mesmos, consi<strong>de</strong>rando o interesse <strong>de</strong> crescimento profissional. As<br />

aulas em horário noturno <strong>de</strong>veriam apresentar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ensino específico, pois os discentes, em sua maioria,<br />

trabalhavam durante o dia e estudavam à noite. A Metodologia <strong>de</strong> Ensino da Faculda<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>finida com propósito<br />

<strong>de</strong> sustentar um ensino <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Havia uma exigência <strong>de</strong> que a organização <strong>de</strong> conteúdos e as aulas, para<br />

cada disciplina, fossem planejados por professores em equipes, no início <strong>de</strong> cada semestre e, com isso, um material<br />

instrucional era distribuído aos estudantes.<br />

Um Curso <strong>de</strong> Introdução aos Estudos Universitários (IEU) foi elaborado para os estudantes do nível básico que<br />

recebiam as informações sobre o ensino superior e o funcionamento da Faculda<strong>de</strong>. Todas as equipes <strong>de</strong> professores<br />

atuavam <strong>de</strong> acordo com as propostas metodológicas <strong>de</strong>finidas para a Faculda<strong>de</strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> Ciências Humanas,<br />

reforçadas por um trabalho <strong>de</strong> formação dirigido aos professores, instituindo-se, assim, o Curso <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong><br />

Professor Universitário. Mais importante, ainda, foi a evolução para a criação do “Banco do Livro” que proporcionou<br />

aos estudantes o acesso a todas as obras que eram indicadas pelos professores, <strong>de</strong> acordo com as disciplinas dos<br />

cursos. Esse foi um sistema encontrado pela direção da FCCH para que os estudantes não ficassem presos apenas às<br />

apostilas.<br />

Barata Silva – representante do futuro Colégio Marista (W3/Norte), da União Sul Brasileira <strong>de</strong> Educação e Ensino (USBEE).<br />

3 Diário Oficial, Ano CXII, nº 100, Capital Fe<strong>de</strong>ral, 28/05/1974.<br />

4 Decreto nº 73.813, assinado pelo Presi<strong>de</strong>nte da República, Emílio Garrastazu Médici. O <strong>de</strong>creto nº 73.813 foi reafirmado com o <strong>de</strong><br />

nº 74.108 <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1974 e assinado pelo novo Presi<strong>de</strong>nte da República Ernesto Geisel cujo artigo 1º <strong>de</strong>finia a autorização do<br />

funcionamento da Faculda<strong>de</strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> Ciências Humanas, mantida pela União Brasiliense <strong>de</strong> Educação e Cultura—UBEC.<br />

5 Os jornais O Globo, do Rio <strong>de</strong> Janeiro, do dia 30/06/1973 e o Correio Braziliense, <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>, do dia 25/07/1973 noticiavam que, na<br />

cida<strong>de</strong>-satélite <strong>de</strong> Taguatinga, seriam iniciados, em 1974, os primeiros cursos da Faculda<strong>de</strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> Ciências Humanas que estava em<br />

fase <strong>de</strong> regularização junto ao CFE.


Em 8 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1980, foram realizadas alterações nos Estatutos e Regimentos da UBEC e Faculda<strong>de</strong> <strong>Católica</strong>,<br />

em razão <strong>de</strong> novas realida<strong>de</strong>s conjunturais, permitindo que a instituição se organizasse numa estrutura <strong>de</strong> ensino mais<br />

coerente e a<strong>de</strong>quada à sua própria expansão. Ocorreu, então, a instalação das Faculda<strong>de</strong>s Integradas da <strong>Católica</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Brasília</strong> – FICB 6 , reunindo a Faculda<strong>de</strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> Ciências Humanas, a Faculda<strong>de</strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> Tecnologia e a Faculda<strong>de</strong><br />

(Centro) <strong>de</strong> Educação 7 .<br />

O processo <strong>de</strong> integração das Faculda<strong>de</strong>s mostrava as tendências sociais no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, e os indicadores<br />

observados <strong>de</strong>finiram os rumos pedagógicos da Instituição. As FICB propunham uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direção que configuraria,<br />

em um programa integrado, os trabalhos <strong>de</strong> Ensino, Pesquisa e Extensão e uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comando que provi<strong>de</strong>nciaria<br />

a centralização da direção, reunindo os serviços <strong>de</strong> apoio técnico-administrativo e sistematização dos órgãos <strong>de</strong> ação<br />

comuns aos vários cursos existentes.<br />

Os cursos <strong>de</strong> licenciatura que foram autorizados pelo CFE eram frutos <strong>de</strong> uma longa etapa <strong>de</strong> observações<br />

para apurar que <strong>de</strong>mandas aconteciam na socieda<strong>de</strong> brasiliense e no seu entorno. Diante disso, a <strong>Católica</strong> priorizou as<br />

iniciativas <strong>de</strong> cursos na área <strong>de</strong> Educação, <strong>de</strong> capacitação dos docentes da Fundação Educacional do DF e a Graduação<br />

na área <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia, levando-se em conta o conhecimento, experiências históricas e proposições das FICB<br />

nessa área. A criação da Faculda<strong>de</strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> Tecnologia, que reunia os cursos <strong>de</strong> Ciências (Matemática, Física,<br />

Química e Biologia) e o Curso Superior <strong>de</strong> Tecnologia em Processamento <strong>de</strong> Dados, mostrava a capacida<strong>de</strong> da <strong>Católica</strong>,<br />

nessa área, pois <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1976, esta realizava cursos e consultorias, graças à Empresa Técnica <strong>de</strong> Consultoria e Projetos da<br />

<strong>Católica</strong> Ltda - ETUC. Era um momento <strong>de</strong> expansão do processo <strong>de</strong> informatização em todos os setores empresariais,<br />

inclusive a própria implantação do sistema <strong>de</strong> controle acadêmico por computação, na <strong>Católica</strong>. A Faculda<strong>de</strong> <strong>Católica</strong><br />

<strong>de</strong> Ciências Humanas continuava oferecendo os cursos <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong> Empresas e <strong>de</strong> Economia, dando ênfase ao<br />

perfil do administrador e do economista, compatibilizando a matriz curricular com proposta do MEC/SESU e do Conselho<br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Técnicos <strong>de</strong> Administração – CFTA. Os cursos <strong>de</strong>veriam estar alinhados em conhecimentos, habilida<strong>de</strong>s em<br />

relação à oferta <strong>de</strong> empregos nas áreas <strong>de</strong> atuação do administrador e atitu<strong>de</strong>s profissionais sustentadas pela ética 8 .<br />

No transcorrer dos anos, o Programa Geral <strong>de</strong> Intenções da UBEC/FICB, para o triênio 1982–1984, apresentou,<br />

como política, fazer e implantar o Projeto Pedagógico Educacional das FICB, tendo como metas: consolidar os programas<br />

já estabelecidos em Taguatinga; reestruturar o Curso <strong>de</strong> Pedagogia; criar o Centro <strong>de</strong> Educação; expandir o Plano <strong>de</strong><br />

Capacitação <strong>de</strong> Docentes; implantar o Sistema <strong>de</strong> Controle Acadêmico por Computação (CISCAC); aumentar vagas<br />

e ampliar os serviços na área <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Dados; implantar o Setor <strong>de</strong> Material <strong>de</strong> Ensino/Aprendizagem<br />

(SMEA); implantar o Curso <strong>de</strong> Ciências e sustentar programas <strong>de</strong> extensão no sentido lato: o Curso <strong>de</strong> Metodologia<br />

<strong>de</strong> Ensino Superior, o curso <strong>de</strong> Especialização em Administração <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> Informação e o <strong>de</strong> Especialização em<br />

Alfabetização; organizar, em Convênio com a CAPES, um Banco <strong>de</strong> Informações em alfabetização; realizar intercâmbio<br />

com instituições interessadas na formação do alfabetizador.<br />

A estrutura pedagógica das FICB organizou-se em Departamentos Acadêmicos, racionalizando os trabalhos<br />

dos professores e promovendo a integração professor/estudante. Programas foram <strong>de</strong>senvolvidos para melhorar as<br />

condições do convívio <strong>de</strong> trabalho entre os estudantes, professores e administrativos. A Instituição <strong>de</strong>senvolver-se-ia <strong>de</strong><br />

maneira global, em lugar <strong>de</strong> enfatizar o <strong>de</strong>senvolvimento parcial e unitário.<br />

6 De acordo com o Parecer nº 273/81 do antigo Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Educação – CFE.<br />

7 Regimento das Faculda<strong>de</strong>s Integradas da <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>, 1981-1984.<br />

8 Relatório do Programa <strong>de</strong> trabalho/83, elaborado pela assessoria das FICB, aprovado pela Diretoria Geral para execução a partir <strong>de</strong><br />

Abril/1983 e apresentado à Assembléia Geral da UBEC em reunião do dia 17/03/1984, p. 29.<br />

11


12<br />

Em 12 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1985, foi inaugurado o primeiro Campus da <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>, em Taguatinga, com o primeiro<br />

conjunto <strong>de</strong> edificações, hoje <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> São João Batista <strong>de</strong> La Salle. A expansão das FICB era inquestionável,<br />

confirmando as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalhos cujos objetivos, diretrizes <strong>de</strong> ação e metas a serem alcançadas visavam à<br />

elaboração do Projeto para o reconhecimento das FICB em <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>.<br />

A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taguatinga se tornara um local estratégico. Ela cresceu, a 25 km do Plano Piloto, e tornou-se um<br />

pólo econômico, com avenidas, altos edifícios e uma população ciosa <strong>de</strong> sua dignida<strong>de</strong> que, hoje, tem aproximadamente<br />

300.000 habitantes. Sua expansão liga-se à própria condição <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>, ser um espaço geopolítico que atrai a gente<br />

brasileira com todos os seus conflitos sociais. O espaço geográfico do Campus I da <strong>Católica</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua inauguração,<br />

não só valorizou a área, mas se transformou num ponto <strong>de</strong> convergência populacional, que traz para si pessoas do Plano<br />

Piloto, Núcleo Ban<strong>de</strong>irante, Candangolândia, Guará, Gama, Ceilândia, Samambaia, Brazlândia, Santa Maria, Recanto das<br />

Emas e Riacho Fundo, além da própria Taguatinga. Os vários cursos oferecidos, então, atendiam à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> uma<br />

população que buscava a formação acadêmica, e nela insiste, como forma <strong>de</strong> ascensão social, pessoal e profissional.<br />

A partir <strong>de</strong> 1988/89, a Direção Geral das FICB, com dinâmica administração, renovou atitu<strong>de</strong>s e acelerou as<br />

condições para um futuro reconhecimento como <strong>Universida<strong>de</strong></strong>. Um dos principais objetivos <strong>de</strong>ssa direção foi provi<strong>de</strong>nciar<br />

o processo para esse reconhecimento junto ao Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Educação. Os 17 cursos oferecidos estavam reunidos<br />

na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tecnologia, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Sociais, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia, Ciências e<br />

Letras, somados a estes, os cursos lato sensu da Pós-Graduação.<br />

A Vice-Diretoria <strong>de</strong> Planejamento e Desenvolvimento elaborou proposta <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> trabalhos para 1989 e<br />

<strong>de</strong>ntre os objetivos e metas <strong>de</strong>finidos estavam inclusos aqueles do Programa <strong>de</strong> Planejamento (PROPLAN), com uma<br />

argumentação teórica do que po<strong>de</strong>ria vir a ser a situação <strong>de</strong> futuro da Instituição. Um Plano <strong>de</strong> Ação foi elaborado<br />

para o crescimento com qualida<strong>de</strong>, cujos projetos prioritários eram: a transformação das FICB em <strong>Universida<strong>de</strong></strong>; o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa e incentivo à produção científica e divulgação; o incentivo ao programa <strong>de</strong><br />

qualificação e capacitação docente. Para a implementação <strong>de</strong>sses projetos foi <strong>de</strong>finido um Plano <strong>de</strong> Informatização, um<br />

Plano <strong>de</strong> Serviços Administrativos Eficientes, um Plano <strong>de</strong> Pastoral e um Projeto Pedagógico Global que nortearia os<br />

<strong>de</strong>mais. Foram <strong>de</strong>finidos uma Política <strong>de</strong> Recursos Humanos, um Programa Esportivo, um programa <strong>de</strong> Comunicação<br />

Social e o Centro <strong>de</strong> Pesquisa. Em 1993, uma equipe <strong>de</strong> trabalho elaborou o Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento Institucional<br />

(PDI) que foi o primeiro documento oficial do que seria a UCB, aprovado pela Comissão <strong>de</strong> Especialistas do CFE.<br />

Nesse contexto é que a Faculda<strong>de</strong> Dom Bosco <strong>de</strong> Educação Física foi integrada às FICB. Transferindo-se do Colégio<br />

Dom Bosco, no Plano Piloto, passou a fazer parte do Complexo Educativo do que, <strong>de</strong>pois, viria a se transformar em<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong>. A <strong>Católica</strong> ofereceu o Curso <strong>de</strong> Educação Física, à socieda<strong>de</strong>, no 1º semestre <strong>de</strong> 1994, sendo o primeiro<br />

curso da área da saú<strong>de</strong> da UCB.<br />

O processo <strong>de</strong> transformação das FICB em <strong>Universida<strong>de</strong></strong> foi um fato gerador <strong>de</strong> muitas expectativas e a Diretoria<br />

<strong>de</strong> Planejamento, à época, buscava as unida<strong>de</strong>s da Instituição para exposição do Projeto <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, seguida <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates<br />

com os docentes. Houve a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reformulação <strong>de</strong> currículos, alterações do número <strong>de</strong> vagas, mudanças <strong>de</strong><br />

horários <strong>de</strong> cursos, reestruturação <strong>de</strong> carga horária <strong>de</strong> professores e mudança <strong>de</strong> regime <strong>de</strong> trabalho.<br />

Depois <strong>de</strong> intenso trabalho, ao longo <strong>de</strong> dois anos, o Ministro <strong>de</strong> Estado da Educação e do Desporto assinou a<br />

Portaria <strong>de</strong> Reconhecimento das FICB como <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> (UCB), em 28 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1994,<br />

com se<strong>de</strong> na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taguatinga, e competência para todo o Distrito Fe<strong>de</strong>ral. No dia 23 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1995, ela foi<br />

oficialmente instalada em seu Campus I. Iniciava-se a primeira gestão universitária UCB <strong>de</strong> acordo com o que estava<br />

sendo <strong>de</strong>finido nos Planos <strong>de</strong> Ação e no Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento Institucional (PDI). Nesse mesmo ano foi <strong>de</strong>senvolvida


uma metodologia específica para elaboração <strong>de</strong> Planos <strong>de</strong> Ação, os PA’s Anuais. O objetivo geral <strong>de</strong>ssa metodologia era<br />

permitir a composição, o acompanhamento e a avaliação dos Planos Anuais - planejamento setorial/operacional - da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong>, <strong>de</strong>vidamente vinculado ao PDI. Os PA’s passaram a ser planejados, executados e avaliados anualmente,<br />

consi<strong>de</strong>rando a acelerada expansão dos núcleos urbanos próximos à posição geográfica da UCB.<br />

Os anos noventa <strong>de</strong>nunciaram incertezas quanto às políticas públicas, em resolver as questões <strong>de</strong> infra-estrutura<br />

<strong>de</strong>mográfica em todo o país. A concentração urbana se refletia nas cida<strong>de</strong>s-satélites <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>. As localida<strong>de</strong>s em torno<br />

<strong>de</strong> águas Claras e Taguatinga, on<strong>de</strong> está o Campus I da UCB, reuniu um contingente populacional muitas vezes maior<br />

que o do Plano Piloto <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> o que motivou, por parte do DF, uma priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento ao transporte coletivo<br />

<strong>de</strong> massa, inovado pelo Metrô. Esse crescimento do DF implicou em <strong>de</strong>mandas sociais variáveis que repercutiram sobre<br />

os sujeitos que necessitavam da qualificação acadêmica para se sustentarem num mundo globalizado e materialista.<br />

Os Projetos Pedagógicos <strong>de</strong> todos os Cursos da UCB, agora diversificados nas áreas <strong>de</strong> humanas, sociais,<br />

tecnológicas e ciências da saú<strong>de</strong>, totalizaram até o final da década, mais <strong>de</strong> 40 cursos, distribuídos na Graduação, na<br />

Pós-Graduação, no Ensino a Distância e em Projetos e Programas da Pró-Reitoria <strong>de</strong> Extensão. Nos anos <strong>de</strong> 1997 e 1998,<br />

um grupo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100 pessoas, representantes <strong>de</strong> todos os segmentos da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, promoveu longas discussões<br />

com o objetivo <strong>de</strong> elaborar e implantar os documentos reguladores da UCB. O resultado <strong>de</strong>sse trabalho produziu a<br />

estrutura organizacional da UCB, o Estatuto, o Regimento Geral e o Plano Estratégico 1999/2010, nos quais constam<br />

a Missão e a Visão <strong>de</strong> Futuro. Essa é uma perspectiva, hoje, já alcançada e para 2020, quando a UCB completará seu<br />

jubileu <strong>de</strong> prata, já está sendo proposta uma nova Visão <strong>de</strong> Futuro.<br />

Como vimos, os quatro anos da primeira gestão universitária foram <strong>de</strong> organização e estruturação da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>Católica</strong> que expandiu os vários Cursos <strong>de</strong> Graduação em diferentes áreas do saber: Pedagogia, Administração <strong>de</strong><br />

Empresas, Ciências Econômicas, Ciências Contábeis, Tecnologia em Processamento <strong>de</strong> Dados, Matemática, Física,<br />

Química, Ciências Biológicas, Ciências da Computação, Filosofia, Letras, Educação Física, Relações Internacionais,<br />

Comunicação Social, Direito, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia e Psicologia. Havia, ainda, quatro programas <strong>de</strong> Pós-<br />

Graduação stricto sensu, além dos outros cursos lato sensu e dois cursos do Ensino a Distância 9 . Foram instituídas<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio como a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Apoio Didático-Educacional (UADE) e a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Apoio Didático-Administrativa<br />

(UADA), e instalada uma Seção <strong>de</strong> Apoio ao Aluno (SAA). A mo<strong>de</strong>rnização alcançou as salas <strong>de</strong> aulas, inclusive as<br />

<strong>de</strong>nominadas “Salas TOP” que eram equipadas com tecnologia áudio–visual, sem falar nos laboratórios <strong>de</strong> informática,<br />

utilizados como Espaços <strong>de</strong> Aprendizagens Práticas (EAPs).<br />

A segunda Gestão Universitária iniciou-se em 23 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1999 e confirmou as atitu<strong>de</strong>s tomadas anteriormente,<br />

ampliando e expandindo os cursos <strong>de</strong> Graduação e Pós-Graduação para as áreas mais <strong>de</strong>mandadas pela socieda<strong>de</strong> e<br />

entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe da época. Preocupou-se, sobremaneira, com a Pós-Graduação, com a Pesquisa e a Extensão e<br />

re<strong>de</strong>finiu o corpo docente, contratando mestres e doutores em tempo integral. Os programas e os projetos <strong>de</strong> extensão<br />

marcaram a presença da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>, águas Claras e Taguatinga, e o avanço do Ensino a<br />

Distância ganhou projeção com o Curso <strong>de</strong> Aprendizagem Cooperativa e Tecnologia Educacional na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> em<br />

Estilo Salesiano.<br />

Até o ano <strong>de</strong> 2000, a Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Planejamento criou e implantou o Plano Estratégico, envolvendo os horizontes<br />

<strong>de</strong> 2002-2010. Implantou o Sistema <strong>de</strong> Planejamento (SISPLAN) que permitiu a elaboração, o acompanhamento e a<br />

avaliação dos PA’s, <strong>de</strong> forma on-line, totalmente automatizado. Esses anos foram <strong>de</strong>terminantes para a consolidação<br />

9 Relatório <strong>de</strong> Gestão, 1999 - 2003.<br />

13


14<br />

da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>. A expansão da Graduação se verificou com cursos significativos como o <strong>de</strong> Engenharia Ambiental,<br />

Medicina, Normal Superior e Enfermagem. Uma nova estrutura vinculou, diretamente, as Direções dos Cursos à Pró-<br />

Reitoria <strong>de</strong> Graduação o que tornou as tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões acadêmicas ou pedagógicas mais ágeis e flexíveis. Guiada<br />

pela missão da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> e pelos princípios da participação e do diálogo aberto entre todos os seguimentos da<br />

comunida<strong>de</strong> acadêmica, a Reitoria adotou quatro gran<strong>de</strong>s Colegiados <strong>de</strong> áreas, <strong>de</strong>finidos pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong>: Colegiado<br />

da área <strong>de</strong> Ciências Sociais Aplicadas; Colegiado da área da Ciência e Tecnologia; Colegiado da área <strong>de</strong> Humanida<strong>de</strong>s;<br />

Colegiado da área <strong>de</strong> Ciências da Vida e também os Colegiados <strong>de</strong> Curso, com ampla representação <strong>de</strong> docentes e<br />

discentes. Importantes convênios foram efetivados com a Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do DF, com o Hospital das<br />

Forças Armadas (HFA), com a Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Educação do DF e com diversas empresas privadas. Mudanças<br />

curriculares e ajustes nos Projetos Pedagógicos foram realizados para a a<strong>de</strong>quação das Diretrizes Curriculares do MEC.<br />

O padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> previsto no Plano Estratégico 1999-2010 estava, mais uma vez, sendo atingido.<br />

A <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, no período <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1999 a 2002, alcançou significação em trabalhos <strong>de</strong> Extensão Universitária,<br />

crescendo em estrutura organizacional, quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> dos programas, <strong>de</strong> projetos, em número <strong>de</strong> competência<br />

dos profissionais e na consistência da reflexão. A Pró-Reitoria <strong>de</strong> Extensão constituiu as Diretorias <strong>de</strong> Programas<br />

Comunitários (DPC), <strong>de</strong> Programas <strong>de</strong> Extensão (DPE), <strong>de</strong> Programas Pastorais (DPP), <strong>de</strong> Programas Interinstitucionais<br />

(DPI), a Coor<strong>de</strong>nadoria <strong>de</strong> Programas <strong>de</strong> Beneficência e Assistência Social (CBAS), Centro <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Integral e Participativo (CEDIPAR), Serviço <strong>de</strong> Orientação e Acompanhamento Psicopedagógico (SOAPPE) e o Serviço<br />

<strong>de</strong> Ouvidoria.<br />

ética, qualida<strong>de</strong> e inteligência foram sinônimas <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s nos trabalhos da Pró-Reitoria <strong>de</strong> Pós-Graduação<br />

e Pesquisa. Foi instituído o Comitê <strong>de</strong> ética na Pesquisa (CEP) e um crescimento muito significativo aconteceu<br />

nos programas stricto sensu, lato sensu em nível <strong>de</strong> Mestrado e Doutorado. A política adotada foi fundamentada na<br />

construção da inteligência organizacional, contratando-se pessoal qualificado. Esta foi consi<strong>de</strong>rada uma atitu<strong>de</strong> vital à<br />

sustentabilida<strong>de</strong> e competitivida<strong>de</strong> da Instituição, “(...) para a qual conhecimento não constituiu a sua única matériaprima,<br />

mas também o seu mais importante produto” 10 .<br />

Bem estruturada, a <strong>Católica</strong> Virtual (CV/EAD), cre<strong>de</strong>nciada pelo MEC para programas <strong>de</strong> Pós-Graduação lato<br />

sensu 11 , se tornou uma área para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologia na educação e, mais que isso, organizou todo um<br />

Projeto <strong>de</strong> Educação a Distância que foi implementado e conquistou espaços internacionais.<br />

Em 23 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 2003, um novo grupo <strong>de</strong> pessoas assumiu a terceira Gestão Universitária, com <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong><br />

reconstituir uma Gestão Colegiada e <strong>de</strong> trabalho em equipe, em todos os níveis. Assim, a proposta pedagógica implantada<br />

visava manter projetos já <strong>de</strong>limitados pela administração e partir para implementar o Realinhamento Organizacional,<br />

o Projeto <strong>de</strong> Gestão Acadêmica e o Projeto I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Os rumos tomados visavam satisfazer às necessida<strong>de</strong>s dos 92<br />

Cursos, oferecidos pela Graduação - agora dividida em Centro <strong>de</strong> Educação e Humanida<strong>de</strong>s, Centro <strong>de</strong> Ciências da<br />

Vida, Centro <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia e Centro <strong>de</strong> Ciências Sociais Aplicadas; Pós-Graduação, Seqüenciais e Ensino a<br />

Distância - mais os Programas e Projetos <strong>de</strong> Pesquisas da Extensão. Essa Reitoria teve uma atenção muito específica<br />

quanto ao Ensino a Distância, consi<strong>de</strong>rando que projetos <strong>de</strong> Cursos <strong>de</strong> Graduação a Distância foram submetidos ao MEC<br />

e foi criado o Centro <strong>Católica</strong> Virtual <strong>de</strong> Educação a Distância (CCV/EAD). A expansão <strong>de</strong>sse Centro foi acelerada com o<br />

cre<strong>de</strong>nciamento dos Cursos pelo MEC e a criação da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pólos <strong>de</strong> EAD, em diversas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todo o Brasil, sem<br />

10 Relatório <strong>de</strong> Gestão, 1999 – 2003.<br />

11 Relatório da Educação a Distancia na UCB (10 anos <strong>de</strong> EAD na UCB e 6 anos <strong>de</strong> <strong>Católica</strong> Virtual), 2006.


falar na abertura dos pólos no Japão e na áfrica 12 .<br />

As avaliações institucionais e <strong>de</strong> curso, realizadas durante esse período, atestam a excelência da educação superior<br />

realizada na UCB, bem como a indissociabilida<strong>de</strong> do Ensino, Pesquisa e Extensão. Como conseqüência <strong>de</strong>sse processo,<br />

as <strong>de</strong>cisões são aprofundadas, consistentes e compartilhadas; o estratégico se torna fundamental no planejamento da<br />

UCB e no seu Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento Institucional, que se renova e se prospecta 13 .<br />

Em continuida<strong>de</strong> às avaliações positivas da UCB, a quarta Gestão Universitária teve início em 01 <strong>de</strong> Janeiro<br />

<strong>de</strong> 2007, com o propósito <strong>de</strong> que o seu Ensino, Pesquisa e Extensão cheguem a ser referência para todo o país. Os<br />

princípios norteadores <strong>de</strong>ssa gestão estão centrados, em primeiro lugar, na preservação da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> Institucional<br />

que se viabilizará com propósito <strong>de</strong> Pastoralida<strong>de</strong> e Extensionalida<strong>de</strong>, síntese da Catolicida<strong>de</strong>, cravada em seu nome.<br />

Esses princípios <strong>de</strong>verão impregnar, <strong>de</strong> maneira visceral, o exercício da responsabilida<strong>de</strong>, confiada ao grupo <strong>de</strong> gestores<br />

que, hoje, conduz a <strong>Universida<strong>de</strong></strong>. O segundo aspecto a ser consi<strong>de</strong>rado por essa Reitoria será a indissociabilida<strong>de</strong> do<br />

ensino, pesquisa e extensão, tornando mais ampla possível a acessibilida<strong>de</strong> social. O terceiro aspecto é o fato geopolítico-social<br />

<strong>de</strong>ssa Instituição estar implantada em <strong>Brasília</strong>. O diálogo e a cooperação solidária com o po<strong>de</strong>r público e<br />

as organizações da socieda<strong>de</strong> civil é <strong>de</strong>ver da opção feita. Ser <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> <strong>de</strong>safia <strong>de</strong> forma universalizante o exercício<br />

concreto da responsabilida<strong>de</strong> confiada daqueles que, integrando-a, compartilham da caminhada da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>. A<br />

Pastoralida<strong>de</strong>, a Extensionalida<strong>de</strong>, o Compromisso Social, a Brasilianida<strong>de</strong> e a Geração e Comunhão ampla do Saber são<br />

balizadores que <strong>de</strong>vem estar materializados e visíveis nas vísceras <strong>de</strong>sses projetos e políticas 14 .<br />

Assim, a Gestão que se inicia em 2007 se <strong>de</strong>sdobra em três dimensões: a Gestão Acadêmica, a Gestão <strong>de</strong><br />

Pessoas e a Gestão Administrativo-financeira que estão compromissadas com as diretrizes acima <strong>de</strong>finidas. Toda a<br />

estrutura acadêmica da UCB, com seus Cursos, Programas e Projetos, está diretamente vinculada às Pró-Reitorias e<br />

Diretorias cujos gestores também se encontram envolvidos com os mesmos propósitos. é importante realçar os créditos<br />

que a Reitoria está conce<strong>de</strong>ndo à modalida<strong>de</strong> da educação a distância, pois a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> Virtual<br />

(UCBV) evoluiu com vistas à sustentabilida<strong>de</strong> econômica e <strong>de</strong> expansão, o que exige a estruturação <strong>de</strong> seus processos<br />

e serviços internos, bem como a ampliação da sua equipe <strong>de</strong> profissionais.<br />

As modificações estruturais da socieda<strong>de</strong> não passam <strong>de</strong>spercebidas pelos gestores da UCB e o seu Projeto<br />

Pedagógico se atualiza, percebendo as contradições dos sistemas políticos e econômicos da atualida<strong>de</strong> em luta com<br />

as próprias questões internas, procurando vencer as crises e sustentar seu espaço físico e intelectual no quadro da<br />

realida<strong>de</strong> nacional e regional do Brasil.<br />

2. DESAFIOS ATUAIS PARA A SOCIEDADE E A EDUCAçÃO SUPERIOR<br />

Des<strong>de</strong> os tempos imemoriais, o ser humano enfrenta <strong>de</strong>safios pela sobrevivência da espécie. Ainda na antiguida<strong>de</strong>,<br />

o fascinante mundo criado pelos pensadores gregos instigou a capacida<strong>de</strong> essencial no tocante à assimilação do<br />

<strong>de</strong>safiante universo da filosofia com a qual nos ensinaram a pensar.<br />

Os filósofos clássicos não só inventaram palavras e conceitos, que durante séculos <strong>de</strong>svendaram os mistérios da<br />

12 Relatório da Educação a Distancia na UCB (10 anos <strong>de</strong> EAD na UCB e 6 anos <strong>de</strong> <strong>Católica</strong> Virtual), 2006.<br />

13 Relatório <strong>de</strong> Gestão, 2003-2006.<br />

14 Discurso <strong>de</strong> Posse do Pe. José Romualdo Degasperi, atual Reitor da UCB. 23/03/2007.<br />

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16<br />

natureza e dos homens para boa parte do mundo, notadamente o oci<strong>de</strong>ntal, <strong>de</strong>ixando um apreciável legado intelectual,<br />

como também criaram uma linha mestra do pensamento.<br />

Nos últimos anos, as socieda<strong>de</strong>s mundiais sofreram profundas transformações, principalmente no campo<br />

econômico e nas relações <strong>de</strong> mercado. Passaram a exigir do homem capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r novas habilida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong><br />

assimilar novos conceitos, <strong>de</strong> avaliar novas situações, <strong>de</strong> lidar com o inesperado, <strong>de</strong> propor mudanças e <strong>de</strong> adaptar-se<br />

às condições em transformação.<br />

A mundialização do mercado, dos investimentos, da indústria, da informação e da produção do conhecimento<br />

sobre os processos locais, regionais e nacionais caracterizou a globalização. A nova economia sustenta-se na utilização<br />

eficiente do conhecimento e na perpetuação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> potências internacionais.<br />

A revolução cultural, que transformou entes em seres pensantes e participativos, consistiu em emancipar a filosofia<br />

política e a ciência natural dos estreitos limites em que crenças das civilizações prece<strong>de</strong>ntes as tinham aprisionado.<br />

Com a extraordinária aventura do advento da sociologia e da ciência política e o conseqüente emolduramento da<br />

socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>corrente da progressão intelectual, a busca do conhecimento foi crescendo <strong>de</strong> importância, aumentando<br />

seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> campo e atuação e passando a ser a mais <strong>de</strong>safiadora das ativida<strong>de</strong>s humanas.<br />

Estabeleceu-se uma crise <strong>de</strong> paradigmas <strong>de</strong> relacionamento pelo avanço <strong>de</strong>senfreado da informação, por meio<br />

da informática e das tecnologias <strong>de</strong>senvolvidas, surgindo a socieda<strong>de</strong> da informação, caracterizada pela capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gerar, gerir, manusear, armazenar e distribuir informações. Tais transformações resultaram e ainda resultam na<br />

mudança <strong>de</strong> valores, na reorganização da política mundial, com reflexo na educação.<br />

Observa-se que o padrão <strong>de</strong> relacionamento autocrático, hierárquico e formalista, característico do “taylorismo”,<br />

vem sendo substituído pela flexibilida<strong>de</strong>, pela tolerância com as diferenças e por relações mais igualitárias. Mudanças<br />

culturais questionam o comportamento individual, a estrutura familiar, a socieda<strong>de</strong>, as instituições, surgindo a idéia da<br />

participação como alternativa administrativa.<br />

Para alguns teóricos, a socieda<strong>de</strong> passou por várias ondas evolutivas. A última, altamente influenciada<br />

pelo assombroso <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico, sofreu transmutações com o surgimento <strong>de</strong> novos conceitos, até à<br />

multifacetada situação atual, on<strong>de</strong> a profusão <strong>de</strong> dados interfere na sistematização da aquisição do conhecimento.<br />

Para outros pensadores, a nova socieda<strong>de</strong> pós-capitalista, apoiada nas ativida<strong>de</strong>s sociais e econômicas, é a<br />

chamada socieda<strong>de</strong> centrada em dados, ou seja, centros e re<strong>de</strong>s para suprir o conhecimento mais amplo. Informação e<br />

conhecimento são consi<strong>de</strong>rados fatores primordiais para a produção e o <strong>de</strong>senvolvimento do bem estar comum.<br />

O século XXI traz em seu bojo profundas marcas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais que se apresentam no escopo<br />

da miséria, nas calamida<strong>de</strong>s sociais, na fome <strong>de</strong> muitos e na opulência <strong>de</strong> poucos. Nessa conjuntura da socieda<strong>de</strong><br />

contemporânea, é viável <strong>de</strong>stacar a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ações do homem, referentes ao enfrentamento <strong>de</strong> questões que<br />

apontam para o muito que ainda está por ser pensado e realizado em termos <strong>de</strong> alternativas criativas para os problemas<br />

da nossa época, em especial aos problemas da educação.<br />

Diante das inúmeras e crescentes modificações que se apresentam na socieda<strong>de</strong> globalizada, surgem novas<br />

possibilida<strong>de</strong>s e necessida<strong>de</strong>s para a educação superior. O avanço <strong>de</strong>senfreado da informação, por meio da informática


e das novas tecnologias, fez surgir a socieda<strong>de</strong> da informação. Com tais transformações, cabe à educação, <strong>de</strong> um lado,<br />

aten<strong>de</strong>r às exigências do mercado globalizado, que prioriza cada vez mais o domínio <strong>de</strong> vários conhecimentos, e, <strong>de</strong><br />

outro, a formação humana. Dessa forma, a escola precisa se organizar, <strong>de</strong> maneira a aten<strong>de</strong>r os objetivos <strong>de</strong> estudantes<br />

e da socieda<strong>de</strong>, superando os objetivos traçados por Leis e políticas. A gestão <strong>de</strong>mocrática é uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

organização administrativa, que, se bem entendida, estimula a participação <strong>de</strong> todos os segmentos da comunida<strong>de</strong><br />

escolar, <strong>de</strong> forma que possam contribuir no planejamento dos objetivos a serem atingidos pelas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas<br />

em cada instituição <strong>de</strong> ensino. Essas novas configurações caracterizam um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para a educação superior.<br />

Os <strong>de</strong>safios que se colocam na atualida<strong>de</strong> para o educador parecem que se multiplicam diariamente. As<br />

mudanças que ocorrem em nossa socieda<strong>de</strong> são caracterizadas tanto pela sua expansão como pelo ritmo acelerado em<br />

que elas ocorrem. Compreen<strong>de</strong>r a evolução da socieda<strong>de</strong> e da educação como fatores interligados, nos leva a apontar<br />

que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um país está condicionado à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua educação. Por meio <strong>de</strong>la, existem diferentes<br />

possibilida<strong>de</strong>s a serem trabalhadas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a socialização, o <strong>de</strong>senvolvimento mental, a preparação para o trabalho, até<br />

a construção <strong>de</strong> conhecimentos especializados.<br />

Nesse cenário, a preocupação da educação <strong>de</strong>ve se voltar para o pensar, como já dito anteriormente, ou seja,<br />

contribuir para <strong>de</strong>senvolver cidadãos críticos, conscientes e que dominem gran<strong>de</strong> parte do conhecimento, ou que sejam<br />

capazes <strong>de</strong> interagir com ele, ao mesmo tempo em que precisam acompanhar o constante avanço tecnológico.<br />

Assim, no contexto das transformações, a universida<strong>de</strong> precisa refletir sobre as suas estruturas organizacionais<br />

e os objetivos traçados para o fazer pedagógico. A gestão <strong>de</strong>mocrática, se bem entendida, po<strong>de</strong> ser uma possibilida<strong>de</strong><br />

para a re<strong>de</strong>finição do seu papel, por meio da participação <strong>de</strong> todos os segmentos envolvidos no processo, a fim <strong>de</strong><br />

estabelecer metas e traçar objetivos que realmente atendam às expectativas dos estudantes, consi<strong>de</strong>rando-se as<br />

diferentes culturas e realida<strong>de</strong>s.<br />

O <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> preparar uma geração para a vida, e para toda a vida, requer do educador não só o conhecimento<br />

da realida<strong>de</strong> em que ele está inserido, assim como a sua participação no enfrentamento dos problemas sociais <strong>de</strong> sua<br />

comunida<strong>de</strong>. Os educadores precisam estar conscientes <strong>de</strong> que a educação – notadamente a superior - ainda precisa<br />

avançar muito e que não existem fórmulas que assegurem a sua maior ou menor eficiência. Assim, é necessário<br />

aproveitar todas as possibilida<strong>de</strong>s que permitam mudanças, na tentativa <strong>de</strong> melhorá-la cada vez mais.<br />

Concebendo-se que a socieda<strong>de</strong>, por meio <strong>de</strong> suas instituições, <strong>de</strong>ve assegurar aos seus cidadãos um futuro<br />

<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s dignas, a universida<strong>de</strong> – como uma <strong>de</strong>ssas instituições – <strong>de</strong>ve contemplar, em seus projetos, as<br />

necessida<strong>de</strong>s existentes e futuras da comunida<strong>de</strong>. Necessita compor pautas <strong>de</strong> reflexões, análise e discussões internas<br />

do processo educacional, contemplando alguns aspectos como: atores sociais e o seu próprio processo <strong>de</strong> envolvimento<br />

– professores, estudantes, diretores, coor<strong>de</strong>nadores, colaboradores administrativos e comunida<strong>de</strong> na qual se inserem<br />

–, mudanças sociais e econômicas ocorridas no mundo contemporâneo que afetam a escola e processos educacionais.<br />

Reunir esses elementos em um processo analítico e comprometido com a realida<strong>de</strong> educacional e do país significa<br />

buscar subsídios para que todos os atores sociais consigam atuar, participar e transformar a socieda<strong>de</strong>.<br />

Nesse processo <strong>de</strong> ampliação <strong>de</strong> conhecimentos, todos os estágios da aprendizagem são importantes, mas<br />

cresce o realce do ensino superior como contribuinte maior para a busca dos altos <strong>de</strong>sígnios da humanida<strong>de</strong>.<br />

Um último aspecto a ser consi<strong>de</strong>rado é a universalização do acesso à educação superior. O tema é emergente,<br />

17


18<br />

complexo e <strong>de</strong> fundamental importância para a socieda<strong>de</strong> brasileira, especialmente no cenário acima <strong>de</strong>scrito. No Brasil,<br />

o acesso à educação superior sempre foi um tema polêmico especialmente, porque confronta perspectivas elitistas <strong>de</strong><br />

contenção do acesso, visando, em gran<strong>de</strong> parte, a manutenção do prestígio dos diplomas e o status dos profissionais<br />

no mercado <strong>de</strong> trabalho, com perspectivas mais populares <strong>de</strong> ampliação do acesso, que representa aspirações da<br />

socieda<strong>de</strong>, visando à obtenção <strong>de</strong> emprego que garanta melhoria nas condições <strong>de</strong> vida e ascensão social.<br />

3. MISSÃO<br />

Atuar solidária e efetivamente para o <strong>de</strong>senvolvimento integral da pessoa humana e da socieda<strong>de</strong>, por meio da<br />

geração e comunhão do saber, comprometida com a qualida<strong>de</strong> e os valores éticos e cristãos, na busca da verda<strong>de</strong>.<br />

4. VISÃO DE FUTURO<br />

Em 2020, no seu Jubileu <strong>de</strong> Prata, a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> será uma instituição <strong>de</strong> referência na<br />

extensão, na pesquisa e no ensino, indissociáveis e comprometidos com o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e a justiça<br />

social.<br />

5. PRINCíPIOS ESTRUTURANTES DA UCB<br />

5.1. Pastoralida<strong>de</strong><br />

A <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> é uma instituição <strong>de</strong> ensino, pesquisa e extensão, conforme a natureza <strong>de</strong> uma<br />

universida<strong>de</strong>, mas é também uma comunida<strong>de</strong> educativa confessional. Assim, tem sua referência numa experiência <strong>de</strong><br />

fé, por meio da qual busca ser fermento evangélico no mundo social e da cultura. Daí a importância <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a<br />

pastoralida<strong>de</strong> como o primeiro princípio estruturante da instituição.<br />

Esse princípio está ancorado no mandato <strong>de</strong> “i<strong>de</strong> e ensinai” (Cf. Mt. 28, 19s) e, como tal, <strong>de</strong>ve ressoar <strong>de</strong> forma<br />

profunda nas vísceras da instituição. Por essa razão a pastoral configura, <strong>de</strong> maneira totalizante, todas e cada uma das<br />

partes para que a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> revele os valores humanos, éticos e cristãos. Propõe-se a pastoral, portanto, como o<br />

ethos da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>.<br />

Tal ethos é ao mesmo tempo sujeito e objeto, ator e <strong>de</strong>stinatário da evangelização. Neste sentido, não está em<br />

jogo uma doutrina, um proselitismo ou uma exigência confessional, mas uma profissão <strong>de</strong> fé numa instituição que tem<br />

como sonho uma humanida<strong>de</strong> fraterna, solidária e feliz. A pastoralida<strong>de</strong> nos <strong>de</strong>safia a construir alianças ao redor <strong>de</strong><br />

uma causa coletiva, que é a <strong>de</strong> educar com base nos valores cristãos da honestida<strong>de</strong>, da justiça e da ética.<br />

A partir <strong>de</strong>sse pressuposto, a pastoralida<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda sintonia profunda com a mensagem do Evangelho, com<br />

as diretrizes da Igreja e com os carismas das Congregações associadas, proporcionando o crescimento pessoal e<br />

profissional da comunida<strong>de</strong> universitária. Por outro lado, essa comunida<strong>de</strong> educativa confessional coloca-se como uma<br />

instituição inserida na socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvendo uma educação que esteja a serviço da vida e da esperança.


O princípio da pastoralida<strong>de</strong>, imbuído do caráter acadêmico e social, caracteriza-se, também, por uma<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciativas, <strong>de</strong>stacando-se o cuidado para com as pessoas, a responsabilida<strong>de</strong> para com os processos<br />

pedagógicos e administrativos e a atenção para com os momentos celebrativos da fé cristã. Essas sugestões não po<strong>de</strong>m<br />

ser consi<strong>de</strong>radas como ativida<strong>de</strong>s isoladas, mas compõem o i<strong>de</strong>ário institucional <strong>de</strong> uma “universida<strong>de</strong> em pastoral”.<br />

A dimensão estruturante do princípio da pastoralida<strong>de</strong> busca, enfim, resgatar o sentido da vida como formação<br />

integral da pessoa humana, aprofundar valores cristãos mediante a inspiração na mensagem <strong>de</strong> Jesus Cristo e criar um<br />

espaço <strong>de</strong> convivência por meio da construção <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s orientadas por diretrizes éticas e cristãs.<br />

5.2. Extensionalida<strong>de</strong><br />

A <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> para dar cumprimento à sua missão <strong>de</strong>finiu, ainda, o princípio da<br />

extensionalida<strong>de</strong> como um elemento inspirador do seu projeto educativo. Esse princípio vem referendar uma instituição<br />

contextualizada que busca interagir com a realida<strong>de</strong> sob a ótica da universalida<strong>de</strong>. Essa universalida<strong>de</strong> operacionaliza-se<br />

à medida que a instituição for uma célula relevante <strong>de</strong>ntro da socieda<strong>de</strong>, participando com a sua especificida<strong>de</strong> para<br />

a promoção humana, a organização social e a ambientação planetária. Para justificar essa opção é oportuno retomar<br />

uma expressão talmúdica que afirma que “a coisa principal na vida não é o conhecimento, mas o uso que <strong>de</strong>le se faz”.<br />

A extensionalida<strong>de</strong>, nesse caso, caracteriza-se pelo sentido que se dá ao conhecimento.<br />

O princípio da extensionalida<strong>de</strong>, sob essa ótica, é valor epistemológico, ético e político buscado pela Instituição<br />

no seu processo educativo. Esse valor perpassa, transversalmente, todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino-aprendizagem, visando<br />

oferecer condições para a geração <strong>de</strong> competências científicas, profissionais e humanas no mundo do trabalho e em<br />

todos os espaços on<strong>de</strong> a vida po<strong>de</strong> acontecer.<br />

Por essa razão, a instituição precisa ser uma entida<strong>de</strong> aberta, dialógica, sistêmica e dinamicamente inserida<br />

na socieda<strong>de</strong>. Isso significa que, para além <strong>de</strong> pensar na formação acadêmico-científica dos estudantes, é preciso<br />

aprofundar a função <strong>de</strong> uma consciência humana e cidadã. Nesse sentido, o conhecimento gerado e sistematizado <strong>de</strong>ve<br />

ser socialmente relevante e tornar-se acessível a um maior número possível <strong>de</strong> sujeitos sociais.<br />

O princípio da extensionalida<strong>de</strong> constitui-se, portanto, numa das dimensões que <strong>de</strong>veriam, <strong>de</strong> um lado, emergir<br />

naturalmente das nossas práticas <strong>de</strong> ensino, <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong> extensão, e <strong>de</strong> outro, nortear essas mesmas práticas. Assim,<br />

uma pesquisa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>finição do tema e dos objetivos, po<strong>de</strong> ter um caráter <strong>de</strong> extensionalida<strong>de</strong> se estiver vinculada<br />

ao contexto, comprometida com a <strong>de</strong>stinação social dos seus resultados e com a acessibilida<strong>de</strong> do conhecimento<br />

gerado. O ensino, por sua vez, po<strong>de</strong> assumir a sua natureza <strong>de</strong> extensionalida<strong>de</strong> se planejado em conformida<strong>de</strong> com<br />

um diagnóstico da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem, com o cuidado com a inter e com a transdisciplinarida<strong>de</strong>, com a<br />

superação dos conceitos mecanicistas em favor <strong>de</strong> valores humanos ético-cristãos e, se estiver buscando competências<br />

e habilida<strong>de</strong>s para a formação integral do estudante, como resposta aos seus anseios e da socieda<strong>de</strong> em que vivem.<br />

Esse processo precisa irradiar uma energia que permeia o espaço acadêmico, mas também os diversos<br />

espaços sociais. Consi<strong>de</strong>rando o posicionamento da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> na região Centro-Oeste, é necessário que o seu<br />

projeto educativo contribua com o <strong>de</strong>senvolvimento regional por meio da ação comunitária, da prestação <strong>de</strong> serviços,<br />

da educação continuada e da transferência <strong>de</strong> tecnologia, mas <strong>de</strong> modo especial, com a qualida<strong>de</strong> ético-profissional<br />

dos seus egressos. Assim, o princípio da extensionalida<strong>de</strong>, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, qualifica o<br />

compromisso social da UCB.<br />

19


20<br />

5.3. Sustentabilida<strong>de</strong><br />

O processo civilizatório, a partir <strong>de</strong> meados do século passado, buscou compreen<strong>de</strong>r e interagir com a realida<strong>de</strong><br />

humana por meio do conceito e da prática da sustentabilida<strong>de</strong>. Esse movimento foi <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado, por um lado, pelas<br />

ameaças que o mundo estava enfrentando, nas mais distintas regiões e entre os mais diversos setores da socieda<strong>de</strong><br />

e, por outro, pelo <strong>de</strong>sejo expresso <strong>de</strong> construir um projeto <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong> mais condizente com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável.<br />

Nesse movimento estão presentes inúmeros segmentos da socieda<strong>de</strong> civil, <strong>de</strong> organismos governamentais e do<br />

setor produtivo. Entre esses atores, estão as instituições <strong>de</strong> educação superior, colaboradoras importantes por meio do<br />

ensino, pesquisa e extensão, da construção <strong>de</strong> um conhecimento compatível com a sustentabilida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

bem como com a eqüida<strong>de</strong>, o equilíbrio e a conservação do planeta e da humanida<strong>de</strong>.<br />

Para que tal proposta possa se tornar uma realida<strong>de</strong> efetiva nas universida<strong>de</strong>s é necessário constituir o<br />

conhecimento como alicerce da sustentabilida<strong>de</strong>. Isso revela a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da instituição e o objetivo <strong>de</strong> estar sintonizada<br />

com as necessida<strong>de</strong>s sociais e a elas respon<strong>de</strong>r pela indicação <strong>de</strong> caminhos <strong>de</strong> solução. A sustentabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> tornarse<br />

um princípio da instituição à medida que pautar o seu processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem, consi<strong>de</strong>rando, <strong>de</strong>ntre<br />

outros, o aspecto social, ecológico, econômico, ecumênico, educacional e ético.<br />

O aspecto social – eqüida<strong>de</strong>, direitos fundamentais, justiça social - <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou uma reflexão sobre os<br />

processos históricos, consi<strong>de</strong>rando, principalmente, o meio ambiente. A realida<strong>de</strong> ambiental do planeta e da socieda<strong>de</strong><br />

foi revelando sinais <strong>de</strong> agressão por parte <strong>de</strong> ações humanas, fato que está exigindo um novo posicionamento reflexivo<br />

e operativo por parte da humanida<strong>de</strong>. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservação cuidadosa e <strong>de</strong> exploração responsável são<br />

elementos essenciais <strong>de</strong> uma educação ambiental que tenha como pressuposto a sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

O aspecto econômico é fundamental para garantir a sustentabilida<strong>de</strong> financeira da instituição. Para tanto, é<br />

necessário seguir procedimentos que otimizem os recursos financeiros advindos das mensalida<strong>de</strong>s dos estudantes, e<br />

buscar, também, alternativas por meio das agências <strong>de</strong> fomento, parcerias com empresas, participação em editais<br />

públicos e outras formas <strong>de</strong> geração alternativa <strong>de</strong> receita. Dinamizar energias, criativida<strong>de</strong>, tempo e competências na<br />

busca <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> recurso financeiro é agir com responsabilida<strong>de</strong> para garantir a sustentabilida<strong>de</strong> da universida<strong>de</strong>.<br />

O aspecto ecumênico torna-se um elemento importante na universida<strong>de</strong> porque a caracteriza como uma<br />

instituição articulada, <strong>de</strong> forma sistêmica, a uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizações sociais. Tais parcerias po<strong>de</strong>m ser<br />

otimizadas com as entida<strong>de</strong>s sociais, segmentos governamentais e representantes do setor produtivo. A parceria é uma<br />

instância necessária da instituição porque nela tem lugar a relação dialógica, interativa e integrativa da universida<strong>de</strong><br />

com a socieda<strong>de</strong>. Deve haver, no entanto, o cuidado para que a relação ocorra no nível da comunicação dialogal, da<br />

representação cooperativa e do trabalho co-responsável.<br />

O aspecto educacional <strong>de</strong>veria ser o alicerce da sustentabilida<strong>de</strong> numa universida<strong>de</strong>. Para tanto, faz-se<br />

necessária a construção <strong>de</strong> um projeto pedagógico que corresponda ao dinamismo, criativida<strong>de</strong> e profundida<strong>de</strong> do que<br />

surge, efetivamente, nos processos sociais. A educação parece apontar para caminhos que sustentam esse princípio<br />

porque possibilita a participação dos sujeitos apren<strong>de</strong>ntes nos processos políticos, estratégicos e operacionais, com<br />

base na inovação, apropriação e difusão <strong>de</strong> conhecimentos.


O aspecto ético busca, enfim, compreen<strong>de</strong>r a sustentabilida<strong>de</strong> como um princípio pautado numa reflexão e<br />

numa prática educativa, objetivando <strong>de</strong>senvolver processos que garantam uma consciência cidadã e ecológica, uma<br />

governança justa e responsável e um compromisso pessoal e social. Tal processo postula a sustentabilida<strong>de</strong> como um<br />

princípio <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ador e uma finalida<strong>de</strong> acolhedora <strong>de</strong> construir, segundo Paulo Freire, o “inédito viável”.<br />

5.4. Indissociabilida<strong>de</strong><br />

Ao longo da história, a universida<strong>de</strong> foi i<strong>de</strong>ntificada como o lugar do conhecimento. Essa referência ao<br />

conhecimento implica em ter que consi<strong>de</strong>rar tanto o sujeito, quanto seu processo e seu resultado. Em relação a esse<br />

conhecimento a Constituição Fe<strong>de</strong>ral (1988) <strong>de</strong>finiu que universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem obe<strong>de</strong>cer ao princípio <strong>de</strong> indissociabilida<strong>de</strong><br />

entre ensino, pesquisa e extensão. Tais ativida<strong>de</strong>s, quando atuam <strong>de</strong> forma indissociável, potencializam as competências<br />

e habilida<strong>de</strong>s do educador e do estudante e oferecem maior consistência às ativida<strong>de</strong>s comunitárias, atingindo, <strong>de</strong>ssa<br />

forma, as finalida<strong>de</strong>s mais significativas da educação.<br />

O princípio da indissociabilida<strong>de</strong> direciona e confere unida<strong>de</strong> intrínseca à criação, sistematização e acessibilida<strong>de</strong><br />

do conhecimento. O que configura, portanto, uma integração entre essas ativida<strong>de</strong>s não é a somatória <strong>de</strong> um conjunto<br />

<strong>de</strong> ações, mas a introdução <strong>de</strong> um processo que estimula a disposição do sujeito para ensinar e apren<strong>de</strong>r por meio da<br />

pesquisa, do ensino e da extensão.<br />

As ativida<strong>de</strong>s do ensino, da pesquisa e da extensão são tempos, espaços e processos <strong>de</strong> aprendizagem, em<br />

vista da formação do educando e da transformação social. Para tanto, a universida<strong>de</strong> precisa constituir-se, cada vez<br />

mais, numa comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizes on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolvem os talentos, as competências e as habilida<strong>de</strong>s necessárias<br />

para a formação pessoal, profissional e social. A atitu<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>nte é, portanto, o elemento integrador das diversas<br />

formas <strong>de</strong> produção e comunicação do conhecimento.<br />

O princípio da indissociabilida<strong>de</strong> entre ensino, pesquisa e extensão para constituir-se num processo pedagógico<br />

tem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer, por um lado, uma aliança entre aprendizes que <strong>de</strong>sejem percorrer diversos caminhos<br />

para <strong>de</strong>scobrir, <strong>de</strong>gustar e divulgar conhecimentos e, por outro, pautar esses conhecimentos, segundo as finalida<strong>de</strong>s da<br />

educação propostas pela Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases, para o pleno <strong>de</strong>senvolvimento do educando, o exercício da cidadania<br />

e a capacitação para o trabalho.<br />

Por fim, a UCB, inspirada pelos princípios estruturantes da pastoralida<strong>de</strong>, da extensionalida<strong>de</strong>, da sustentabilida<strong>de</strong><br />

e da indissociabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>seja construir um processo educativo que seja a concretização da sua Missão. O Projeto<br />

Pedagógico Institucional precisa revelar essa opção.<br />

6. POLíTICAS INSTITUCIONAIS<br />

6.1. Políticas <strong>de</strong> Ensino<br />

A principal contribuição da UCB para a socieda<strong>de</strong> é o seu compromisso com a formação <strong>de</strong> um estudante capaz<br />

<strong>de</strong> fazer frente às necessida<strong>de</strong>s essenciais <strong>de</strong> sua vida profissional, <strong>de</strong> sua cidadania e <strong>de</strong> elevação da humanida<strong>de</strong>.<br />

Esse <strong>de</strong>safio requer a concepção <strong>de</strong> projetos pedagógicos <strong>de</strong> cursos e programas que se orientem por um<br />

21


22<br />

profundo processo <strong>de</strong> reflexão, consi<strong>de</strong>rando a sintonia e integração <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> conhecimento segundo uma avaliação<br />

crítica dos <strong>de</strong>safios relevantes da ciência, da tecnologia e da socieda<strong>de</strong>.<br />

A UCB <strong>de</strong>seja cada vez mais que a aprendizagem seja assumida como foco <strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong> educacional. Nesse<br />

sentido, sua proposta pedagógica busca propiciar:<br />

a) ambiente qualificado para a interação crítica e criativa <strong>de</strong> pessoas empenhadas em apren<strong>de</strong>r por meio da<br />

colaboração;<br />

b) aprendizagem feita a partir do contexto em que se insere e comprometida com sua transformação;<br />

c) aprendizagem por meio da indissociabilida<strong>de</strong> entre ensino, pesquisa e extensão;<br />

d) aprendizagem que faz uso integrado e reciprocamente qualificador das modalida<strong>de</strong>s presenciais e a distância, com<br />

ênfase na utilização <strong>de</strong> novas tecnologias educacionais;<br />

e) atualização constante dos Projetos Pedagógicos <strong>de</strong> Cursos;<br />

f) atuação docente centrada na orientação da aprendizagem e na coerência <strong>de</strong> sua avaliação;<br />

g) formação pedagógica contínua do corpo docente com foco na aprendizagem e em sua orientação e avaliação;<br />

h) avaliação permanente do <strong>de</strong>sempenho docente pelos estudantes;<br />

i) monitoramento constante dos resultados obtidos pelos estudantes nos exames nacionais <strong>de</strong> cursos;<br />

j) monitoramento contínuo dos resultados obtidos pelos cursos e programas nas avaliações internas e externas;<br />

l) melhoria constante da infra-estrutura e do acervo bibliográfico à disposição dos cursos e programas, incentivando o<br />

uso compartilhado e facilitando a integração <strong>de</strong> docentes e estudantes das várias áreas <strong>de</strong> conhecimento;<br />

m) oferta qualificada <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação continuada aos estudantes, por meio <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> especialização<br />

e programas <strong>de</strong> Stricto Sensu;<br />

n) melhoria constante dos vários serviços <strong>de</strong> atendimento aos estudantes, especialmente na oferta <strong>de</strong> alternativas para<br />

a conclusão <strong>de</strong> seus estudos.<br />

6.2. Políticas <strong>de</strong> Educação à Distância<br />

A Educação à distância (EAD) se insere no marco geral das políticas <strong>de</strong> ensino da UCB. A EAD é compreendida<br />

como uma modalida<strong>de</strong> educacional que <strong>de</strong>ve se orientar pelos mesmos princípios e políticas institucionais. Nesse<br />

sentido, a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas específicas para a EAD tem como objetivo ampliar o seu <strong>de</strong>senvolvimento e inovação.<br />

Visando respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma mais ampla aos apelos da Missão e das novas exigências sociais <strong>de</strong> formação,


em que as barreiras do tempo e do espaço <strong>de</strong>vem ser superadas, a UCB optou por processos educacionais flexíveis<br />

e estabeleceu a EAD como um dos seus eixos estratégicos <strong>de</strong> atuação. Para tanto, criou a UCB VIRTUAL, uma área<br />

específica, responsável por planejar, produzir e gerenciar ações <strong>de</strong> EAD.<br />

A UCB VIRTUAL se organiza <strong>de</strong> forma a criar sinergia com as diferentes esferas da universida<strong>de</strong> em ações que<br />

integram ensino, pesquisa e extensão. Orienta-se pelos seguintes princípios:<br />

a) foco na aprendizagem do estudante - concepção e <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s da educação a distância tendo<br />

como centro o contexto, as características e as necessida<strong>de</strong>s dos estudantes;<br />

b) priorida<strong>de</strong> para os processos interativos - utilização <strong>de</strong> metodologias e ferramentas <strong>de</strong> comunicação (síncrona e<br />

assíncrona) para a garantia <strong>de</strong> uma dinâmica com forte interação entre os atores (estudantes, professores, pessoal <strong>de</strong><br />

suporte, gestores etc.) conformando uma sólida comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem;<br />

c) construção da autonomia – <strong>de</strong>senho e implementação <strong>de</strong> estratégias pedagógicas com o objetivo <strong>de</strong> que os estudantes<br />

<strong>de</strong>senvolvam competências no trabalho cooperativo, na resolução <strong>de</strong> problemas, na investigação crítica e criativa;<br />

d) capacitação <strong>de</strong> pessoal – investimento na capacitação continuada dos professores e <strong>de</strong>mais atores envolvidos para<br />

que possam participar <strong>de</strong> forma significativa dos processos interativos mediados por tecnologias da informação e da<br />

comunicação;<br />

e) qualida<strong>de</strong> dos materiais didáticos – estruturados em formato hipertextual e construídos para incentivar a curiosida<strong>de</strong><br />

e a pesquisa; são <strong>de</strong>senvolvidos por uma equipe multidisciplinar para cada uma das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Estudos que compõem<br />

a matriz curricular dos cursos;<br />

f) suporte tecnológico – adoção da Internet como plataforma tecnológica privilegiada para o <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />

cursos pelo seu potencial <strong>de</strong> interativida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> inclusão social;<br />

g) <strong>de</strong>mocratização do acesso - contribuição para a <strong>de</strong>mocratização do acesso ao ensino superior por meio da oferta <strong>de</strong><br />

cursos a distância em todo o território nacional e no exterior, prioritariamente em países com gran<strong>de</strong>s concentrações<br />

<strong>de</strong> brasileiros e em países <strong>de</strong> língua portuguesa.<br />

6.3. Políticas <strong>de</strong> Pesquisa<br />

é compromisso da UCB oferecer formação sólida, integral, investigativa e crítica, tanto na dimensão humanística<br />

quanto técnica. A pesquisa assume fundamental importância para o cumprimento <strong>de</strong>sse objetivo. Nesse sentido, a<br />

política <strong>de</strong> pesquisa da UCB prevê a criação e o fortalecimento <strong>de</strong> núcleos <strong>de</strong> excelência interdisciplinares para as<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa, com vistas a possibilitar o <strong>de</strong>senvolvimento e o melhoramento contínuos na formação do<br />

estudante <strong>de</strong> graduação e <strong>de</strong> pós-graduação. Ao mesmo tempo, a política <strong>de</strong> pesquisa está orientada para contribuir<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento local e regional, <strong>de</strong> forma sustentável e em sintonia com a Missão institucional.<br />

Na medida em que a sustentabilida<strong>de</strong> permeia todas as ações da UCB, são estimuladas iniciativas voltadas<br />

para obtenção <strong>de</strong> financiamento externo das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa, para suprir <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> custeio e investimento,<br />

bem como para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos que possam contribuir para o avanço do conhecimento e geração <strong>de</strong><br />

23


24<br />

inovações para aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas da socieda<strong>de</strong>. Nesse sentido, as políticas <strong>de</strong> pesquisa se orientam para:<br />

a) estabelecer parcerias com entida<strong>de</strong>s públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, com vistas ao processo <strong>de</strong><br />

inovação;<br />

b) incentivar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa que respondam às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> inovação e <strong>de</strong> avanço<br />

tecnológico no âmbito local e regional;<br />

c) garantir a participação <strong>de</strong> estudantes na execução <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa, <strong>de</strong> forma a consolidar a formação<br />

profissional e acadêmica;<br />

d) promover, por meio da pesquisa, uma cultura <strong>de</strong> inovação no âmbito da UCB.<br />

6.4. Políticas <strong>de</strong> Extensão<br />

A <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>, na disposição para implementar as políticas <strong>de</strong> Extensão, procura pautar<br />

seu processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem por meio <strong>de</strong> uma política institucional, <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> compromisso social e<br />

<strong>de</strong> projetos sócio-comunitários, conforme segue:<br />

a) a política institucional é compreendida pela dimensão <strong>de</strong> extensionalida<strong>de</strong>, isto é, pela apropriação por parte <strong>de</strong> toda<br />

a universida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa finalida<strong>de</strong> educativa, <strong>de</strong>ssa ótica social e <strong>de</strong>ssa postura ética;<br />

b) o processo <strong>de</strong> compromisso social procura compreen<strong>de</strong>r a universida<strong>de</strong> como um micro sistema que atua no conjunto<br />

do sistema social, com o objetivo <strong>de</strong> inaugurar projetos que sinalizem para a dignida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> justiça social;<br />

c) os projetos sócio-comunitários constituem-se em espaços <strong>de</strong> atuação acadêmica e <strong>de</strong> interação comunitária. Nesses<br />

projetos, fazem-se presentes os estudantes, professores, funcionários e representantes dos segmentos sociais, com o<br />

objetivo <strong>de</strong> qualificar o seu processo apren<strong>de</strong>nte.<br />

A Pró-Reitoria <strong>de</strong> Extensão, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concretizar as políticas acima indicadas, assume um caráter<br />

indissociável, transversal e sistêmico para encaminhar as ações políticas da extensão, a saber:<br />

a) criação <strong>de</strong> instrumentos para o acesso e comunicação do conhecimento por meio da educação continuada, prestação<br />

<strong>de</strong> serviços, transferência <strong>de</strong> inovação e tecnologia e ação comunitária;<br />

b) promoção <strong>de</strong> ações, institucionalmente articuladas, que visem à conscientização da pastoralida<strong>de</strong> como eixo norteador<br />

da estrutura e dinâmica da universida<strong>de</strong>;<br />

c) otimização <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> interação com organismos governamentais e não governamentais para contribuir com<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento regional sustentável.


6.5. Políticas <strong>de</strong> Gestão<br />

Os princípios estruturantes da UCB, sua Missão e sua Visão <strong>de</strong> Futuro <strong>de</strong>vem permear todos os seus projetos<br />

e ativida<strong>de</strong>s. Com esse intuito, a UCB orienta sua gestão para ser participativa, sistêmica, ágil e competitiva, buscando<br />

respon<strong>de</strong>r às suas <strong>de</strong>mandas estratégicas e às necessida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>.<br />

A atuação, responsável e comprometida na gestão, constrói e consolida a universida<strong>de</strong>. é por meio das políticas<br />

<strong>de</strong> gestão que a UCB busca dar condições para que as <strong>de</strong>mais políticas se estabeleçam em plenitu<strong>de</strong>, conforme<br />

segue:<br />

a) a gestão da UCB tem como base o planejamento estratégico, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão estratégica, resultantes da<br />

avaliação realizada no período 2004-2005, bem como da revisão realizada em 2007, quando optou pela re<strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />

sua Visão <strong>de</strong> Futuro;<br />

b) a gestão orienta-se para a realização da Missão da UCB. é por causa <strong>de</strong> sua Missão, e para bem realizá-la, que busca<br />

atingir resultados <strong>de</strong>sejáveis. Por resultados <strong>de</strong>sejáveis enten<strong>de</strong>-se, <strong>de</strong> um lado, a satisfação <strong>de</strong> estudantes, professores<br />

e <strong>de</strong>mais colaboradores e, <strong>de</strong> outro, a realização das diretrizes e metas orçamentárias fixadas pela Mantenedora;<br />

c) a gestão baseia-se nos princípios estruturantes da UCB: pastoralida<strong>de</strong>, extensionalida<strong>de</strong>, sustentabilida<strong>de</strong> e<br />

indissociabilida<strong>de</strong>;<br />

d) a abordagem adotada para a gestão busca sinergia entre inteligência competitiva, gestão do conhecimento, relações<br />

interinstitucionais estratégicas e re<strong>de</strong> <strong>de</strong> agentes estratégica da UCB;<br />

e) forte integração entre a comunicação institucional e o marketing para que a socieda<strong>de</strong> perceba a<strong>de</strong>quadamente o<br />

papel da UCB e <strong>de</strong> sua estratégia;<br />

f) as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento e avaliação observam toda a estratégia e sua gestão, acompanhando-as, repensandoas<br />

e ajustando-as diante das mudanças do mundo e da UCB;<br />

g) manutenção do equilíbrio entre tamanho e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu quadro <strong>de</strong> pessoal técnico, administrativo e docente,<br />

consi<strong>de</strong>rando a requerida plasticida<strong>de</strong>, postura pró-ativa e prática prospectiva <strong>de</strong> cada colaborador, todos comprometidos<br />

com a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> institucional. O conceito <strong>de</strong> plasticida<strong>de</strong> em uso faz referência à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observação e adaptação<br />

<strong>de</strong> um profissional no que tange aos seus olhares/visões para as questões educacionais, pedagógicas, científicas,<br />

mercadológicas e <strong>de</strong> gestão;<br />

h) orientação da gestão acadêmica para o cuidado, a escuta e o acolhimento das inquietações e projetos dos estudantes,<br />

consi<strong>de</strong>rados os talentos que justificam a existência da UCB;<br />

i) <strong>de</strong>cisão e estímulo a iniciativas que possam contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento da cultura da inovação na UCB;<br />

j) gestão estratégica para a tecnologia, a inovação e o sistema <strong>de</strong> produção e serviços. No âmbito da tecnologia,<br />

consi<strong>de</strong>ra-se que:<br />

25


26<br />

• a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação <strong>de</strong>ve ser suportada por tecnologia a<strong>de</strong>quada para alcançar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada;<br />

• a infra-estrutura da UCB <strong>de</strong>ve ser posta a serviço da socieda<strong>de</strong> como forma <strong>de</strong> apoiar a sustentabilida<strong>de</strong><br />

institucional;<br />

• a tecnologia <strong>de</strong>ve ser organizada e utilizada para suportar a gestão estratégica da UCB.<br />

No que tange à inovação, consi<strong>de</strong>rando-a na educação, na tecnologia, nas relações <strong>de</strong> parceria, a UCB enten<strong>de</strong><br />

ser fundamental a operação <strong>de</strong> um Núcleo <strong>de</strong> Inteligência e Inovação Tecnológica – NIIT, com papel <strong>de</strong> organização,<br />

geração <strong>de</strong> inteligência, apoio e facilitação dos processos/projetos <strong>de</strong> inovação associados a todos os membros da<br />

Instituição.<br />

Por fim, o sistema <strong>de</strong> produção e serviços <strong>de</strong>ve garantir melhor relação custo/benefício, com qualida<strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>quada para a execução das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino, pesquisa, extensão e gestão da UCB. Este propósito gera as<br />

seguintes diretrizes:<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

uso intensivo e integrado <strong>de</strong> tecnologia da informação nos processos <strong>de</strong> negócio;<br />

gestão orientada a resultados: sociais, econômicos e financeiros;<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> serviços e produtos voltados para o mercado e alinhados com a Missão institucional;<br />

investimento no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> educação continuada e flexível, viabilizando o acesso e permanência<br />

<strong>de</strong> estudantes no ensino superior;<br />

expansão da oferta do serviço da UCB, em âmbito nacional e internacional, focada nos <strong>de</strong>mais estados da fe<strong>de</strong>ração,<br />

em países com gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> brasileiros e em países <strong>de</strong> língua portuguesa.<br />

l) ampliação do uso <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> aprendizagem (biblioteca, laboratórios, computadores, internet, ambientes<br />

virtuais <strong>de</strong> aprendizagem, recursos <strong>de</strong> TV e ví<strong>de</strong>o, data show, entre outros). Esses recursos <strong>de</strong>vem ser estudados,<br />

valorizados, planejados, implantados e administrados <strong>de</strong> forma cuidadosa para garantir o compartilhamento do uso e do<br />

aproveitamento a<strong>de</strong>quado, seja do ponto <strong>de</strong> vista da aprendizagem, seja do ponto <strong>de</strong> vista do emprego racional;<br />

m) análise <strong>de</strong> mercado para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> expansão das ativida<strong>de</strong>s acadêmico-científicas da UCB,<br />

bem como <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> captação e ampliação <strong>de</strong> receitas alternativas;<br />

n) estímulo às iniciativas empreen<strong>de</strong>doras <strong>de</strong> colaboradores, cursos e programas, apoiados em <strong>de</strong>finições e mecanismos<br />

éticos <strong>de</strong> incentivo financeiro aos propositores <strong>de</strong> projetos bem sucedidos, tendo como inspiração a melhoria da<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e a cultura da solidarieda<strong>de</strong>;<br />

o) estímulo à cultura do empreen<strong>de</strong>dorismo dos estudantes, por meio do incentivo e apoio às empresas juniores dos<br />

cursos e da incubadora <strong>de</strong> empresas.<br />

6.6. Políticas <strong>de</strong> Relacionamento<br />

O conhecimento, que é ao mesmo tempo construção e transformação, adquire um novo valor quando se lança<br />

um olhar sobre todos os envolvidos e engajados, sejam estudantes e familiares, docentes e colaboradores técnicoadministrativos,<br />

órgãos reguladores, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino pública e privada, outras instituições tanto governamentais quanto<br />

não-governamentais.


O saber é produtor do conhecimento e passa a ser produto <strong>de</strong>sse conhecimento numa interação constante<br />

entre aquele que possibilita o aprendizado e aquele que o adquire. Consi<strong>de</strong>rando uma visão sistêmica do aprendizado,<br />

é possível incluir no processo todos os protagonistas anteriormente citados.<br />

Nesse sentido, fez-se necessário criar um Plano Integrador <strong>de</strong> Comunicação capaz <strong>de</strong> buscar as ações <strong>de</strong><br />

comunicação isoladas em cada setor e integrá-las em torno <strong>de</strong> um pensamento e ações únicos. A implantação do<br />

Plano Integrador <strong>de</strong> Comunicação começou no fim <strong>de</strong> 2007 e <strong>de</strong>ve esten<strong>de</strong>r-se ao longo <strong>de</strong> 2008, ajustando-se às<br />

necessida<strong>de</strong>s da UCB, adaptando-se à realida<strong>de</strong> do mercado, propondo-se uma unida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntitária e preparando as<br />

bases para o Plano <strong>de</strong> Comunicação Integrada.<br />

A idéia básica do PIC é promover a humanização dos relacionamentos e a sustentabilida<strong>de</strong> financeira da<br />

instituição, por meio do alinhamento, coor<strong>de</strong>nação, articulação, estruturação e fortalecimento das ações <strong>de</strong> comunicação<br />

social, e se propõe a:<br />

a) melhorar a qualida<strong>de</strong> dos relacionamentos da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> com seus públicos;<br />

b) oferecer suporte ao cumprimento integral dos Objetivos Estratégicos do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão estratégica da UCB;<br />

c) contribuir para a sustentabilida<strong>de</strong> financeira da instituição;<br />

d) cumprir integralmente as ações <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um cronograma viável e <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> conjunto;<br />

e) garantir o reconhecimento da instituição por seus públicos <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> acordo com os valores pretendidos.<br />

Consi<strong>de</strong>ramos como nossos públicos prioritários e <strong>de</strong>stinatários dos nossos esforços <strong>de</strong> comunicação, os três<br />

gran<strong>de</strong>s grupos a seguir:<br />

a) interno - aqueles direta e imediatamente ligados à instituição: estudantes, professores e colaboradores técnicoadministrativos;<br />

b) externo - aqueles que têm po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> interferência, mas não estão diretamente ligados à UCB : comunida<strong>de</strong>,<br />

concorrentes, egressos, familiares dos estudantes, organismos governamentais, gran<strong>de</strong> imprensa, imprensa local e<br />

socieda<strong>de</strong> civil organizada;<br />

c) misto - aqueles que têm, simultaneamente, feições <strong>de</strong> interno e externo: familiares dos colaboradores em geral,<br />

fornecedores, mantenedora e suas mantidas e terceirizados.<br />

Para cuidar <strong>de</strong> todos os nossos públicos prioritários e <strong>de</strong>stinatários, as ações foram divididas em seis<br />

programas:<br />

1. Ajuste <strong>de</strong> posicionamento;<br />

2. POP - Programa <strong>de</strong> Orientação Profissional;<br />

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28<br />

3. Presença permanente na mídia;<br />

4. Comunicação interna;<br />

5. Comunicação institucional;<br />

6. Portal UCB.<br />

Cada um <strong>de</strong>sses programas se subdivi<strong>de</strong> em diversas ações visando conectar os interesses da UCB aos anseios<br />

<strong>de</strong> seus diversos públicos, frente a uma nova realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercado, mantendo, porém, a tônica do compromisso social.<br />

é pelo compromisso social que se preten<strong>de</strong> afirmar para a socieda<strong>de</strong>, por meio <strong>de</strong> discurso e ação compatíveis, que a<br />

UCB é uma instituição séria, ética, profissional e cidadã.<br />

7. ORGANIzAçÃO DIDáTICO PEDAGóGICA<br />

Pensar a formação universitária, sua natureza e suas implicações exige fazer a escolha por uma <strong>de</strong>terminada<br />

perspectiva pedagógica. Essa escolha insere-se na reflexão e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> qual é o papel da universida<strong>de</strong> frente à<br />

socieda<strong>de</strong> e em relação aos grupos que a compõe, compreen<strong>de</strong>ndo suas complexida<strong>de</strong>s, os fatores constituintes e, ao<br />

mesmo tempo, construindo perspectivas <strong>de</strong> intervenção por meio do conhecimento.<br />

Para enfrentar tal <strong>de</strong>safio, a UCB faz opção por uma perspectiva integradora, formadora da pessoa em suas<br />

diversas dimensões. A consolidação <strong>de</strong>ssa perspectiva tem como base a utilização da inter<strong>de</strong>pendência dos diferentes<br />

elementos que se busca integrar. Nesse sentido, ensino, pesquisa e extensão resultam indissociáveis, não apenas por<br />

um preceito legal, mas por uma opção pedagógica. Ensino não é apenas contato com o conhecimento produzido. é<br />

também produção <strong>de</strong> conhecimento novo. E, em qualquer dos casos, <strong>de</strong>ve apontar para o questionamento crítico,<br />

posto que o conhecimento é sempre construção e reconstrução. Por outro lado, conhecimento que inova nem sempre<br />

transforma e humaniza. Eis o fundamento para o sentido pedagógico da indissociabilida<strong>de</strong>, tal como se coloca para a<br />

UCB. Assim, a formação oferecida pela UCB busca dar como resposta à socieda<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> integração, na qual<br />

elementos que inicialmente po<strong>de</strong>m apresentar-se como dissociados, religam-se em função <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado objetivo.<br />

Como instituição social, a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> vem sendo instigada a dar sua contribuição na formação <strong>de</strong> profissionais<br />

capazes <strong>de</strong> atuação qualificada em diferentes setores. Assim, a discussão do que seja conhecer é fundamental para<br />

que essa atuação seja efetiva. Instalar esta discussão é uma opção institucional que não se limita a buscar respostas<br />

prontas, mas que abre espaços para que as diversas áreas constituintes <strong>de</strong> seu fazer possam pronunciar-se. Assim o<br />

caráter crítico da abordagem universitária po<strong>de</strong> manifestar-se e, no <strong>de</strong>bate, construir suas propostas.<br />

Uma das perguntas instigantes nesse sentido que po<strong>de</strong> ser listada <strong>de</strong>ntre tantas outras é a seguinte: quais são<br />

as condições que precisam ser satisfeitas para <strong>de</strong>screver alguém como conhecedor <strong>de</strong> algo? As possíveis respostas<br />

para tal questão vão além <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong>volutivos <strong>de</strong> avaliações prescritivas. Referem-se a um processo no qual a<br />

crença <strong>de</strong> que se sabe algo movimenta sua utilização e faz com que seja estabelecida relação com a idéia <strong>de</strong> uma<br />

verda<strong>de</strong>, justificando seu uso e escolha, e produzindo conhecimento. é esse constante <strong>de</strong>vir, associado à idéia <strong>de</strong><br />

espaço socialmente <strong>de</strong>legado <strong>de</strong> construção e produção do conhecimento, que a UCB busca manter em sua concepção<br />

e atuação pedagógicas, em qualquer modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação.


A coerência entre proposta, documentação institucional e atuação é que cria condições para a integração<br />

acontecer nas salas <strong>de</strong> aula, no ambiente virtual, no Campus, seja na forma como seus profissionais e estudantes se<br />

relacionam entre si, seja nas relações que estabelecem com o conhecimento. A complementarida<strong>de</strong> e a integração dos<br />

diversos campos do saber avançam em uma formação focada no fazer colaborativo, buscando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

uma integração no olhar, na pesquisa e na intervenção social.<br />

Nesse contexto, as disciplinas comuns em uma <strong>de</strong>terminada área do conhecimento visam fortalecer e<br />

fundamentar o conhecer daquela área, estabelecendo relações <strong>de</strong> mútua justificativa e relevância, mantendo-se, assim,<br />

as características <strong>de</strong> um sistema. Esse sistema envolve o uso <strong>de</strong> áreas do conhecimento, <strong>de</strong>terminadas na UCB para<br />

constituírem-se como espaço <strong>de</strong> troca, discussão, elaboração e fortalecimento da formação pretendida. Tal espaço<br />

é entendido como fundamental na constituição <strong>de</strong>ssa instituição, pois não é mero momento formal, mas espaço<br />

fundante da dialogicida<strong>de</strong> do ato <strong>de</strong> conhecer. Fazer uma formação universitária é <strong>de</strong>sfrutar da rica e complexa re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> conhecimentos nela disponível.<br />

Para que o sistema seja completo, propõem-se disciplinas básicas <strong>de</strong> caráter geral, buscando, além da área,<br />

a integração <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada formação em busca <strong>de</strong> um perfil institucional. Esse perfil passa por diversas áreas,<br />

possibilitando alinhavá-las em uma única trama, oportunizando aos estudantes um processo <strong>de</strong> formação integrado e<br />

multifacetado.<br />

7.1. Projetos pedagógicos <strong>de</strong> curso (PPC)<br />

O PPC materializa a promessa da UCB aos seus estudantes. é por meio <strong>de</strong>le que se compromete diretamente<br />

com certa perspectiva formativa. é por meio <strong>de</strong>le que a UCB se coloca o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> colaborar na realização dos<br />

sonhos da juventu<strong>de</strong>, <strong>de</strong> seus familiares e da socieda<strong>de</strong> como um todo. O PPC, portanto, é mais que um documento;<br />

é a expressão viva e dinâmica da promessa da UCB, portanto, <strong>de</strong> sua Missão. Disso <strong>de</strong>corre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> zelo<br />

permanente para que o PPC seja algo sempre atual e relevante.<br />

Nessa perspectiva, a UCB enten<strong>de</strong> que o PPC e sua necessária e contínua renovação estão além da esfera e dos<br />

propósitos exclusivos <strong>de</strong> um curso. Deve, portanto, provocar o interesse mais amplo <strong>de</strong> área <strong>de</strong> conhecimento, no primeiro<br />

momento, e das <strong>de</strong>mais áreas, naquilo que <strong>de</strong>safiar as interfaces necessárias, no segundo momento. Assim entendido,<br />

o PPC é, ao mesmo tempo, gerador e fruto do diálogo entre as áreas <strong>de</strong> conhecimento presentes na universida<strong>de</strong>.<br />

Sua revisão e atualização <strong>de</strong>verão pautar-se pelo trabalho coletivo do curso e das áreas <strong>de</strong> conhecimento, interligando<br />

os interesses do ensino, da pesquisa, da extensão e da gestão, especialmente no que se refere à sustentabilida<strong>de</strong> da<br />

universida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> seus produtos e serviços.<br />

A UCB enten<strong>de</strong> que o currículo, para dar conta da complexida<strong>de</strong> do conhecimento e da centralida<strong>de</strong> da<br />

aprendizagem, <strong>de</strong>ve abrir mão <strong>de</strong> sua perspectiva extensiva e concentrar-se no essencial, oportunizando a pesquisa<br />

como condição para uma educação qualificada e qualificadora. Sendo assim, a aula <strong>de</strong>ve ce<strong>de</strong>r o lugar central do<br />

processo pedagógico à pesquisa e à elaboração autoral dos estudantes e <strong>de</strong> seus professores. A aula possui seu papel,<br />

mas não po<strong>de</strong> ocupar o centro da organização do trabalho pedagógico.<br />

A pesquisa tem duplo papel. Por um lado, eixo da aprendizagem do estudante, estimula-o à investigação, à<br />

reconstrução do conhecimento e à elaboração própria. A UCB enten<strong>de</strong> que esse caminho é o da criação <strong>de</strong> um cidadão<br />

competente e capaz <strong>de</strong> intervenções propositivas na socieda<strong>de</strong>. Nessa perspectiva, apren<strong>de</strong>r é pronunciar o mundo,<br />

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30<br />

é modificá-lo, como afirmou Paulo Freire. Por outro lado, a instituição também <strong>de</strong>ve ocupar-se da prática docente,<br />

criando condições para que o professor reflita e investigue sua prática pedagógica e possa continuar apren<strong>de</strong>ndo sobre<br />

o ensinar-apren<strong>de</strong>r.<br />

Cabe ainda ressaltar o esforço da UCB para realizar uma articulação reciprocamente qualificadora das<br />

modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação presencial e a distância. Por que reciprocamente qualificadora? Na UCB, a experiência <strong>de</strong><br />

educação a distância tem sido profundamente enriquecedora para a educação presencial, seja pelo estímulo ao uso<br />

das novas tecnologias educacionais, seja pelo <strong>de</strong>slocamento que induz nos professores, no que se refere à concepção<br />

tradicional da aula, do estudo e da avaliação da aprendizagem. De outro lado, a experiência da educação presencial<br />

levou a <strong>Católica</strong> Virtual a escolher um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> educação a distância que tem no professor seu principal diferencial. é<br />

nessa perspectiva que os PPCs dos diferentes cursos buscam aproximar as duas modalida<strong>de</strong>s, não apenas para cumprir<br />

legislação e diminuir custos, mas para tornar mais rica, atual e versátil a formação que oferece aos seus estudantes.<br />

7.2. Foco na aprendizagem e em sua orientação e avaliação<br />

A UCB tem consciência do vasto campo no qual se insere a educação e seus <strong>de</strong>safios, seja na formação dos<br />

estudantes, seja na formação científica e pedagógica <strong>de</strong> seus professores. Por essa razão, enten<strong>de</strong> que nem só <strong>de</strong><br />

ciência vive um professor. Um professor se faz <strong>de</strong> ciência e pedagogia. E mesmo essa constatação já encerra um<br />

universo amplo para o entendimento. Nesse sentido, opta por focar a aprendizagem, sua orientação e sua avaliação. E<br />

o faz com a perspectiva <strong>de</strong> aproximar os professores e os estudantes dos resultados mais recentes e relevantes das<br />

pesquisas sobre como as pessoas apren<strong>de</strong>m, traduzindo-as para um processo <strong>de</strong> interação, no qual o professor se<br />

coloca como orientador do ato <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e avaliador do <strong>de</strong>sempenho e dos resultados em andamento.<br />

Compreen<strong>de</strong>-se que as pessoas apren<strong>de</strong>m <strong>de</strong> diversas maneiras, a partir do que já sabem e, <strong>de</strong> certa forma,<br />

contra o que já sabem. Em uma perspectiva <strong>de</strong> integração, o sabido é acolhido e problematizado, nunca negado. A<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação precisa intermediar o encontro do senso comum com o senso crítico, construindo, em diversos<br />

movimentos, um conhecimento crítico e com sentido. Tornar o já sabido e aceito algo incômodo e questionável é papel<br />

do processo formativo. Isso não se faz por uma única via, ou seja, ao problematizar o senso comum a universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ve problematizar-se também, percorrendo “criticamente o caminho da crítica”, como advertiu Boaventura <strong>de</strong> Sousa<br />

Santos.<br />

O conhecimento que os estudantes <strong>de</strong>têm é central para o processo pedagógico. é ponto <strong>de</strong> partida: O que<br />

eles já sabem? O que fundamenta esse saber? Que trajetos resultaram no saber atual? Essas questões apontam para<br />

um processo a ser percorrido pelo diálogo e pela cooperação entre todos os envolvidos.<br />

Compreen<strong>de</strong>ndo a aprendizagem como elemento central <strong>de</strong> sua proposta pedagógica, a UCB se coloca uma<br />

questão política: a centralida<strong>de</strong> na aprendizagem significa compromisso com o futuro. Complexida<strong>de</strong>, problematização<br />

e estruturação tomam conta do discurso como perspectiva <strong>de</strong> releitura da realida<strong>de</strong>, tendo-a como objeto <strong>de</strong> análise, ao<br />

mesmo tempo em que se compõe como espaço do fazer. Nesse sentido a condição crítica é constitutiva da universida<strong>de</strong><br />

e espera-se <strong>de</strong>la posicionamento que aponte para um futuro mais promissor e ético se comparado com a nossa<br />

experiência presente.<br />

Todos estes fatores relacionados à aprendizagem exigem um cuidado rigoroso com os saberes já existentes,<br />

criticida<strong>de</strong> e compromisso ético e estético com os estudantes e com a socieda<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> exigir, também, uma


evisão do lugar da aula <strong>de</strong>ntro da universida<strong>de</strong>. A centralida<strong>de</strong> da aula é resultado <strong>de</strong> uma perspectiva instrucional<br />

que não favorece a autoria. Por vezes, a organização do trabalho pedagógico pren<strong>de</strong> e isola os estudantes em salas,<br />

assistindo aulas, ouvindo explicações e fazendo provas. Desse modo, priva-os do que uma universida<strong>de</strong> tem <strong>de</strong> melhor:<br />

a experiência do <strong>de</strong>bate, da crítica, da argumentação e da elaboração própria.<br />

A aprendizagem centrada na pesquisa e na autoria do estudante e do professor aponta para uma re<strong>de</strong>finição<br />

do papel da avaliação no processo <strong>de</strong> aprendizagem. Geralmente, em especial na perspectiva instrucional, a avaliação<br />

é reduzida a momentos especiais <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> provas ou testes, on<strong>de</strong> se verifica o resultado das aulas. Nesse<br />

sentido, infelizmente, algumas vezes as avaliações são utilizadas como momentos <strong>de</strong> “acertos <strong>de</strong> contas” na relação<br />

entre professores e estudantes, com prejuízo para os últimos. é preciso consi<strong>de</strong>rar que o processo <strong>de</strong> avaliação é um<br />

momento <strong>de</strong> exercício <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e como tal, também precisa ser avaliado.<br />

A UCB aceita a avaliação como tendo, antes <strong>de</strong> tudo, um caráter formativo, ou seja, avalia-se para ampliar o<br />

processo <strong>de</strong> aprendizagem, para apreen<strong>de</strong>r o que se está apren<strong>de</strong>ndo, o que ainda não está compreendido e seus motivos.<br />

O processo <strong>de</strong> avaliação é um instrumento para revisão da intervenção dos professores. Avaliando a aprendizagem dos<br />

estudantes se avalia o itinerário tomado pelo professor. Portanto, a avaliação, mais do que seu caráter formativo, possui<br />

sua dimensão <strong>de</strong> diagnóstico e subsídio para o plano <strong>de</strong> ensino. Além disso, a avaliação precisa tornar-se prática <strong>de</strong><br />

retorno, <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> conteúdos, <strong>de</strong> visualização do erro no processo, momento especial <strong>de</strong> retomada do aprendizado<br />

e <strong>de</strong> redirecionamento da atuação <strong>de</strong> professores e estudantes.<br />

7.3. Inclusão e Diversida<strong>de</strong><br />

Segundo a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS), cerca <strong>de</strong> 10% da população mundial têm necessida<strong>de</strong>s<br />

especiais. Se este percentual for aplicado ao Brasil, nós teremos cerca <strong>de</strong> 18 milhões <strong>de</strong> pessoas com necessida<strong>de</strong>s<br />

especiais. Dessa forma, <strong>de</strong>veria ser premissa das universida<strong>de</strong>s li<strong>de</strong>rarem os incentivos a estudos e formação <strong>de</strong><br />

profissionais aptos a lidar com a problemática da inclusão.<br />

ma possível <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> incluir (inclusão) seria o mesmo que compreen<strong>de</strong>r, que por sua vez quer dizer<br />

enten<strong>de</strong>r, “alcançar com a inteligência”, a importância <strong>de</strong>sta inclusão, não só para os <strong>de</strong>ficientes, mas também para os<br />

ditos “normais”.<br />

O outro em sua diferença nos constituiu. Logo, a diversida<strong>de</strong> é uma condição para nossa humanida<strong>de</strong>. A<br />

partir <strong>de</strong>ssa perspectiva, o Ministério da Educação teve como iniciativa o programa Diversida<strong>de</strong> na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> para<br />

favorecer o ingresso e permanência, na universida<strong>de</strong>, da população socialmente <strong>de</strong>sfavorecida, por meio da melhoria<br />

da qualida<strong>de</strong> do ensino médio, da inclusão social e do combate à discriminação racial e étnica. é importante adotar a<br />

filosofia da inclusão consi<strong>de</strong>rando ainda, as pessoas portadoras <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s educacionais especiais (PNES).<br />

A <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong>, sensibilizada com o conjunto <strong>de</strong> problemas concernentes à inclusão <strong>de</strong><br />

PNES, está totalmente adaptada, no que se refere à infra-estrutura física, para acolhê-los, além <strong>de</strong> promover ações <strong>de</strong><br />

extensão, cujo objetivo é apoiar a inclusão <strong>de</strong> estudantes com ausência <strong>de</strong> visão, audição, fala ou mobilida<strong>de</strong> física no<br />

contexto universitário. Para tanto, <strong>de</strong>senvolve ações interdisciplinares e integradas que possam favorecer a implantação<br />

<strong>de</strong> uma política institucional que garanta o acesso e a permanência <strong>de</strong> portadores com necessida<strong>de</strong>s especiais na UCB.<br />

Mais do que isso, <strong>de</strong>senvolve, também, ações <strong>de</strong> capacitação e acompanhamento profissional <strong>de</strong> seus funcionários com<br />

necessida<strong>de</strong>s especiais.<br />

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Uma das ações implantadas na UCB para aten<strong>de</strong>r os PNES constitui-se no funcionamento <strong>de</strong> uma sala <strong>de</strong><br />

apoio a essas pessoas on<strong>de</strong> estão disponibilizados diversos serviços, <strong>de</strong>ntre eles: ledor, escrevente, digitalização <strong>de</strong><br />

capítulos (recurso muito utilizado para os <strong>de</strong>ficientes visuais), auxílio <strong>de</strong> computador com programa <strong>de</strong> voz. Como<br />

outras preocupações, a alocação <strong>de</strong> salas em andar térreo e próximas a banheiros adaptados, intérpretes <strong>de</strong> Língua<br />

Brasileira <strong>de</strong> Sinais – LIBRAS e outras <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> acordo com a necessida<strong>de</strong> dos estudantes e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

atendimento. A todos os PNES também é ofertada a chance <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física.<br />

O Plano Nacional <strong>de</strong> Educação aprovado pela Lei nº 10.172, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2001, apresenta-se como<br />

uma nova esperança para a inclusão, pois seu Capítulo 8 é <strong>de</strong>stinado à Educação Especial. Esse documento tece um<br />

diagnóstico e traça as diretrizes, objetivos e metas para os próximos <strong>de</strong>z anos. Dessa forma, acreditando que seu papel<br />

social é <strong>de</strong>finidor <strong>de</strong> sua missão, além dos projetos <strong>de</strong> inclusão por necessida<strong>de</strong>s educacionais especiais, a UCB conta<br />

com programas <strong>de</strong> bolsas sociais próprios e em parceria com programas sociais do Governo Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Com estas ações, a UCB reafirma sua preocupação com a formação integral da pessoa pois, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> sua natureza, perpassa suas dimensões e necessida<strong>de</strong>s. Apesar <strong>de</strong> todas as ações já <strong>de</strong>senvolvidas e em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, a questão da inclusão e diversida<strong>de</strong> se apresenta como um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para a UCB, em especial<br />

no campo da formação <strong>de</strong> seus professores e gestores. O <strong>de</strong>safio da tarefa formativa é o próximo passo em nossa<br />

caminhada.<br />

7.4. Perfil do docente<br />

Ao afirmar que um professor se faz <strong>de</strong> ciência e pedagogia, a UCB não quer dizer que bons professores estejam<br />

prontos. Por isso, não ousa fixar o perfil como algo estático, mas admiti-lo como algo em movimento. Don<strong>de</strong>, procura<br />

estimular o professor a engajar-se em um processo coletivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do perfil do docente <strong>de</strong>sejado, ou seja,<br />

aquele que está empenhado em:<br />

a) atuar em conformida<strong>de</strong> com o princípio da indissociabilida<strong>de</strong>;<br />

b) manter constante sintonia com as pesquisas na área <strong>de</strong> conhecimento que escolheu qualificar-se;<br />

c) manter constante sintonia com as contribuições científicas sobre como as pessoas apren<strong>de</strong>m;<br />

d) aprimorar a prática <strong>de</strong> orientação da aprendizagem;<br />

e) aprimorar a prática <strong>de</strong> avaliação da aprendizagem;<br />

f) compartilhar saberes e experiências sobre a docência;<br />

g) estar aberto às novas tecnologias e suas aplicações à educação;<br />

h) estar aberto à pluralida<strong>de</strong> observada no universo dos estudantes, atuando numa perspectiva <strong>de</strong> gênero, raça, etnia,<br />

religião, e outras diferenças;<br />

i) fazer <strong>de</strong> sua prática educativa a expressão <strong>de</strong> seu engajamento na tarefa <strong>de</strong> realização da Missão da UCB.<br />

7.5. Perfil do estudante e do egresso<br />

O estudante da UCB <strong>de</strong>ve ter consciência <strong>de</strong> que apren<strong>de</strong>r é, cada vez mais, um processo para toda a vida.<br />

Também o egresso da UCB não <strong>de</strong>ve se iludir: a formação é a obra mais pessoal e contínua <strong>de</strong> cada um. Por isso,<br />

espera-se que o estudante ou egresso da UCB aprenda:<br />

a) a pensar criticamente, revelando abertura e flexibilida<strong>de</strong> para o diálogo;


) a transitar nas diferentes áreas do conhecimento, estando apto a adaptar-se e a <strong>de</strong>senvolver-se em áreas distintas<br />

daquela <strong>de</strong> sua formação inicial;<br />

c) o manuseio internacional do conhecimento;<br />

d) a atuar em equipe, <strong>de</strong>monstrando espírito <strong>de</strong> cooperação;<br />

e) a comprometer-se com a resolução <strong>de</strong> problemas, <strong>de</strong>monstrando ser capaz <strong>de</strong> assumir <strong>de</strong>safios e riscos, característica<br />

da atitu<strong>de</strong> inovadora;<br />

f) a propor e <strong>de</strong>senvolver projetos <strong>de</strong> interesse e relevância social;<br />

g) a exercer com competência e ética a sua profissão, contribuindo para a melhoria <strong>de</strong> sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong> sua<br />

família e da socieda<strong>de</strong>;<br />

h) a empreen<strong>de</strong>r, contribuindo para a geração <strong>de</strong> empregos e para o <strong>de</strong>senvolvimento do país;<br />

i) a cuidar da própria formação, como tarefa que dura para toda a vida.<br />

7.6. Perfil do gestor<br />

O gestor da UCB <strong>de</strong>ve ter consciência <strong>de</strong> que a realização da Missão institucional é sua primeira e mais<br />

fundamental tarefa. Por isso, <strong>de</strong>ve ocupar-se <strong>de</strong> três aspectos fundamentais: 1) gestão acadêmica; 2) gestão <strong>de</strong><br />

pessoas; e 3) gestão orçamentária.<br />

Nesse sentido, <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r que o <strong>PPI</strong> e o PPC constituem uma espécie <strong>de</strong> bússola para navegação nos<br />

<strong>de</strong>mais aspectos da gestão. Assim, <strong>de</strong>ve reconhecer que a UCB existe e tem importância, em primeiro lugar, por causa<br />

<strong>de</strong> seus estudantes e, <strong>de</strong>pois, por causa da excelência <strong>de</strong> seus professores e <strong>de</strong>mais colaboradores. é em atenção a<br />

eles que o gestor engendra seus maiores esforços.<br />

é <strong>de</strong>sejável que se empenhe em formar equipes motivadas e coesas, preparadas para enfrentar <strong>de</strong>safios<br />

e <strong>de</strong>terminadas a cumprir diretrizes organizacionais. Para tanto, precisa apren<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>scentralizar, compartilhando<br />

informações e conhecimentos, <strong>de</strong> tal forma que a <strong>de</strong>cisão seja tomada on<strong>de</strong> surgir a necessida<strong>de</strong>. O gestor precisa<br />

apren<strong>de</strong>r a pensar sua unida<strong>de</strong> como parte <strong>de</strong> algo maior que é a universida<strong>de</strong>. Assim, ocupar-se-á não apenas dos<br />

<strong>de</strong>safios <strong>de</strong> uma pequena parte, mas dos <strong>de</strong>safios gerais da instituição, zelando pela excelência acadêmica, pela<br />

satisfação dos colaboradores e pelo equilíbrio financeiro do conjunto.<br />

Compete ao gestor da UCB consi<strong>de</strong>rar o investimento como um benefício maior que custo na execução<br />

orçamentária e agregar valor por meio da sua conduta concentrada em resultados e indicadores <strong>de</strong>sejáveis. A gestão<br />

focada em processos e em resultados <strong>de</strong>ve criar agilida<strong>de</strong> para a resolução <strong>de</strong> problemas. O gestor <strong>de</strong>ve propiciar à<br />

sua unida<strong>de</strong> uma organização fluida e serviços diferenciados que permitam, cada vez mais, a fi<strong>de</strong>lização <strong>de</strong> estudantes.<br />

Faz-se necessário que o gestor incentive a inovação e a mudança, sempre que possível, previsível e planejada.<br />

O gestor precisa apresentar disposição e iniciativa para propor projetos que criem vantagens diferenciais para<br />

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sua unida<strong>de</strong>. Isto permitirá, juntamente com o esforço <strong>de</strong> marketing institucional, a ampliação da base <strong>de</strong> estudantes.<br />

Por fim, o gestor <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>senvolver re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relacionamento para as suas articulações interna e externa visando à<br />

consecução dos objetivos da UCB.<br />

Uma última palavra se faz necessária: na UCB, o gestor <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r-se não como alguém que tem po<strong>de</strong>res<br />

sobre as coisas e as pessoas, mas como alguém que se co-responsabiliza pela excelência dos serviços prestados pela<br />

universida<strong>de</strong>.<br />

7.7. Perfil do colaborador técnico-administrativo<br />

é fundamental que se diga o seguinte: os colaboradores técnicos e administrativos da UCB não são meros<br />

executores <strong>de</strong> tarefas. Eles precisam apren<strong>de</strong>r a colaborar com a gestão da universida<strong>de</strong>. Para tanto, necessitam<br />

perceber que o que fazem contribui para a Missão institucional. Somente assim po<strong>de</strong>rão compreen<strong>de</strong>r-se como parte<br />

ativa e criadora dos bens da universida<strong>de</strong> e dos serviços que a mesma presta à socieda<strong>de</strong>.<br />

A excelência da UCB não se limita à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua extensão, <strong>de</strong> sua pesquisa e <strong>de</strong> seu ensino. Cada serviço<br />

realizado na universida<strong>de</strong> colabora para o conjunto da obra. Fazer bem cada coisa é recomendável e é revelador do<br />

perfil <strong>de</strong>sejável para o colaborador técnico-administrativo.<br />

Esse aprendizado, contudo, não será alcançado com base no simples discurso. Faz-se necessário que os<br />

gestores sirvam <strong>de</strong> exemplo para seus colaboradores. é necessário que o colaborador técnico-administrativo saiba que,<br />

com o seu trabalho, ajuda a construir a grandiosida<strong>de</strong> da UCB.<br />

7.8. Apoio pedagógico aos gestores, docentes e estudantes<br />

A Pró-reitoria <strong>de</strong> Graduação da UCB dispõe <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Assessoria Didático-Educacional (UADE) 15 .<br />

Essa unida<strong>de</strong> está organizada em duas perspectivas: 1) estudos relativos à educação superior, servindo <strong>de</strong> base para<br />

a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assessoria, e 2) acompanhamento sistemático da gestão acadêmica da graduação, incluindo execução<br />

orçamentária dos cursos, carga horária <strong>de</strong> docentes, oferta <strong>de</strong> turmas, estágios etc.<br />

Na articulação das duas perspectivas, a UADE se interessa pelo acompanhamento à implementação dos PPCs,<br />

pela avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho docente, pela formação pedagógica dos docentes que atuam na graduação, pelo exame<br />

– interno e externo - do <strong>de</strong>sempenho dos estudantes, bem como pelo monitoramento do <strong>de</strong>sempenho dos cursos em<br />

relação à concorrência.<br />

Os dados e informações que gera e manuseia, em articulação com a Secretaria Acadêmica, a Diretoria <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento e Inovação, o RH e a Controladoria, constituem base fundamental para o serviço diferenciado que<br />

presta à Pró-reitoria e aos gestores <strong>de</strong> cursos, especialmente no que se refere à melhoria do acompanhamento ao<br />

<strong>de</strong>sempenho docente e à melhoria da qualida<strong>de</strong> da interação professor-estudante.<br />

O Serviço <strong>de</strong> orientação e Aperfeiçoamento Psicopedagógico (SOAPPE) é um projeto <strong>de</strong> extensão, ligado à Próreitoria<br />

<strong>de</strong> Extensão. O projeto nasce com o propósito <strong>de</strong> contribuir com a formação humana e a promoção da qualida<strong>de</strong><br />

15 Antes intitulada: Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Apoio Didático-Educacional.


<strong>de</strong> vida dos estudantes e funcionários - administrativos e docentes -, em seus aspectos pedagógicos e psicológicos,<br />

implicados no <strong>de</strong>sempenho acadêmico e profissional, com vistas ao <strong>de</strong>senvolvimento integral e sustentável.<br />

O SOAPPE realiza ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> orientação pedagógica, reorientação profissional, e atendimento psicológico.<br />

Promove cursos <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> estudos e comunicação em público. Oferece também oficinas, sempre no<br />

intuito <strong>de</strong> contribuir, principalmente, com o melhor <strong>de</strong>sempenho dos estudantes.<br />

Além disso, <strong>de</strong>senvolve ações interdisciplinares e integradas para favorecer a discussão <strong>de</strong> uma política<br />

institucional e inclusiva que garanta o acesso e a permanência <strong>de</strong> estudantes e funcionários com <strong>de</strong>ficiência na UCB.<br />

Presta atendimento especializado a funcionários e estudantes com <strong>de</strong>ficiência, como adaptação <strong>de</strong> material, orientação<br />

psicopedagógica e monitoria, bem como oferece apoio aos docentes no atendimento aos estudantes com <strong>de</strong>ficiência.<br />

7.9. Apoio pedagógico-administrativo aos gestores, docentes e estudantes<br />

Na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> temos uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Assessoria Didático-Administrativa (UADA) 16 que<br />

coor<strong>de</strong>na as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio aos docentes (salas dos professores e salas <strong>de</strong> aula), tanto no que se refere à supervisão<br />

das condições <strong>de</strong> trabalho, quanto no que tange à disponibilização <strong>de</strong> recursos e meios auxiliares <strong>de</strong> ensino.<br />

A UADA também organiza a distribuição das salas, laboratórios e <strong>de</strong>mais espaços <strong>de</strong>stinados às ativida<strong>de</strong>s<br />

acadêmicas. Essa função é <strong>de</strong> fundamental importância no apoio aos gestores, especialmente <strong>de</strong> cursos e programas.<br />

Dentro <strong>de</strong> nossa realida<strong>de</strong> institucional, a arquitetura dos laboratórios prevê a existência dos Espaços <strong>de</strong><br />

Aprendizagens Prático-Profissionais (EAPs). Os EAPs propiciam aos estudantes oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> realizar experimentos,<br />

treinamentos, observações e análises científicas, <strong>de</strong> modo a consolidar a sua aprendizagem, por meio da articulação<br />

entre teoria e prática; promovem a integração entre ensino, pesquisa e extensão, proporcionando o uso racional e<br />

compartilhado <strong>de</strong>sses ambientes <strong>de</strong> aprendizagem; e racionalizam a aquisição <strong>de</strong> reagentes, materiais <strong>de</strong> consumo e<br />

equipamentos mediante o controle e o gerenciamento das <strong>de</strong>mandas dos diversos ambientes.<br />

Os laboratórios e salas <strong>de</strong> informática <strong>de</strong> acesso público, também sob a coor<strong>de</strong>nação da UADA, oferecem aos<br />

discentes e docentes a infra-estrutura e serviços <strong>de</strong> tecnologia da informação necessários ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas<br />

ativida<strong>de</strong>s acadêmico-pedagógicas, contribuindo para a formação <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong>ntro dos padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da<br />

UCB.<br />

8. AVALIAçÃO INSTITUCIONAL<br />

O processo <strong>de</strong> avaliação institucional realizado pela UCB contém duas linhas bem <strong>de</strong>finidas: a auto-avaliação<br />

e a avaliação externa. O processo é conduzido <strong>de</strong> acordo com os princípios fundamentais do Sistema Nacional <strong>de</strong><br />

Avaliação da Educação Superior SINAES. Porém, não se trata apenas do cumprimento <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminação legal. A<br />

avaliação na UCB constitui-se em uma política construída a partir <strong>de</strong> objetivos e metas condizentes com os princípios<br />

estruturantes da instituição (pastoralida<strong>de</strong>, extensionalida<strong>de</strong>, sustentabilida<strong>de</strong> e indissociabilida<strong>de</strong>), voltada para a<br />

excelência acadêmica e <strong>de</strong> gestão, tendo como foco os seguintes eixos:<br />

16 Antes intitulada: Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Apoio Didático-Educacional.<br />

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36<br />

a) responsabilida<strong>de</strong> social – sendo uma instituição católica e portadora do título <strong>de</strong> filantropia, esse pressuposto tornase<br />

básico e presente em todas as ações institucionais;<br />

b) diversida<strong>de</strong> do sistema – atenta à pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ofertas educacionais que atualmente se fazem presentes no âmbito<br />

da educação superior no Brasil, bem como a política do Ministério da Educação para o setor, a UCB busca ampliar o<br />

seu espaço como instituição qualificada, tanto em cursos <strong>de</strong> graduação, quanto <strong>de</strong> pós-graduação, nas modalida<strong>de</strong>s<br />

presenciais e a distância. Nessa perspectiva, a avaliação é instrumento fundamental para o acompanhamento contínuo<br />

<strong>de</strong> elementos que apontem o modo pelo qual se insere nessa realida<strong>de</strong>;<br />

c) respeito à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, à missão e à história institucional – a universida<strong>de</strong> nasceu da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> congregações<br />

religiosas que buscavam oferecer ensino superior <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Mas sua história em particular não é o único parâmetro,<br />

pois, a junção <strong>de</strong> diversos fundadores e seus carismas, dão a ela perfil singular, como, por exemplo, o repúdio à lógica<br />

da competição <strong>de</strong>senfreada e sem limites éticos, pautando-se pelo respeito às diversas IES existentes no Brasil e pela<br />

busca constante do estabelecimento <strong>de</strong> parcerias;<br />

d) globalida<strong>de</strong> – traduz uma concepção <strong>de</strong> avaliação pensada e efetivada em articulação com o perfil institucional da UCB<br />

que prevê a indissociabilida<strong>de</strong> entre ensino pesquisa e extensão, fundamentada na pastoralida<strong>de</strong>, na extencionalida<strong>de</strong> e<br />

na sustentabilida<strong>de</strong> como chaves mestras do processo <strong>de</strong> formação. Assim, objetivos, metas e ações <strong>de</strong>finidos em um<br />

processo <strong>de</strong> planejamento, bem como os indicadores construídos, estão referenciados a esse perfil;<br />

e) continuida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> avaliação – a UCB promove <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995, o Programa <strong>de</strong> Avaliação Institucional da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> – PAIUCB, aten<strong>de</strong>ndo ao chamado do MEC, traduzido no Programa <strong>de</strong> Avaliação<br />

Institucional das <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s Brasileiras (PAIUB) <strong>de</strong> 1993. Com as mudanças preconizadas pelo SINAES, o processo<br />

sofreu adaptações, mas não interrupções. Isto porque, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua proposta pedagógica, acadêmica e <strong>de</strong> gestão, a<br />

UCB enten<strong>de</strong> a avaliação institucional como um processo contínuo, sistemático e participativo e não apenas um evento<br />

esporádico. Esta compreensão implica a efetivação <strong>de</strong> um processo compartilhado, com vistas ao estabelecimento <strong>de</strong><br />

compromissos com a melhoria permanente e com a efetivação <strong>de</strong> uma cultura <strong>de</strong> avaliação. é importante ressaltar<br />

que a busca pela melhoria constante <strong>de</strong> seus processos acadêmicos e <strong>de</strong> gestão não reduz a avaliação a um conjunto<br />

<strong>de</strong> técnicas para mensurar a eficiência e a eficácia institucional. Isto porque a avaliação, além <strong>de</strong> um instrumento<br />

gerencial, é também um instrumento político que influencia na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e, como tal, tanto po<strong>de</strong> ser<br />

um elemento aglutinador dos diversos sujeitos institucionais como um elemento <strong>de</strong> distanciamento e <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong><br />

relações <strong>de</strong> competição e <strong>de</strong> disputa entre esses sujeitos. Ao consi<strong>de</strong>rarmos que uma concepção <strong>de</strong> avaliação não<br />

está dissociada <strong>de</strong> uma concepção <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>, a UCB busca construir e consolidar uma cultura <strong>de</strong> avaliação<br />

cotidianamente vivenciada, por ser compreendida como um dos elementos constitutivos <strong>de</strong> todos os processos, sejam<br />

eles pedagógicos, acadêmicos ou gerenciais.<br />

Esses eixos e princípios se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam a partir da Comissão Própria <strong>de</strong> Avaliação (CPA), por meio <strong>de</strong><br />

processos que envolvem diversas etapas e atores. Tem por escopo implementar um processo contínuo e permanente<br />

<strong>de</strong> avaliação institucional, que contribua para a revisão crítica e o aperfeiçoamento do projeto social, acadêmico e<br />

pedagógico da UCB, mediante a realização <strong>de</strong> etapas <strong>de</strong> avaliação interna e avaliação externa, dirigidas a todas as<br />

instâncias da UCB. As diretrizes a serem seguidas pela CPA são:<br />

a) participação – a avaliação institucional na UCB representa um processo permanente, no qual a construção <strong>de</strong><br />

indicadores tem como foco o <strong>de</strong>senvolvimento institucional, em todos os níveis <strong>de</strong> atuação, e, por conseguinte, sua


execução <strong>de</strong>ve sempre contar com a participação dos grupos <strong>de</strong> interesse envolvidos;<br />

b) transparência – condição para uma avaliação participativa, pois diz respeito ao estabelecimento <strong>de</strong> mecanismos<br />

transparentes e <strong>de</strong>mocráticos que garantam o acesso às informações obtidas, bem como o retorno das análises<br />

efetuadas;<br />

c) direção para melhoria – o processo <strong>de</strong> avaliação institucional <strong>de</strong>ve ser sempre conduzido no sentido <strong>de</strong> aperfeiçoamento<br />

da missão social da UCB, não po<strong>de</strong>ndo traduzir, em nenhuma circunstância, julgamentos <strong>de</strong> valor no sentido <strong>de</strong> punir<br />

indivíduos ou setores da estrutura universitária, mas dirigidos para a construção <strong>de</strong> uma cultura <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>ntro<br />

dos pressupostos anteriormente i<strong>de</strong>ntificados;<br />

d) contextualização – sendo um processo <strong>de</strong> avaliação integrada, as análises e as recomendações <strong>de</strong>vem continuar<br />

a levar em conta o contexto institucional global – que, por sua vez, está inserido em um contexto externo muito mais<br />

amplo –, <strong>de</strong> forma a caracterizar,com a <strong>de</strong>vida proprieda<strong>de</strong>, os aspectos críticos e as soluções <strong>de</strong>sejadas;<br />

e) racionalização – para cada nível <strong>de</strong>cisório (cursos, programas, centros, pró-reitorias, reitoria, universida<strong>de</strong> como<br />

um todo, e mantenedora) os indicadores <strong>de</strong>vem ser poucos, relativamente fáceis <strong>de</strong> medir, referir-se ao tempo, e<br />

sistematizados para dar apoio aos processos <strong>de</strong>cisórios. Isto porque é preciso ser seletivo na escolha das medidas,<br />

somente organizando informações que possam realmente ser usadas. Tal seletivida<strong>de</strong> na construção <strong>de</strong> indicadores é,<br />

por sua vez, conseqüência da clareza da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> objetivos e metas;<br />

f) continuida<strong>de</strong> – procura i<strong>de</strong>ntificar os pontos críticos <strong>de</strong> uma situação atual com o objetivo <strong>de</strong> proporcionar elementos<br />

para melhoria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> institucional dos processos avaliados, tendo em vista a reavaliação periódica dos objetos<br />

para possibilitar o acompanhamento e a comparabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua evolução no tempo e entre objetos <strong>de</strong> natureza<br />

semelhante.<br />

O processo <strong>de</strong> avaliação institucional trabalha com critérios coletivos que visam o aperfeiçoamento dos agentes<br />

da comunida<strong>de</strong> acadêmica e da instituição como um todo. Na base <strong>de</strong>sses critérios está, primeiramente, a avaliação<br />

da qualida<strong>de</strong> da realização do projeto <strong>de</strong> cada curso, consi<strong>de</strong>rando minimamente as dimensões <strong>de</strong> infra-estrutura,<br />

corpo docente e aspectos pedagógicos, além da gestão, políticas e diretrizes institucionais. O segundo critério é o<br />

acompanhamento e avaliação do cumprimento dos objetivos e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cada PPC, oferecendo subsídios<br />

para a revisão, o encaminhamento e a solução dos problemas i<strong>de</strong>ntificados. O terceiro critério está na articulação da<br />

avaliação interna com os resultados obtidos nas avaliações externas – ENADE e comissões do MEC –, i<strong>de</strong>ntificando<br />

pontos críticos e adotando medidas para o equacionamento dos problemas. Por fim, o objetivo é oferecer ao docente e<br />

às instâncias superiores um acompanhamento individual <strong>de</strong> sua evolução pedagógica, orientando quanto aos aspectos<br />

que po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem ser melhorados.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses critérios perpassa pela avaliação dos cursos <strong>de</strong> graduação, pela relevância social<br />

e científica da pesquisa, pelas necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>mandas do entorno social, além dos resultados dos relatórios e<br />

conceitos da Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior (CAPES) para os cursos <strong>de</strong> pós-graduação,<br />

monitorados e acompanhados constantemente.<br />

Para isso, será necessário contar com um corpo docente e <strong>de</strong> gestores ativos e pró-ativos que saibam trabalhar<br />

em equipe e trocar experiências; estudantes que estejam abertos à participação por meio <strong>de</strong> suas representações, em<br />

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38<br />

sala <strong>de</strong> aula e nos diversos espaços <strong>de</strong> formação; e envolver a participação da comunida<strong>de</strong> externa, orientada pela<br />

busca da conscientização da missão e da finalida<strong>de</strong> acadêmica e social da UCB.<br />

9. ACOMPANHAMENTO E AVALIAçÃO DO <strong>PPI</strong><br />

O Projeto Pedagógico Institucional, e conseqüentes <strong>de</strong>corrências para a gestão da UCB, em nível estratégico,<br />

constitui parte da avaliação institucional. Em nível <strong>de</strong> aplicação, com <strong>de</strong>sdobramentos para os PPCs, para os planos <strong>de</strong><br />

ensino e para a relação docente-discente, constitui compromisso dos gestores <strong>de</strong> cursos e programas, bem como dos<br />

docentes e dos próprios estudantes.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

BACHELARD, Gaston. A Formação do espírito científico. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Contraponto, 1996.<br />

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MOSER, Paul K.; MULDER, Dwayne H. e TROUT, J. D. A Teoria do Conhecimento: uma introdução temática. São Paulo:<br />

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POzO, J. I. Aquisição do Conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 2005.<br />

RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante – cinco lições sobre a emancipação intelectual. Belo Horizonte: Autêntica,<br />

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ROEGIERS, Xavier & DE KETELE, Jean-Marie. Uma Pedagogia da Integração: competências e aquisições no ensino.<br />

Porto Alegre: Artmed, 2004.<br />

SANDER, Benno. Políticas Públicas e Gestão Democrática da Educação. <strong>Brasília</strong>: Líber Livro Editora, 2005.<br />

SANTOS, Boaventura <strong>de</strong> Sousa. A crítica da razão indolente: contra o <strong>de</strong>sperdício da experiência. Volume I. São Paulo:<br />

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SILVA, Marco. Sala <strong>de</strong> Aula Interativa. 3ª Ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Quarter, 2003<br />

UNESCO. Educação superior: reforma, mudança e internacionalização.<strong>Brasília</strong>: UNESCO Brasil, SESU, 2003.<br />

UNESCO. Década da educação das Nações Unidas para um <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, 2005-201. <strong>Brasília</strong> : UNESCO,<br />

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UNIVERSIDADE CATóLICA DE BRASíLIA. Regimento Geral. <strong>Brasília</strong>: Universa, 1998.<br />

VázQUEz, Adolfo Sánchez. Filosofia da práxis. 2ª Ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Paz e Terra, 1977.<br />

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ANEXO - RESOLUçÃO CONSEPE<br />

Resolução CONSEPE N.º 96/2008<br />

<strong>de</strong> 22/08/2008<br />

O Presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong> Ensino, Pesquisa e Extensão - Consepe, e<br />

Reitor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> - UCB, no uso das atribuições estatutárias e com<br />

fundamento na Exposição <strong>de</strong> Motivos apresentada pela Secretaria Geral,<br />

R E S O L V E:<br />

Aprova, ad referendum do Conselho <strong>de</strong><br />

Ensino, Pesquisa e Extensão – Consepe, o<br />

Projeto Pedagógico Institucional – <strong>PPI</strong>, da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Católica</strong> <strong>de</strong> <strong>Brasília</strong> – UCB, e<br />

<strong>de</strong>termina outras providências.<br />

Art. 1º - Aprovar, ad referendum do plenário <strong>de</strong>ste Conselho, o Projeto Pedagógico Institucional – <strong>PPI</strong>, <strong>de</strong>sta<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong>, anexo a esta Resolução.<br />

Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publicação, revogadas as disposições em contrário.<br />

<strong>Brasília</strong>-DF, 22 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2008.<br />

Prof. MSc. Pe. José Romualdo Degasperi<br />

Reitor<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Consepe

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