TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO HIPERATIVIDADE.pdf
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FACULDA<strong>DE</strong> CAPIXABA <strong>DE</strong> NOVA VENÉCIA<br />
CURSO <strong>DE</strong> PEDAGOGIA<br />
NAYARA SIMONASSI<br />
TACIANY MAGIERO DA SILVA<br />
<strong>TRANSTORNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>DÉFICIT</strong> <strong>DE</strong> <strong>ATENÇÃO</strong> HIPERATIVIDA<strong>DE</strong>:<br />
INCLUSÃO NA ESCOLA<br />
ESTUDO <strong>DE</strong> CASO: PRÉ-ESCOLA MUNICIPAL “CHAPEUZINHO VERMELHO”<br />
NOVA VENÉCIA<br />
2010
NAYARA SIMONASSI<br />
TACIANY MAGIERO DA SILVA<br />
<strong>TRANSTORNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>DÉFICIT</strong> <strong>DE</strong> <strong>ATENÇÃO</strong> HIPERATIVIDA<strong>DE</strong>:<br />
INCLUSÃO NA ESCOLA<br />
ESTUDO <strong>DE</strong> CASO: PRÉ-ESCOLA MUNICIPAL “CHAPEUZINHO VERMELHO”<br />
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia<br />
da Faculdade Capixaba de Nova Venécia, como<br />
requisito parcial para obtenção do titulo de<br />
licenciatura plena em Pedagogia.<br />
Orientadora: Profª.M.sc. Luciane Martins de<br />
Oliveira Matos.<br />
NOVA VENÉCIA<br />
2010<br />
2
SIMONASSI, Nayara.;SILVA, Taciany Magiero da<br />
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade:<br />
inclusão na escola. / Nayara Simonassi, Taciany Magiero da<br />
Silva – 2010.<br />
Orientadora: Luciane Martins de Oliveira Mattos<br />
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) –<br />
Faculdade Capixaba de Nova Venécia, UNIVEN.<br />
1. Crianças com TDAH. 2. Comportamento.<br />
3. Psicologia Infantil. I Nayara Simonassi, Taciany<br />
Magiero da Silva. I Título.<br />
3
NAYARA SIMONASSI<br />
TACIANY MAGIERO DA SILVA<br />
<strong>TRANSTORNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>DÉFICIT</strong> <strong>DE</strong> <strong>ATENÇÃO</strong> HIPERATIVIDA<strong>DE</strong>: INCLUSÃO NA<br />
ESCOLA<br />
ESTUDO <strong>DE</strong> CASO: PRÉ-ESCOLA MUNICIPAL “CHAPEUZINHO VERMELHO”<br />
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia do Instituto de Ensino Superior de Nova Venécia,<br />
como requisito parcial para obtenção do titulo de licenciatura plena em Pedagogia.<br />
COMISSÃO EXAMINADORA<br />
Aprovada em 30 de novembro de 2010.<br />
___________________________________________<br />
Profª. Msc. Luciane Martins de Oliveira Matos<br />
Instituto de Ensino Superior de Nova Venécia<br />
Orientadora<br />
___________________________________________<br />
Profª. Deneci Nascimento Secchim<br />
Instituto de Ensino Superior de Nova Venécia<br />
___________________________________________<br />
Profª. Verbênia Gonçalves de Araújo<br />
Instituto de Ensino Superior de Nova Venécia<br />
4
Agradecemos e dedicamos este trabalho<br />
a <strong>DE</strong>US pelo dom da vida, pela fé e<br />
perseverança para vencermos os<br />
obstáculos.<br />
5
Agradeço a <strong>DE</strong>US pela minha vida, fé e<br />
perseverança para alcançar os meus<br />
objetivos e por colocar todas essas<br />
pessoas em meu caminho, agradeço de<br />
forma especial minha avó Dionisía e meu<br />
avô Clóbis, pela orientação, amor, carinho<br />
e dedicação durante toda minha vida.<br />
A minha mãe e meu pai pelo incentivo.<br />
A meu namorado Marcelo Ferrari e sem<br />
esquecer da minha querida e especial<br />
amiga Taciany Magiero da Silva que<br />
sempre esteve ao meu lado, conquistando<br />
juntas esse sonho.<br />
Amo muito vocês.<br />
Nay<br />
6
Agradeço a Deus por ter me confiado<br />
forças e sabedoria para vencer mais essa<br />
etapa, ter me capacitado e me tornado<br />
essa pessoa que hoje sou, em seguida<br />
agradeço as pessoas mais importantes da<br />
minha vida meus Pais: Luzia e Otacílio,<br />
meus Irmãos Neliane e Nerivelton, meu<br />
Amado esposo Douglas e sem esquecer<br />
uma pessoa muito especial minha Amiga<br />
Nayara Simonassi, sempre presentes<br />
nesta difícil batalha. A todos vocês um<br />
muito obrigado e agradeço a Deus por têlos<br />
sempre ao meu lado. Amo vocês.<br />
Tacy<br />
7
“Bons professores são mestres<br />
temporários, professores fascinantes são<br />
mestres inesquecíveis” (CURY, 2003).<br />
Dedicamos este trabalho a nossos<br />
mestres inesquecíveis: Charles Moreto,<br />
Disnei Curbani Calegari Farias, Hélio<br />
Pettene, Lourdes Aparecida de Souza<br />
Cesana, Luciane Martins de Oliveira<br />
Matos, Marta Martins Sossai, Pedro<br />
Rafael Farias Evangelista.<br />
8
Como professor, devo saber que sem a<br />
curiosidade que me move, que me<br />
inquieta, que me insere na busca, não<br />
aprendo nem ensino (FREIRE. 2002).<br />
9
RESUMO<br />
Esta pesquisa busca aprofundar conhecimentos sobre as principais causas e o que<br />
é o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Partindo de estudos feitos na<br />
Pré-Escola “Chapeuzinho Vermelho”, buscamos detectar as dificuldades<br />
encontradas para desenvolver o ensino aprendizagem em sala de aula do aluno que<br />
tem esse transtorno. Saber se essas dificuldades estão sendo trabalhadas numa<br />
perspectiva de inclusão dentro do contexto escolar em parceria com a família. Assim<br />
no decorrer desta pesquisa vamos verificar quais as maiores dificuldades<br />
encontradas pelos educadores no processo de ensino e inclusão da criança<br />
hiperativa. Observaremos também a metodologia utilizada para suprir as<br />
necessidades desses alunos na escola a qual desenvolvemos a pesquisa. Diante<br />
desse estudo concluímos que a ausência do acompanhamento de especialistas e<br />
professores preparados no âmbito escolar, dificulta o desenvolvimento escolar e<br />
social da criança. Há uma necessidade de um programa pedagógico com atividades<br />
variadas, contribuindo assim para superação das dificuldades em torno do<br />
comportamento hiperativo.<br />
PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento; Aprendizagem; Dificuldades; Comportamento;<br />
Afetividade; Família.<br />
10
ABSTRACT<br />
This research seeks to enhance knowledge about the causes and what is the<br />
Disorder of Attention Deficit Hyperactivity Disorder. From studies done in Pre-School<br />
Little Red Riding Hood, we detect the difficulties encountered in developing the<br />
teaching and learning in the classroom of the student who has this disorder. Whether<br />
these difficulties are being worked in an inclusive manner within the school context in<br />
partnership with the family. So during this study we will see what the major difficulties<br />
encountered by educators in the teaching and inclusion of the hyperactive child.<br />
Observe also the methodology used to meet the needs of these students in school<br />
which developed the survey. Given this study we conclude that the absence of<br />
monitoring by experts and trained teachers in schools, school development and<br />
hinders social development. There is a need for an educational program with varied<br />
activities, thus helping to overcome the difficulties surrounding the hyperactive<br />
behavior.<br />
KEY WORDS: Development, Learning, Difficulties, Behavior, Emotion; Family.<br />
11
LISTA <strong>DE</strong> GRÁFICOS<br />
GRÁFICO 1 -ATENDIMENTO A ALUNO COM <strong>TRANSTORNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>DÉFICIT</strong> <strong>DE</strong><br />
<strong>ATENÇÃO</strong>/HIPERATIVIDA<strong>DE</strong> ................................................................39<br />
GRÁFICO 2 – DIAGNÓSTICO DAS CAPACIDA<strong>DE</strong>S COGNITIVAS, DISTÚRBIOS<br />
<strong>DE</strong> APRENDIZAGEM, ATIVISMO OU HIPERATIVA ..........................40<br />
GRÁFICO 3 – A ESCOLA É O LUGAR MAIS PROPÍCIO PARA <strong>DE</strong>TECTAR A<br />
HIPERATIVIDA<strong>DE</strong> ....................................................................................40<br />
GRÁFICO 4 – O TRABALHO <strong>DE</strong> INCLUSÃO DO ALUNO HIPERATIVO NO<br />
AMBIENTE ESCOLAR ............................................................................41<br />
GRÁFICO 5 – A ESCOLA I<strong>DE</strong>AL PARA A CRIANÇA COM TDAH ..............................41<br />
GRÁFICO 6 – AVALIAÇÃO <strong>DE</strong> ALUNOS COM TDAH ....................................................42<br />
GRÁFICO 7 – PERFIL DO PROFESSOR PARA TRABALHAR COM O ALUNO COM<br />
TDAH 42<br />
GRÁFICO 8 – A PUNIÇÃO FAVORECE A MELHORIA DA HIPERATIVIDA<strong>DE</strong> ........43<br />
GRÁFICO 9 – SINTOMAS DA CRIANÇA COM TDAH PRESENCIADOS EM SALA <strong>DE</strong><br />
AULA. ..........................................................................................................43<br />
GRÁFICO 10 – O ALUNO NÃO PARA QUIETO EM SALA <strong>DE</strong> AULA E NÃO<br />
CONSEGUE TERMINAR AS TAREFAS ATÉ O FINAL......................44<br />
12
SUMÁRIO<br />
1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 15<br />
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA ...........................................................................................16<br />
1.2 <strong>DE</strong>LIMITAÇÃO DO TEMA .............................................................................................16<br />
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................................17<br />
1.4 OBJETIVOS .....................................................................................................................17<br />
1.4.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................17<br />
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................................17<br />
1.5 HIPÓTESES .....................................................................................................................17<br />
1.6 METODOLOGIA ..............................................................................................................18<br />
1.6.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .......................................................................................18<br />
1.6.2 TÉCNICAS PARA COLETA <strong>DE</strong> DADOS...............................................................................19<br />
1.6.3 FONTES PARA A COLETA <strong>DE</strong> DADOS...............................................................................20<br />
1.6.4 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA PESQUISADA ..............................................................20<br />
1.6.5 INSTRUMENTOS PARA A COLETA <strong>DE</strong> DADOS ..................................................................21<br />
1.6.6 POSSIBILIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> TRATAMENTO E ANÁLISE .................................................................21<br />
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................... 21<br />
2.1 TDAH: <strong>TRANSTORNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>DÉFICIT</strong> <strong>DE</strong> <strong>ATENÇÃO</strong>/HIPERATIVIDA<strong>DE</strong>............. 22<br />
2.2 PRINCIPAIS CAUSAS DO <strong>TRANSTORNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>DÉFICIT</strong> <strong>DE</strong><br />
<strong>ATENÇÃO</strong>/HIPERATIVIDA<strong>DE</strong>............................................................................................ 22<br />
2.3 DIAGNÓSTICO: COMO I<strong>DE</strong>NTIFICAR O TDAH? ................................................... 24<br />
2.4 COMPORTAMENTO <strong>DE</strong> UMA CRIANÇA COM TDAH ........................................... 26<br />
2.5 DIFICULDA<strong>DE</strong>S <strong>DE</strong> CRIANÇAS COM TDAH .......................................................... 28<br />
2.6 TDAH: INCLUSÃO NA ESCOLA ................................................................................. 29<br />
2.7 A ESCOLA I<strong>DE</strong>AL PARA CRIANÇA COM TDAH .................................................... 31<br />
2.8 TRATAMENTO DO <strong>TRANSTORNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>DÉFICIT</strong> <strong>DE</strong><br />
<strong>ATENÇÃO</strong>/HIPERATIVIDA<strong>DE</strong>............................................................................................ 34<br />
3 ESTUDO <strong>DE</strong> CASO ................................................................................ 38<br />
13
3.1 CENTRO MUNICIPAL <strong>DE</strong> EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETO <strong>DE</strong> ESTUDO......... 38<br />
3.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS ................................................................................. 39<br />
3.2.1 VISÃO DOS ENTREVISTADOS QUANTO AO TDAH ......................................................... 39<br />
3.3 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................. 44<br />
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................... 46<br />
4.1 CONCLUSÕES............................................................................................................... 46<br />
4.2 RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................... 47<br />
5 REFERÊNCIAS ...................................................................................... 49<br />
APÊNDICE................................................................................................. 50<br />
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO (PROFESSOR).......................................................... 51<br />
14
1 INTRODUÇÃO<br />
O presente trabalho traz um tema muito discutido no âmbito educacional, porém<br />
ainda pouco conhecido nas escolas, muitas vezes confundido com falta de disciplina<br />
e limites. Este é o rótulo empregado às crianças que apresentam características e os<br />
sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade designado TDHA.<br />
A hiperatividade é mais conhecida como TDAH é um transtorno neurobiológico de<br />
causas hereditárias que acompanham o indivíduo desde a infância até a vida adulta,<br />
caracteriza-se pela combinação de sintomas de desatenção, hiperatividade e<br />
impulsividade.<br />
Através de um estudo feito na Pré-Escola Municipal “Chapeuzinho Vermelho”, na<br />
cidade de São Gabriel da Palha – ES, este tema foi abordado junto aos profissionais<br />
da educação, com o intuito de levantar questionamentos de como tem sido<br />
desenvolvido o trabalho com crianças que possuem necessidades educativas<br />
especiais, em específico às crianças com Transtorno de Déficit de<br />
Atenção/Hiperatividade (TDAH).<br />
O que se pode falar sobre diversidade, sem esquecer que vivemos num mundo em<br />
que ninguém é igual a ninguém? Com base nesse contexto a escola se torna<br />
responsável no desenvolvimento da cidadania em respeito à diversidade. Em se<br />
tratando do professor ele deve possuir o mínimo de informações possíveis para<br />
poder identificar as diferenças entre falta de disciplina e Transtorno de Déficit de<br />
Atenção e Hiperatividade.<br />
Diante da perspectiva de que todos nós somos diferentes e devemos respeitar o<br />
outro na diferença, faz-se necessário refletir sobre uma educação voltada para<br />
indivíduos cujas necessidades são distintas e requerem uma atenção especial em<br />
relação ao seu nível de desenvolvimento cognitivo. Tais indivíduos que fazemos<br />
referência são as crianças, que também são seres singulares e únicos, não podendo<br />
ser generalizadas ou rotuladas de acordo com suas capacidades e limitações de<br />
desenvolvimento, e sim, tratadas de forma a criar condições que se sintam em um<br />
ambiente acolhedor e propício ao conhecimento.<br />
15
E é a partir desse embasamento que será pesquisado o tema: Transtorno de Déficit<br />
de Atenção e Hiperatividade na Pré-Escola Municipal “Chapeuzinho Vermelho” em<br />
São Gabriel da Palha – ES, através de um questionário e uma análise dos dados<br />
coletados e tabulados em porcentagens significativas.<br />
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA<br />
Em um mundo tão complexo e cheio de diversidade é comum que as pessoas<br />
tenham dificuldades em sua vida diária, entre esses problemas pode-se encontrar o<br />
TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade). Problemas estes<br />
relacionados com a falta de atenção, hiperatividade e impulsividade, “atingindo 3% a<br />
5% da população” (GOLDSTEIN; GOLDSTEIN 2009, p. 27).<br />
Esse transtorno atinge principalmente crianças e suas conseqüências podem<br />
comprometer o ensino aprendizagem desse aluno. Casos de hiperatividades estão<br />
mais freqüentes e trabalhar com essas crianças é um grande desafio para pais e<br />
educadores.<br />
Diante dessa situação é preciso que se trabalhe a inclusão desses indivíduos para<br />
que eles tenham uma vida “normal”. Foi devido a esse impasse que o tema<br />
“Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: inclusão na escola” foi escolhido,<br />
pois são muitas as dificuldades que as crianças com TDAH encontram na vida<br />
escolar e se torna mais complicado a tarefa dos educadores em encontrar soluções<br />
para incluir esses discentes em sala de aula.<br />
1.2 <strong>DE</strong>LIMITAÇÃO DO TEMA<br />
O trabalho delimitou-se a verificar as dificuldades dos alunos hiperativos da PRÉ-<br />
ESCOLA MUNICIPAL “CHAPEUZINHO VERMELHO”, do município de São Gabriel<br />
da Palha-ES, no período de 05 de abril a 12 de abril de 2010. Através de um<br />
16
questionário contendo 10 questões fechadas, direcionadas a 10 profissionais<br />
envolvidos na área educacional.<br />
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA<br />
Quais as dificuldades encontradas para se desenvolver o ensino aprendizagem dos<br />
alunos com TDAH em sala de aula e como estão sendo trabalhados numa mesma<br />
perspectiva inclusiva?<br />
1.4 OBJETIVOS<br />
1.4.1 OBJETIVO GERAL<br />
Verificar se as dificuldades dos alunos com TDAH estão sendo identificadas e<br />
trabalhadas numa perspectiva de inclusão diante do contexto escolar.<br />
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />
Levantar questionamentos com a equipe pedagógica a respeito da inclusão<br />
de crianças com TDAH no contexto escolar;<br />
Analisar a metodologia utilizada para suprir as necessidades desses alunos;<br />
Verificar quais são as maiores dificuldades dos educadores nesse processo<br />
de inclusão das crianças com TDAH;<br />
Investigar sobre como identificar as particularidades de determinados alunos<br />
e como ela influencia a vida escolar do mesmo.<br />
1.5 HIPÓTESES<br />
A ausência do acompanhamento de especialistas que tratam do TDAH, no<br />
âmbito da escola, dificulta o desenvolvimento escolar da criança com TDAH;<br />
17
O acompanhamento da criança com TDAH realizado por um professor<br />
preparado promove melhor desenvolvimento escolar;<br />
Um programa pedagógico envolvendo atividades variadas contribui na<br />
superação das dificuldades em torno do comportamento social e afetivo do<br />
hiperativo.<br />
1.6 METODOLOGIA<br />
1.6.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA<br />
O trabalho de pesquisa desenvolvido quanto aos objetivos é de caráter exploratório,<br />
descritivo e explicativo.<br />
Segundo Gil (2002, p. 41) “as pesquisas podem ser classificadas como explicativas,<br />
descritivas e exploratórias”.<br />
Para Gil (2002, p. 42) “a pesquisa explicativa tem como preocupação central<br />
identificar os fatores que determinam ou que contribuem para ocorrência dos<br />
fenômenos”, segundo o autor, esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o<br />
conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas.<br />
Para Andrade (2001, p. 25) “a pesquisa explicativa é um tipo de pesquisa mais<br />
complexo, pois, além de registrar, analisar e interpretar os fenômenos estudados<br />
procura identificar seus fatores determinantes, ou seja, suas causas”.<br />
Segundo Gil (2002, p. 41) “as pesquisas exploratórias têm como objetivo<br />
proporcionar maior familiaridade como o problema, com vistas a torná-lo mais<br />
explícito de construir hipóteses”.<br />
Portanto, vendo que a hiperatividade é um assunto recente, onde poucos pais e<br />
profissionais na área de educação têm conhecimento sobre o TDAH (Transtorno de<br />
Déficit de Atenção/Hiperatividade), o trabalho de inclusão na PRÉ-ESCOLA<br />
18
MUNICIPAL “CHAPEUZINHO VERMELHO”, também é novo, por isso foi preciso<br />
uma busca maior de informações sobre o assunto.<br />
A pesquisa também é descritiva, pois se baseia na coleta de dados quantitativos<br />
fazendo uso de técnicas padronizadas tal como questionário.<br />
Segundo Gil (2002, p. 42) “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a<br />
descrição de fenômeno ou, então o estabelecimento de relação entre variáveis”.<br />
1.6.2 TÉCNICAS PARA COLETA <strong>DE</strong> DADOS<br />
A pesquisa também pode ser caracterizada, quanto a procedimentos técnicos, como<br />
bibliográfica, pois houve necessidade de uma busca de algo já publicado, para um<br />
conhecimento maior sobre o assunto.<br />
Para Gil (2002, p. 44) “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em<br />
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.<br />
Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa<br />
natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes<br />
bibliográficas. Ela também será uma pesquisa de campo e de caso, onde incluirá um<br />
questionário para que haja um conhecimento de como está funcionando o processo<br />
de aprendizagem de crianças com hiperatividade.<br />
Gil (2002, p. 53) define a pesquisa de campo assim:<br />
Basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das<br />
atividades ao grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas<br />
explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses procedimentos são<br />
geralmente conjugados com muitos outros, tais como análises de documentos,<br />
filmagem e fotografias.<br />
19
Conforme Vergara (2000, p. 47-48) “pesquisa de campo é investigação empírica<br />
realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos<br />
para explicá-lo”. Utilizou-se questionário como método de obtenção dos dados<br />
coletados.<br />
O estudo de caso como ferramenta de pesquisa de acordo com Gil (2002, p. 54) “[...]<br />
consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que<br />
permita seu amplo detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível<br />
mediante outros delineamentos já considerados”.<br />
1.6.3 FONTES PARA A COLETA <strong>DE</strong> DADOS<br />
Como fonte de coleta de dados, é necessária a utilização de fontes primárias, pois<br />
inclui observação de dados colhidos sem tratamento científico (questionário), e ainda<br />
possui fontes secundárias, pois foi buscando dados em livros, revistas, ou seja,<br />
publicações com tratamento científico.<br />
Para Andrade (2001, p. 43):<br />
Fontes primárias são construídas por obras de textos originais, material ainda não<br />
trabalhado, sobre determinado assunto. Fontes secundárias referem-se a<br />
determinadas fontes primárias, isto é são constituídas pela literatura originadas de<br />
determinadas fontes primárias e constituem-se fontes das pesquisas bibliográficas.<br />
1.6.4 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA PESQUISADA<br />
O trabalho de pesquisa terá como base para amostra dos dados um questionário<br />
que incluirá a participação de 10 professores da PRÉ-ESCOLA MUNICIPAL<br />
“CHAPEUZINHO VERMELHO” na cidade de São Gabriel da Palha. Os dados foram<br />
coletados no período de 05 de abril de 2010 a 12 de abril de 2010.<br />
20
1.6.5 INSTRUMENTOS PARA A COLETA <strong>DE</strong> DADOS<br />
Os instrumentos para coletas de dados incluíram o questionário.<br />
Segundo Ferrão (2003, p.106) “questionário é uma técnica de coleta de dados<br />
através de uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por<br />
escrito, sem a presença do entrevistador”.<br />
1.6.6 POSSIBILIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> TRATAMENTO E ANÁLISE<br />
Serão coletados dados através dos procedimentos traçados, estes serão expostos,<br />
codificados após esta análise será feito um processo de tabulação onde os dados<br />
colhidos se tornaram tabelas que darão sustentação as bases teóricas<br />
apresentadas.<br />
Segundo Vergara (2000, p. 59) “tratamento dos dados refere-se aquela seção na<br />
qual se explica para o leitor como pretende tratar os dados a coletar, justificando por<br />
que tal tratamento é adequado aos propósitos do projeto”.<br />
2 REFERENCIAL TEÓRICO<br />
21
2.1 TDAH: <strong>TRANSTORNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>DÉFICIT</strong> <strong>DE</strong> <strong>ATENÇÃO</strong>/HIPERATIVIDA<strong>DE</strong><br />
Esse transtorno é mais conhecido popularmente por Hiperatividade e vem afetando<br />
cotidianamente milhares de brasileiros, sejam crianças, adolescentes e adultos.<br />
Costuma se manifestar ainda na infância e em cerca de 70% dos casos o transtorno<br />
continua na vida adulta.<br />
Qualquer pessoa pode vir a ter o TDAH, independente do sexo, do grau de<br />
escolaridade, do nível cultural ou situação socioeconômica. Alguns estudos já<br />
relatam que a hiperatividade é mais comum em meninos do que em meninas, mas<br />
isso não descarta que meninas também têm a mesma possibilidade de vir a ter esse<br />
transtorno. Elas apresentam maiores problemas de humor e emoção enquanto os<br />
meninos apresentam problemas de desatenção, agitação, impulsividade e agressão.<br />
É importante destacar que o TDAH causa um grande impacto na vida do indivíduo e<br />
das pessoas que este convive. Podendo levar a dificuldades emocionais, sociais, de<br />
relacionamento familiar e um baixo rendimento escolar. É um problema<br />
comportamental que vem ao longo do tempo se tornando mais freqüente em<br />
crianças e adolescentes principalmente em idade escolar.<br />
Nos últimos anos está sendo considerado um dos principais problemas crônicos na<br />
infância. É caracterizado por três sintomas básicos: impulsividade, falta de atenção e<br />
hiperatividade física e mental.<br />
Segundo Rohde; Benczick (1999, p. 37), Hiperatividade:<br />
É um problema de saúde mental que tem três características básicas: a<br />
desatenção, a agitação (a hiperatividade) e a impulsividade. Este transtorno<br />
tem um grande impacto na vida da criança ou do adolescente e das<br />
pessoas com as quais convive (amigos, pais, professores). Pode levar a<br />
dificuldades emocionais, de relacionamento familiar e social bem como a<br />
um baixo desempenho escolar. Muitas vezes, é acompanhado de outros<br />
problemas de saúde mental.<br />
2.2 PRINCIPAIS CAUSAS DO <strong>TRANSTORNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>DÉFICIT</strong> <strong>DE</strong><br />
<strong>ATENÇÃO</strong>/HIPERATIVIDA<strong>DE</strong><br />
22
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade não tem uma causa específica e<br />
única que seja comprovada. Até o momento as pesquisas feitas sobre a causa do<br />
TDAH mostram que ele pode ser causado por diversos fatores, os mais comuns são:<br />
disfunção orgânica, genética, psicológica e social.<br />
A hiperatividade é considerada um fator hereditário quando existem casos nos<br />
parentes mais próximos, como pais, avós, tios. Pode haver mais de um caso de<br />
hiperatividade na mesma família, afirma Topczewski (1999, p. 46): “há vários casos<br />
na literatura e nós temos vários pacientes em tratamento cujos irmãos o estão<br />
também, devido à hiperatividade [...]”. A manifestação é mais freqüente no sexo<br />
masculino e em gêmeos idênticos.<br />
É importante lembrar que a hereditariedade não é regra para se ter uma criança<br />
hiperativa. De acordo com Goldstein; Goldstein (2009, p. 61):<br />
As famílias com crianças afetadas apresentam uma ampla gama de<br />
sintomas; o comportamento de uma criança não pode ser previsto somente<br />
pela história familiar. Alguns pais hiperativos não têm crianças hiperativas,<br />
enquanto pais normais têm crianças com problemas sérios. Muitos são os<br />
fatores que determinarão se a criança será hiperativa.<br />
A disfunção orgânica é uma das causas do TDAH por que diversas áreas do cérebro<br />
estão envolvidas na determinação do quadro de hiperatividade. De acordo com Cirio<br />
(2008, p.21):<br />
Sabe-se apenas que seus portadores produzem menos dopamina, um<br />
neurotransmissor responsável pelo controle motor e pelo poder de<br />
concentração, que atua com maior intensidade na região orbital frontal do<br />
cérebro. Isso explica o porquê de os hiperativos não se concentrarem e<br />
esquecerem facilmente o que lhes é pedido.<br />
As causas emocionais, psicológicas e sociais podem ser também fatores<br />
determinantes do comportamento hiperativo. Sendo assim, desentendimentos entre<br />
os pais, brigas familiares, comportamentos agressivos, podem ser relacionados ao<br />
aparecimento do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade.<br />
Segundo Cirio (2008, p. 22):<br />
O aspecto emocional tem a ver, muitas vezes, com uma ambivalência na<br />
educação da criança. É o caso de pais com valores muito divergentes, que<br />
23
deixam o filho sem saber como agir. Sua reação a esse desconforto é<br />
desligar-se. O mesmo efeito pode ser provocado por um ensino inadequado<br />
na escola, que leva a criança a se desinteressar pelo aprendizado.<br />
Além de todos esses fatores o TDAH é uma das doenças que pode causar muitas<br />
comorbidades, ou seja, várias outras alterações mentais como: ansiedade,<br />
depressão, mudança constante de humor, Síndrome de Tourette (tiques), problemas<br />
de aprendizagem e Transtorno Desafiador, Opositor e de Conduta.<br />
Assim nos afirma Goldstein; Goldstein (2009, p. 66):<br />
A hiperatividade pode também ser compreendida como resultante de uma<br />
disfunção do centro de atenção do cérebro que impede que a criança se<br />
concentre e controle o nível de atividade, as emoções e o planejamento. O<br />
comportamento hiperativo, portanto, pode ser encarado como um mau<br />
funcionamento desse centro de atenção, acarretando problemas de<br />
desempenho.<br />
2.3 DIAGNÓSTICO: COMO I<strong>DE</strong>NTIFICAR O TDAH?<br />
Tanto para a psicologia quanto para a psiquiatria fazer o diagnóstico de uma pessoa<br />
com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade vem sendo um grande desafio,<br />
pois não existe um exame específico para se detectar o TDAH.<br />
Segundo Topczeswski (1999, p. 51 - 52):<br />
O exame psicológico é muito útil, pois através da aplicação de testes é<br />
possível se detectar a interferência dos fatores emocionais desencadeantes,<br />
que nem sempre estão evidentes para a família e nem mesmo para a<br />
criança [...]<br />
[...] Devemos ter em mente que o diagnóstico precoce e o tratamento<br />
adequado previnem os grandes desvios comportamentais, os conflitos<br />
internos e externos, reduzindo assim o tempo do tratamento.<br />
A orientação psicológica muitas vezes é interessante e necessária para os<br />
pais, pois os ajuda a entender e lidar com o problema do filho de modo mais<br />
adequado; [...]<br />
O diagnóstico é feito com base em uma conversa detalhada sobre toda a história de<br />
vida do indivíduo, desde quando ele foi gerado até os dias atuais. Surge aí uma das<br />
primeiras dificuldades na hora de fazer o diagnóstico de TDAH em um adulto,<br />
24
porque na maioria das vezes este não se lembra de todos os detalhes da sua vida<br />
na infância, ficando o seu relato deficiente em vários registros importantes.<br />
É importante lembrar que o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é uma<br />
disfunção cerebral e não uma doença. A melhor forma de diagnosticar o TDAH é<br />
através da história pessoal do indivíduo, analisada por várias fases de sua vida,<br />
seja, escolar, profissional, familiar, social e afetiva.<br />
Durante o processo de estabelecer o diagnóstico do TDAH é importante considerar<br />
alguns aspectos fundamentais. De acordo com Silva (2009, p. 224) é necessário:<br />
Procurar um médico especializado no assunto para que você possa<br />
expor suas idéias sobre a possibilidade de possuir esse tipo de<br />
funcionamento comportamental;<br />
Relacionar para ele suas dificuldades e desconfortos nas áreas<br />
acadêmica, profissional, afetivo-familiar e social, citando exemplos<br />
situacionais claros;<br />
Verificar se esses problemas o acompanham desde a infância;<br />
Certificar-se de que suas alterações se apresentam em um grau<br />
(intensidade) significativamente maior quando comparado a outras pessoas<br />
de seu convívio, que se encontram na mesma faixa etária e em condições<br />
socioculturais semelhantes;<br />
Eliminar a presença de qualquer outra situação médica ou não médica<br />
que seja capaz de explicar as alterações apresentadas no seu<br />
comportamento, bem como os transtornos que elas lhes causam no dia a<br />
dia.<br />
Diante da complexidade dos sintomas de TDAH, muitas vezes é difícil de<br />
diagnosticar. Em alguns casos o TDAH aparece sem muitas características<br />
enquanto que em outros podemos encontrar algumas síndromes e comportamentos<br />
culturais que podem ser confundidos com o comportamento hiperativo, interferindo<br />
assim no diagnóstico.<br />
Um ponto bastante elucidativo para a compreensão e o diagnóstico do TDAH é O<br />
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-IV (Dayse<br />
Batista/1995). Assim Batista (apud CASTRO; NASCIMENTO 2009, p. 24 - 25) cita<br />
três tipos de TDAH:<br />
1 - TDAH: Tipo Predominante Desatento, refere-se ao comportamento de<br />
crianças com predomínio de sintomas de desatenção. Sendo que a criança<br />
deve apresentar seis ou mais sintomas de desatenção que persistem há<br />
pelo menos seis meses e ter menos de seis sintomas de<br />
hiperatividade/impulsividade. Crianças com esse Tipo de TDAH:<br />
25
Freqüentemente deixam de prestar atenção a detalhes ou cometem<br />
erros por descuido em atividades escolares, brincadeiras ou outros;<br />
Têm dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades<br />
lúdicas;<br />
Facilmente se distraem com acontecimentos alheios às atividades;<br />
Apresentam freqüentemente esquecimento em atividades diárias;<br />
Não seguem instruções, regras e não conseguem terminar seus deveres<br />
escolares ou domésticos;<br />
Na maioria das vezes parecem não escutar quando lhes dirigem a<br />
palavra;<br />
Tanto na escola quanto em casa vivem perdendo coisas necessárias<br />
para tarefas e atividades;<br />
Não gostam de se envolver em tarefas que exigem muito esforço mental;<br />
São crianças criativas, sonhadoras e que “vivem no mundo da lua”.<br />
2 – TDAH: Tipo Predominante Hiperativo/Impulsivo refere-se ao<br />
comportamento de crianças com predomínio de sintomas de hiperatividade<br />
e impulsividade. Sendo que a criança deve apresentar seis ou mais<br />
sintomas de hiperatividade/impulsividade e menos de seis sintomas de<br />
desatenção que persistem há pelo menos seis meses. Crianças com esse<br />
tipo de TDAH:<br />
Quando estão sentadas com muita freqüência se remexem ou agitam as<br />
mãos ou os pés na cadeira;<br />
Têm dificuldades para se relacionarem socialmente por em muitas vezes<br />
apresentar um comportamento agressivo, impulsivo e autoritário;<br />
Com freqüência encontram dificuldades para brincar ou se envolver<br />
silenciosamente em atividades de lazer;<br />
Apresentam dificuldades em situações que precisam ficar sentadas por<br />
muito tempo;<br />
Falam sem parar, “não tem freio na língua”;<br />
Respondem perguntas antes mesmo que elas sejam concluídas;<br />
Freqüentemente se metem e interrompem assuntos de outros;<br />
Sentem dificuldades para esperar por sua vez.<br />
3 – TDAH: Tipo Cominado refere-se ao comportamento de crianças com<br />
predomínio de sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade.<br />
Sendo que a criança deve apresentar seis ou mais sintomas de<br />
hiperatividade/impulsividade e seis ou mais sintomas de desatenção que<br />
persistem há pelo menos seis meses. Crianças com esse tipo de TDAH<br />
apresentam todos os tipos de sintomas citados acima no item 1 e 2.<br />
2.4 COMPORTAMENTO <strong>DE</strong> UMA CRIANÇA COM TDAH<br />
A desatenção, a hiperatividade e a impulsividade são sintomas que podem estar<br />
presentes em vários momentos e ambientes da vida da criança. Quem estiver<br />
avaliando o comportamento de uma criança com TDAH deve levar em conta que os<br />
sintomas que aparecem somente em casa ou somente na escola, por exemplo,<br />
26
podem ser sintomas apenas de uma situação familiar (ex:. Separação dos pais) ou<br />
de um sistema de ensino inadequado na escola.<br />
Ao lidar com crianças com TDAH, assim como com outras crianças, é<br />
imprescindível pensar de maneira realista. Isso significa, por exemplo,<br />
“pensar TDAH”, ou seja, não esperar comportamentos normais e<br />
apropriados para a idade de seu filho com TDAH. Pensar TDAH significa<br />
esperar muita hiperatividade, desorganização, barulho e intensa rivalidade<br />
entre irmãos, ao mesmo tempo, administrar esses problemas da melhor<br />
forma possível (PHELAN apud CASTRO; NASCIMENTO 2009, p. 26).<br />
Para Cirio (2008, p. 24 a 30): “a criança com Transtorno de Déficit de<br />
Atenção/Hiperatividade pode apresentar comportamentos diferentes em casa e na<br />
escola. Podemos assim, identificá-la”:<br />
Em casa:<br />
Faz birras como bater a cabeça no chão, morde-se, puxa os cabelos,<br />
etc;<br />
Apresenta sonambulismo;<br />
Fala durante o sono;<br />
Apresenta comportamento inquieto;<br />
É uma criança teimosa e rebelde;<br />
É desajeitado, quase tudo cai das mãos;<br />
Nunca presta atenção a detalhes;<br />
Culpa sempre os outros por seus fracassos;<br />
Dá a impressão que às vezes ouve bem e às vezes não;<br />
Não consegue se concentrar por muito tempo, devido a dificuldades de<br />
memorizar;<br />
Resiste a mudanças, prefere a rotina.<br />
Na escola:<br />
Apresenta dificuldades em manter a atenção;<br />
Perde objetos com facilidade;<br />
Coloca letras em ordens incorretas ou as trocas;<br />
Não segue as instruções determinadas nem termina as lições;<br />
Tem dificuldades em organizar tarefas que lhe são solicitadas;<br />
Apresenta problemas de linguagem envolvendo a estrutura gramatical;<br />
Distrai-se facilmente com estímulos insignificantes;<br />
Repele tudo que exija atividade mental prolongada;<br />
Tem dificuldade de esperar sua vez;<br />
Apresenta sociabilidade ruim, faz amizade fácil, mas não consegue<br />
mantê-las;<br />
Precisa de esclarecimentos e lembretes constantemente;<br />
Esquece facilmente o que tem de fazer.<br />
Os pais nem sempre conseguem perceber as diferenças no comportamento do seu<br />
filho. Acreditando que toda aquela inquietação é coisa de criança, uma fase que<br />
27
logo vai passar. Essa acomodação a este tipo de comportamento faz com que não<br />
percebam quanto esta criança se desvia do comportamento normal e tolerável.<br />
É importante considerar que existem pais que não mostram aos seus filhos quais<br />
são os seus verdadeiros limites. A impressão é de que eles estão sendo educados<br />
pelos filhos. Há também, aqueles que não querem aceitar que o seu filho apresenta<br />
algum problema comportamental e consideram que as reclamações a respeito do<br />
seu filho como sendo uma questão de antipatia e de intolerância.<br />
A primeira barreira para que a criança seja encaminhada para avaliação<br />
especializada são os pais, quando não querem aceitar que o filho apresenta<br />
problemas de comportamento. Muitas vezes quando são alertados pelos<br />
orientadores ou professores da escola, ignoram o assunto ou procuram clínicos que<br />
não tem muito conhecimento sobre TDAH e acabam orientando de modo errado e<br />
não encaminham para especialistas. Isso pode acarretar importantes prejuízos ao<br />
desenvolvimento da criança, seja sob aspecto social, escolar ou emocional.<br />
2.5 DIFICULDA<strong>DE</strong>S <strong>DE</strong> CRIANÇAS COM TDAH<br />
Crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade apresentam inúmeras<br />
dificuldades, seja no campo afetivo, social, cognitivo e familiar. Os problemas de<br />
relacionamento mais comuns são que algumas delas apresentam comportamento<br />
agressivo e dominador, o que muitas vezes faz com que os colegas ou os próprios<br />
familiares tornam-se intolerantes a este tipo de comportamento. Algumas<br />
apresentam comportamento que resulta na falta de boas maneiras sociais, ou seja,<br />
os famosos “mal-criados” ou “mal-educados”.<br />
Pode-se considerar também que os problemas com amizades, é um dos métodos de<br />
diagnosticar o TDAH em crianças. Estas apresentam grandes dificuldades em fazer<br />
amigos e desenvolver aptidões sociais. Infelizmente, os problemas sociais são<br />
frequentemente menosprezados quando se consideram as dificuldades vividas por<br />
elas. Crianças de todas as idades rapidamente se tornam cientes do comportamento<br />
28
hiperativo de certo colega e começam a rejeitá-lo vendo esse colega de um modo<br />
negativo.<br />
No campo cognitivo os indivíduos com TDAH têm grandes dificuldades, pois<br />
sabemos que alunos com esse transtorno não tem uma escola adequada, não tem<br />
amigos compreensivos e nem familiares preparados e pacientes para lidar com elas.<br />
São sempre considerados culpados por algo errado que acontece. Além de haver<br />
poucos médicos e educadores que conheçam sobre o assunto. Para Topczewski<br />
(1999, p. 60):<br />
A cognição significa a aquisição de conhecimentos de modo geral; a criança<br />
hiperativa apresenta esta função alterada, pois o seu comportamento<br />
hiperativo acarreta a dispersão e a desatenção e, consequentemente, a<br />
impossibilidade para o aprendizado satisfatório é evidente [...].<br />
Na escola os alunos hiperativos são descritos de forma negativa tanto no falar como<br />
no fazer. Infelizmente eles são menos capazes de enfrentar a frustração de rejeição<br />
de seus colegas e às vezes até o professor age com repulsa e rejeição quando se<br />
refere ao seu aluno TDAH. Em resposta a esta rejeição o aluno tenta exercer um<br />
maior controle sobre as outras crianças e até mesmo sobre o professor.<br />
De acordo com esse comportamento Cirio (2008, p. 65) afirma que:<br />
Devemos estar conscientes do quanto que a criança hiperativa se sente<br />
perdida e confusa, num mundo ao qual ela julga não lhe pertencer, ela cria<br />
desafetos por onde passa e problemas familiares que a deixa com um<br />
enorme sentimento de culpa.<br />
A forma de amar das crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade<br />
também é influenciada pelos sintomas que caracterizam esse transtorno, variando<br />
de uma pra outra.<br />
2.6 TDAH: INCLUSÃO NA ESCOLA<br />
A criança hiperativa na escola geralmente é desatenta e se dispersa facilmente nas<br />
aulas, prejudicando assim o seu desempenho escolar. Frequentemente apresenta<br />
dificuldades no aprendizado escolar, independentemente do nível intelectual dela.<br />
29
Crianças hiperativas que não desenvolvem problemas no aprendizado conseguem<br />
concluir as atividades rapidamente, terminando antes que os colegas atrapalhando-<br />
os na execução das tarefas. Tal comportamento passa a incomodar os outros alunos<br />
presentes na sala de aula e assim começam as reclamações.<br />
É importante que o professor saiba que o TDAH causa alterações cognitivas no<br />
indivíduo que o possui, tendo como conseqüência um aprendizado pouco satisfatório<br />
devido a dispersão e a desatenção.<br />
De acordo com Topczewski (1999, p. 61):<br />
Geralmente, os hiperativos apresentam alterações na chamada memória de<br />
curto prazo, e isto se deve à baixa capacidade de atenção e a pouca<br />
concentração [...]<br />
[...] Esta falta de memória já é por si só, um fator de baixo rendimento<br />
escolar que quando associado à hiperatividade agrava o fracasso escolar.<br />
O desempenho da criança TDAH é marcado pela instabilidade. Em um determinado<br />
momento ela é brilhante, já em outro, não consegue aprender os conteúdos<br />
ministrados. Essa instabilidade de atenção pode levá-la a ter dificuldades de<br />
interagir socialmente e manter amizades.<br />
Assim nos afirma Silva (2009, p. 80):<br />
Para melhorar a qualidade de vida de um aluno com TDA e garantir um<br />
aproveitamento escolar satisfatório, o colégio e a família precisam estar em<br />
fina sintonia. Tanto os pais quanto os professores, orientadores<br />
educacionais e os profissionais da saúde que acompanham a criança<br />
devem manter um contato estreito. Além do tratamento médico e<br />
psicológico, é fundamental que a criança com TDA se sinta em um<br />
ambiente adequado e receptivo, aberto às diferenças e às variações no<br />
ritmo de aprendizagem.<br />
A seguir veremos algumas dicas de Silva (2009, p. 80) e Cirio (2008, p. 36 - 54),<br />
para os professores, podendo contribuir para a inclusão, participação, integração e<br />
desenvolvimento da aprendizagem da criança TDAH em sala de aula:<br />
Professores devem ter conhecimento sobre o assunto, jogo de cintura e<br />
flexibilidade para ajudar o aluno com TDAH. A informação é o passo mais<br />
importante para entender como funciona a cabeça destas crianças;<br />
30
Não cabe ao professor diagnosticar o TDAH, mas, caso perceba<br />
sintomas característicos em algum aluno é importante que oriente a família<br />
a procurar ajuda. Quanto antes o tratamento médico for iniciado menos<br />
problemas essa criança terá;<br />
Em sala de aula coloque sempre a criança sentada próxima da mesa, ou<br />
onde você costuma ficar, a maior parte do tempo. Isso evitará a distração,<br />
tão característica dela;<br />
Faça perguntas interessantes e especulativas quando for expor a<br />
matéria. Mostre figuras, conte histórias, leia poemas. Isso provocará<br />
discussões e maior interesse na próxima lição;<br />
Dinamize suas aulas. Use recursos audiovisuais (DVD, retroprojetores,<br />
computadores, etc);<br />
Seja diferente. Essas crianças adoram novidades. Elas respondem às<br />
novidades com entusiasmo. Isso ajuda a manter a atenção, tanto a delas<br />
quanto a sua;<br />
Trabalhe sempre com pequenos grupos, sem isolar as crianças<br />
hiperativas. É importante que elas interajam com todos os colegas;<br />
Envolva a criança nas atividades. Isso vai motivá-la e a motivação ajuda<br />
a melhorar o comportamento da criança com TDAH;<br />
Elogie sempre os resultados;<br />
Construa a auto-estima da criança TDAH, aceitando e reconhecendo as<br />
qualidades positivas da sua personalidade;<br />
Use um sistema de recompensa que reforce as atitudes positivas;<br />
Regras por escrito ficam mais fáceis de serem seguidas. As crianças se<br />
sentirão mais tranqüilas e seguras sabendo o que é esperado delas;<br />
Crianças com TDAH necessitam saber com antecedência o que vai<br />
acontecer, de modo que elas possam se preparar. Isso pode evitar<br />
excitação e inquietação;<br />
Divida as grandes tarefas em partes. Esta é uma das mais importantes<br />
técnicas de ensino das crianças com TDAH. Grandes tarefas as sufocam<br />
rapidamente;<br />
Explique e dê tratamento normal a todos os alunos, sem distinção;<br />
Repita, quantas vezes for necessário, aquilo que você estiver explicando,<br />
seja o conteúdo ou a atividade;<br />
Você sabe melhor do que ninguém as dificuldades e o potencial de uma<br />
criança com TDAH. Aproveite e dê responsabilidades a seu aluno de ser<br />
seu assistente, monitor, modelo, líder de grupo, etc;<br />
2.7 A ESCOLA I<strong>DE</strong>AL PARA CRIANÇA COM TDAH<br />
É comum que os pais de uma criança TDAH sintam alguma insegurança ou até<br />
mesmo medo na hora de escolher a escola, o professor e como vai ser trabalhado o<br />
desenvolvimento cognitivo, social e afetivo do seu filho nesse ambiente escolar.<br />
Um dos passos mais importantes na vida educacional dessa criança é na escolha da<br />
escola certa. Na hora de se fazer esta escolha os pais devem levar em consideração<br />
que existem muitas escolas que se dizem ser muito capacitadas para atender as<br />
nossas crianças TDAH e na verdade muitos dos profissionais que atuam nessas<br />
31
escolas têm pouco ou nenhum conhecimento sobre o que é e como agir quando se<br />
tem um aluno TDAH em sala de aula.<br />
É importante que os pais desse aluno façam uma reunião com todo o corpo docente<br />
da escola escolhida para que seja discutido junto com toda a equipe escolar o<br />
conhecimento que todos têm sobre o TDAH e para saber como que a escola<br />
trabalha com esses alunos.<br />
Os pais devem verificar se a escola apresenta um Projeto Político Pedagógico com<br />
ações disciplinares e quais as medidas que a escola utiliza para auxiliar o aluno a<br />
não cometer erros no lugar de simplesmente aplicar punições.<br />
Sendo assim podemos definir que a escola ideal para uma criança que possui o<br />
TDAH:<br />
É a escola que faz total interação entre família e escola;<br />
Que tem profissionais aptos para receber alunos com TDAH e que tenham<br />
conhecimentos a respeito deste transtorno;<br />
Uma escola onde os professores e todos os profissionais que ali atuam<br />
sejam receptivos com os profissionais de saúde mental (Psicólogos,<br />
psiquiatras, fonoaudiólogos) que também atuam para o bem estar dessa<br />
criança;<br />
Que identifica e respeita à diversidade, trabalhando numa perspectiva de<br />
que todos nós somos diferentes e devemos respeitar o outro na diferença;<br />
É importante que a metodologia utilizada pelos professores, seja inclusiva e<br />
que facilite e favoreça o desenvolvimento, o ensino e a aprendizagem do aluno<br />
com TDAH;<br />
Juntos professores, psicólogos e pedagogos podem discutir o programa<br />
educacional e decidir o que fica melhor para trabalhar com esse aluno;<br />
É importante que a escola se mostre preocupada com esse tipo de aluno e<br />
que faça uma verificação na sala de aula se o ambiente é amplo para está<br />
atendendo esses alunos;<br />
Deve ajudar a criança a ter expectativas e a planejar o futuro.<br />
32
Para Benczik (apud CASTRO; NASCIMENTO 2009, p. 62):<br />
A escola ideal para as crianças que apresentam TDAH é aquela que<br />
valoriza o desenvolvimento global do aluno. Sendo assim reconhece e<br />
respeita as diferenças individuais, valoriza e promove o desenvolvimento da<br />
criatividade e da espontaneidade.<br />
Não se pode falar em uma escola ideal para crianças com TDAH e esquecer que os<br />
professores também desempenham um papel fundamental na experiência escolar<br />
dessas crianças.<br />
O Transtorno de Déficit de Atenção Hiperatividade é um problema novo no ambiente<br />
escolar e muitos professores admitem ter suas limitações para atuar com crianças<br />
com o TDAH. Torna-se assim cada vez mais difícil trabalhar de maneira adequada<br />
para que essas crianças tenham suas necessidades atendidas. Por isso é<br />
importante que haja troca de informações entre o professor, família, escola e o<br />
profissional de saúde mental que está acompanhando a criança TDAH.<br />
[...] Os professores estão sobrecarregados e não conseguem lidar com o<br />
assunto. Afinal de contas, lidam com diversos alunos que apresentam<br />
problemas e não podem se dedicar aos alunos portadores de TDAH. Neste<br />
caso, no estresse do dia a dia, mandar o bagunceiro para o corredor é, sem<br />
dúvida, a maneira mais fácil de restabelecer a ordem na sala (ANDRA<strong>DE</strong><br />
apud CASTRO; NASCIMENTO 2009, p. 43).<br />
O professor preparado para lidar com crianças com TDAH é aquele que é<br />
democrático, compreensivo, otimista, amigo, bem organizado, que sabe administrar<br />
bem o tempo, flexível para realizar vários tipos de tarefas, dá respostas consistentes<br />
para o comportamento inadequado da criança não transparecendo raiva ou<br />
ofendendo o aluno e que seja capaz de encontrar meios para ajudar o aluno a atingir<br />
a sua meta.<br />
Para Benczik (apud CASTRO; NASCIMENTO 2009, p. 69) “o professor deve estar<br />
ciente que não existe uma solução fácil para lidar com TDAH em sala de aula e<br />
tampouco há uma receita pronta para isso [...]”.<br />
33
2.8 TRATAMENTO DO <strong>TRANSTORNO</strong> <strong>DE</strong> <strong>DÉFICIT</strong> <strong>DE</strong><br />
<strong>ATENÇÃO</strong>/HIPERATIVIDA<strong>DE</strong><br />
Ao longo dos anos médicos e cientistas vêem fazendo estudos e pesquisas para que<br />
cada vez mais os indivíduos com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade<br />
possam levar uma rotina de vida mais tranqüila sem tantas perturbações. De acordo<br />
com Topczewski (1999, p. 82):<br />
Sabemos que o TDAH pode acarretar freqüentes fracassos escolares e com<br />
isso a criança passa a sofrer fortes pressões na escola, em casa e no<br />
ambiente social. Estes insucessos geram uma grande ansiedade, que leva<br />
a depressão. Uma vez controlada a hiperatividade e o déficit de atenção,<br />
melhoram o desempenho escolar, a auto-imagem, com influências positivas<br />
nas relações ambientais. Melhorando o relacionamento com os colegas, a<br />
criança se sentirá mais feliz na escola, o que é um fator favorável para a<br />
melhoria do seu aprendizado.<br />
Existe sem dúvida um tratamento para crianças, jovens e adultos com TDAH, porém<br />
existe o tratamento, mas não a cura da hiperatividade. De acordo com a cura da<br />
hiperatividade Goldstein e Goldstein (2009, p. 201) afirmam que: “problemas de<br />
hiperatividade não podem ser curados, mas devem ser controlados”.<br />
O tratamento deve ser feito a partir de um trabalho que envolva a orientação familiar,<br />
psicológica, psicopedagógica, a participação da escola e para complementar o<br />
tratamento do TDAH deve-se utilizar alguns tipos de medicamentos.<br />
Para Topczewski (1999, p. 91):<br />
Os medicamentos são fundamentais para tratar a hiperatividade, pois a sua<br />
ação é rápida e os resultados positivos [...]<br />
[...] Como esses pacientes podem apresentar, também, defasagem no<br />
aprendizado escolar, transtornos emocionais e dificuldades nos<br />
relacionamentos, eles devem ser encaminhados para terapia psicológica,<br />
psicopedagógica, fonodiológica. Além do tratamento dispensado ao<br />
paciente, deve-se lembrar que a terapia familiar é de especial importância<br />
no esquema terapêutico do paciente, pois a convivência tranqüila e<br />
equilibrada, com o paciente hiperativo, nem sempre é uma tarefa muito fácil.<br />
Esse conjunto de medidas visa corrigir as dificuldades do presente, através<br />
do uso de medicamentos. As terapias associadas são recomendadas para<br />
vivências futuras, melhorarão as relações, habilidades, possibilidades,<br />
sentimentos, auto-estima e auto-imagem do paciente.<br />
34
Os medicamentos para o tratamento da hiperatividade estão disponíveis no mercado<br />
farmacêutico por cerca de 50 anos. Portanto seus efeitos são bastante conhecidos e<br />
nos deixam mais seguros quanto a sua indicação, eficácia e contra-indicação.<br />
Segundo Topczeswki (1999, p. 77):<br />
Atualmente, existem vários medicamentos disponíveis para o tratamento,<br />
que pertencem ao grupo dos psico-estimulantes, dos antidepressivos, dos<br />
neurolépticos, além dos medicamentos de lançamento mais recente que<br />
não pertencem às categorias citadas. [...].<br />
O uso de medicamentos dependerá do grau que se encontra a hiperatividade em<br />
determinada criança, pois devemos considerar também as co-morbidades geradas<br />
pela hiperatividade para que depois seja receitado o medicamento certo para cada<br />
tipo. É com o uso criterioso desses medicamentos que a maioria dos pacientes se<br />
beneficiará. Diante dos benefícios que o uso de medicamentos no tratamento do<br />
TDAH traz, Topczewski (1999, p. 79) afirma que:<br />
Os benefícios com a terapia medicamentosa podem ser observados de<br />
maneira substancial com a diminuição da hiperatividade, melhoria do<br />
humor, do nível de atenção e concentração, e conseqüentemente o<br />
rendimento escolar se apresenta mais satisfatório. [...]<br />
“[...] a melhoria do comportamento facilita a aceitação da criança pelos<br />
colegas e professores. O mesmo acontece no ambiente familiar, com<br />
reflexos marcantes nas relações”.<br />
Muitos pais, professores e pessoas que convivem com uma criança hiperativa,<br />
acreditam que o certo seria o médico receitar um medicamento a base de calmantes<br />
e não um remédio estimulante. Mas é devido ao desequilíbrio bioquímico existente<br />
no sistema nervoso central, que os medicamentos a base de calmantes não<br />
apresentam resultados satisfatórios e sim contraditórios há um maior<br />
comprometimento da atenção e acaba por acentuar ainda mais o quadro hiperativo,<br />
ou seja, a criança ao invés de ficar calma fica ainda mais agitada.<br />
Os medicamentos recomendados para o tratamento do DDAH agem no<br />
sistema nervoso central em nível dos neurotransmissores. Nesses<br />
pacientes existe um desequilíbrio bioquímico que interfere na produção ou<br />
no reaproveitamento das substâncias que funcionam como transmissores<br />
dos impulsos nervosos. Os medicam entos têm a capacidade de reequilibrar<br />
esse sistema, melhorando o quadro clínico (TOPCZEWSKI, 1999, p.83).<br />
35
O tempo de tratamento com medicamentos varia de criança a criança, pois existem<br />
pacientes que apresentam rápidas melhoras e podem suspender o uso do<br />
medicamento após 12 meses de uso, há outros grupos de pacientes que poderão<br />
necessitar de um tratamento mais longo com cerca de 24 meses ou 36 meses e até<br />
mais, pois existe casos de pacientes que necessitam de tratamento até a vida<br />
adulta. Após o período de uso do medicamento receitado pelo médico, a maioria dos<br />
pacientes se encontra em condições de suspender o tratamento com medicamentos.<br />
Segundo Topczewski (1999, p. 84):<br />
Há pacientes que melhoram numa faixa estimada entre 25-50%, outros<br />
entre 50-75% e outros acima dos 75%. Devemos ressaltar que uma<br />
melhoria, ainda que pequena, é representativa e muito importante para o<br />
paciente, seja sob aspecto social, familiar, escolar ou emocional.<br />
O médico que acompanhou desde o início o tratamento é que poderá fazer as<br />
avaliações necessárias verificando se as metas desejadas foram atingidas e dizer<br />
quando é o momento de parar de usar o remédio.<br />
É importante lembrar que o uso de medicamentos em determinados casos podem<br />
apresentar efeitos adversos. É raro, mas existem pessoas que não podem fazer o<br />
uso de nenhum dos tipos de medicamentos utilizados no tratamento do TDAH.<br />
Nestes casos a psicoterapia torna-se fundamental, pois fornece orientações, apoio e<br />
busca de soluções para as diversas dificuldades enfrentadas por essas pessoas.<br />
A psicoterapia vai educar o paciente sobre o seu problema, além de instruir a mudar<br />
comportamentos para compreender situações que sejam surreais e que estejam<br />
colaborando para sustentar ou agravar seu problema, ou até mesmo deflagrar o<br />
transtorno.<br />
Assim nos afirma Silva (2009, p. 248) que:<br />
Esta abordagem psicoterápica caracteriza-se pela busca de mudanças nos<br />
afetos e comportamentos por meio da chamada reestruturação cognitiva,<br />
isto é, substituir crenças, pensamentos e formas de interpretar as situações<br />
que sejam negativistas e disfuncionais por outras formas de pensar e<br />
perceber o mundo menos depressogênicas/ansiogênicas e mais baseadas<br />
na realidade.<br />
36
O terapeuta cognitivo-comportamental de acordo com Silva (2009, p. 249): “irá<br />
trabalhar com o paciente no treinamento de soluções de problemas, no treinamento<br />
de habilidades sociais, treinamento de relaxamento, no estabelecimento de<br />
atividades rotineiras e a etapa de reestruturação cognitiva”.<br />
O treinamento de soluções de problemas visa minimizar a impulsividade que reflete<br />
negativamente no comportamento deste indivíduo. É muito importante para os<br />
pacientes que ficam ansiosos e ou desorientados diante de um problema.<br />
Já o treinamento de habilidades sociais facilita o relacionamento social de uma<br />
pessoa com TDAH, minimizando ações e falas impulsivas que muitas vezes criam<br />
dificuldades e atritos nos relacionamentos.<br />
O treinamento de relaxamento auxilia na reeducação da respiração e da postura.<br />
Também ajuda a minimizar a ansiedade, a tensão muscular, tremores, taquicardia e<br />
outras sensações desagradáveis.<br />
O estabelecimento de uma agenda de atividades rotineiras é especialmente<br />
importante para os pacientes com TDAH, pois ela irá ajudá-los a cumprir<br />
compromissos, horários, atividades e momentos de lazer. É através dessa agenda<br />
que eles vão organizar sua vida.<br />
A etapa de reestruturação cognitiva é muito importante para um TDAH, pois<br />
geralmente quem tem esse transtorno tem sua auto-estima baixa, problemas<br />
emocionais e afetivos. É através da reestruturação cognitiva que o paciente irá<br />
conseguir superar todos esses problemas que o acompanha desde pequeno,<br />
melhorando as relações, as habilidades, possibilidades, sentimentos, auto-estima e<br />
a auto-imagem.<br />
“A etapa de reestruturação cognitiva é um dos pilares da terapia. Trata-se da<br />
reestruturação das formas de pensar, interpretar os eventos, e o modo como o<br />
individuo vê a si mesmo” SILVA (2009, p. 251).<br />
37
3 ESTUDO <strong>DE</strong> CASO<br />
3.1 CENTRO MUNICIPAL <strong>DE</strong> EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETO <strong>DE</strong> ESTUDO<br />
Histórico da Escola<br />
Seu primeiro nome: Escola Jardim de Infância “Daniel Comboni”, teve inicio com as<br />
irmãs combonianas, que deram esse nome em homenagem ao fundador da<br />
congregação dos combonianos: Dom Daniel Comboni, beatificado em Roma, no dia<br />
17 de março de 1995.<br />
No ano de 1963 começou a funcionar com as irmãs italianas Maria Assunta e<br />
Berenice. O prédio foi construído pela Mitra Diocesana.<br />
Quando as irmãs combonianas deixaram de atuar em São Gabriel da Palha, a<br />
escola não teve continuidade. Só voltou a funcionar no ano de 1975, com outro<br />
regime, outros professores, sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal e com o<br />
nome de Pré-Escola “Chapeuzinho Vermelho”, personagem do livro infantil muito<br />
querido pelas crianças, daí a origem do nome.<br />
A escola na época recebia orientação da secretária Municipal de Educação Halina<br />
Irena Glazar e depois, Maria Augusta Toresani.<br />
Os primeiros professores; Danuta Glazar, Maria da Penha dos Anjos, Maria de<br />
Lourdes Alves, as merendeiras Maria da Penha Massucatti, Márcia Toniato.<br />
Funcionava em dois turnos: das 8 horas às 12 horas e das 13 horas às 17 horas. O<br />
prédio possuía duas salas de aula, sala dos professores, um refeitório que<br />
funcionava em um cômodo ao lado do prédio da escola e os banheiros.<br />
Além das atividades pedagógicas, a escola promovia animadas festas: Dia das<br />
Mães, Dia dos Pais, festa Junina, Dia das Crianças, Formaturas, Aniversários das<br />
crianças e participavam também dos desfiles escolares, nas festas de aniversário da<br />
cidade e Sete de Setembro com belíssimas alegorias.<br />
38
Funcionava aproximadamente com 60 alunos. Muitos destes, hoje são médicos,<br />
professores, advogados, engenheiros ou pais e mães de famílias e tem seus filhos<br />
também estudando nesta instituição.<br />
Com o crescente número de alunos, foi construído um prédio em abril de 1987 na<br />
Rua Pedro Álvares Cabral nº.43, Centro São Gabriel da Palha.<br />
Atualmente a escola dispõe de 20 professores, duas secretárias, um professor<br />
pedagógico que exerce atividades na secretaria, um diretor, 11 serventes e 3<br />
guardas noturnos. A escola atende uma clientela de 471 alunos matriculados.<br />
3.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS<br />
3.2.1 VISÃO DOS ENTREVISTADOS QUANTO AO TDAH<br />
Em relação ao número de alunos com TDAH atendidos na escola, 50% dos<br />
professores entrevistados tiveram apenas 01 aluno, 30% não teve ou não foi<br />
detectado nenhum aluno com TDAH e 20% teve 02 ou mais alunos com TDAH,<br />
conforme o gráfico 1.<br />
Gráfico 1 – Atendimento a aluno com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade.<br />
Os professores diagnosticam as capacidades cognitivas e os distúrbios de<br />
aprendizagem de uma criança, diferenciando se ela é levada ou hiperativa através<br />
39
da falta de atenção, inquietação, impulsividade e agitação das crianças na sala de<br />
aula, apontados por 50% e pela observação do comportamento de cada criança<br />
também considerado por 50% dos professores verificado na gráfico 2.<br />
Gráfico 2 – Diagnóstico das capacidades cognitivas, distúrbios de aprendizagem, ativismo ou<br />
hiperativa.<br />
Dentre os entrevistados ao abordarem se a escola é o lugar mais propício para<br />
detectar a hiperatividade, 80% responderam que não, porque em qualquer lugar<br />
pode-se detectar o problema, porém o diagnóstico só deve ser realizado por um<br />
profissional de saúde mental e 20% responderam que não sabem se a escola é<br />
lugar mais propício para detectar a hiperatividade, conforme gráfico 3.<br />
Gráfico 3 – A escola é o lugar mais propício para detectar a hiperatividade.<br />
40
Em relação ao trabalho docente realizado no ambiente escolar que promove a<br />
inclusão do TDHA, 50% dos professores trabalham através de atividades que<br />
envolvam a concentração da criança hiperativa e 50% trabalham através do<br />
desenvolvimento da solidariedade e da compreensão dos outros alunos, conforme<br />
gráfico 4. Percebe-se neste resultado que os professores precisam ser orientados<br />
quanto à importância das duas ações que devem ser paralelas.<br />
Gráfico 4 – O trabalho de inclusão do aluno hiperativo no ambiente escolar<br />
Dentre os entrevistados 100% afirmam que a escola ideal para a criança com TDAH<br />
é uma escola que trabalhe o desenvolvimento dessa criança junto com a família, que<br />
reconheça e respeite as diferenças individuais de cada criança, conforme gráfico 5.<br />
Gráfico 5 – A escola ideal para a criança com TDAH.<br />
41
Sobre o processo avaliativo realizado pelos professores no momento da aprovação<br />
dos alunos para as séries seguintes, 100% trabalham através do acompanhamento<br />
das atividades desenvolvidas pelo aluno e por meio de relatórios do comportamento<br />
da criança, conforme gráfico 6.<br />
Gráfico 6 – Avaliação de alunos com TDAH<br />
Dos professores entrevistados, 100% afirmam que um professor compreensivo, bem<br />
organizado e capaz de encontrar meios de ajudar o aluno a atingir sua meta é o<br />
perfil de professor que se adapta melhor as necessidades do aluno com TDAH,<br />
conforme gráfico 7.<br />
Gráfico 7 – Perfil do professor para trabalhar com o aluno com TDAH.<br />
42
Dentre os entrevistados ao abordarem se a punição favorece a melhoria da<br />
hiperatividade, 100% responderam que a punição não é o caminho para o<br />
tratamento da criança hiperativa, pois a criança não vai entender o porquê da<br />
punição, conforme gráfico 8.<br />
Gráfico 8 – A punição favorece a melhoria da hiperatividade.<br />
Em relação aos sintomas que a criança com TDHA apresenta em sala de aula,<br />
100% dos professores afirmam que a criança não presta atenção a detalhes, comete<br />
erros por descuidos, é desorganizada e inquieta, sendo estes os sintomas da<br />
criança com TDAH em sala de aula, conforme gráfico 9.<br />
Gráfico 9 – Sintomas da criança com TDAH presenciados em sala de aula.<br />
43
Dos recursos utilizados pelos professores para conseguir que o aluno realize as<br />
tarefas até o final, 100% propõe a recompensa como uma ação positiva, conforme<br />
verificada na gráfico 10.<br />
Gráfico 10 – O aluno não para quieto em sala de aula e não consegue terminar as tarefas até o final.<br />
3.3 ANÁLISE DOS DADOS<br />
Diante dos gráficos pode-se concluir que os professores estão conseguindo<br />
diferenciar uma criança hiperativa de uma criança indisciplinada, entendendo que a<br />
hiperatividade pode ser detectada em qualquer lugar, sendo que o diagnóstico só<br />
poderá ser feito por um profissional de saúde mental. Este dado é considerado com<br />
relevância, pois demonstra que a escola pesquisada tem conhecimento da doença e<br />
das dificuldades em diagnosticá-las.<br />
Sobre as ações inclusivas no ambiente escolar, os dados nos revelam que os<br />
professores precisam ser orientados quanto à importância das duas atividades: a<br />
cognitiva e a atitudinal permeada pela solidariedade e compreensão dos demais<br />
alunos.<br />
Acreditam que a escola ideal para alunos com TDAH, é uma escola que trabalhe o<br />
desenvolvimento desses alunos junto com a família, que reconheça e respeite as<br />
diferenças individuais de cada criança. Assim a escola que atende alunos com<br />
44
TDAH necessita de uma preparação especial e especializada no seu coletivo para<br />
melhor lidar com as diferenças destes alunos e o acolhimento dos demais alunos.<br />
Os professores são conscientes que a avaliação deve proceder de maneira<br />
diferenciada em atendimento as necessidades especiais do aluno e do seu direito<br />
garantido em lei. Neste sentido percebe-se que os professores dependerão de um<br />
apóio pedagógico e especializado na elaboração dos instrumentos avaliativos, bem<br />
como na análise dos mesmos.<br />
Afirmam também que um professor compreensivo, bem organizado é capaz de<br />
encontrar meios de ajudar o aluno a atingir sua meta. Este perfil de professor adapta<br />
melhor às necessidades do aluno com TDAH. Defendem ainda que a punição não<br />
seja o caminho para o tratamento da criança hiperativa e elegem a recompensa<br />
como um recurso positivo para que o aluno finalize a tarefa. Ressalta-se que essa<br />
opção deve ser uma das alternativas e não a única para não nos remeter a teoria<br />
comportamentalista da aprendizagem defendida na pedagogia tradicional.<br />
Consideram os principais sintomas desse transtorno em sala de aula quando a<br />
criança não presta atenção a detalhes, comete erros por descuidos, é<br />
desorganizada e inquieta. Verifica-se, apoiados nos aportes teóricos, que esses<br />
sintomas devem ser observados e associados no contexto escolar, social e familiar<br />
da criança e não isoladamente e ou esporadicamente.<br />
Os professores necessitam de ampliar e revisar métodos que lhes permitam atuar de<br />
maneira eficiente dentro do espaço sócio cognitivo da sala de aula onde possam ter<br />
crianças com TDAH. Esses métodos devem minimizam o impacto negativo do<br />
temperamento da criança e conseqüentemente elevar auto-estima, para que elas<br />
acreditem que são capazes de realizar, como as demais crianças, as atividades<br />
escolares propostas.<br />
45
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES<br />
4.1 CONCLUSÕES<br />
Ao término da elaboração deste trabalho constata-se o quanto foi envolvente e<br />
prazerosa esta pesquisa, foi possível aprofundar em conhecimentos até então<br />
desconhecidos por muitos, sendo estes importantes na vida profissional de um<br />
educador.<br />
O papel do professor é fundamental para auxiliar no diagnóstico do TDAH, pois é na<br />
escola que a criança é instigada a permanecer mais tempo sentada, a ter limites e<br />
regras que devem ser respeitadas. Sendo essas as primeiras dificuldades que<br />
criança hiperativa apresenta no âmbito escolar. Através dessas dificuldades o<br />
professor poderá observar o comportamento dessa criança auxiliando assim no<br />
diagnóstico do TDAH.<br />
A hiperatividade pode ficar mais evidente quando a criança começa a freqüentar a<br />
escola, pois é o momento em que requer da criança uma centralização de idéias em<br />
busca do conhecimento. Deste modo o professor precisa está preparado para<br />
receber essa criança e saber distinguir a diferença existente entre a criança<br />
indisciplinada da hiperativa.<br />
Não cabe ao professor dar o diagnóstico do TDAH, mas ele desempenhará um<br />
papel muito importante durante o tratamento, estabelecendo uma ligação entre a<br />
família e o especialista, orientando aos pais que este transtorno se não for tratado,<br />
poderá gerar inúmeras complicações para seu portador no convívio social, afetivo e<br />
cognitivo.<br />
O professor também deve acompanhar todo o período de tratamento em que o seu<br />
aluno hiperativo estiver submetendo-se, pois será através das análises de<br />
observações comportamentais do professor e da família que o tratamento é<br />
acompanhado. Para obter bons resultados nesse tratamento é essencial que se<br />
tenha interação entre família e escola.<br />
46
As hipóteses levantadas são positivas. Sendo assim, o professor deve acompanhar<br />
de maneira especial o aluno com TDAH, desenvolvendo atividades adequadas para<br />
essa criança, fazendo com que ele se sinta bem no ambiente em que está inserido e<br />
ainda busque uma maior inter-relação entre a criança com TDAH e as que não<br />
possuem este tipo de transtorno.<br />
É importante que no âmbito escolar a criança tenha acompanhamento de<br />
especialistas que tratam de TDAH, para facilitar o desenvolvimento escolar desta<br />
criança e um programa pedagógico que envolva atividades variadas, contribuindo<br />
assim para a superação de dificuldades em torno do comportamento social e afetivo<br />
da criança hiperativa.<br />
4.2 RECOMENDAÇÕES<br />
Conhecer, respeitar as diferenças, saber observar atentamente o comportame nto de<br />
uma criança é o primeiro passo para detectar se ela possui o TDAH, ou apenas<br />
trata-se de uma total indisciplina.<br />
Recomenda-se a escola que incentive o profissional docente para que juntos<br />
busquem maiores conhecimentos sobre o assunto, possibilitando fazer uma análise<br />
comportamental das crianças que apresentam sintomas do TDAH, pois será a partir<br />
destas primeiras análises que o aluno poderá ser encaminhado para um<br />
acompanhamento médico especializado, podendo a partir de então melhorar seu<br />
desempenho sócio educativo.<br />
Esta pesquisa, realizada na Pré-Escola Municipal “Chapeuzinho Vermelho”, poderá<br />
servir como referência para as demais instituições em busca de benefícios a serem<br />
aplicados na prática cotidiana de pais, professores, alunos e profissionais que lidam<br />
com a criança que tem TDAH.<br />
Contudo observou-se que há um excelente material de pesquisa para área médica,<br />
como: medicamentos, etiologias, sintomas, prevalência, etc. Mas quando o assunto<br />
envolve o contexto educacional, infelizmente existem poucos recursos e poucos<br />
47
trabalhos científicos, devido a isso, deixa-se aqui a sugestão para que outras<br />
pessoas aceitem o desafio de realizar mais trabalhos científicos tendo como eixo<br />
norteador as crianças portadoras de TDAH no âmbito educacional.<br />
48
5 REFERÊNCIAS<br />
1. ANDRA<strong>DE</strong>, Maria Margarida de. Introdução a Metodologia do trabalho<br />
cientifico. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2001.<br />
2. CASTRO, Chary A. Alba.; NASCIMENTO, Luciana. TDAH: inclusão na escola.<br />
Rio de Janeiro: Editora Moderna Ltda, 2009.<br />
3. CIRIO, Rosângela Rosa. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade:<br />
proposta para pais e professores. 1. ed. São Paulo: Vetor, 2008.<br />
4. FERRÃO, Romário Gava. Metologia Cientifica: para iniciantes em pesquisa.<br />
Linhares, Espírito Santo: Unilinhares/ Incaper, 2003.<br />
5. GIL, Antônio Carlos, Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo:<br />
Atlas, 2002.<br />
6. GOLDSTEIN, Sam.; GOLDSTEIN, Michael. Tradução de Maria Celeste<br />
Marcondes. Hiperatividade: como desenvolver a capacidade de atenção da criança.<br />
13ª.ed. 2009. Campinas, São Paulo: Papirus.<br />
7. SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes inquietas: TDAH: desatenção,<br />
hiperatividade e impulsividade. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.<br />
8. VERGARA, Silvia constant. Projetos e relatórios de pesquisa em<br />
administração. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000.<br />
9. ROH<strong>DE</strong>, Luis Augusto, P.; BENCZIK, Edyleine B, P. Transtorno de Déficit de<br />
Atenção e Hiperatividade. O que é? Como ajudar? Porto Alegre: Artmed, 1999.<br />
10. TOPCZEWSKI, Abram. Hiperatividade: como lidar? São Paulo: Casa do<br />
Psicólogo, 1999.<br />
49
APÊNDICE<br />
50
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO (PROFESSOR)<br />
1 – Você já teve algum aluno com TDAH em sala de aula? Quantos?<br />
( ) a) Sim, apenas 01.<br />
( ) b) Sim, 02 ou mais.<br />
( ) c) Nenhum ou não foi detectado.<br />
2 - Como você faz para diagnosticar as capacidades cognitivas e distúrbios de<br />
aprendizagem de uma criança e detectar se ela é levada ou hiperativa?<br />
( ) a) Através de uma observação fico atento ao nível de comportamento de cada<br />
criança.<br />
( ) b) De acordo com a idade, alguns são mais levados que outros.<br />
( ) c) Pela falta de atenção, inquietação, impulsividade e agitação das crianças em<br />
sala de aula.<br />
3 - A escola é o lugar mais propício para detectar a hiperatividade?<br />
( ) a) Sim, porque o professor é o melhor profissional para identificar o problema.<br />
( ) b) Não, por que em qualquer lugar pode-se detectar o problema, porém o<br />
diagnóstico só deve ser realizado por um profissional de saúde mental.<br />
( ) c) Não sei.<br />
4 - Como o professor trabalha a inclusão do aluno hiperativo no ambiente<br />
escolar?<br />
( ) a) Através de atividade que envolvam a concentração da criança hiperativa.<br />
( ) b) Desenvolvendo a solidariedade e a compreensão dos outros alunos.<br />
( ) c) Trabalhando a autoconcientização do aluno hiperativo.<br />
5 – Como deve ser escola ideal para a criança com TDAH?<br />
( ) a) Uma escola que trabalhe o desenvolvimento dessa criança junto com a<br />
família, que reconheça e respeite as diferenças individuais.<br />
( ) b) Uma escola normal como as outras.<br />
( ) c) Uma escola disciplinada que mantém o sistema tradicional de ensino.<br />
51
6 - Existe um decreto do governo que impede a reprovação de alunos até a 4ª<br />
série do ensino fundamental; Como você trabalha na avaliação de alunos<br />
TDAH na aprovação para séries seguintes?<br />
( ) a) Através do acompanhamento das atividades desenvolvida e pelos relatórios<br />
do comportamento da criança.<br />
( ) b) Através de atividades lúdicas.<br />
( ) c) Pelo método tradicional de avaliação.<br />
7 – Qual o perfil de professor que se adapta melhor as necessidades do aluno<br />
com TDAH?<br />
( ) a) Um professor rígido e disciplinado em sala de aula.<br />
( ) b) Um professo r que seja flexível cedendo a todas as vontades do aluno.<br />
( ) c) Um professor compreensivo, bem organizado e capaz de encontrar meios de<br />
ajudar o aluno a atingir sua meta.<br />
8 – A punição favorece a melhoria da hiperatividade?<br />
( ) a) Sim, o aluno deve ser castigado para ter limites.<br />
( ) b) A punição não é o caminho para o tratamento da criança hiperativa, ela não<br />
vai entender o porquê da punição.<br />
( ) c) Em muitas ocasiões é necessário para acatar as ordens.<br />
9 - Quais os sintomas da criança com TDAH presenciados em sala de aula?<br />
( ) a) Não prestar atenção a detalhes, cometer erros por descuidos, ser<br />
desorganizado e inquieto.<br />
( ) b) Facilidade para concentrar-se em tarefas ou jogos.<br />
( ) c) Prestar sempre atenção ao que lhe é dito.<br />
10 – Qual a sua atitude diante da situação em que o aluno não para quieto em<br />
sala de aula e não consegue terminar as tarefas até o final?<br />
( ) a) Ameaçá-lo com castigo.<br />
( ) b) Propor-lhe uma recompensa se ele conseguir terminar a tarefa até o final.<br />
( ) c) Apenas pedir para ficar quieto.<br />
52