19.04.2013 Views

Do poder do titular de marcas de cobrar royalties Denis Borges ...

Do poder do titular de marcas de cobrar royalties Denis Borges ...

Do poder do titular de marcas de cobrar royalties Denis Borges ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

administra<strong>do</strong>res observarem seus <strong>de</strong>veres (em especial os <strong>de</strong> diligência e<br />

lealda<strong>de</strong>) para que não realizem, em <strong>de</strong>trimento da companhia que<br />

representam, negócios em condições não razoáveis e equitativas com<br />

empresas coligadas, controladas ou controla<strong>do</strong>ras. Essa regra, na prática, vale<br />

para os administra<strong>do</strong>res <strong>de</strong> todas as empresas e disciplina a relação entre estas:<br />

“O diploma vigente consagra o caráter comutativo das relações entre socieda<strong>de</strong><br />

controla<strong>do</strong>ra e controlada, estabelecen<strong>do</strong> o sistema <strong>de</strong> via dupla, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que<br />

nenhuma das socieda<strong>de</strong>s componentes <strong>do</strong> grupo não convencional, ou <strong>de</strong> fato, po<strong>de</strong><br />

favorecer nem prejudicar as outras. (...) Assim, nos negócios jurídicos realiza<strong>do</strong>s entre<br />

companhias pertencentes ao mesmo grupo <strong>de</strong> fato, <strong>de</strong>vem ser rigorosamente<br />

observadas bases estritamente comutativas no que respeita às prestações <strong>de</strong>vidas e<br />

pagamento compensatório a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Aplica-se o princípio conti<strong>do</strong> no parágrafo 1º<br />

<strong>do</strong> art. 156.<br />

(...)<br />

As relações entre socieda<strong>de</strong> controla<strong>do</strong>ra e controlada, e entre coligadas, <strong>de</strong>vem ser<br />

pautadas pela estrita observância <strong>de</strong> condições comutativas, cumprin<strong>do</strong> os<br />

administra<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ssas socieda<strong>de</strong>s atuar <strong>de</strong> maneira absolutamente isenta, nem<br />

benefician<strong>do</strong>, nem prejudican<strong>do</strong> a outra socieda<strong>de</strong> (controla<strong>do</strong>ra, controlada,<br />

coligada).” (CARVALHOSA, Mo<strong>de</strong>sto. Comentários à Lei <strong>de</strong> Socieda<strong>de</strong>s Anônimas –<br />

4º volume tomo II. 2ª Ed.. Saraiva, 2003, p. 30-31)<br />

A lei societária, inclusive a relativa às socieda<strong>de</strong>s abertas, não impe<strong>de</strong> que a<br />

socieda<strong>de</strong> que utiliza bens <strong>de</strong> seus sócios, não integra<strong>do</strong>s ao ativo da utente,<br />

remunere o sócio pelo uso. Tal se dá, inclusive, no tocante às socieda<strong>de</strong>s<br />

abertas, quan<strong>do</strong> o pagamento é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a seu controla<strong>do</strong>r.<br />

Assim é que, tanto quan<strong>do</strong> diretamente solicitada a inspecionar o pagamento<br />

<strong>de</strong> <strong>royalties</strong> <strong>de</strong> <strong>marcas</strong> pelo controla<strong>do</strong> ao controla<strong>do</strong>r, quanto ao aceitar a<br />

mesma prática por socieda<strong>de</strong>s abertas, a CVM homologa a prática <strong>de</strong>sse<br />

pagamento, obe<strong>de</strong>cidas as normas <strong>de</strong> proteção ao interesse <strong>do</strong>s minoritários e<br />

<strong>de</strong> terceiros.<br />

Com efeito, em pronunciamento no qual enfatiza o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> o acionista<br />

controla<strong>do</strong>r abster-se <strong>de</strong> incorrer em conflito <strong>de</strong> interesses 49 , assim enten<strong>de</strong>u<br />

a CVM:<br />

RELATÓRIO<br />

48 “Art. 245. Os administra<strong>do</strong>res não po<strong>de</strong>m, em prejuízo da companhia, favorecer socieda<strong>de</strong> coligada, controla<strong>do</strong>ra ou<br />

controlada, cumprin<strong>do</strong>-lhes zelar para que as operações entre as socieda<strong>de</strong>s, se houver, observem condições estritamente<br />

comutativas, ou com pagamento compensatório a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>; e respon<strong>de</strong>m perante a companhia pelas perdas e danos<br />

resultantes <strong>de</strong> atos pratica<strong>do</strong>s com infração ao disposto neste artigo.”<br />

49 “Ementa: O acionista controla<strong>do</strong>r, por força <strong>do</strong> disposto no parágrafo 1º <strong>do</strong> artigo 115 da Lei nº 6.404/76, está<br />

impedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> votar em <strong>de</strong>cisão assemblear em que tenha interesse, no caso o pagamento <strong>de</strong> <strong>royalties</strong> pelo uso <strong>de</strong> marca<br />

pertencente ao controla<strong>do</strong>r indireto. Os <strong>do</strong>cumentos comprobatórios <strong>de</strong> que as condições <strong>do</strong> contrato a ser celebra<strong>do</strong><br />

com o acionista controla<strong>do</strong>r são equitativas e comutativas <strong>de</strong>verão estar à disposição <strong>do</strong>s acionistas na assembleia em que<br />

a matéria for <strong>de</strong>liberada. Aos minoritários não po<strong>de</strong> ser subtraída a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> verificar a equitativida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>cisão<br />

tomada.” INQUÉRITO ADMINISTRATIVO CVM Nº TA/RJ2001/4977, Rel. Diretora Norma Jonssen Parente, Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, 19 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001. Encontra<strong>do</strong> em<br />

http://www.cvm.gov.br/port/inqueritos/2001/rordinario/inqueritos/4977.asp, visita<strong>do</strong> em 2/8/2012.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!