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Livro em PDF (679KB) - Valdir Aguilera

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Corpus Hermeticum – Hermes Trismegisto<br />

afirmo que assim sejam as almas de todos os deuses, mas tão-somente a dos grandes deuses, dos<br />

deuses superiores.<br />

- Quais são os deuses aos quais chamamos chefes das coisas ou princípios das causas<br />

absolutamente primeiras, ó Trismegistos?<br />

- Vou desvelar-te grandes segredos, vou desvelar-te mistérios divinos e antes de começar,<br />

imploro o favor celestial.<br />

Há muitos gêneros de deuses, dentre esse número, uns são inteligíveis, outros sensíveis.<br />

Ao chamar alguns de inteligíveis não se quer dizer que permaneçam à marg<strong>em</strong> de nosso<br />

conhecimento: longe disto, conhec<strong>em</strong>o-los melhor que àqueles que chamamos visíveis; esta<br />

exposição o fará ver e o verás por ti mesmo se prestares atenção. Pois esta doutrina sublime e por<br />

isto mesmo d<strong>em</strong>asiado divina para não superar as forças da inteligência humana, se não a<br />

recebes ouvindo com todos os teus ouvidos as palavras do mestre, não farás mais que voar e fluir<br />

através do espírito, ou melhor ainda virá a refluir sobre si mesmo e a confundir-se <strong>em</strong> sua fonte.<br />

Exist<strong>em</strong> pois os deuses chefes das espécies <strong>em</strong> primeiro lugar. Depois deles vêm os<br />

deuses cuja essência t<strong>em</strong> um chefe: são estes deuses sensíveis e feitos à s<strong>em</strong>elhança de sua dupla<br />

orig<strong>em</strong>, os que, de um lado e outro do mundo sensível, produz<strong>em</strong> todos os seres, um por meio do<br />

outro, iluminando cada um dele; a obra que criou ou cria.<br />

O Ousiarca do céu é Júpiter, através do céu dispensando a vida e todos os seres. O<br />

Ousiarca do sol é a luz; depois por mediação do círculo solar se difunde sobre nós o b<strong>em</strong> da luz.<br />

Os Trinta e Seis chamados Horóscopos, isto é, os astros que s<strong>em</strong>pre se encontram fixos no<br />

mesmo lugar, têm como Ousiarca o chefe ou deus chamado Pantomorfos ou Omniforme, que<br />

impõe suas diversas formas aos diversos indivíduos de cada espécie. As chamadas Sete Esferas<br />

têm como Ousiarcas, isto é, como seus chefes, às chamadas Fortuna e Heimarmene, pelos quais<br />

as coisas se transformam segundo a lei da natureza a uma ord<strong>em</strong> absolutamente determinada, que<br />

permanece contudo diversificada por um momento perpétuo. O ar é o órgão, isto é, o<br />

instrumento de todos os deuses por mediação do qual se produz<strong>em</strong> as coisas; e o Ousiarca do ar é<br />

o segundo às coisas imortais as mortais e a estas suas s<strong>em</strong>elhantes. Nestas condições, as coisas<br />

possu<strong>em</strong> entre si uma conexão através de mútuas relações <strong>em</strong> uma cadeia que abarca da mais<br />

baixa à mais alta. Porém, as coisas mortais estão ligadas às imortais, as sensíveis às que não são<br />

percebidas pelos sentidos. Enquanto o conjunto da criação obedece a este governador supr<strong>em</strong>o<br />

que é o senhor, de forma que compõ<strong>em</strong> não uma multiplicidade mas uma unidade. Pois, como<br />

todos os seres depend<strong>em</strong> do Um e são provenientes do Uno, ainda que vistos separadamente<br />

pareçam constituir uma infinidade <strong>em</strong> número, quando se os considera reunidos formam apenas<br />

uma unidade, ou melhor ainda, uma parelha, aquilo de que tudo procede e pelo que tudo é<br />

produzido, isto é, a matéria com que as coisas são feitas e a vontade de Deus cujo decreto as faz<br />

existir <strong>em</strong> sua diversidade.<br />

20 - E qual é esta doutrina, ó Trismegistos?<br />

- A seguinte, Asclépios. Deus, ou o Pai, ou o Senhor das coisas, ou qualquer nome que os<br />

humanos de uma maneira mais santa ou mais repleta de reverência o design<strong>em</strong>; nome que a<br />

necessidade <strong>em</strong> que nos v<strong>em</strong>os de nos comunicar uns aos outros faz com que consider<strong>em</strong>os<br />

sagrado; de forma que se consideramos a majestade de um Ser tão grande, nenhum destes nomes<br />

t<strong>em</strong> o poder de defini-lo com exatidão. Pois se o nome não é mais do que isto, um som que<br />

provém do choque de nosso alento com o ar, para declarar toda vontade ou pensamento que o ser<br />

humano tenha podido conceber <strong>em</strong> seu espírito a partir das impressões sensíveis, um nome cuja<br />

substância, composta de um pequeno número de sílabas está inteiramente delimitada e<br />

circunscrita a fim de fazer possível entre os humanos o intercâmbio indispensável entre o que<br />

fala e o que escuta, se o nome, digo, é mais que isto, a totalidade do nome de Deus inclui ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po a impressão sensível, o alento, o ar e tudo aquilo que existe nestas três coisas ou<br />

por seu intermédio ou como resultado das três: b<strong>em</strong>, não há nenhuma esperança de que o Criador<br />

da majestade do Todo, o pai e o senhor de todos os seres, possa ser designado por meio de um<br />

único nome, n<strong>em</strong> sequer composto de uma pluraridade de nomes; Deus não t<strong>em</strong> nome ou melhor<br />

ainda, possui todos, posto que é ao mesmo t<strong>em</strong>po Um e Todo, de modo que é preciso ou designar<br />

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