[Só Textos] Halfway to the Grave - CloudMe
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Ele mexeu no seu cin<strong>to</strong> enquan<strong>to</strong> me considerava. Sua grande barriga apertada contra o tecido da sua<br />
camisa, mas eu contive os comentários sobre sua cintura ou o fa<strong>to</strong> de que ele cheirava a cerveja.<br />
Finalmente ele sorriu, expondo um dente da frente <strong>to</strong>r<strong>to</strong>.<br />
―Vá para casa, Ca<strong>the</strong>rine Crawfield, e concerte a lanterna traseira.‖<br />
―Sim, senhor!‖<br />
Tonta pelo alívio, eu acelerei a caminhonete e fui embora. Essa tinha sido por pouco. Eu teria que ter mais<br />
cuidado da próxima vez.<br />
As pessoas reclamam sobre ter pais caloteiros ou esquele<strong>to</strong>s no armário da família. Para mim, ambos eram<br />
realmente verdade. Oh, não me entendam errado. Eu nem sempre soube o que eu era. Eu aprendi a manter<br />
as coisas para mim mesma e a esconder as diferenças. Para <strong>to</strong>dos os outros, eu era apenas estranha. Sem<br />
amigos. Gostava de passear por aí em horas estranhas e tinha uma estranha pele pálida. Até mesmo meus<br />
avós não sabiam o que estava em mim, mas mais uma vez, tampouco aqueles que eu caçava sabiam.<br />
Havia um padrão para os meus finais de semana agora. Eu ia para qualquer clube que ficasse a três horas de<br />
distância procurar por alguma ação. Não o tipo que o bom xerife pensou que eu estivesse, mas de um outro<br />
tipo.<br />
Eu bebia como um peixe e esperava ser apanhada por alguém especial. Um que eu esperava que pudesse<br />
acabar enterrando no quintal dos fundos, se eu não fosse morta primeiro. Eu tenho fei<strong>to</strong> isso por seis anos<br />
agora. Talvez eu tivesse um desejo de morte. Engraçado, realmente, desde que eu tecnicamente estava meio<br />
morta.<br />
Portan<strong>to</strong> meu quase encontro com a lei não me impediu de sair na sexta-feira seguinte.<br />
Pelo menos dessa maneira, eu sabia que estava fazendo uma pessoa feliz. Minha mãe. Bem, ela tinha o<br />
direi<strong>to</strong> de guardar rancor. Eu só queria que ela não tivesse descontado isso em mim.<br />
A música alta do clube me atingiu como um ja<strong>to</strong>, alterando meu pulso à suas batidas. Eu fiz meu caminho<br />
cuidadosamente através da multidão, procurando por essa inconfundível onda. O lugar estava lotado, uma<br />
típica sexta-feira a noite. Depois que eu andei em <strong>to</strong>rno de uma hora, eu senti os primeiros sinais de<br />
decepção. Parecia haver apenas pessoas aqui. Com um suspiro, eu sentei no bar e pedi um gin e tônica. O<br />
primeiro homem que ten<strong>to</strong>u me matar tinha pedido isso para mim. Isso agora era minha bebida por escolha.<br />
Quem disse que eu não era sentimental?<br />
Homens se aproximavam de mim periodicamente. Algo sobre eu ser uma jovem mulher solteira gritando<br />
‖Foda-me‖ para eles. Educadamente e um pouco deseducadamente eu os recusava, dependendo do quão<br />
persistentes eles fossem. Eu não estava aqui para um encontro. Depois do meu primeiro namorado, Danny,<br />
eu não queria nunca ter um encontro de novo. Se o cara estivesse vivo, eu não estava interessada. Não é de<br />
se admirar que eu não tivesse vida amorosa sobre a qual falar.<br />
Depois de mais três bebidas eu decidi andar pelo clube novamente desde que eu não estava tendo nenhuma<br />
sorte sendo a isca. Já era quase meia-noite, e até agora não tinha havido nada mais do que álcool, drogas, e<br />
dança.<br />
Tendas foram amon<strong>to</strong>adas no can<strong>to</strong> mais afastado do clube. Assim que eu passei em frente a elas, senti uma<br />
pontada de ar carregado. Alguém, ou alguma coisa, estava próximo. Eu parei e fiz um len<strong>to</strong> círculo, tentando<br />
descobrir a localização.<br />
Fora das luzes e obscurecido pelas sombras, eu vi o <strong>to</strong>po da cabeça de um homem se inclinar para frente. Seu<br />
cabelo era quase branco sob a luz intermitente, mas não conseguia ver sua pele. Vazios e con<strong>to</strong>rnos se<br />
<strong>to</strong>rnaram traços distin<strong>to</strong>s assim que ele olhou para cima e me viu olhando para ele. Suas sobrancelhas eram<br />
distintamente mais escuras do que o seu cabelo, que parecia ser louro claro. Aqueles olhos eram escuros<br />
também, mui<strong>to</strong> profundo para eu adivinhar a cor. Suas maçãs do ros<strong>to</strong> poderiam ter sido esculpidas no<br />
mármore, e aquela pele de diamantes-e-creme sem falhas brilhava por debaixo do colarinho da sua camisa.<br />
Bingo.<br />
Colando um falso sorriso no meu ros<strong>to</strong>, eu andei com um exagerado andar de alguém bêbado e me joguei<br />
pesadamente no assen<strong>to</strong> apos<strong>to</strong>.