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Fasquias da Madeira

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defender-se dos castelhanos.<br />

<strong>Fasquias</strong> <strong>da</strong> <strong>Madeira</strong><br />

As desordens <strong>da</strong>s Canárias ti verão eco na corte de Castela. D. Fernando e D. Isabel tomaram a resolução de unir á<br />

sua coroa as ilhas maiores, man<strong>da</strong>ndo empreender por conta do erário régio a definitiva conquista, e para indemnizarem<br />

Diogo Herrera e sua mulher dos seus direitos e dispêndios feitos, man<strong>da</strong>ram-lhes pagar uma soma estipula<strong>da</strong> pelo seu<br />

Real Conselho, agraciando-os, ao mesmo tempo, com o titulo de Condes de Gomeira.<br />

A conquista definitiva <strong>da</strong>s Canárias, a heróica resistência dos naturais, e a sede de extermínio dos infiéis,<br />

constituem uma página sangrenta de tragédia, dita<strong>da</strong> na época, pela torvação dos espíritos.<br />

Duas nações rivais ambicionavam o domínio do mundo, como únicas herdeiras dum pretenso direito, e ain<strong>da</strong><br />

assim, não se contentavam as partes, buscando ca<strong>da</strong> qual, um quinhão mais apetecido.<br />

Atento à rota dos navegadores portugueses, vivia no Funchal, por onde passavam as caravelas á conquista, um<br />

jovem estrangeiro, Cristovão Colombo, protegido dum nobre flamengo que o elevou no meio <strong>da</strong> fi<strong>da</strong>lguia insulana,<br />

podendo assim vir a casar com D. Felipa Moniz, que residia em Machico e era filha do falecido donatário do Porto Santo,<br />

Bartholomeu Perestrelo, e aparenta<strong>da</strong> com Tristão Vaz Teixeira. Há fun<strong>da</strong><strong>da</strong>s suposições que Colombo, com as suas<br />

tendências náuticas se embarcasse nos navios <strong>da</strong>quela capitania que velejavam ás Canárias, e que também, na praia do<br />

Porto Santo, considerasse nos despojos que o mar trazia duma flora desconheci<strong>da</strong>.<br />

Este homem de engenho, entendido um tanto na cosmografia, como predestinado, pretende a descoberta duma<br />

nova terra aparta<strong>da</strong> <strong>da</strong>s três partes já conheci<strong>da</strong>s. Em 1485, chega a Lisboa a oferecer os serviços a D. João II que<br />

empenhado como estava no caminho <strong>da</strong> índia, mandou estu<strong>da</strong>r o fun<strong>da</strong>mento dessa proposição, toma<strong>da</strong> por quimera no<br />

Conselho de Estado. Não desanimou Colombo. A Henrique VII de Inglaterra e a Fernando e Isabel de Castela faz ver o seu<br />

plano, que após anos de delongas é patrocinado por esta rainha.<br />

Em 1493, já de regresso <strong>da</strong>s Antilhas, entra trazi<strong>da</strong> do vento a frota de Colombo, no porto de Lisboa. Um<br />

sobressalto se apoderou do monarca arrependido <strong>da</strong> sua recusa e cioso <strong>da</strong> glória leva<strong>da</strong> a vizinhos. Esteve para o man<strong>da</strong>r<br />

prender e foi mesmo alvitra<strong>da</strong> a condenação á morte, «pela irrupção d'inimigos em terras patrimoniaes <strong>da</strong> nação». D. João<br />

II considerou, porém, ter sido o próprio responsável, há oito anos, <strong>da</strong> recusa, e por isso, o mandou em paz, enchendo-o de<br />

benefícios.<br />

Colombo era pelos laços de família, e pelas recor<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> juventude, um madeirense. Sofreu e calou, mas á terra

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