Fasquias da Madeira

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Fasquias da Madeira
Portugal enfraquecia sistemática — e traiçoeiramente, afim de perder os elementos de vitalidade própria. O
comércio paralisava, a agricultura carecia do braços e os cargos públicos vinham sendo confiados a tiranos de confiança.
Depois de Tristão Vaz da Veiga, veio como Governador da Madeira, António de Barredo, que servira num galeão
contra a Inglaterra, em companhia de D. Francisco Manuel de Melo, o autor das «Epanáforas» uma das quais trata da
lenda de Machim.
Seguiu-se Diogo de Azambuja de Melo que exercia este cargo quando faleceu Filipe II, o I de Portugal, assistindo
às solenes exéquias que no Funchal se celebraram.
Filipe III de Castela, após a sua aclamação mandou organizar festas pelo seu casamento com D. Margarida de
Áustria e pelo da infanta D. Isabel Clara com o arquiduque Alberto, Governador de Portugal, e de seguida envia-o aos
Países Baixos, a continuar a guerra para a unidade de crença.
As sete provindas do norte haviam proclamado, desde a União de Utrecht, uma republica chefiada pelo stathuder
Guílherme de Orange, protegido pela rainha Isabel de Inglaterra. As províncias católicas do sul continuavam debaixo do
domínio da Espanha e formaram depois a Bélgica actual.
Os holandeses, que se haviam feito poderosos no mar, vieram perturbar as festas públicas, em que se dava uma
soberba corrida de touros no Funchal e tudo se mudou então, em preparativos bélicos.
Uma frota de 73 embarcações sob o comando, do almirante Van Derdoes, derivou, porém, sobre a Ilha da Gomeira
que foi saqueada e passou em seguida à Grã-Canária, batendo em Junho de 1599, o Castelo de La Luz que respondeu
fazendo danos na armada inimiga.
Conhecida a resistência, torneou para um porto próximo, a Calheta de Santa Catarina, desembarcando 4.000
homens com artilharia que dominando a posição da fortaleza, a tomaram.
Senhores, os holandeses, da cidade e seu porto, propuseram o resgate, mas as condições eram tão onerosas que
não puderam ser aceites. Uma coluna que marchou para o interior foi ressachada com enormes perdas, e tendo ordem de
retirada, por vingança, os holandeses incendiaram a cidade.
Parte da esquadra levou o rumo sul, apoderando-se da Ilha de S. Tomé, onde faleceu o almirante Van Derdoes.