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P O R A N G A B A - S U A H I S T Ó R I A - MiniWeb Educação

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formação da sociedade brasileira. Na colonização e<br />

no povoamento do território nacional, em todas as<br />

suas fases, a presença do índio sempre foi destacada<br />

e entrou no sangue da nossa nacionalidade.<br />

3.3.2 A presença do índio em Porangaba<br />

Mesmo com a escassez de documentos<br />

comprobatórios, mas baseado mais nas histórias da<br />

conquista do “sertão”, é certo que tribos indígenas<br />

viveram ou transitaram pelas terras que viriam<br />

formar o município. Vestígios ainda hoje são<br />

encontrados, especialmente objetos líticos. Os<br />

possíveis descendentes, na zona rural, os mamelucos<br />

- que os historiadores chamavam um novo tipo<br />

étnico em formação, já poderiam ter vindo de outras<br />

comunidades, na época em que se consolidava o<br />

povoamento rural. Os documentos pesquisados,<br />

referentes à presença do índio na região<br />

“sorocabana”, permitem concluir que enquanto<br />

viveram ou transitaram por aqui, com raras<br />

exceções, não foram molestados pelos povoadores e<br />

colonizadores. É certo, ainda, que os bandeirantes<br />

não transitaram pelas terras porangabenses, pois a<br />

literatura existente não mostra nenhuma rota que<br />

tivesse passado pelo “sertão” do Rio Feio.<br />

Como explicar, então, a ausência de índios na nossa<br />

região, já na segunda metade do século 19? Como<br />

ocorreu a saída? Quais os motivos da retirada?<br />

Existem diversas suposições: a) o meio ambiente<br />

local (na superfície que corresponde hoje ao<br />

município) não favorecia à fixação, pois se existia<br />

caça em abundância, a pesca não era atrativa; b)<br />

faltavam grandes rios; c) a água sempre foi ruim<br />

(salobra); d) as tribos eram nômades e não<br />

permaneciam por muito tempo no mesmo local.<br />

Quanto à presença confirmada de indígenas na<br />

região “botucatuense” e imediações, não podem ser<br />

desprezados os informes do historiador Hernâni<br />

Donato, na “História de Botucatu”:<br />

a) “no século 17, os oitis habitavam os campos<br />

entre Campos Martins e Rio Bonito (Bofete); os<br />

caiuás, ora pacíficos, por vezes enfurecidos,<br />

habitavam o outro lado da Serra de Botucatu;<br />

b) as terras dos Jesuítas, da Fazenda de Botucatu,<br />

foram confiscadas pelo Marques de Pombal - o<br />

todo poderoso ministro de Portugal, no ano de<br />

1759 - e também as benfeitorias (currais e<br />

ranchos rústicos), escravos, cabeças de gado e<br />

cavalos; os índios catequizados fugiram, assim<br />

como muito gado escapou para a generosidade<br />

do sertão;<br />

c) ao citar as divisas territoriais entre as vilas de<br />

Tatuí e Botucatu, em 1859: “para o norte a<br />

a história de porangaba<br />

www.porangabasuahistoria.cjb.net/<br />

divisa natural era o Rio Tietê; para o oeste o<br />

sertão imenso e despovoado, onde os grupos de<br />

penetradores acuavam os últimos bugres”;<br />

d) em 1861, até 1866, as áreas rurais do<br />

município de Botucatu - não muito distante das<br />

terras que formariam o futuro município de<br />

Porangaba, ainda eram atacadas pelos índios<br />

selvagens” que por ali viviam ou transitavam.<br />

Com base nos estudos antropológicos sobre a<br />

formação da população indígena paulista, por<br />

analogia, vestígios e objetos encontrados, os índios<br />

que viveram ou simplesmente transitaram pelas<br />

terras daqui, eram do grupo tupi. Seriam os carijós,<br />

parentes dos tupis, pertencentes ao grande tronco<br />

dos guaranis, ou, simplesmente, os tupininquins.<br />

Eram de índole mansa, singelos e inocentes. O padre<br />

Manoel da Nóbrega a eles se referiu: “não há neles<br />

vício algum, a não ser de guerrearem entre si”.<br />

A propósito, o historiador Aluísio de Almeida, na<br />

obra “Achegas à História de Sorocaba, escreveu:<br />

“Que povo habitava esta planície e as vertentes destes<br />

morros? Isto já é pré-história. Uma pergunta curiosa.<br />

Pelos menos no século 16, eram da raça tupi-guarani os<br />

habitantes destas regiões, a julgar pelos vestígios<br />

deixados nas denominações geográficas. Provavelmente<br />

começava por estas imediações o “habitat” da grande<br />

tribo dos carijós, que se estendia desde Itanhaém até o<br />

Guairá e o Rio Grande do Sul. Pobres criaturas, foram os<br />

primeiros escravos e, em proporção tão grande, que, até<br />

no século 18 se chamavam carijós os escravos da raça<br />

vermelha de um modo geral. Haveria uma ou mais aldeias<br />

por aqui, ou apenas passavam em tropel para a caça e a<br />

pesca? A priori, pode se responder que muitas vezes os<br />

povoados brasileiros nasceram de aldeias indígenas,<br />

mesmo porque os selvagens tinham como um sexto<br />

sentido, a boa localização, a geografia. Os primeiros<br />

documentos, já do século 17, falam em paragem de<br />

Sorocaba. Note-se, também, que nos fins do século<br />

passado, foram descobertos sinais de provável aldeia,<br />

ossos, igaçabas, instrumentos de barro, etc,...”<br />

Complementando, o historiador José Monteiro<br />

Salazar, membro do Instituto Histórico, Geográfico<br />

e Genealógico de Sorocaba e da Academia<br />

Sorocabana de Letras, no caderno especial do jornal<br />

“Diário de Sorocaba”, de 03/03/1993, assim se<br />

referiu sobre os “antigos donos da região”:<br />

“Se pudéssemos olhar a região de Sorocaba ali por 1500,<br />

época em que o Brasil era descoberto, iríamos vê-la<br />

povoada por várias aldeias de índios. Muitos querem<br />

dizer que foram os primeiros habitantes da terra. Não é<br />

verdade, pois muito tempo antes deles já havia atividade<br />

humana em toda região. Tanto em Sorocaba, como em<br />

Boituva e em outras cidades da região foram achados<br />

artefatos de pedra, classificados como autênticas<br />

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