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P O R A N G A B A - S U A H I S T Ó R I A - MiniWeb Educação

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alcançando as zonas do Ribeira e do Paranapanema<br />

(já na rota do Peabiru) – esboçando-se os<br />

fundamentos de Una (Ibiúna), Piedade, Tatuí,<br />

Campo Largo e Jacupiranga.<br />

O oeste paulista era, então, um vasto território<br />

dominado por bugres, ainda selvagens, o que pode<br />

ser comprovado pelos relatos feitos pelas Câmaras<br />

de Sorocaba e Itapetininga, no ano de 1793, ao<br />

governador da capitania, denunciando os contínuos<br />

assaltos que os índios bravos faziam às fazendas e<br />

caminhos daqueles distritos. Além dessa linha já se<br />

encontravam espalhados sesmeiros e posseiros e as<br />

cartas geográficas da época mostram que a terras do<br />

“vale do rio Feio” estavam encravadas na região “<br />

itapetiningana”. 3<br />

É quase certo que os primeiros moradores da região<br />

(portugueses e seus descendentes, caboclos,<br />

mestiços, negros, mulatos e cafuzos, etc. ) se<br />

instalaram nas imediações do rio Feio, antes mesmo<br />

do surgimento do núcleo que viria dar origem à vila,<br />

formando algumas células rurais esparsas, com suas<br />

culturas de subsistência e criação de gado. O afluxo<br />

de criadores e lavradores se intensificou a partir de<br />

1830, vindos especialmente de Tatuí, Itapetininga,<br />

Sorocaba, São Roque, Cotia, Ibiúna e Piedade,<br />

apossando-se ainda das terras devolutas ou sem<br />

dono. É a dedução lógica, após consultar os livros da<br />

Capela de Nossa Senhora da Conceição de Tatuí. O<br />

próprio local, onde nasceu o povoado, deve ter sido<br />

escolhido ou demarcado, tempo depois,<br />

simplesmente como ponto de pouso de tropeiros, ou<br />

como local de parada obrigatória àqueles que<br />

rumavam ao oeste, na antiga estrada que ligava<br />

Sorocaba a Botucatu. Ficava já evidente a influência<br />

do tropeirismo no Sertãozinho de Santo Antônio do<br />

Ribeirão Feio, como foi chamado no início o bairro<br />

do Rio Feio.<br />

3 “No início do século 18, os padres da Companhia de Jesus já<br />

tinham fazendas de criar gado nos campos de Guareí e Alto da<br />

Serra de Botucatu, ligadas entre si por caminhos que passavam<br />

pela parte meridional do atual município de Bofete, na zona do<br />

rio, desde então... Santo Inácio. Mais tarde, seria pelo fim do<br />

século, um caminho saindo de Sorocaba buscava o<br />

Paranapanema, passando por Bofete, também na sua parte sul.<br />

Mas, os estabelecimentos humanos só aparecem (nessa região)<br />

em pleno século 19, sob a forma de fazendas e sítios polarizados<br />

por Tatuí, na maior parte, e por Botucatu os que se localizavam<br />

nas fraldas da serra. ... Na direção de Botucatu, o acesso ao<br />

planalto se tornava bastante difícil pela serra, cujos morros<br />

fechavam a passagem para o sul, atingindo também àqueles que<br />

vinham de Tietê e os que desciam de Anhembi e, apenas para o<br />

lado de Porangaba e Tatuí as comunicações eram desimpedidas<br />

para o lado de Bofete; por aí, certamente, penetraram<br />

povoamento e cultura naquela direção”.<br />

Antônio Cândido – Parceiros do Rio Bonito<br />

a história de porangaba<br />

www.porangabasuahistoria.cjb.net/<br />

Segismunda Machado<br />

“O povoamento do oeste paulista, em meados do<br />

século 19, se deve à expansão cafeeira do vale do<br />

Paraíba para as terras do “sertão” , cujo<br />

desenvolvimento atraiu lavradores e absorveu,<br />

inclusive, escravos procedentes até da Bahia e Norte<br />

do Brasil. A expansão do café se processou a partir<br />

de 1850 e, em 1886 as plantações já atingiam as<br />

encostas da serra de Botucatu”. (Ernani da Silva<br />

Bruno-Esboço da História do Povoamento de São<br />

Paulo).<br />

A onda chegou ao bairro do Rio Feio, quando,<br />

dentre os desbravadores vieram também algumas<br />

famílias fluminenses, chamadas de “cariocas” ou<br />

“luzias”, fato que mereceu um estudo separado.<br />

Os imigrantes devem ter chegado por aqui por volta<br />

de 1890, a maioria representada por italianos como<br />

mão de obra direcionada à cultura de café, vindo<br />

depois os portugueses e espanhóis. Dessa leva,<br />

poucos permaneceram em Porangaba. Depois,<br />

recebemos outros que vieram livremente, com<br />

recursos próprios, para trabalhar no comércio, como<br />

negociantes, artistas (profissionais liberais) e na<br />

própria lavoura. Grande parte se fixou no<br />

município; formaram famílias tradicionais. 4<br />

4 Durante muito tempo a nacionalidade viveu da mescla de três<br />

raças que os poetas xingaram de tristes: as três raças tristes. A<br />

primeira, as caravelas descobridoras encontraram aqui comendo<br />

gente e desdenhosa de mostrar suas vergonhas. A segunda, veio<br />

nas caravelas. Logo os machos sacudidos desta se enamoraram<br />

das moças bem gentis daquela que tinham cabelos mui pretos,<br />

compridos pelas espadoas. E nasceram os primeiros mamalucos.<br />

A terceira, veio nos porões dos navios negreiros trabalhar o solo<br />

e servir a gente. Trazendo outras moças gentis, mucamas,<br />

mucambas... E nasceram os segundos mamalucos. ... Então os<br />

transatlânticos trouxeram da Europa outras raças aventureiras.<br />

Do consórcio da gente imigrante com o ambiente, do consórcio<br />

da gente imigrante com a indígena, nasceram os novos<br />

mamalucos.<br />

(Brás, Bexiga e Barra Funda, A. Alcântara Machado,<br />

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