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Defensor do Povo

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I — M.°<br />

ASSUMPTOS LOCAES<br />

Camara Tlwnicipul<br />

A lista de des<strong>do</strong>bramento que appareceu<br />

á ultima hora para conseguir a representação<br />

da minoria na administração<br />

municipal, era composta <strong>do</strong>s seguintes<br />

senhore-:<br />

EFFECTIVOS<br />

Antonio José Dantas Guimarães, negociante.<br />

Joaquim Justiniano Ferreira Lobo,<br />

proprietário.<br />

Valentim José Rodrigues, negociante.<br />

SUBSTITUTOS<br />

Adriano Marques Rodrigues, negociante.<br />

José Marques Pinto, negociante.<br />

José Diogo Pires, negociante.<br />

As freguezias ruraes é que os elegeram<br />

por grande votação.<br />

Escusa<strong>do</strong> é repetir aqui como tu<strong>do</strong><br />

isso se conseguiu.<br />

Theatro 1». Luiz<br />

E' no sabba<strong>do</strong> que se inaugura neste<br />

theatro a presente época.<br />

O incomparável Taborda vem assistir<br />

a esta recita na qual tomam parte ama<strong>do</strong>res<br />

de nome, como são Luiz da Gama<br />

e Francisco Lucas.<br />

Sabemos que a concorrência ha de<br />

ser numerosa, porisso que estão toma<strong>do</strong>s<br />

muitíssimos logares.<br />

O programma não pode ser mais altrahente.<br />

Sc. Fernan<strong>do</strong> de Mello<br />

Realisou-se na terça feira o funeral<br />

d'esle illustra<strong>do</strong> professor da faculdade<br />

de Medicina, que tomou uma parte activa<br />

na politica regenera<strong>do</strong>ra, exercen<strong>do</strong> alguns<br />

cargos administrativos nesta cidade.<br />

Corporação «le Salvação Publica<br />

lista agremiação decidiu festejar este<br />

anno o dia 1.° de dezembro, inauguran<strong>do</strong><br />

uma hibliotheca nas salas das suas<br />

sessões.<br />

A' policia<br />

Continúa a consonlir-se que passeiem<br />

pela cidade cães sem açamo, não se dan<strong>do</strong><br />

caça aos animaes vadios que já por<br />

ahi abundam.<br />

Mas porque razão se não., cumprem<br />

as posturas?<br />

Rio Mondego<br />

Com as ultimas chuvas o nosso Mondego<br />

encheu completamente, innundan<strong>do</strong><br />

alguns campos marginaes, interrompen<strong>do</strong>se<br />

a navegação.<br />

Tourada<br />

E' no <strong>do</strong>mingo que se realisa a annunciada<br />

tourada em beneficio <strong>do</strong> cavalleiro<br />

sr. Francisco Simões Serra.<br />

Serão corri<strong>do</strong>s 7 touros que serão<br />

lida<strong>do</strong>s por um grupo de artistas e ama<strong>do</strong>res.<br />

Por altcnção ao beneficia<strong>do</strong>, o<br />

académico s r. Francisco <strong>do</strong> Valle irá<br />

picar a cavallo.<br />

OfTerenda<br />

Um cariJosò anonymo offereceii ao<br />

hospital d'esi.) ciiíade, 3 peças de panno<br />

para uso <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes.<br />

Egrejag a concurso<br />

Abriu-se concurso para provimento<br />

tias egrejas parocliiaes da diocese de<br />

Coimbra:<br />

Aldeia das Dez (S. Bartholomeu),<br />

concelho de Oliveira <strong>do</strong> Hospital; Agadão<br />

(Santa Maria Magdalena), concelho de<br />

Agueda; Aguada dc Baixo (S. Martinho),<br />

concelho de Agueda.<br />

e l e i ç õ e s<br />

Mais uma vez subiu á scena — pro<br />

forma — o drama eleitoral burlesco, o<br />

qual, como estava previsto e espera<strong>do</strong>,<br />

porque os processos eleitoraes emprega<strong>do</strong>s<br />

pelos homens da monarchia, ou no<br />

governo, ou na supposla opposiçào, seja<br />

qual for o titulo que tomem, são, por<br />

via de regra, os mesmos, forman<strong>do</strong> já 0<br />

direito consectudinario no objecto sujeito,<br />

deu em resulta<strong>do</strong> essa variedade de escândalos,<br />

infracções e atropelos á lei que<br />

no paiz e fóra são patentes e bem sabidas.<br />

Se ainda alguém esperava obra de<br />

roais moralidade, tique esclareci<strong>do</strong> e desílludi<strong>do</strong><br />

para sempre, porque a trapaça,<br />

a fraude, a falcatrua hão de continuar a<br />

aperfeiçoar-se nos intervalks de legislatura<br />

a legislatura, como acaba de presencear-se.<br />

A fazer-se <strong>do</strong> systema representativo<br />

tamanho abuso, releve-se-me dizer que o<br />

o melhor ministério monarchico seria<br />

aquelle que na vigência das actuaes institijifões,<br />

nddiasse indefinidamente a re<br />

novação <strong>do</strong> acto eleitoral, para a representação<br />

nacional, a qual de facto não<br />

existe, nem existirá, por.]ue sen<strong>do</strong> elle<br />

um acto, na sua essência serio e grave,<br />

e <strong>do</strong> qual depende a bua politrca, a boa<br />

administração, a boa ju>tiça e outros predica<strong>do</strong>s,<br />

se faz d'elle, por um jogo torpe<br />

de veniagas, um espectáculo ridículo que<br />

produz só elfeitos negativos, que não<br />

edifica, nem moratisa, mas corrompe e<br />

desmoralisa, inoculan<strong>do</strong> a passo largo<br />

em todas as camadas sociaes o vírus daindifferença<br />

pelo bem publico e da geral<br />

descrença.<br />

Em vista <strong>do</strong> que se está passan<strong>do</strong> a<br />

tal respeito e outros, que deverá o povo<br />

portuguez esperar de bom d'essa miscellanea<br />

que vae formar a camara denominada<br />

de deputa<strong>do</strong>s ?<br />

Poderá ella e quererá pugnar pelos<br />

legítimos e vitaes interesses da nação e<br />

pela manutenção das garantias populares,<br />

combater e rejeitar quaesquer projectos<br />

nocivos ao paiz?<br />

Não creio, ninguém crê que ella represente<br />

esse louvável papel No que<br />

eu creio é que ella, com o «overno actual<br />

ou com outro á Irente e de camaradagem<br />

com elle, continuará, como a-< transactas,<br />

a representar os interesses <strong>do</strong> paço, e a<br />

sua vontade, as conveniências <strong>do</strong>s potenta<strong>do</strong>s,<br />

<strong>do</strong>s syndicalos, <strong>do</strong>s monopolistas<br />

e quejan<strong>do</strong>s.<br />

No meu humilde mo<strong>do</strong> de ver, só<br />

podemos esperar o auguiento <strong>do</strong>s impostos<br />

sobre os que já nos vexam e affligem,<br />

e o incremento da divida publica sobre<br />

a existente, que causa su4o e horror!<br />

Nada que allivie e tu<strong>do</strong> para mais<br />

opprimir, porque, em objecto de dinheiro,<br />

de administração pródiga e de politica<br />

facciosa, intolerante e persegui<strong>do</strong>ra não<br />

ha discórdia entre monarchicos; estão<br />

sempre de bom accor<strong>do</strong>, porque são idênticos<br />

os seus principios e aspirações que<br />

se resumem em e?calar o poder, explorar<br />

o contribuinte e em gozar e saber<br />

gozar.<br />

Emquanto reinar o systema monarchico,<br />

com cortes, ou sem ellas, estaremos<br />

sempre como até aqui, e em dieladura<br />

permanente. Os governos diclam e<br />

decretam a seu talante e as camaras,<br />

com o seu usual servilismo, approvam e<br />

chancellam tu<strong>do</strong> quanto fôr da vontade<br />

<strong>do</strong>s mesmos governos.<br />

Alguns poucos republicanos, irão ao<br />

denomina<strong>do</strong> parlamento. Felicito-os e<br />

congratulo-me com aquelles que lhes<br />

deram o seu voto de confiança porque<br />

são to<strong>do</strong>s dignos d'ella por suas qualidades,<br />

e só me magôa serem tão poucos.<br />

Nada poderão obter para o muito de<br />

que o paiz carece, bem o sabemos, mas<br />

ainda assim os nobres deputa<strong>do</strong>s republicanos<br />

tem uma sublime missão a cumprir,<br />

a qual não podem nem devem declinar,<br />

a saber — manifestarem aberta e<br />

francamente, em tu<strong>do</strong> e por tu<strong>do</strong>, a sua<br />

boa vontade de alliviar a oppressão em<br />

que os povos estão jazen<strong>do</strong> e de melhorarem<br />

o seu innegavel mal-estar—negar<br />

o seu voto a lo<strong>do</strong> o auguiento tributário,<br />

assim como a quaesquer prelenções de<br />

mais empreslimos, combaten<strong>do</strong> as a to<strong>do</strong><br />

o transe.<br />

Que os governos apprendam a governar<br />

com os recursos proprios, sem<br />

recorrer abusivamente ao credito.<br />

Se os deputa<strong>do</strong>s republicanos, por<br />

sua parte, assim o não fizerem, contra a<br />

expectativa publica, a indifferença <strong>do</strong><br />

povo se generalisará mais, e a descrença<br />

que comprehender to<strong>do</strong>s os homens públicos<br />

constitucionaes se estenderá até<br />

ao parti<strong>do</strong> republicano, com descredito<br />

seu e em detrimento da causa publica.<br />

Tenho nota<strong>do</strong> com desagra<strong>do</strong> que<br />

entre os jornaes que leio se não veja um<br />

único voto da<strong>do</strong> ao arroja<strong>do</strong> e independente<br />

cidadão João Chagas, pelo parti<strong>do</strong><br />

republicano de Coimbra (') e ao honra<strong>do</strong><br />

i Nota da redacção. O parti<strong>do</strong> republicano<br />

de Coimbra deu a João Chagas nas freguezias<br />

da cidade 156 votos, obten<strong>do</strong> este<br />

nosso valente correligionário em to<strong>do</strong> o circulo<br />

219. Como dissemos em muitas freguezias<br />

desappareceu a nossa votação, mercê<br />

da infamia <strong>do</strong>s nossos adversarios.<br />

Quanto á academia é born que se saiba<br />

que aquelles nossos eorreligionarioo, qne são<br />

muitos, não se encontram recensea<strong>do</strong>s porisso<br />

que os recenseamentos eleitoraes são<br />

feitos ao sabor <strong>do</strong>s mouaruhicos.<br />

O DEFENSOR BO POVO<br />

cidadão Francisco Mendes pelo parti<strong>do</strong><br />

republicano de Vizeu, quan<strong>do</strong> o publico<br />

contava que fossem vota<strong>do</strong>s, pelo que a<br />

imprensa tinha annuncia<strong>do</strong>.<br />

Na verdade é digno de reparo este<br />

pheiíomeno, a serem verdadeiras as referencias<br />

da imprensa, passa<strong>do</strong> na terceira<br />

cidade <strong>do</strong> reino, em que ha um<br />

corpo académico de mil ou mais mancebos,<br />

e com a outra cidade de antigas<br />

tradições liberaes. Ainda desejavamos<br />

ver explicada esta peripecia tão pouco<br />

esperada quanto estranhada.<br />

Também tenho visto com dissabor a<br />

discórdia <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> republicano em quanto<br />

á iutervenção ou abstenção <strong>do</strong> acto<br />

denomina<strong>do</strong> eleitoral. Parecia-me mais<br />

politico e conveniente que cada um votasse<br />

ou deixasse de votar, como lhe<br />

aprouvesse, sem levantar questão que<br />

désse gáudio aos adversarios e que pode<br />

prejudicar, e pouco ou nada favorecer, a<br />

boa causa a que aspiramos.<br />

Sobretu<strong>do</strong> o que mais convém é a<br />

união, bom tacto, e bom procedimento,<br />

nunca desmenti<strong>do</strong>, para, pelo exemplo,<br />

calar no animo das massas. Pela união<br />

o parti<strong>do</strong> republicano pode vir a »er<br />

muito, pela desunião ptide aniquilar-se.<br />

E não basta a uuião. Para chegar ao<br />

ponto destina<strong>do</strong> é preciso continuar a<br />

trabalhar muito. Que as revoluções não<br />

se fazem por si, é preciso fazel-as.<br />

Bernar<strong>do</strong> José Cordeiro.<br />

A GRANEL<br />

Por ordem superior foram mandadas<br />

fechar todas as fabricas de phosphoros<br />

de pau, na freguezia de Veiros concelho<br />

de Estarreja, dan<strong>do</strong> em resulta<strong>do</strong> ficarem<br />

sem Ira bailio 80 pessoas.<br />

* * # Trasbor<strong>do</strong>u o rio Amarello,<br />

na China, cobrin<strong>do</strong> terrenos na extensão<br />

de 1:300 milhas quadradas, arrastan<strong>do</strong><br />

povoações inteiras, e morren<strong>do</strong> afogadas<br />

mais de 50:000 pessoas.<br />

* * * O sr. J. Brook propõe-se<br />

illuminar a luz electrica a cidade de Lourenço<br />

Marques, e a fornecel-a de agua<br />

<strong>do</strong> rio Incomati. A proposta deu já entrada<br />

na respectiva camara municipal.<br />

* * # Foi supprimi<strong>do</strong> o consula<strong>do</strong><br />

de Portugal no Hanovre, e encorpora<strong>do</strong><br />

o territorio <strong>do</strong> seu districto consular" na<br />

circumscripção <strong>do</strong> consula<strong>do</strong> geral de<br />

Hamburgo.<br />

* * * Determinou-se que sejam<br />

abertos no ministério da fazenda, a favor<br />

<strong>do</strong> das obras publicas os seguintes créditos<br />

especiaes : 72:814$080 réis, para<br />

as obras.de melhoramentos no porto de<br />

Lisboa, e 50:282$544 para garantia de<br />

juros nas linhas ferreas de Torres Vedras<br />

á Figueira da Foz e Alfarellos.<br />

* * # Vieram de Inglaterra para o<br />

banco de Portugal duas caixas com ouro<br />

em barra, no valor de 90 contos.<br />

* * * A Casa da moeda, mediante<br />

ordem da direcção geral da thesouraria,<br />

enviou para a agencia <strong>do</strong> banco de Portugal,<br />

no dislriçto de Vizeu, 100$000<br />

réis em moedas de 5 réis.<br />

* * # Estão a concurso os logares<br />

de thesoureiro das camaras municipaes<br />

de Gaia e Mondim de Basto.<br />

Coisas e loisas<br />

Dois capitalistas encontram-se na<br />

rua e entaholam o seguinte dialogo :<br />

—-Acabo de ver o retrato <strong>do</strong> nosso<br />

collega Luiz Lapas. Teve o capricho de<br />

retratar-se com as mãos nos bolsos.<br />

— De quem?... pergunta o outro.<br />

*<br />

Na enfermaria :<br />

— De que morreu seu pae?<br />

— D'uma amputação.<br />

— Mal feita, talvez?<br />

— Não, sr. <strong>do</strong>utor; até foi muito<br />

bem feita, mas foi... da cabeça.<br />

Desgarradas<br />

Mangericão da janella<br />

Já meu peito foi teu vaso,<br />

Tomaste novos amores<br />

Já de mm não fazes caso.<br />

CORRESPONDÊNCIAS<br />

Leiria, 6 de novembro.<br />

E' realmente original o mo<strong>do</strong>'como<br />

aqui se fazem as eleições. Reunem-se<br />

os dirigentes <strong>do</strong>s parti<strong>do</strong>s regenera<strong>do</strong>r e<br />

progressista, escolhem quem mais lhes<br />

apraz e depois arranjam indivíduos que<br />

se sujeitem a fazer chapelladas e eleições<br />

simuladas.<br />

Foi o que succedeu com as eleições<br />

<strong>do</strong>s deputa<strong>do</strong>s e agora com as das camaras<br />

municipaes. Parece incrível que<br />

haja quem tome a responsabilidade de<br />

arranjar (para não dizer nomear) uma<br />

corporação que ha de gerir os negocios<br />

e dinheiros d'um concelho durante 3<br />

annosI<br />

Para a camara municipal deveriam<br />

sempre ser escolhi<strong>do</strong>s indivíduos de reconhecida<br />

competencia, bons administra<strong>do</strong>res,<br />

instruí<strong>do</strong>s e conhece<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s<br />

negocios públicos. Aqui, a nada d'isso<br />

se attende. Olha se só ás conveniências<br />

politicas. Propõem-se uns por ser progressistas<br />

e outros por seguirem o cré<strong>do</strong><br />

regenera<strong>do</strong>r.<br />

Vergonhoso 1<br />

Assim a camara agora eleita (sic)<br />

é composta d'elemenlos heterogeneos:<br />

4 progressistas, 4 regenera<strong>do</strong>res e 1<br />

presidente filia<strong>do</strong> neste ultimo parti<strong>do</strong><br />

mas que se apresenta sob o caracter de<br />

independente.<br />

0 seu conjuncto é detestável e nada<br />

promette. Fican<strong>do</strong> 1 ou 2 indivíduos os<br />

outros verea<strong>do</strong>res nada podem fazer. São<br />

as nossas coisas. Por causa da politiquice<br />

lá ficámos nós to<strong>do</strong>s sob a administração<br />

d'uma camara que não tem a<br />

confiança <strong>do</strong>s seus munícipes.<br />

Comtu<strong>do</strong> se ella soubesse ou quizesse<br />

comprehender os seus deveres, muito<br />

linha que fazer. Começan<strong>do</strong> no complemento<br />

da nossa canalisação, calcetamento<br />

das ruas, construcção de sentinas, arranjo<br />

de ourinoes e tu<strong>do</strong> o mais que diz res<br />

peito á sanidade publica e terminan<strong>do</strong><br />

pela severa fiscalisação nos merca<strong>do</strong>s,<br />

açougues, e vende<strong>do</strong>res de qualquer genero<br />

que a to<strong>do</strong>s os passos ludribiam o<br />

consumi<strong>do</strong>r, a muito, a muitíssimo haveria<br />

que altender.<br />

* Tem esta<strong>do</strong> um tempo insupportavel;<br />

dias de verdadeiro inverno.<br />

* O rio Liz apresenla-se bastante<br />

•cheio. Oxala não tenhamos alguma desgraça<br />

a lamentar graças á incúria das<br />

nossas auctoridades que completamente<br />

descuram o rio onde se requisitam muitos<br />

trabalhos para evitar a constante agglomeração<br />

d'areias que nelle se dão.<br />

Xisto.<br />

Palacio da Industria Portugueza<br />

Publicamos em seguida um patriotico<br />

projecto <strong>do</strong>s srs. Eduar<strong>do</strong> Augusto Pinto<br />

de Magalhães e Men<strong>do</strong>nça e Costa, para<br />

a fundação d'uma sociedade exclusivamente<br />

portugueza:<br />

1.° Construir um grande edifício para<br />

exposição permanente da industria e da<br />

agricultura nacionaes, que se <strong>do</strong>minará<br />

«Palacio da Industria Portugueza».<br />

2.° Construir, com prévio accor<strong>do</strong><br />

com a camara municipal de Lisboa, o<br />

parque da Avenida da Liberdade, segun<strong>do</strong><br />

o projecto pela mesma camara<br />

approva<strong>do</strong>.<br />

3.° Explorar o parque e os jardins<br />

<strong>do</strong> palacio, onde estabelecerá vários recreios<br />

populares, taes como: montanha<br />

russa, carrousseis, balouços, jogos infantis,<br />

balão caplivo, escola de tiro, jogos<br />

para adultos, barcos circulantes, gon<strong>do</strong>las<br />

no lago, passeios em carros e animaes,<br />

campo de corridas de cavallos,<br />

velocípedes, etc., e se darão funeções extraordinarias<br />

diurnas e nocturnas, como:<br />

concertos, fogos artificiaes, fontes eléctricas,<br />

illuminações, bailes, exhibições<br />

de celebridades, etc.<br />

4.° A sociedade propõe-se fundar<br />

no palacio escolas industriaes de pintura,<br />

esculptura, etc., onde leccionará gratuitamente,<br />

até 50 aUimnos de escolha<br />

official.<br />

5.° Caso a camara ou a respectiva<br />

sociedade o julguem conveniente, poderá<br />

estahelecer-se nos jardins <strong>do</strong> mesmo palacio<br />

o Jardim Zoologico, fican<strong>do</strong> a cargo<br />

da sociedade o seu sustento e exploração.<br />

6.° O palacio será dividi<strong>do</strong> em cinco<br />

grandes pavilhões, destina<strong>do</strong>s:<br />

1.° A' Industria.<br />

2.° A' Agricultura,<br />

IO de novembro de 1898<br />

3.° A's Bellas artes.<br />

4.° A's diversas aulas.<br />

5.° (Central) á parte recreativa: espectáculos.<br />

conferencias, concertos, hailes,<br />

exposições diversas, flores, etc.<br />

7 ° No mesmo palacio será reserva<strong>do</strong><br />

um salão para a imprensa portugueza,<br />

como centro especial para as suas<br />

reuniões, exposições de jornaes, gabinete<br />

de leitura, reportagem, etc.<br />

8.° A to<strong>do</strong>s os industriaes será concedi<strong>do</strong>,<br />

conforme o numero de acções<br />

que tiverem, ou pagan<strong>do</strong> aluguer, o espaço<br />

necessário para exporem os seus<br />

productos, tomarem encommendas ou fazer<br />

vendas de generos e artigos portuguezes<br />

exclusivamente.<br />

9." A construcção <strong>do</strong> palacio será<br />

feila por empreitadas, engenheiros e operários<br />

portuguezes.<br />

10.° To<strong>do</strong>s os fornecimentos serão<br />

feitos por concurso, preferin<strong>do</strong>-se os concorrentesquemais<br />

vantagens oITerecerem,<br />

ten<strong>do</strong> por base receberem l /3 da totalidade<br />

<strong>do</strong>s fornecimentos em acções <strong>do</strong><br />

palacio.<br />

11.° To<strong>do</strong>s os materiaes a empregar<br />

no palacio e seus annexos serão exclusivamente<br />

portuguezes, com excepção<br />

de ferros e tintas cuja entrada, caso seja<br />

indispensável, o governo permittirá livre<br />

de direitos.<br />

12.° Na construcção <strong>do</strong> palacio e seus<br />

annexos proceder-se-ha com a mais rigorosa<br />

economia, montan<strong>do</strong> a sociedade<br />

fornos para a cozedura <strong>do</strong> tijolo, visto<br />

ser esle artigo Unia das partes mais importantes<br />

em construcções d'este genero,<br />

e haver no local o barro proprio para<br />

este fim.<br />

13.° No palacio realisar-se-ha em<br />

1897 uma exposição universal commemoran<strong>do</strong><br />

o 4 0 centenário da descoberta<br />

da índia, e coincidin<strong>do</strong> com os festejos<br />

com que naturalmente o nosso paiz deve<br />

saudar a monumeutal viagem de Vasco<br />

da Gama.<br />

14.° No palacio raontar-se-ha um<br />

grande motor para pôr em movimento<br />

diversas machinas de fabricação portugueza,<br />

tanto agrícolas como industriaes.<br />

15.° Caso o governo esteja de accor<strong>do</strong>,<br />

e sem augmento de encargo para o<br />

esta<strong>do</strong>, poderão installar-se no palacio o<br />

muzeu commercial e industrial de Lisboa<br />

e muzeu agrícola florestal.<br />

16.° A sociedade propõe-se mais<br />

construir uma linha ferrea, de via reduzida<br />

e material elegante, desde o cruzamento<br />

da Avenida com a praça da Alegria<br />

e rua das Pretas, até ao parque e<br />

jardins <strong>do</strong> palacio.<br />

O capital preciso para a realisação<br />

<strong>do</strong>s fins a que se propõe esta sociedade<br />

será calcula<strong>do</strong> por uma commissão de<br />

engenheiros portuguezes, sen<strong>do</strong> a sua<br />

importancia totalmente emettida em acções<br />

de forma que não seja necessário, para<br />

o completo das obras, ernittir obrigações.<br />

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