Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
I — M.°<br />
ASSUMPTOS LOCAES<br />
Camara Tlwnicipul<br />
A lista de des<strong>do</strong>bramento que appareceu<br />
á ultima hora para conseguir a representação<br />
da minoria na administração<br />
municipal, era composta <strong>do</strong>s seguintes<br />
senhore-:<br />
EFFECTIVOS<br />
Antonio José Dantas Guimarães, negociante.<br />
Joaquim Justiniano Ferreira Lobo,<br />
proprietário.<br />
Valentim José Rodrigues, negociante.<br />
SUBSTITUTOS<br />
Adriano Marques Rodrigues, negociante.<br />
José Marques Pinto, negociante.<br />
José Diogo Pires, negociante.<br />
As freguezias ruraes é que os elegeram<br />
por grande votação.<br />
Escusa<strong>do</strong> é repetir aqui como tu<strong>do</strong><br />
isso se conseguiu.<br />
Theatro 1». Luiz<br />
E' no sabba<strong>do</strong> que se inaugura neste<br />
theatro a presente época.<br />
O incomparável Taborda vem assistir<br />
a esta recita na qual tomam parte ama<strong>do</strong>res<br />
de nome, como são Luiz da Gama<br />
e Francisco Lucas.<br />
Sabemos que a concorrência ha de<br />
ser numerosa, porisso que estão toma<strong>do</strong>s<br />
muitíssimos logares.<br />
O programma não pode ser mais altrahente.<br />
Sc. Fernan<strong>do</strong> de Mello<br />
Realisou-se na terça feira o funeral<br />
d'esle illustra<strong>do</strong> professor da faculdade<br />
de Medicina, que tomou uma parte activa<br />
na politica regenera<strong>do</strong>ra, exercen<strong>do</strong> alguns<br />
cargos administrativos nesta cidade.<br />
Corporação «le Salvação Publica<br />
lista agremiação decidiu festejar este<br />
anno o dia 1.° de dezembro, inauguran<strong>do</strong><br />
uma hibliotheca nas salas das suas<br />
sessões.<br />
A' policia<br />
Continúa a consonlir-se que passeiem<br />
pela cidade cães sem açamo, não se dan<strong>do</strong><br />
caça aos animaes vadios que já por<br />
ahi abundam.<br />
Mas porque razão se não., cumprem<br />
as posturas?<br />
Rio Mondego<br />
Com as ultimas chuvas o nosso Mondego<br />
encheu completamente, innundan<strong>do</strong><br />
alguns campos marginaes, interrompen<strong>do</strong>se<br />
a navegação.<br />
Tourada<br />
E' no <strong>do</strong>mingo que se realisa a annunciada<br />
tourada em beneficio <strong>do</strong> cavalleiro<br />
sr. Francisco Simões Serra.<br />
Serão corri<strong>do</strong>s 7 touros que serão<br />
lida<strong>do</strong>s por um grupo de artistas e ama<strong>do</strong>res.<br />
Por altcnção ao beneficia<strong>do</strong>, o<br />
académico s r. Francisco <strong>do</strong> Valle irá<br />
picar a cavallo.<br />
OfTerenda<br />
Um cariJosò anonymo offereceii ao<br />
hospital d'esi.) ciiíade, 3 peças de panno<br />
para uso <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes.<br />
Egrejag a concurso<br />
Abriu-se concurso para provimento<br />
tias egrejas parocliiaes da diocese de<br />
Coimbra:<br />
Aldeia das Dez (S. Bartholomeu),<br />
concelho de Oliveira <strong>do</strong> Hospital; Agadão<br />
(Santa Maria Magdalena), concelho de<br />
Agueda; Aguada dc Baixo (S. Martinho),<br />
concelho de Agueda.<br />
e l e i ç õ e s<br />
Mais uma vez subiu á scena — pro<br />
forma — o drama eleitoral burlesco, o<br />
qual, como estava previsto e espera<strong>do</strong>,<br />
porque os processos eleitoraes emprega<strong>do</strong>s<br />
pelos homens da monarchia, ou no<br />
governo, ou na supposla opposiçào, seja<br />
qual for o titulo que tomem, são, por<br />
via de regra, os mesmos, forman<strong>do</strong> já 0<br />
direito consectudinario no objecto sujeito,<br />
deu em resulta<strong>do</strong> essa variedade de escândalos,<br />
infracções e atropelos á lei que<br />
no paiz e fóra são patentes e bem sabidas.<br />
Se ainda alguém esperava obra de<br />
roais moralidade, tique esclareci<strong>do</strong> e desílludi<strong>do</strong><br />
para sempre, porque a trapaça,<br />
a fraude, a falcatrua hão de continuar a<br />
aperfeiçoar-se nos intervalks de legislatura<br />
a legislatura, como acaba de presencear-se.<br />
A fazer-se <strong>do</strong> systema representativo<br />
tamanho abuso, releve-se-me dizer que o<br />
o melhor ministério monarchico seria<br />
aquelle que na vigência das actuaes institijifões,<br />
nddiasse indefinidamente a re<br />
novação <strong>do</strong> acto eleitoral, para a representação<br />
nacional, a qual de facto não<br />
existe, nem existirá, por.]ue sen<strong>do</strong> elle<br />
um acto, na sua essência serio e grave,<br />
e <strong>do</strong> qual depende a bua politrca, a boa<br />
administração, a boa ju>tiça e outros predica<strong>do</strong>s,<br />
se faz d'elle, por um jogo torpe<br />
de veniagas, um espectáculo ridículo que<br />
produz só elfeitos negativos, que não<br />
edifica, nem moratisa, mas corrompe e<br />
desmoralisa, inoculan<strong>do</strong> a passo largo<br />
em todas as camadas sociaes o vírus daindifferença<br />
pelo bem publico e da geral<br />
descrença.<br />
Em vista <strong>do</strong> que se está passan<strong>do</strong> a<br />
tal respeito e outros, que deverá o povo<br />
portuguez esperar de bom d'essa miscellanea<br />
que vae formar a camara denominada<br />
de deputa<strong>do</strong>s ?<br />
Poderá ella e quererá pugnar pelos<br />
legítimos e vitaes interesses da nação e<br />
pela manutenção das garantias populares,<br />
combater e rejeitar quaesquer projectos<br />
nocivos ao paiz?<br />
Não creio, ninguém crê que ella represente<br />
esse louvável papel No que<br />
eu creio é que ella, com o «overno actual<br />
ou com outro á Irente e de camaradagem<br />
com elle, continuará, como a-< transactas,<br />
a representar os interesses <strong>do</strong> paço, e a<br />
sua vontade, as conveniências <strong>do</strong>s potenta<strong>do</strong>s,<br />
<strong>do</strong>s syndicalos, <strong>do</strong>s monopolistas<br />
e quejan<strong>do</strong>s.<br />
No meu humilde mo<strong>do</strong> de ver, só<br />
podemos esperar o auguiento <strong>do</strong>s impostos<br />
sobre os que já nos vexam e affligem,<br />
e o incremento da divida publica sobre<br />
a existente, que causa su4o e horror!<br />
Nada que allivie e tu<strong>do</strong> para mais<br />
opprimir, porque, em objecto de dinheiro,<br />
de administração pródiga e de politica<br />
facciosa, intolerante e persegui<strong>do</strong>ra não<br />
ha discórdia entre monarchicos; estão<br />
sempre de bom accor<strong>do</strong>, porque são idênticos<br />
os seus principios e aspirações que<br />
se resumem em e?calar o poder, explorar<br />
o contribuinte e em gozar e saber<br />
gozar.<br />
Emquanto reinar o systema monarchico,<br />
com cortes, ou sem ellas, estaremos<br />
sempre como até aqui, e em dieladura<br />
permanente. Os governos diclam e<br />
decretam a seu talante e as camaras,<br />
com o seu usual servilismo, approvam e<br />
chancellam tu<strong>do</strong> quanto fôr da vontade<br />
<strong>do</strong>s mesmos governos.<br />
Alguns poucos republicanos, irão ao<br />
denomina<strong>do</strong> parlamento. Felicito-os e<br />
congratulo-me com aquelles que lhes<br />
deram o seu voto de confiança porque<br />
são to<strong>do</strong>s dignos d'ella por suas qualidades,<br />
e só me magôa serem tão poucos.<br />
Nada poderão obter para o muito de<br />
que o paiz carece, bem o sabemos, mas<br />
ainda assim os nobres deputa<strong>do</strong>s republicanos<br />
tem uma sublime missão a cumprir,<br />
a qual não podem nem devem declinar,<br />
a saber — manifestarem aberta e<br />
francamente, em tu<strong>do</strong> e por tu<strong>do</strong>, a sua<br />
boa vontade de alliviar a oppressão em<br />
que os povos estão jazen<strong>do</strong> e de melhorarem<br />
o seu innegavel mal-estar—negar<br />
o seu voto a lo<strong>do</strong> o auguiento tributário,<br />
assim como a quaesquer prelenções de<br />
mais empreslimos, combaten<strong>do</strong> as a to<strong>do</strong><br />
o transe.<br />
Que os governos apprendam a governar<br />
com os recursos proprios, sem<br />
recorrer abusivamente ao credito.<br />
Se os deputa<strong>do</strong>s republicanos, por<br />
sua parte, assim o não fizerem, contra a<br />
expectativa publica, a indifferença <strong>do</strong><br />
povo se generalisará mais, e a descrença<br />
que comprehender to<strong>do</strong>s os homens públicos<br />
constitucionaes se estenderá até<br />
ao parti<strong>do</strong> republicano, com descredito<br />
seu e em detrimento da causa publica.<br />
Tenho nota<strong>do</strong> com desagra<strong>do</strong> que<br />
entre os jornaes que leio se não veja um<br />
único voto da<strong>do</strong> ao arroja<strong>do</strong> e independente<br />
cidadão João Chagas, pelo parti<strong>do</strong><br />
republicano de Coimbra (') e ao honra<strong>do</strong><br />
i Nota da redacção. O parti<strong>do</strong> republicano<br />
de Coimbra deu a João Chagas nas freguezias<br />
da cidade 156 votos, obten<strong>do</strong> este<br />
nosso valente correligionário em to<strong>do</strong> o circulo<br />
219. Como dissemos em muitas freguezias<br />
desappareceu a nossa votação, mercê<br />
da infamia <strong>do</strong>s nossos adversarios.<br />
Quanto á academia é born que se saiba<br />
que aquelles nossos eorreligionarioo, qne são<br />
muitos, não se encontram recensea<strong>do</strong>s porisso<br />
que os recenseamentos eleitoraes são<br />
feitos ao sabor <strong>do</strong>s mouaruhicos.<br />
O DEFENSOR BO POVO<br />
cidadão Francisco Mendes pelo parti<strong>do</strong><br />
republicano de Vizeu, quan<strong>do</strong> o publico<br />
contava que fossem vota<strong>do</strong>s, pelo que a<br />
imprensa tinha annuncia<strong>do</strong>.<br />
Na verdade é digno de reparo este<br />
pheiíomeno, a serem verdadeiras as referencias<br />
da imprensa, passa<strong>do</strong> na terceira<br />
cidade <strong>do</strong> reino, em que ha um<br />
corpo académico de mil ou mais mancebos,<br />
e com a outra cidade de antigas<br />
tradições liberaes. Ainda desejavamos<br />
ver explicada esta peripecia tão pouco<br />
esperada quanto estranhada.<br />
Também tenho visto com dissabor a<br />
discórdia <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> republicano em quanto<br />
á iutervenção ou abstenção <strong>do</strong> acto<br />
denomina<strong>do</strong> eleitoral. Parecia-me mais<br />
politico e conveniente que cada um votasse<br />
ou deixasse de votar, como lhe<br />
aprouvesse, sem levantar questão que<br />
désse gáudio aos adversarios e que pode<br />
prejudicar, e pouco ou nada favorecer, a<br />
boa causa a que aspiramos.<br />
Sobretu<strong>do</strong> o que mais convém é a<br />
união, bom tacto, e bom procedimento,<br />
nunca desmenti<strong>do</strong>, para, pelo exemplo,<br />
calar no animo das massas. Pela união<br />
o parti<strong>do</strong> republicano pode vir a »er<br />
muito, pela desunião ptide aniquilar-se.<br />
E não basta a uuião. Para chegar ao<br />
ponto destina<strong>do</strong> é preciso continuar a<br />
trabalhar muito. Que as revoluções não<br />
se fazem por si, é preciso fazel-as.<br />
Bernar<strong>do</strong> José Cordeiro.<br />
A GRANEL<br />
Por ordem superior foram mandadas<br />
fechar todas as fabricas de phosphoros<br />
de pau, na freguezia de Veiros concelho<br />
de Estarreja, dan<strong>do</strong> em resulta<strong>do</strong> ficarem<br />
sem Ira bailio 80 pessoas.<br />
* * # Trasbor<strong>do</strong>u o rio Amarello,<br />
na China, cobrin<strong>do</strong> terrenos na extensão<br />
de 1:300 milhas quadradas, arrastan<strong>do</strong><br />
povoações inteiras, e morren<strong>do</strong> afogadas<br />
mais de 50:000 pessoas.<br />
* * * O sr. J. Brook propõe-se<br />
illuminar a luz electrica a cidade de Lourenço<br />
Marques, e a fornecel-a de agua<br />
<strong>do</strong> rio Incomati. A proposta deu já entrada<br />
na respectiva camara municipal.<br />
* * # Foi supprimi<strong>do</strong> o consula<strong>do</strong><br />
de Portugal no Hanovre, e encorpora<strong>do</strong><br />
o territorio <strong>do</strong> seu districto consular" na<br />
circumscripção <strong>do</strong> consula<strong>do</strong> geral de<br />
Hamburgo.<br />
* * * Determinou-se que sejam<br />
abertos no ministério da fazenda, a favor<br />
<strong>do</strong> das obras publicas os seguintes créditos<br />
especiaes : 72:814$080 réis, para<br />
as obras.de melhoramentos no porto de<br />
Lisboa, e 50:282$544 para garantia de<br />
juros nas linhas ferreas de Torres Vedras<br />
á Figueira da Foz e Alfarellos.<br />
* * # Vieram de Inglaterra para o<br />
banco de Portugal duas caixas com ouro<br />
em barra, no valor de 90 contos.<br />
* * * A Casa da moeda, mediante<br />
ordem da direcção geral da thesouraria,<br />
enviou para a agencia <strong>do</strong> banco de Portugal,<br />
no dislriçto de Vizeu, 100$000<br />
réis em moedas de 5 réis.<br />
* * # Estão a concurso os logares<br />
de thesoureiro das camaras municipaes<br />
de Gaia e Mondim de Basto.<br />
Coisas e loisas<br />
Dois capitalistas encontram-se na<br />
rua e entaholam o seguinte dialogo :<br />
—-Acabo de ver o retrato <strong>do</strong> nosso<br />
collega Luiz Lapas. Teve o capricho de<br />
retratar-se com as mãos nos bolsos.<br />
— De quem?... pergunta o outro.<br />
*<br />
Na enfermaria :<br />
— De que morreu seu pae?<br />
— D'uma amputação.<br />
— Mal feita, talvez?<br />
— Não, sr. <strong>do</strong>utor; até foi muito<br />
bem feita, mas foi... da cabeça.<br />
Desgarradas<br />
Mangericão da janella<br />
Já meu peito foi teu vaso,<br />
Tomaste novos amores<br />
Já de mm não fazes caso.<br />
CORRESPONDÊNCIAS<br />
Leiria, 6 de novembro.<br />
E' realmente original o mo<strong>do</strong>'como<br />
aqui se fazem as eleições. Reunem-se<br />
os dirigentes <strong>do</strong>s parti<strong>do</strong>s regenera<strong>do</strong>r e<br />
progressista, escolhem quem mais lhes<br />
apraz e depois arranjam indivíduos que<br />
se sujeitem a fazer chapelladas e eleições<br />
simuladas.<br />
Foi o que succedeu com as eleições<br />
<strong>do</strong>s deputa<strong>do</strong>s e agora com as das camaras<br />
municipaes. Parece incrível que<br />
haja quem tome a responsabilidade de<br />
arranjar (para não dizer nomear) uma<br />
corporação que ha de gerir os negocios<br />
e dinheiros d'um concelho durante 3<br />
annosI<br />
Para a camara municipal deveriam<br />
sempre ser escolhi<strong>do</strong>s indivíduos de reconhecida<br />
competencia, bons administra<strong>do</strong>res,<br />
instruí<strong>do</strong>s e conhece<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s<br />
negocios públicos. Aqui, a nada d'isso<br />
se attende. Olha se só ás conveniências<br />
politicas. Propõem-se uns por ser progressistas<br />
e outros por seguirem o cré<strong>do</strong><br />
regenera<strong>do</strong>r.<br />
Vergonhoso 1<br />
Assim a camara agora eleita (sic)<br />
é composta d'elemenlos heterogeneos:<br />
4 progressistas, 4 regenera<strong>do</strong>res e 1<br />
presidente filia<strong>do</strong> neste ultimo parti<strong>do</strong><br />
mas que se apresenta sob o caracter de<br />
independente.<br />
0 seu conjuncto é detestável e nada<br />
promette. Fican<strong>do</strong> 1 ou 2 indivíduos os<br />
outros verea<strong>do</strong>res nada podem fazer. São<br />
as nossas coisas. Por causa da politiquice<br />
lá ficámos nós to<strong>do</strong>s sob a administração<br />
d'uma camara que não tem a<br />
confiança <strong>do</strong>s seus munícipes.<br />
Comtu<strong>do</strong> se ella soubesse ou quizesse<br />
comprehender os seus deveres, muito<br />
linha que fazer. Começan<strong>do</strong> no complemento<br />
da nossa canalisação, calcetamento<br />
das ruas, construcção de sentinas, arranjo<br />
de ourinoes e tu<strong>do</strong> o mais que diz res<br />
peito á sanidade publica e terminan<strong>do</strong><br />
pela severa fiscalisação nos merca<strong>do</strong>s,<br />
açougues, e vende<strong>do</strong>res de qualquer genero<br />
que a to<strong>do</strong>s os passos ludribiam o<br />
consumi<strong>do</strong>r, a muito, a muitíssimo haveria<br />
que altender.<br />
* Tem esta<strong>do</strong> um tempo insupportavel;<br />
dias de verdadeiro inverno.<br />
* O rio Liz apresenla-se bastante<br />
•cheio. Oxala não tenhamos alguma desgraça<br />
a lamentar graças á incúria das<br />
nossas auctoridades que completamente<br />
descuram o rio onde se requisitam muitos<br />
trabalhos para evitar a constante agglomeração<br />
d'areias que nelle se dão.<br />
Xisto.<br />
Palacio da Industria Portugueza<br />
Publicamos em seguida um patriotico<br />
projecto <strong>do</strong>s srs. Eduar<strong>do</strong> Augusto Pinto<br />
de Magalhães e Men<strong>do</strong>nça e Costa, para<br />
a fundação d'uma sociedade exclusivamente<br />
portugueza:<br />
1.° Construir um grande edifício para<br />
exposição permanente da industria e da<br />
agricultura nacionaes, que se <strong>do</strong>minará<br />
«Palacio da Industria Portugueza».<br />
2.° Construir, com prévio accor<strong>do</strong><br />
com a camara municipal de Lisboa, o<br />
parque da Avenida da Liberdade, segun<strong>do</strong><br />
o projecto pela mesma camara<br />
approva<strong>do</strong>.<br />
3.° Explorar o parque e os jardins<br />
<strong>do</strong> palacio, onde estabelecerá vários recreios<br />
populares, taes como: montanha<br />
russa, carrousseis, balouços, jogos infantis,<br />
balão caplivo, escola de tiro, jogos<br />
para adultos, barcos circulantes, gon<strong>do</strong>las<br />
no lago, passeios em carros e animaes,<br />
campo de corridas de cavallos,<br />
velocípedes, etc., e se darão funeções extraordinarias<br />
diurnas e nocturnas, como:<br />
concertos, fogos artificiaes, fontes eléctricas,<br />
illuminações, bailes, exhibições<br />
de celebridades, etc.<br />
4.° A sociedade propõe-se fundar<br />
no palacio escolas industriaes de pintura,<br />
esculptura, etc., onde leccionará gratuitamente,<br />
até 50 aUimnos de escolha<br />
official.<br />
5.° Caso a camara ou a respectiva<br />
sociedade o julguem conveniente, poderá<br />
estahelecer-se nos jardins <strong>do</strong> mesmo palacio<br />
o Jardim Zoologico, fican<strong>do</strong> a cargo<br />
da sociedade o seu sustento e exploração.<br />
6.° O palacio será dividi<strong>do</strong> em cinco<br />
grandes pavilhões, destina<strong>do</strong>s:<br />
1.° A' Industria.<br />
2.° A' Agricultura,<br />
IO de novembro de 1898<br />
3.° A's Bellas artes.<br />
4.° A's diversas aulas.<br />
5.° (Central) á parte recreativa: espectáculos.<br />
conferencias, concertos, hailes,<br />
exposições diversas, flores, etc.<br />
7 ° No mesmo palacio será reserva<strong>do</strong><br />
um salão para a imprensa portugueza,<br />
como centro especial para as suas<br />
reuniões, exposições de jornaes, gabinete<br />
de leitura, reportagem, etc.<br />
8.° A to<strong>do</strong>s os industriaes será concedi<strong>do</strong>,<br />
conforme o numero de acções<br />
que tiverem, ou pagan<strong>do</strong> aluguer, o espaço<br />
necessário para exporem os seus<br />
productos, tomarem encommendas ou fazer<br />
vendas de generos e artigos portuguezes<br />
exclusivamente.<br />
9." A construcção <strong>do</strong> palacio será<br />
feila por empreitadas, engenheiros e operários<br />
portuguezes.<br />
10.° To<strong>do</strong>s os fornecimentos serão<br />
feitos por concurso, preferin<strong>do</strong>-se os concorrentesquemais<br />
vantagens oITerecerem,<br />
ten<strong>do</strong> por base receberem l /3 da totalidade<br />
<strong>do</strong>s fornecimentos em acções <strong>do</strong><br />
palacio.<br />
11.° To<strong>do</strong>s os materiaes a empregar<br />
no palacio e seus annexos serão exclusivamente<br />
portuguezes, com excepção<br />
de ferros e tintas cuja entrada, caso seja<br />
indispensável, o governo permittirá livre<br />
de direitos.<br />
12.° Na construcção <strong>do</strong> palacio e seus<br />
annexos proceder-se-ha com a mais rigorosa<br />
economia, montan<strong>do</strong> a sociedade<br />
fornos para a cozedura <strong>do</strong> tijolo, visto<br />
ser esle artigo Unia das partes mais importantes<br />
em construcções d'este genero,<br />
e haver no local o barro proprio para<br />
este fim.<br />
13.° No palacio realisar-se-ha em<br />
1897 uma exposição universal commemoran<strong>do</strong><br />
o 4 0 centenário da descoberta<br />
da índia, e coincidin<strong>do</strong> com os festejos<br />
com que naturalmente o nosso paiz deve<br />
saudar a monumeutal viagem de Vasco<br />
da Gama.<br />
14.° No palacio raontar-se-ha um<br />
grande motor para pôr em movimento<br />
diversas machinas de fabricação portugueza,<br />
tanto agrícolas como industriaes.<br />
15.° Caso o governo esteja de accor<strong>do</strong>,<br />
e sem augmento de encargo para o<br />
esta<strong>do</strong>, poderão installar-se no palacio o<br />
muzeu commercial e industrial de Lisboa<br />
e muzeu agrícola florestal.<br />
16.° A sociedade propõe-se mais<br />
construir uma linha ferrea, de via reduzida<br />
e material elegante, desde o cruzamento<br />
da Avenida com a praça da Alegria<br />
e rua das Pretas, até ao parque e<br />
jardins <strong>do</strong> palacio.<br />
O capital preciso para a realisação<br />
<strong>do</strong>s fins a que se propõe esta sociedade<br />
será calcula<strong>do</strong> por uma commissão de<br />
engenheiros portuguezes, sen<strong>do</strong> a sua<br />
importancia totalmente emettida em acções<br />
de forma que não seja necessário, para<br />
o completo das obras, ernittir obrigações.<br />
L I V R O S<br />
Annuncios grátis receben<strong>do</strong>-se<br />
um exemplar.<br />
pnormiDA m m m<br />
DE<br />
Antonio Narciso Alves Correia<br />
(Precauções e preservativos<br />
liygienicos necessários para<br />
a estabilidade da saúde e<br />
prolongamento da vida)<br />
PREÇO...... 250 RÉIS<br />
i<br />
mm s\grm<br />
ILLDSTSADi<br />
900 a 1:000 gravuras<br />
Pedir prospecto e espeeimen<br />
Assignalura 20 réis, fascículo<br />
Está conclui<strong>do</strong> o 1." volume<br />
Para informações BÍBLIA.<br />
SifiKADA IliLUS-<br />
TBAUA — Mousinho da Silveira, 191<br />
—Porto.<br />
Em Coimbra : na livraria <strong>do</strong> sr. A.<br />
Paula e Silva, rua <strong>do</strong> Infante D. Augusto,<br />
e em casa <strong>do</strong> sr. Manoel Maria, rua das<br />
Floras — 4.