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Construindo Uma Prática Docente Mais ... - cefet-mg gematec

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<strong>Construindo</strong> <strong>Uma</strong> <strong>Prática</strong> <strong>Docente</strong> <strong>Mais</strong> Significativa: O Uso De Analogias<br />

E Metáforas Como Instrumentos De Contextualização Do Saber.<br />

Isabel Campos Araújo PÁDUA<br />

IV SIMPÓSIO ANPAE – SUDESTE<br />

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS - PUC-MG.<br />

SEÇÃO COMUNICAÇÃO<br />

Este trabalho pretende contribuir para a compreensão e a valorização da função<br />

didático-mediadora do discurso docente entre o conhecimento científico e o conhecimento<br />

comum, quando permeado por representações analógicas ou metafóricas.<br />

Ao pesquisar a dimensão didático- mediadora do discurso do professor, buscou-se<br />

salientar a importância da heterogeneidade cultural trazida pelos alunos para a sala de aula e<br />

verificar se, como e quando o professor aproveita essa diversidade como meio de<br />

desencadear o processo de ensino-aprendizagem em seus alunos. Nesse sentido, o trabalho<br />

foi baseado em uma perspectiva de ensino construtivista, tendo como referência a teoria<br />

cognitivista de Piaget e sócio-interacionista de Vygotsky. Tais teorias possibilitaram o<br />

estudo e a relativização da postura descontinuísta defendida pela filosofia racionalista de<br />

Bachelard (1972), o entendimento da importância de se estudar a influência específica que<br />

as analogias e as metáforas, enquanto representações do conhecimento comum, exercem<br />

sobre o aprendizado do conhecimento científico e, finalmente, viabilizaram a percepção de<br />

formas para a utilização das analogias e metáforas como recursos didático-mediadores,<br />

capazes de democratizarem uma linguagem que, até então, tem sido monopolizada pelo


discurso científico e, conseqüentemente, contribuído para o aumento de grandes diferenças<br />

sócio-culturais e econômicas.<br />

As analogias e metáforas neste trabalho estão inseridas em um contexto vasto de<br />

estudos que têm sido feitos no sentido de associá-las ao processo de construção e<br />

desenvolvimento do conhecimento por meio da valorização das concepções prévias trazidas<br />

pelos alunos. Nesse sentido, as analogias e metáforas, manifestações criativas e sensíveis do<br />

saber humano – indistintamente se comum ou científico -, vêm se tornando alvos<br />

imprescindíveis de análise para a compreensão e valorização da heterogeneidade dos<br />

conhecimentos característicos da cultura dos indivíduos.<br />

No entanto, o fato de se idealizar a heterogeneidade de conhecimentos ou, de se<br />

admitir, como insiste Bachelard (1972), a existência, até mesmo, de uma ruptura entre<br />

onhecimento científico e conhecimento comum, não implica que se tenha o objetivo de<br />

defender a hierarquização entre eles. Ao contrário, defende-se com este trabalho a<br />

necessidade de reconhecê- los e delimitá-los com suas particularidades para que assim seja<br />

possível identificar a importância da coexistência de ambos no contínuo desenvolvimento<br />

dos sujeitos. Isso porque se percebe, no conhecimento comum trazido pelos alunos, tanto<br />

um ponto de referência e contextualização dos conhecimentos científicos veiculados pelo<br />

ambiente escolar, quanto um meio de sobrevivência diária dos instrumentos de mediação<br />

entre o sujeito e o mundo social em que se encontra inserido.<br />

Analogias, Metáforas e Mudança Conceitual.


Ao tentar realizar um estudo específico sobre o uso de analogias e metáforas como<br />

recursos didático- mediadores, torna-se necessário fazer uma breve contextualização, já<br />

que, na realidade, trata-se de uma linha de pesquisa que tem sofrido influência de diversas<br />

áreas, inserindo-se em um grupo maior de estudos sobre estratégias de ensino, linguagem e<br />

cognição. Logo, para tentar uma seqüência mais clara na apresentação dos fatos aqui<br />

explicitados, optou-se por tratar, em primeiro lugar, das teorias sobre o uso das concepções<br />

prévias no ensino de ciências, as quais se deram como os primeiros estudos que validaram,<br />

a importância das analogias e metáforas como formas de linguagem mediadora do processo<br />

de ensino-aprendizagem. Es ses estudos, por sua vez, tiveram uma grande contribuição do<br />

movimento educacional de reforma curricular do ensino em ciências e acabaram<br />

desencadeando o Movimento de Concepções Alternativas (Alternative Conception<br />

Movement, ou ACM), desenvolvido por Gilbert e seus colaboradores a partir da década de<br />

80, na Inglaterra.<br />

O Movimento das Concepções Alternativas surgiu a partir do momento em que<br />

alguns pesquisadores tiveram o objetivo de identificar o pensamento espontâneo de crianças<br />

e adolescentes em idade escolar, acreditando que, dessa forma, seria possível levá- los a<br />

superar suas concepções prévias substituindo-as pelo conhecimento científico veiculado por<br />

meio dos currículos escolares. Esses objetivos foram determinados, em grande parte, pela<br />

preocupação de se repensar as práticas educacionais de cunho estritamente empirista que<br />

haviam sido adotadas no período compreendido entre o final da década de 50 e início da<br />

década de 70 em praticamente todo o mundo ocidental.


A princípio, as pesquisas realizadas pelo grupo de Gilbert (1982 e 1985), tiveram<br />

como pressuposto levar os alunos a superarem suas concepções espontâneas em favor,<br />

ainda, dos conhecimentos científicos veiculados pela escola. No entanto, diante da<br />

resistência apresentada pelos alunos em abandoná-las, as pesquisas acabaram sendo<br />

direcionadas para uma melhor compreensão dessas concepções. Passou-se, então, ao estudo<br />

dos processos de construção das concepções alternativas e do papel que desempenham no<br />

processo de aprendizagem. Nesse sentido, a aprendizagem das ciências passa a ser<br />

entendida como um processo de mudança conceitual que, segundo Posner e seus<br />

colaboradores Strike, Hewson e Gertzog, em seu trabalho de 1982, seria análogo ao<br />

processo de revolução científica.<br />

A Teoria do Modelo de Mudança Conceitual de Posner et. al (1982).<br />

De acordo com a Teoria do Modelo de Mudança Conceitual de Posner et.al (1982) a<br />

aprendizagem é um processo de construção que sofre influência direta das concepções<br />

prévias dos estudantes, chamadas pelos autores de misconceptions. Segundo Posner et.al<br />

(1982), faltava, ainda, uma teoria que descrevesse de forma bem articulada a substantive<br />

dimensions of the process by which people’s central, organizing concepts change from one<br />

set of concepts to another set, incompatible with the first. (Ibidem, p. 211).<br />

Dessa forma, os autores utilizaram princípios da Filosofia da Ciência para explicarem, de<br />

forma análoga, como as concepções alternativas dos estudantes mudam – no sentido de<br />

serem substituídas – sobre o impacto das novas idéias ou de um novo problema.<br />

Como bem colocam os autores,<br />

Learning is concerned with ideas, their structure and the evidence for


them. It is not simply the acquisition of a set of correct responses, a<br />

verbal repertoire or a set of behaviors. We believe it follows that<br />

learning, like inquiry, is best viewed as a process of conceptual change.<br />

(Posner et. al, 1982, p. 212)<br />

De forma análoga com a visão da filosofia da ciência de Kuhn (1970), Posner et. al.<br />

(1982) defendem que o processo de mudança conceitual poderia ocorrer de duas formas: a<br />

primeira corresponderia ao que Kuhn (1970) chamou de normal science, ou aquele<br />

paradigma de pesquisa dominante que não sofreu uma alteração suficiente para ameaçá- lo<br />

e ou substituí- lo. Nesse caso, a aprendizagem seria denominada de assimilação, já que não<br />

teria sido suficiente para mudar as concepções prévias dos sujeitos. A segunda forma<br />

corresponderia ao que KUNH (1970) chamou de scientific revolution, ou seja, quando os<br />

paradigmas até então vigentes são substituídos por outros por não serem mais suficientes<br />

para resolver os novos problemas encontrados. Nesse sentido, Posner et. al (1982)<br />

denominam a aprendizagem que corresponderia à revolução científica de Kuhn (Ibidem)<br />

como acomodação ou mudança conceitual radical.<br />

Apesar de os termos assimilação e acomodação serem derivados da Teoria da<br />

Equilibração de Piaget (1975, 1976), os autores defendem que não os utilizaram com o<br />

mesmo sentido. Para Piaget (Ibidem), a assimilação e a acomodação são processos que<br />

determinam o equilíbrio dos esquemas cognitivos do indivíduo, equilíbrio este necessário<br />

ao que ele denomina, a adaptação. Logo, Piaget (1975, 1976) alega que, à medida que o<br />

indivíduo se adapta, ele equilibra suas estruturas cognitivas e constrói o próprio<br />

conhecimento. A assimilação é definida como a incorporação de um elemento exterior<br />

(objeto, contecimento,etc.) num esquema sensório-motor ou conceitual do sujeito (Piaget,<br />

1975, p.16). A acomodação seria o processo pelo qual o esquema de assimilação, ao


incorporar os elementos exteriores, modifica-se, no sentido de acomodar-se, em função das<br />

particularidades desses elementos. É interessante ressaltar que, para Piaget (ibidem), o<br />

processo de assimilação pode ser desencadeado independentemente do processo de<br />

acomodação, se o objetivo é compreender algo que, de alguma forma, já é familiar. No<br />

entanto, a acomodação sempre estará subordinada à assimilação, ou seja, não há<br />

informação pura (Mortimer, 2000, p.41) ou, como afiram Inhelder, Garcia e Voneche,<br />

1976, citados por Mortimer: uma acomodação é, necessariamente, a acomodação de um<br />

esquema de assimilação. (2000, p.41).<br />

Logo, o processo de aprendizagem, numa perspectiva piagentiana, é,<br />

invariavelmente, um processo de construção dialético, complexo e interno de estruturas ou<br />

esquemas, que tem por objetivo e conseqüência o equilíbrio cognitivo do indivíduo, o qual<br />

é determinado pelas estruturas formadas previamente e, ao mesmo tempo, determinante<br />

daquelas que serão formadas futuramente. Como denomina Piaget (1975), a aprendizagem<br />

se dá por um processo de equilibração majorante. Tal equilíbrio sempre será momentâneo,<br />

já que deixa de existir à medida que o sistema cognitivo individual se depara com uma<br />

perturbação, que pode ser desencadeada tanto pelas lacunas quanto pelos conflitos.<br />

Paralelamente, Posner et.al (1982) definem uma anomalia como um estado gerado<br />

pelo conflito cognitivo e este como a única forma geradora de aprendizagem. Grosso modo<br />

parece não haver diferenças significativas, já que tanto Posner et.al quanto Piaget adotam<br />

uma perspectiva construtivista, na qual o processo de aprendizagem é desencadeado por um<br />

desequilíbrio, uma perturbação, uma insatisfação ou, ainda, uma anomalia, gerados pela<br />

incapacidade de uma estrutura prévia ou misconception solucionar uma nova situação


problema. No entanto, o fato de Posner et.al (1982) desconsiderar a hipótese de haver<br />

aprendizagem sem que haja, necessariamente, a substituição de uma misconception por um<br />

conhecimento novo pode explicar, pelo menos em parte, porque os autores desconsideram o<br />

que Piaget (1975) chama de lacunas e, conseqüentemente, o fato de que pode haver<br />

aprendizagem sem que,necessariamente, haja substituição das concepções prévias.<br />

Para entender este raciocínio, torna-se necessário abrir um pequeno parêntese sobre<br />

esses dois termos piagentianos: conflito cognitivo e lacunas.<br />

Tanto os conflitos cognitivos quanto lacunas são considerados, por Piaget(1975),<br />

como elementos desencadeadores de uma perturbação, necessários ao desequilíbrio que,<br />

por sua vez, é determinant e do processo de aprendizagem. Segundo o autor, a<br />

aprendizagem pode ser definida como um processo de sucessivas construções<br />

compensatórias que tende a resultar em uma equilibração majorante. Essa equilibração<br />

sempre será temporária e sempre ocorrerá de forma diferente e superior à anterior.<br />

Nesse sentido, pode-se afirmar que o conflito cognitivo ocorre quando os<br />

conhecimentos prévios de um indivíduo não são suficientes para a resolução de uma<br />

determinada situação-problema, gerando o que Piaget (1975) chama de “perturbação<br />

conflitiva”, correspondendo ao que Posner et.al (1982) chamam de conflito cognitivo.<br />

A lacuna pode ser definida como<br />

(...) uma perturbação quando se trata da ausência de um objeto ou das<br />

condições de uma situação que seriam necessárias para realizar uma<br />

ação, ou ainda, da carência de um conhecimento indispensável para se<br />

resolver um problema. (Piaget, 1975, p. 32 apud Mortimer, 2000, P.42)<br />

Logo, a lacuna, como o próprio nome indica, refere-se ao que poderia ser chamado<br />

de um espaço, um vão entre o que se conhece e a aplicabilidade desse conhecimento.


Dessa forma, percebe-se que: se a proposta de Posner et. al. (1982) é a substituição de um<br />

conhecimento prévio por um conhecimento válido, não existe, para estes autores, a<br />

possibilidade de haver lacunas a serem preenchidas nos conhecimentos prévios, resultando<br />

em um conhecimento diferente e mais abrangente. Mas há a necessidade de substituí- los<br />

pura e simplesmente pelo fato de não terem sido suficientes para a resolução de um<br />

determinado conflito cognitivo. Nota-se que, ao usar os termos assimilação e acomodação,<br />

Posner et. al(1982) o fizeram com o objetivo de definir processos diferentes que podem<br />

resultar ou não em aprendizagem. O primeiro – a assimilação – seria um processo mais<br />

superficial, no qual o indivíduo, ao entrar em contato com novos conceitos, não teria<br />

nenhum acréscimo ou modificação de suas estruturas prévias. Logo, para Posner et.al<br />

(1982), a assimilação não equivaleria a algum tipo de aprendizagem satisfatória, já que não<br />

implica em uma substituição radical do conceito prévio por um novo conceito. No segundo<br />

tipo de aprendizagem, que os autores denominam acomodação ou mudança conceitual<br />

radical, o indivíduo sofreria um conflito cognitivo, gerado pela incapacidade de utilizar<br />

seus conceitos ou estruturas prévias para resolver uma dada situação problema. Essa<br />

instabilidade, gerada pelo conflito cognitivo que é chamada pelos autores de anomalia,<br />

acabaria levando o indivíduo a substituir seus conceitos prévios ou suas misconceptions por<br />

novos conceitos que, por sua vez, passariam a ser suficientes para solucionar a situação<br />

problema. O trabalho de Posner et. al (1982) focaliza, especificamente, o segundo processo,<br />

haja vista o fato de que o problema levantado pelos autores seja o de verificar (...) how<br />

student’s conceptions change under the impact of new ideas and new evidence. (Posner,<br />

et.al.1982, p. 212. Grifo nosso).


Dessa forma, os autores definiram que uma “mudança conceitual radical”<br />

dependeria das seguintes condições para ocorrer: haver insatisfação com as concepções<br />

existentes, a nova concepção ser inteligível, a nova concepção ser plausível e, finalmente, a<br />

nova concepção ser frutífera. Como apontado anteriormente, a insatisfação é gerada pela<br />

anomalia, ou seja, pela impossibilidade de o sujeito assimilar algo que considerava<br />

assimilável ou quando contrarie uma crença epistemológica pré-existente (Posner et. al<br />

1982, p. 220). Quanto ao aspecto inteligível, os autores explicam que este poderá ocorrer à<br />

medida que os indivíduos conseguirem dar um significado ou uma nova representação para<br />

o novo conceito. Os autores salientam, inclusive, os estudos sobre a utilização de analogias<br />

e metáforas de Ortony (1975), Belth (1977) e Black (1962), como instrumentos de<br />

significação de novos conceitos. Quanto à plausibilidade, os autores alegam que é (...)<br />

result of consistency of the concepts with other knowledge (p.214). Ou seja, a plausibilidade<br />

necessita de um conhecimento correspondente, de uma âncora, na qual se fixa para tornar<br />

aquele novo conhecimento, significativo o suficiente para ser selecionado e apreendido. O<br />

aspecto frutífero, por sua vez, seria determinado pelas novas possibilidades de aplicações<br />

teóricas e práticas.<br />

Pode-se observar, dessa forma, que Posner e seus colaboradores aproximam-se<br />

muito das fases da Teoria da Equilibração de Piaget (1975). No entanto, Posner et. al.<br />

acrescentam que, além de haver a necessidade de se satisfazer todas essas condições para se<br />

alcançar a mudança conceitual radical, essas estariam sujeitas à influência exercida por<br />

cinco tipos de idéias preexistentes – as misconceptions -, que por sua vez, compõe um todo<br />

ou a ecologia conceitual dos indivíduos.<br />

A partir da teoria do Modelo de Mudança Conceitual surgem, então, diversos<br />

estudos com o objetivo de oferecer estratégias que facilitem o processo de aprendizagem<br />

dos alunos. Segundo Scott et. al. (1991) citado por Arruda e Villani (1994) esses estudos


poderiam ser divididos em dois grandes grupos: o primeiro, seria formado por estratégias<br />

baseadas em conflitos cognitivos, sua resolução e superação; o segundo, seria formado por<br />

estratégias de ensino baseadas no desenvolvimento de idéias a partir de um referencial<br />

científico, integração e continuidade.<br />

No entanto, este trabalho tem como objetivo discutir a utilização de analogias e<br />

metáforas como instrumentos de mediação didática para um processo de ensino<br />

aprendizagem pautado na construção do conhecimento tal como defendido por Piaget, ou<br />

seja, no qual os conflitos cognitivos sejam a chave para a integração de um novo<br />

conhecimento de forma a permitir a ampliação e o melhoramento daquele já existente. Para<br />

isso, pretende-se fazer uma pequena explanação sobre a relação entre o conhecimento<br />

prévio – denominado de conhecimento comum - o conhecimento científico e o<br />

conhecimento escolar.<br />

Conhecimento Comum, Conhecimento Escolar e Conhecimento Científico.<br />

Como foi visto anteriormente, os estudos sobre o aproveitamento das concepções<br />

prévias dos estudantes no seu processo de aprendizagem de conhecimentos científicos têm<br />

sido associados ora vezes com maior, ora com menor ênfase a uma perspectiva teórica<br />

racionalista, descontinuísta e pluralista de conhecimento e cultura.<br />

O fato de admitir tanto a descontinuidade entre conhecimento comum e científico<br />

quanto a pluralidade cultural, é percebido por Bachelard (1972), Lopes (1999) e Santos, M.<br />

(1991) como forma de se buscar uma prática de ensino que suplante o conhecimento<br />

comum. Não impondo o conhecimento científico como um conhecimento mais válido, mas<br />

concebendo-o como meio de democratização de condições sócio-culturais. Como bem<br />

afirma Lopes:<br />

Ao admitirmos a pluralidade, estaremos aceitando diferentes saberes como possíveis e<br />

válidos dentro de seus limites de atuação, o que torna fundamental a compreensão desses<br />

critérios de validade. E sejam esses saberes ciência ou não, têm na suplantação do senso<br />

comum um objetivo a alcançar (1999, p. 153).<br />

Tanto Bachelard (1972) quanto Lopes (1999) salientam a periculosidade de<br />

discursos que defendem a continuidade do conhecimento por meio de práticas educativas


capazes de transportarem o conhecimento comum para o conhecimento científico. Ambos<br />

acreditam que concepções alternativas são muito estáveis e representam não só um<br />

obstáculo epistemológico como também pedagógico para a formação do saber científico.<br />

Lopes afirma que a ruptura entre conhecimento comum e científico se caracterizaria<br />

principalmente pelo caráter de permanência e de estabilidade encontrados no saber<br />

cotidiano. Este saber se caracterizaria por ter sua origem na prática empírica cotidiana,<br />

fazendo-se como uma verdade experimental e imutável no que se refere à opinião<br />

individual, podendo ser compartilhado como forma de cultura de um determinado grupo ou<br />

setor social.<br />

Com o saber científico, por outro lado, ocorreria o contrário, à medida que possui um<br />

caráter sempre provisório que deverá se constituir como um conhecimento abstrato,<br />

complexo, podendo, a qualquer momento, ser refutado. O conhecimento escolar seria uma<br />

forma organizada, de acordo com os interesses ideológicos dominantes de socialização dos<br />

saberes que compõem uma cultura escolar sui generis. Segundo Lopes, o espaço escolar<br />

deveria mediar o conhecimento científico no sentido de permitir um (...) processo de<br />

constituição de uma realidade através das mediações contraditórias, de relações<br />

complexas, não imediatas, com um profundo sentido de dialogia (1997, p.106). No entanto,<br />

Lopes (1999) identifica o conhecimento escolar, como vem sendo trabalhado atualmente,<br />

como contraditório e problemático. Contraditório porque pretende socializar o<br />

conhecimento científico e, ao mesmo tempo, formar o conhecimento cotidiano. Ou seja: o<br />

espaço escolar deveria, sim, tratar de socializar o conhecimento científico. Isso não se faria<br />

por meio da utilização do conhecimento cotidiano, já que, para a autora, ao adotar os<br />

processos de mediação didática, como tem sido proposto pelas linhas de pesquisa que<br />

trabalham com mudanças conceituais – por meio da utilização de links entre concepções<br />

alternativas e conceitos científicos feitos por intermédio de uma linguagem analógica e<br />

metafórica, por exemplo, correr-se- ia o risco de reforçar um falso continuísmo entre os<br />

dois tipos de conhecimento e, conseqüentemente, acabar impedindo que os alunos<br />

compreendessem as “diferenças imensas” existentes entre ambos os conceitos e seus<br />

respectivos contextos.


“Todavia, sempre que o uso da metáfora é feito para que não enfrentemos os raciocínios<br />

formais ou, ainda mais problemático; sempre que o uso da metáfora é feito sem que a<br />

consideremos como tal, incorremos em sérios problemas epistemológicos.<br />

Freqüentemente constatamos isso no ensino: a banalização da metáfora e da analogia<br />

como forma de marcar o continuísmo entre conhecimento comum e conhecimento<br />

científico.” (Lopes, 1999, p. 215)<br />

O aspecto problemático, por sua vez, seria derivado do fato de que, por mais que se<br />

quisesse reconstruir os saberes científicos, seria comum, tanto os professores, quanto os<br />

autores de livros didáticos apropriarem-se desses conhecimentos, de forma a desconsiderar<br />

sua historicidade. Mesmo diante de tais dificuldades Lopes (1997), concorda com Astolfi e<br />

Develay (1989) sobre a afirmativa de que não é objetivo da escola transmitir conhecimentos<br />

de forma a se tornarem obstáculos para a construção de conhecimentos científicos. Ao<br />

contrário, a autora reconhece que, por vezes, pode-se constatar o esforço de professores em<br />

elaborar explicações para seus alunos, na tentativa de constituir formas de abordagens de<br />

conceitos científicos por meio de configurações cognitivas nem sempre equivocadas.<br />

Segundo ela, essas abordagens são também adotadas pelos cientistas no intuito de facilitar a<br />

compreensão de conceitos, até mesmo, para a própria comunidade científica. Nota-se que,<br />

ao adotarem um discurso defensor do conhecimento científico, Bachelard (1972) e Lopes<br />

(1997 e 1999) afirmam não desconsiderar outras formas de saber e salientam a importância<br />

de se reconhecer as especificidades de cada um e as conseqüências de práticas educativas<br />

permeadas por um discurso que homogeneíza a cultura, atuando como instrumento<br />

legitimador de desigualdade de acesso aos diferentes tipos de conhecimento.<br />

Dessa forma, torna-se compreensível a resistência de Lopes (1997 e 1999) no que<br />

diz respeito a técnicas metodológicas de mediação didática que utilizam analogias e<br />

metáforas como instrumentos capazes de tornarem conhecimentos abstratos e complexos,<br />

como os conhecimentos científicos, compreensíveis a partir da utilização de conhecimentos<br />

mais concretos ou familiares, como as concepções alternativas. No entanto faz-se<br />

necessário esclarecer melhor, por outro lado, a importância de lançar mão de técnicas de<br />

mediação didática que priorizam o conhecimento prévio trazido pelos alunos para a sala de<br />

aula.<br />

Linguagem Analogias e Metáforas.


É fato que as relações humanas se dão por meio das várias formas de expressões e<br />

pela forma com que estas são percebidas e assimiladas pela razão. Sabe-se também que,<br />

dentre as várias formas de expressão, a linguagem oral e a escrita têm um papel definidor da<br />

espécie humana, já que ambos são resultados de um alto grau de organização, de<br />

sistematização dos símbolos lingüísticos criados, desenvolvidos e aperfeiçoados social e<br />

historicamente, ou seja, a linguagem foi o primeiro sistema simbólico, básico, construído ao<br />

longo da evolução humana, tornando-se ao mesmo tempo processo definidor e resultante da<br />

humanização.<br />

Vygotsky (1998) considera que o processo de mediação da relação homem/mundo<br />

ocorre basicamente por meio de instrumentos e símbolos. Dessa forma, a linguagem seria<br />

um grande mediador, já que necessita de um alto grau de abstração, atuando ao mesmo<br />

tempo como instrumento e símbolo e exercendo a função mediadora, à medida que a<br />

significação dada aos seus signos torna possível representar o que esteja ausente em<br />

determinado tempo presente.<br />

Ao internalizar os símbolos e signos que compõem um sistema de representação que<br />

constitui a linguagem, o indivíduo desenvolve o que Vygotsky (1998) chamou de processos<br />

mentais superiores, ou seja, à medida que o<br />

indivíduo se desenvolve, apreende mais símbolos e signos, que por sua vez servem como<br />

instrumentos mediadores entre seus instintos, sentimentos, sua razão e o seu meio. Logo,<br />

percebe-se que a linguagem é, sem dúvida, um sistema de representação complexo que tem<br />

a função de definir a razão humana, ou seja, o pensamento.<br />

A linguagem, escrita ou oral, pode ser expressa por meio de formas mais primitivas<br />

como sons, gestos e expressões corporais ou, ainda, por formas mais complexas como<br />

textos, figuras, mapas, gráficos, desenhos, esquemassistematizados, imagens, analogias e<br />

metáforas. (Nagem, 1997, p. 6). Esses, como os outros tipos de linguagem, trazem consigo<br />

uma bagagem cultural, pois são criadas a partir de situações próprias de seu contexto<br />

histórico. Dessa forma, as analogias e as metáforas se caracterizam como formas de<br />

linguagem mais complexas, fruto de um alto poder de abstração da razão.


Compreender o que são analogias e metáforas, suas diferenças e semelhanças é<br />

necessário para que se compreenda a possibilidade de suas aplicações como recursos<br />

didático- mediadores do ensino-aprendizagem.<br />

O que são Analogias e Metáforas?<br />

Epistemologicamente, o conceito de analogias e metáforas, segundo estudos realizados por<br />

Santos T. et al (1990), significam respectivamente:<br />

“Ana = de acordo com, segundo”.<br />

Logos= razão.<br />

Portanto, segundo uma razão. No sentido original (empregado pelos<br />

gregos): proporcional.<br />

Meta =mudar.<br />

Pherein= carregar, portar. A junção dos dois étimos era compreendida<br />

pelos gregos como significando transferir ou transportar (Santos, 1990,<br />

p.7)”.<br />

Derit (1991) apud Carvalho (1996, p. 11) afirma que analogia se refere a uma<br />

comparação entre as estruturas de dois campos, ao que Brown e Clement acrescentam que<br />

essa associação envolve a transferência de formação relacional de um campo que já existe<br />

na memória (normalmente chamado de campo fonte ou base) para um campo a ser<br />

explicado (referido como campo alvo) (1989).<br />

Segundo Aristóteles em sua obra “Poética”, capítulo XXI, citada por Santos T.:<br />

“(... )uma analogia implica proporcionalidade, numa espécie de regra de três, chamada<br />

de Quarta proporcional, em que ele explica que umtermo A está para B, assim como C<br />

está para D, sendo A e C, bem como B e D intercambiáveis sem prejuízo para o sentido<br />

fundamental da frase (Ibidem 1998).”<br />

Duit distingue as analogias das metáforas da seguinte forma:<br />

“(...) An analogy explicitly compares the structures of two domains; it indicates identity<br />

of parts of structures. A metaphor comparesimplicitly, highlighting features or relational<br />

qualities that do notcoincide in two domains. Taken literally, metaphors are plainly false.<br />

(1991, p.651).<br />

Essa “falsidade” pode ser facilmente percebida quando uma frase metafórica é<br />

analisada literalmente. Dessa forma, nota-se que o seu sentido é absurdo.


As analogias, por sua vez, não só comparam explicitamente como oferecem uma<br />

certa “relação simétrica” entre os termos fonte e alvo, já que possibilitam uma<br />

correspondência entre as duas estruturas.<br />

No entanto Duit alega:<br />

As has been outlined above, analogies differ from metaphors, but only to a slight degree.<br />

Hence, every good analogy contains some aspects of surprise and anomaly or at least<br />

may be used in this way. What has been outlined above about the role of metaphors in<br />

learning, therefore, holds true – at least partly – also for analogies. It is the metaphorical<br />

aspect of good analogies that makes them valuable tools in conceptual change learning.<br />

(1991, p. 653. Grifo nosso)<br />

A princípio, pode-se pensar que o aspecto absurdo que as frases metafóricas desencadeiam<br />

seria impróprio para situações de ensino aprendizagem. No entanto, esse absurdo acaba<br />

funcionando como uma mola propulsora do processo de construção do conhecimento, à<br />

medida que incita a mente a procurar distinguir quais as similaridades e as diferenças são<br />

salientadas pela frase entre os campos fonte e alvo, gerando a necessidade de o indivíduo<br />

tornar o que lhe parece estranho em algo familiar. Pode-se relacionar essa “incitação” ao<br />

processo de estranhamento e desequilibração de Piaget, em que o indivíduo, por um<br />

momento, é levado a reestruturar e acomodar seus conhecimentos até que sejam novamente<br />

desestruturados. Isso faz também com que a idéia, antes abstrata, seja interpretada por um<br />

crescente processo de imaginação criativa, ao mesmo tempo em que concilia os domínios<br />

cognitivo e afetivo da aprendizagem.<br />

Se, por um lado, o uso diário de analogias e metáforas é freqüente e até muito<br />

comum, por outro, pode-se considerar extremamente rara sua aplicação de forma consciente<br />

ou, pelo menos, intencional. Isso pode ser explicado, em parte, pelo fato de os estudos da<br />

área estarem ainda muito centrados nas pesquisas sobre o ensino de ciências e, mais<br />

especificamente, sobre o ensino da física e da química. Além, é claro, de não haver uma<br />

preocupação com a função das chamadas figuras de linguagem no discurso docente e,<br />

conseqüentemente, de ser comum uma crença na sua aparência “inofensiva”. Esse último<br />

fator parece mais preocupante, já que se corre o risco de “pecar” tanto pela inocência<br />

quanto pelo desperdício. Afinal, a partir do crescente número de estudos feitos sobre a<br />

influência das analogias e metáforas sobre o processo de compreensão dos conceitos<br />

científicos, pode-se afirmar que o exercício do raciocínio analógico pode acarretar tanto


grandes saltos qualitativos no processo de desenvolvimento da cognição humana quanto<br />

verdadeiros bloqueios à compreensão de novos conceitos ou, como Lopes (1999) e<br />

Bachelard (1972) denominam: podem causar tanto obstáculos epistemológicos quanto<br />

pedagógicos.<br />

Logo, defende-se a hipótese de que utilizar analogias e metáforas em situações de<br />

ensino influenciará, com certeza, o processo de mudança conceitual desde que se leve em<br />

conta alguns princípios básicos:<br />

O primeiro se refere ao fato de que aprender, em uma perspectiva construtivista, não<br />

significa abandonar um conhecimento em favor de outro. Logo, não significa mudança<br />

conceitual no sentido de substituição de um conhecimento ou representação prévia, por<br />

outro novo. Mas um processo amplo e dialético, pelo qual o novo conhecimento será<br />

sempre mais amplo e complexo que o primeiro.<br />

O segundo se refere ao fato de que, não abandonando um conhecimento a favor de<br />

outro, não se tem o que Posner et. al. (1982) chamaram de mudança conceitual radical. Não<br />

existindo a mudança conceitual radical ou a substituição pura e simples de um<br />

conhecimento por outro, não tem sentido discutir um processo de aprendizagem que<br />

desconsidere a possibilidade de coexistência dos conhecimentos prévios e novos dos<br />

indivíduos. Ao contrário, justifica-se, dessa forma, a busca por um processo de mediação<br />

didática que permita auxiliar os alunos a conciliar o estranho e o familiar, o comum e o<br />

erudito, a dúvida e a certeza, a fim de que seu sistema cognitivo possa passar por um<br />

processo suficientemente dialético, a ponto de alcançar o desenvolvimento de um perfil<br />

conceitual necessário.<br />

Afinal, as analogias e as metáforas trazem consigo um vasto benefício quando<br />

permitem: gerar um grande potencial de habilidades criativas, imaginativas e associativas;<br />

contribuir para os fatores psicológicos da aprendizagem; e, finalmente, (...) fornecer aos<br />

estudantes um nível de conforto e segurança que lhes permita conectar seu mundo ao<br />

mundo das teorias e abstrações (Bloom 1992).


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