Patrícia Dinis Mota da Costa.pdf - Universidade do Minho
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10 Capítulo 1. Modelos Unidimensionais de Resposta ao Item<br />
<strong>do</strong>nde se obtém o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> examinan<strong>do</strong> no mesmo. Considera-se que a habili<strong>da</strong>de<br />
<strong>do</strong> examinan<strong>do</strong> é o que está a ser aferi<strong>do</strong> no teste (Boring [22]). Se os testes fossem<br />
instrumentos de medição com precisão absoluta, o valor obti<strong>do</strong>, V 0 , por aplicação de<br />
qualquer deles, seria igual ao valor ver<strong>da</strong>deiro, V . Na situação hipotética em que a<br />
habili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> examinan<strong>do</strong> é testa<strong>da</strong> T vezes, o modelo seguinte representa a relação<br />
entre o valor ver<strong>da</strong>deiro <strong>da</strong> variável e o respectivo valor observa<strong>do</strong>,<br />
com (t = 1, .., T ) e onde ɛt representa o erro <strong>da</strong> medição.<br />
V 0<br />
t = V + ɛt (1.1.1)<br />
Assume-se que o erro é não sistemático e homocedástico, isto é, E[ɛt] = 0 e<br />
V ar[ɛt] = σ 2 . Adicionalmente, assume-se que o erro é não correlaciona<strong>do</strong> com o valor<br />
ver<strong>da</strong>deiro, pelo que E[V 0<br />
t ] = E[Vt] e V ar[V 0<br />
t ] = V ar[V ] + V ar[ɛt]. O pressuposto<br />
de que o erro segue uma distribuição normal é necessário ao processo inferencial.<br />
As características <strong>do</strong>s itens, tais como a capaci<strong>da</strong>de de discriminação e a dificul-<br />
<strong>da</strong>de são quantifica<strong>da</strong>s através <strong>do</strong>s respectivos índices de discriminação e de dificul-<br />
<strong>da</strong>de. Adicionalmente, a correlação ponto-bisserial quantifica a associação entre o<br />
item e V0.<br />
O índice de discriminação (por exemplo, Guilford e Fruchter [55]) mede a ca-<br />
paci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> item diferenciar os examinan<strong>do</strong>s com alto desempenho (27% <strong>do</strong>s e-<br />
xaminan<strong>do</strong>s com resulta<strong>do</strong>s mais altos) <strong>da</strong>queles que têm baixo desempenho (27%<br />
<strong>do</strong>s examinan<strong>do</strong>s com resulta<strong>do</strong>s mais baixos). Este índice obtém-se pela diferença<br />
entre a proporção de acerto no item <strong>do</strong>s examinan<strong>do</strong>s que tiveram classificação supe-<br />
rior ao percentil 73 (grupo de alto desempenho) e a proporção de acerto no item <strong>do</strong>s<br />
examinan<strong>do</strong>s com classificação inferior ao percentil 27 (grupo de baixo desempenho).<br />
Os valores obti<strong>do</strong>s para este parâmetro variam entre -1 e 1. Os itens que apresentam<br />
índices de discriminação superiores a 0,4 são considera<strong>do</strong>s muito discriminativos, os<br />
que têm valores que pertencem ao intervalo [0,3; 0,4] são designa<strong>do</strong>s discriminativos<br />
e com valores inferiores a 0,3 são considera<strong>do</strong>s pouco discriminativos.<br />
O índice de dificul<strong>da</strong>de é <strong>da</strong><strong>do</strong> pela proporção de acerto no item. Portanto,