Análise Genômica Aplicada a Produção Animal - Centro de ...
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em bovinos ou por “HLA -Human Leukocyte Antigen” em humanos, <strong>de</strong>sempenha importante papel<br />
no sistema imunológico <strong>de</strong> vertebrados, incluindo mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes.<br />
Atuam no reconhecimento <strong>de</strong> moléculas ou microrganismos estranhos ao organismo. A sua função<br />
é se ligar a peptí<strong>de</strong>os <strong>de</strong>rivados do metabolismo protéico extracelular e apresentá-los aos linfócitos<br />
T, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando a resposta imunológica (ANDERSON, 1994).<br />
Os antígenos MHC <strong>de</strong> bovinos, constituídos por 105 genes contidos em 4.000 Kb,<br />
são geralmente, subdivididos em Classe I, apresentando 45 loci expressos em praticamente todos os<br />
tecidos, Classe II expressos em células do sistema imune (macrófagos e células B), Classe III,<br />
envolvidos com comunicação intercelular e biossíntese <strong>de</strong> esterói<strong>de</strong>s, e Classe IV presente em aves<br />
(KAUFMAN et al., 1992).<br />
O polimorfismo nestes loci, aparentemente, <strong>de</strong>ve ser mantido por seleção<br />
balanceada “balancing selection”, uma vez que são observadas: 1- Freqüências alélicas melhor<br />
distribuídas do que o esperado para alelos neutros; 2- Freqüência relativa <strong>de</strong> substituições não<br />
sinônimas (com alteração da seqüência <strong>de</strong> aminoácidos da proteína) superior às substituições<br />
sinônimas (HUGHES; NEI, 1988, 1989) e 3- Tempo <strong>de</strong> persistência dos alelos MHC, exce<strong>de</strong> o<br />
esperado para alelos seletivamente neutros (TAKAHATA; NEI, 1990).<br />
O balanceamento das freqüências alélicas po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado por interações com<br />
patógenos. Dois mecanismos são utilizados por An<strong>de</strong>rsson (1994) para explicar este tipo <strong>de</strong> seleção:<br />
1- Sobredominância, a freqüência <strong>de</strong> heterozigotos superior ao esperado, 2- Valor adaptativo<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das freqüências alélicas (vantagem seletiva é inversamente proporcional a freqüência<br />
alélica populacional e 3-Acasalamento preferencial, evitando o cruzamento entre indivíduos<br />
aparentados.<br />
An<strong>de</strong>rsson (1994) publicou uma revisão sobre polimorfismos <strong>de</strong> MHC e associação<br />
com resistência a doenças infecciosas, em que os haplótipos Classe I estão freqüentemente<br />
associados a um aumento na resistência e os Classe II a uma maior resposta à vacinação.<br />
Associação entre polimorfismo do BOLA-A e valor genético estimado para resistência a mastite e<br />
ketose em gado da Noruega foi avaliada por Mej<strong>de</strong>ll et al. (1994). Associação entre o haplótipo 1 <strong>de</strong><br />
DRB e mastite por Staphylococcus aureus foi observada por Berryere et al. (1994). Associação<br />
entre suscetibilida<strong>de</strong> a linfocitose persistente e BOLA -DRB3 foi apresentada por Xu et al. (1993).<br />
O aumento do valor genético para resistência a diversas doenças simultaneamente,<br />
através da seleção <strong>de</strong> alelos específicos MHC é improvável, uma vez que a superiorida<strong>de</strong> relativa <strong>de</strong><br />
um <strong>de</strong>terminado genótipo varia entre famílias e raças, assim como entre cepas dos patógenos. Além<br />
disto, a seleção <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados alelos po<strong>de</strong>rá aumentar a resistência a uma doença em particular,<br />
po<strong>de</strong>ndo acarretar em diminuição da resistência para outras, e a perda <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> MHC<br />
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