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FU 309 - PÁG 01 E 16.P65 - Folha - Uniban

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10<br />

COMPORTAMENTO<br />

Quando o orkut chegou ao Brasil, muitas<br />

pessoas torceram o nariz porque achavam<br />

que era muita exposição. O que muitos não<br />

queriam eram se sentir tentados a vasculhar<br />

a vida alheia. Hoje, o número de pessoas na<br />

rede social, que possibilita a interação, tanto<br />

socialmente quanto profissionalmente<br />

aumenta a cada minuto. Outra mania é os<br />

famosos fotologs, nos quais pode-se publicar<br />

fotos, deixar comentários e textos. Porém<br />

algumas vezes tanta exposição pode trazer<br />

problemas pessoais.<br />

Para a profa. do curso de Psicologia da<br />

UNIBAN, campus Osasco, Jurema Teixeira,<br />

essa onda de exposição on-line é<br />

contraditória ao que todos prezam: a<br />

privacidade. “O que existe é uma fantasia<br />

que causa a ilusão de que serei conhecido,<br />

além de ter uma intimidade com alguém que<br />

com certeza não vai existir”. E completou,<br />

“é querer ser íntimo sem passar pelos<br />

conflitos dos relacionamentos”.<br />

A docente disse que muitas pessoas acabam<br />

inventando informações para serem bem vistas.<br />

Ainda segundo ela, a Internet<br />

cria a ilusão de se viver protegido.<br />

Por isso, muitas pessoas criam<br />

personalidades e muitos absorvem<br />

essas imaginações. Todos<br />

que utilizam a Rede Mundial de<br />

Computadores com esse intuito<br />

negam.<br />

De acordo com a estudante<br />

Joice Martins Fernandes, de 22<br />

anos, a Internet é o melhor<br />

meio para facilitar a distribuição<br />

de fotos. “Todos os passeios e<br />

encontros resultam em cerca de<br />

100 fotos. Com o fotolog os<br />

meus amigos podem entrar e<br />

pegarem as fotos que quiserem”. E mais:<br />

“não tenho medo que alguém pegue alguma<br />

imagem minha para usar para ‘zoar’, mesmo<br />

sabendo que isso pode acontecer”. Na sua<br />

página do orkut é possível ver os seus 50<br />

álbuns.<br />

A lei não perdoa<br />

Sensação de anonimato é pura ilusão<br />

A explicação para esse fenômeno é que a<br />

Internet pode causar a sensação de anonimato.<br />

Mas tudo que você escreve nela pode gerar<br />

Com o objetivo de serem aceitos, muitos inventam informações<br />

e as disseminam por meio da Internet Fotos: Ricardo Trida<br />

“Tudo que está<br />

relacionado à<br />

Internet exige um<br />

trabalho de<br />

execução muito<br />

rápido porque o<br />

que está no ar ao<br />

meio dia pode ser<br />

retirado às seis da<br />

tarde”, disse a<br />

advogada Juliana<br />

Abrusio<br />

responsabilidade civil e criminal, afirmou a<br />

advogada Juliana Abrusio, sócia do escritório<br />

Opice Blum Advogados Associados.<br />

“Nem todos sabem, mas quanto menos<br />

se espera, tudo o que escreveu pode ser<br />

usado contra você. Foi o que aconteceu com<br />

o perfil de Felipe Siqueira Cunha de Souza<br />

depois que ele foi ferido, em Bertioga, pelo<br />

Divulgação<br />

A professora de<br />

psicologia da<br />

UNIBAN Jurema<br />

Teixeira enxerga a<br />

super exposição<br />

na Internet<br />

contraditória ao<br />

que todos prezam:<br />

a privacidade<br />

A estudante Joice<br />

Martins Fernandes<br />

tem em sua página<br />

no Orkut 50<br />

álbuns de fotos.<br />

“Não tenho medo<br />

de que peguem<br />

alguma imagem<br />

minha”<br />

Por Vivian Costa<br />

promotor de Justiça Thales<br />

Ferri Schoedl depois de uma<br />

discussão. Os advogados<br />

alegaram legítima defesa do<br />

promotor afirmando que no<br />

perfil do orkut havia más<br />

referências da suposta vítima.”<br />

O juiz pode apreciar<br />

livremente as provas,<br />

conforme sua convicção. É<br />

permitido usar qualquer meio<br />

de prova desde que não seja<br />

ilícito. Diante dessa afirmativa,<br />

a advogada afirma que “a<br />

prova constituída no mundo<br />

digital deve ser cautelosamente<br />

preservada e colhida. Há<br />

inúmeras defesas que usam provas digitais.<br />

Nesse caso, deve haver cuidado especial para<br />

que a prova seja fortalecida e não venha a<br />

ser objeto de impugnação. Hoje em dia, têmse<br />

usado freqüentemente a Ata Notarial, na<br />

qual o tabelião redigi o documento<br />

afirmando a veracidade do conteúdo virtual”.<br />

Para isso, disse Abrusio, “o tabelião acessará<br />

a página para comprovar o conteúdo,<br />

afirmando que naquele dia, observou aquele<br />

conteúdo, além de fazer constar um print<br />

screen da web page na ata.”<br />

Ainda segundo ela, tudo que está<br />

relacionado à Internet exige um trabalho de<br />

execução muito rápido porque o que está no<br />

ar ao meio dia pode ter sido retirado às seis da<br />

tarde. A advogada lembrou que há casos que<br />

podem ser recorridos ao provedor. Ou seja,<br />

“se alguém passar um e-mail ameaçador, o<br />

provedor é capaz de fazer uma busca de dados<br />

e descobrir quem escreveu”.<br />

Muitos provedores podem se<br />

recusar a fazer isso por causa<br />

dos direitos a privacidade, mas<br />

o advogado pode requerer uma<br />

liminar para que os dados sejam<br />

coletados dentro de 24 horas.<br />

“Nada impede que o registro no<br />

provedor seja falso. Nesse caso<br />

o provedor pode ser<br />

responsabilizado”, completou.<br />

Portanto, tudo é pura sensação<br />

já que o mundo virtual pode<br />

causar problemas para seu<br />

mundo real.

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