FOLHA 378 CAPA-ANÚNCIOS PG_01-04-10-15 ... - Folha - Uniban
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EXEMPLAR<br />
GRATUITO<br />
Edição:<br />
<strong>378</strong> UNIVERSITÁRIA<br />
Jornal da UNIBAN Brasil Ano 12 • 29 de setembro de 2008<br />
<strong>FOLHA</strong><br />
PROFISSÕES<br />
Para preparar um bom<br />
currículo, alguns<br />
cuidados devem ser<br />
levados em conta. Saiba<br />
o que incluir e o<br />
que não deve ser<br />
utilizado. (pág. 5)<br />
ENTREVISTA<br />
Eloisa Vitz, diretora de teatro, volta<br />
em cena com a peça: Viúva, porém<br />
Honesta e conta um pouco de sua<br />
paixão. “Quem lê uma peça do<br />
Nelson (Rodrigues) vai querer ler<br />
todas. Todos esses livros<br />
transformam, te fazem refletir e<br />
sonhar”. (págs. 16 e 17)<br />
Foto:Amana Salles/Arte: Ronaldo Paes<br />
<strong>CAPA</strong><br />
Na segunda e última parte<br />
da reportagem que discute<br />
os projetos de urbanização<br />
das favelas de São Paulo, a<br />
reportagem da <strong>Folha</strong><br />
Universitária foi até a<br />
Favela Nova Jaguaré e<br />
testemunhou as mudanças<br />
que estão ocorrendo na<br />
região. (págs. 8 e 9)<br />
UNIBAN<br />
Instalação do Doutorado<br />
em Educação Matemática<br />
coloca a UNIBAN em<br />
destaque entre as<br />
Instituições de Educação<br />
Superior. (pág. 12)<br />
ACONTECE<br />
Votar de maneira<br />
consciente. Este é o papel<br />
do cidadão na hora de<br />
apertar a tecla e confirmar<br />
sua opção. (pág.2)
Foto: Renato Góes<br />
Chegou a hora. Seu voto é consciente?<br />
Por Bruno Souza<br />
É direito do cidadão votar em branco ou nulo, desde que tenha consciência<br />
No início do séc. 20, um dramaturgo<br />
alemão, Ber told Brecht, já advertia<br />
sobre problemas que são atuais até<br />
hoje. “O pior analfabeto é o analfabeto<br />
político. Ele não ouve, não fala, nem<br />
par ticipa dos acontecimentos políticos.<br />
Ele não sabe que o custo de vida, o<br />
preço do feijão, do peixe, da farinha,<br />
do aluguel, do sapato e do remédio dependem<br />
das decisões políticas (...)”.<br />
No próximo domingo, dia 05 de outubro,<br />
teremos o 1º turno das eleições<br />
municipais (para prefeito e vereadores),<br />
e cada cidadão terá a obrigação<br />
de ir às urnas demonstrar sua vontade<br />
política através do v oto. Algumas<br />
pessoas e grupos utilizam o voto nulo<br />
ou em branco para protesto, e outros<br />
por ignorância. Até que ponto isto é<br />
Polícia Ambiental Federal<br />
Foi aprovado pelo presidente da República<br />
o pedido do ministro do Meio Ambiente Carlos<br />
Minc, para a criação de uma força nacional de<br />
segurança e fiscalização em grandes áreas<br />
verdes do país como a região amazônica. A<br />
nova Polícia Ambiental Federal será composta<br />
por 3 mil homens. Um concurso público deverá<br />
ser criado para contratar esse contingente.<br />
CADERNO<br />
ACONTECE<br />
Por Karen Rodrigues<br />
Uma pesquisa realizada pela Comunidade<br />
de Metrôs (CoMET) confirmou<br />
o que muitos paulistanos já deduziam:<br />
o metrô da capital paulista é<br />
o mais lotado do mundo. Diariamente,<br />
<strong>10</strong> milhões de passageiros por<br />
quilômetros de linha são transportados.<br />
Nos horários de pico, a aglomeração<br />
chega a 8,6 pessoas por<br />
m², sendo que o limite é de seis passageiros<br />
por m².<br />
Segundo o gerente de operações<br />
do metrô, Wilmar Fratini, dentre os<br />
motivos que justificam a<br />
válido e quando se torna um desperdício<br />
da cidadania?<br />
De acordo com o cientista político<br />
Humberto Dantas, membro fundador<br />
da ONG Voto Consciente , “o voto nulo<br />
ou branco, pela simples rebeldia, é<br />
desperdício da cidadania. Isto se torna<br />
preocupante, pois muitas pessoas<br />
lutaram por este direito. E vemos pessoas<br />
anularem seu voto sem nenhum<br />
fundamento”.<br />
Contudo, se o sujeito<br />
analisou todos<br />
os candidatos,<br />
seus respectivos<br />
par tidos, a<br />
história dessespossíveisvereadores<br />
e prefeito, e<br />
não sentir nenhuma convicção<br />
Magrelas no Metrô<br />
Está liberado transportar durante a semana<br />
bicicletas nos trens do Metrô. Os horários<br />
ainda são restritos. É permitida a circulação de<br />
segunda a sexta-feira, a partir das 20h30. Segundo<br />
o Metrô, o acesso é limitado a quatro bicicletas<br />
por trem, e sempre no último vagão. Aos<br />
finais de semana, o horário permitido inicia às 14h do<br />
sábado, e vai até o fechamento das estações.<br />
Recorde de lotação<br />
superlotação está o da rede ser a<br />
menor do mundo. “São apenas quatro<br />
linhas, no total de 61,3 km”. Fratini<br />
explica que o estudo comparou os 11<br />
principais sistemas de transporte<br />
sobre trilhos do mundo, comandados<br />
pela CoMET. Entre eles, há cidades<br />
com redes de até 400 km.<br />
Outros fatores que também explicam<br />
o caos que os usuários enfrentam<br />
no dia-a-dia são o aumento da<br />
demanda nos últimos dois anos, decorrente<br />
da implantação do Bilhete<br />
Único e o aquecimento da economia.<br />
Para otimizar o sistema existente,<br />
Fratini revela que foram adotadas<br />
medidas operacionais que visam ampliar<br />
ao máximo o número de trens<br />
em circulação, aumentando a fluidez<br />
neles, o voto nulo ou em branco se<br />
torna uma ferramenta política, que demonstra<br />
a insatisfação do eleitorado<br />
com seus representantes.<br />
Agora, se o motivo principal do<br />
voto de protesto recair sobre a insatisfação<br />
perante as injustiças e a<br />
corrupção nacional, Dantas esclarece<br />
que esta atitude pode ser uma estratégia<br />
mal elaborada. “Não acho que<br />
e a capacidade de transporte. Para<br />
não prejudicar o fluxo, por exemplo, o<br />
condutor do trem comunica sempre<br />
aos passageiros para que não segurem<br />
as portas. Dados estatísticos<br />
mostraram que 70% dos atrasos são<br />
decorrentes disso.<br />
A médio prazo, a Companhia do<br />
Metropolitano de São Paulo conta<br />
com um plano de expansão previsto<br />
para ser concluído até 2<strong>01</strong>0. Nele está<br />
incluso a compra de novos trens, a<br />
expansão da rede para mais de 80<br />
km e a modernização do sistema de<br />
sinalização. “Prevemos um aumento<br />
em torno de 20%. A princípio será suficiente<br />
para suprir este problema. O<br />
ideal é manter o sistema sempre em<br />
expansão”, finaliza Fratini.<br />
votar em branco ou nulo seja a melhor<br />
forma de combater a corrupção,<br />
até porque assim você facilita os que<br />
estiverem no ‘topo’ a vencer, diminuindo<br />
a porcentagem de voto dos outros<br />
candidatos”.<br />
Pós-eleições<br />
Depois da eleição dos candidatos,<br />
em primeiro lugar, as pessoas precisam<br />
acompanhar o trabalho dos eleitos<br />
através de jornais, revistas,<br />
Internet, enfim, em todos meios de<br />
comunicação; em segundo lugar, os<br />
cidadãos também devem formar grupos<br />
para participar e fiscalizar as promessas<br />
do candidato eleito. “É interessante<br />
guardar todo tipo de material<br />
desses candidatos e depois cobrálos,”<br />
conclui Dantas.<br />
EXPEDIENTE: Reitor: Prof. dr. Heitor Pinto Filho (reitoria@uniban.br). Vice-Presidente da Fundação UNIBAN: Amér ico Calandriello Júnior. Presidente do Conselho de Comunicação:<br />
Eduardo Fonseca. Responsável pelos Veículos de Comunicação: Rogér io Carvalho Silva. Editor e Jornalista responsável: Cleber Eufrasio (Mtb 46.219). Direção de Arte: Ronaldo<br />
Paes. Designer: Ricardo Neves. Editor: Renato Góes. Repórteres: Francielli Abreu, Karen Rodrigues e Manuel Marques. Fotos: Amana Salles. Estagiário: Bruno Souza. Diário<br />
Oficial UNIBAN - Edição e Coordenação: Francielli Abreu. Revisora: Mar isa De Lucia. Colaboradores: Arismar Monteiro, Marisa De Lucia, Fabiana Mello e Analú Sinopoli.<br />
UNIPAN: Alexandra Oliveir a e Edna A. Brun Beber. Impressão: <strong>Folha</strong> Gráfica. Cartas para a redação: Rua Bela Vista, 739 - 5º andar, Morumbi, São Paulo, CEP <strong>04</strong>709-0<strong>01</strong>. Tel. (11) 5180-9885.<br />
E-mail: folha_universitaria@uniban.br - Home page: www.uniban.br - Tiragem: 30.000.<br />
Divulgação
Leão faminto<br />
03<br />
Receita elimina declaração de isento, mas verifica movimentação financeira por outros caminhos<br />
Por Manuel Marques<br />
Duas notícias chegam da Receita<br />
Federal. Uma boa e outra<br />
má. A boa é que a declaração de<br />
isento, exigida anualmente dos<br />
contribuintes que não tinham renda<br />
suficiente para declarar Imposto<br />
de Renda, não existirá mais. A<br />
má é que o contribuinte que ultrapassar<br />
essa renda mínima em<br />
apenas R$ 1 e não fizer a declaração<br />
poderá ter o CPF suspenso<br />
e, pior, acordar com o leão rugindo<br />
na própria casa.<br />
De acordo com a Receita Federal,<br />
a iniciativa objetiva<br />
desonerar 66 milhões de brasileiros<br />
que fizeram a declaração de<br />
isento no ano passado. O contador<br />
Glauco Pinheiro, diretor da<br />
Candinho Assessoria Contábil,<br />
explica que o fim da declaração<br />
de isento não significa que a Receita<br />
Federal deixará de ter controle<br />
sobre os contribuintes que<br />
não têm renda para declarar IR.<br />
Glauco lembra que o fisco conta<br />
com outros instrumentos para checar<br />
a renda dos contribuintes,<br />
como o cruzamento de informações,<br />
relatórios entregues pelas<br />
empresas e gastos com cartões<br />
de crédito.<br />
Para Glauco, a principal vantagem<br />
da mudança é que o brasileiro<br />
de baixa renda vai encontrar uma<br />
burocracia a menos em sua caminhada<br />
num país que é mestre em<br />
burocratizar a vida dos seus cidadãos.<br />
Mesmo assim, ele faz um<br />
alerta: “O cerco de uma forma geral<br />
já tem sido apertado nestes últimos<br />
anos. Quando a Receita Federal<br />
exigia este procedimento (declaração<br />
de isento) era com o objetivo<br />
de confirmar um dado que já<br />
sabia”. E termina: “Mas cabe um<br />
alerta. Mesmo quem é isento e tem<br />
uma boa movimentação financeira,<br />
precisa tomar muito cuidado porque<br />
a Receita tem como controlar cada<br />
passo, cada centavo movimentado<br />
no banco. O leão tem fome”.<br />
A Receita Federal adianta que<br />
estas mudanças não alteram em<br />
nada a situação de quem está com<br />
o CPF irregular. Os que se encontram<br />
neste grupo continuam obrigados<br />
a regularizar a situação. Segundo<br />
dados do órgão, atualmente<br />
existem 38 milhões de CPFs<br />
suspensos no Brasil por falta de<br />
declaração de isento. Situação<br />
mais complicada enfrentam outros<br />
<strong>10</strong> milhões de brasileiros, que se<br />
encontram pendentes na regularização<br />
do Imposto de Renda. Para<br />
a Receita, esses brasileiros são<br />
sonegadores em potencial.<br />
Com o CPF suspenso, mesmo<br />
o contribuinte isento fica impedido<br />
de abrir crediários, renovar o passaporte,<br />
pedir empréstimos bancários,<br />
efetuar qualquer tipo de contrato<br />
bancário, participar de concurso<br />
público e retirar prêmio de loterias.<br />
Em outras palavras, fica enjaulado,<br />
enquanto que o leão aguarda<br />
na espreita, rugindo e esperando a<br />
pobre vítima do lado de fora.<br />
Ficar em situação irregular<br />
com a Receita não é uma boa<br />
idéia. Os contribuintes podem checar<br />
a situação do CPF pela<br />
Internet, acessando o site<br />
www.receita.fazenda.gov.br e<br />
clicando no link “Situação<br />
Cadastral”. Caso esteja em situação<br />
irregular e queira regularizá-la<br />
basta que o contribuinte isento do<br />
Imposto de Renda procure o Banco<br />
do Brasil, a Caixa Econômica<br />
Federal ou os Correios e<br />
pague uma taxa de R$ 5,50.<br />
Mas, os que são obrigados a<br />
declarar o IR precisam entregar<br />
as declarações atrasadas.<br />
Os programas para preenchimento<br />
e envio dos<br />
documentos em falta<br />
estão disponíveis na<br />
página da Receita na Internet:<br />
www.receita.fazenda.gov.br
Aspirantes da Moda<br />
Acontece, no dia <strong>04</strong> de outubro, a quinta edição<br />
do Projeto Amanhã, fórum de estudantes de moda<br />
que tem como objetivo aproximá-lo do universo da<br />
moda como negócio. O evento, que acontece no<br />
Memorial da América Latina, conta com atrações<br />
multimídia, vitrines, desfiles e diversas atividades.<br />
Mais informações no site:<br />
www.bercodetalentos.com.br<br />
CADERNO<br />
PROFISSÕES<br />
Por Karen Rodrigues<br />
A elaboração do currículo é o<br />
primeiro passo em direção à colocação<br />
profissional. Embora pareça<br />
simples transpor as habilidades<br />
profissionais para o papel, o currículo<br />
deve ser muito bem<br />
estrutur ado, pois ele vai ser o primeiro<br />
contato do selecionador com<br />
o candidato. Quanto melhor ele for,<br />
maior será a chance da pessoa ser<br />
chamada para uma entrevista.<br />
É interessante que tenha de<br />
uma a duas páginas,<br />
sempre em folhas<br />
brancas com letras pretas.<br />
Deve ter uma imagem<br />
séria e sóbria para<br />
o leitor. Evite<br />
incrementar o currículo,<br />
quanto mais simples,<br />
melhor. Para torná-lo<br />
mais atrativo, o ideal é<br />
que atenda especificamente<br />
à vaga. De acordo<br />
com a consultora de RH e<br />
coordenadora do serviço<br />
de Consultoria Virtual da<br />
Catho Online, Glaucia Santos,<br />
o currículo deve ter um<br />
perfil estratégico. “Se a pessoa<br />
vai mandar para uma vaga de<br />
coordenação, por exemplo, na<br />
área de RH, é interessante colocar<br />
mais informações relacionadas<br />
com gerenciamento de equipe, conflitos,<br />
planejamento, ou seja, insira<br />
informações voltadas para a vaga”.<br />
Gláucia alerta ainda que é bom<br />
evitar o uso de letras diferentes e<br />
fundos coloridos, no intuito de facilitar<br />
para o selecionador. “Num<br />
processo de triagem, muitas vezes<br />
é realizada uma leitura dinâmica<br />
que leva de dois a três segundos,<br />
apenas para identificar<br />
alguns pontos chaves como o objetivo<br />
na área, a experiência anterior<br />
no cargo e a formação que<br />
a empresa pede”, explica.<br />
Desemprego em queda<br />
De acordo com o IBGE, em agosto, a taxa<br />
de desemprego ficou em 7,6%. A pesquisa<br />
aponta que a fatia da população empregada<br />
corresponde a 21,8 milhões de trabalhadores,<br />
frente a 1,8 milhão de desempregados.<br />
Foi apontado também o aumento na<br />
renda dos trabalhadores, cujos rendimentos<br />
médios chegaram a R$ 1.253,70,<br />
alta de 5,7% ao ano passado.<br />
A primeira boa impressão<br />
Um currículo deve ter uma imagem séria, simples e<br />
de fácil compreensão. Evite letras diferentes e fundos coloridos<br />
“Um currículo bem<br />
estruturado pode<br />
levar vantagem até<br />
mesmo em relação ao<br />
de outro profissional<br />
que tenha mais<br />
qualificações”, diz<br />
Gláucia Santos<br />
Erros comuns<br />
na elaboração<br />
do currículo<br />
Divulgação<br />
Mencionar número de documentos;<br />
Colocar fundos coloridos,<br />
letras diferentes, desenhos,<br />
utilizar muitos recursos<br />
gráficos;<br />
Inserir cursos que não estejam<br />
em harmonia com<br />
seu objetivo profissional;<br />
Mentir;<br />
Erros de digitação e ortografia;<br />
Dados para contato desatualizados.<br />
Atualmente, um dos<br />
meios mais eficientes<br />
para o encaminhamento<br />
dos dados pessoais é a<br />
Internet. A mídia digital<br />
facilitou tanto para o<br />
empregador na divulgação<br />
de vagas, quanto<br />
para o candidato que<br />
pode cadastrar o currículo<br />
diretamente nos<br />
sites das empresas.<br />
Apesar disso, a consultora é enfática<br />
ao dizer que quando uma<br />
pessoa está em busca de colocação<br />
profissional, todos os meios<br />
existentes devem ser atacados.<br />
“Visitar agências de emprego e o<br />
networking (contato com pessoas),<br />
principal responsável por<br />
contratações, são recursos que<br />
devem ser utilizados”.<br />
Na construção do currículo, o<br />
fundamental é passar as informações<br />
de forma clara e objetiva.<br />
Quanto mais fácil for para o<br />
selecionador identificar as informações,<br />
mais chance o candidato<br />
terá de receber um retorno. “Um<br />
currículo bem estruturado pode<br />
levar vantagem até mesmo em relação<br />
ao de outro profissional que<br />
tenha mais qualificações”, finaliza<br />
Gláucia.<br />
1º<br />
2º<br />
3º<br />
4º<br />
5º<br />
6º<br />
Confira as vagas de<br />
estágios oferecidas<br />
pelo CIEE e Nube.<br />
(pág. 7)<br />
Passo-a-passo para<br />
construir um bom currículo<br />
1º passo: Coloque dados para contato:<br />
nome completo, dados<br />
residenciais, e-mail, estado civil,<br />
idade (profissionais que têm mais<br />
de 45 anos não é indicado) e nº<br />
de telefones: residencial, celular<br />
e para recado;<br />
2º passo: Destaque qual é seu<br />
objetivo, colocando o cargo e<br />
focar na área que quer atuar;<br />
3º passo: Insira um campo chamado<br />
Síntese de Qualificações.<br />
Onde deve constar os principais<br />
conhecimentos que tem na área,<br />
tanto práticos como teóricos<br />
(projetos, resultados, participação<br />
em congressos e feiras);<br />
4º passo: Cite a formação acadêmica.<br />
Colocar cursos em ordem<br />
de importância e idiomas. Se<br />
a vaga exigir que a pessoa tenha<br />
fluência, deve ser colocado apenas<br />
se a pessoa tiver um nível<br />
avançado ou fluente, do contrario,<br />
é melhor omitir a informação;<br />
5º passo: Informe a experiência<br />
profissional. Colocar data de entrada<br />
e saída da empresa, nome<br />
da mesma e qual o ramo de atividade<br />
da empresa, o porte e os cargos<br />
desenvolvidos. Se houve uma<br />
promoção, deve-se colocar primeiro<br />
o cargo mais recente, depois<br />
os demais. Informar de forma sucinta<br />
as principais atividades que<br />
desenvolveu;<br />
6º passo: Coloque os cursos e<br />
especializações. Citar o nome do<br />
curso e da instituição. Finalizar colocando<br />
os conhecimentos gerais<br />
em informática, ou seja, todos os<br />
aplicativos nos quais tenha conhecimento<br />
como Word, Excel e<br />
Corel Draw, entre outros.
06<br />
Por Francielli Abreu<br />
Há muitos e muitos anos ... as<br />
pessoas se reuniam ao redor de<br />
uma fogueira para escutar os mais<br />
velhos ou os líderes das comunidades<br />
narrarem seus “causos”,<br />
fábulas, lendas, contos etc. Por<br />
meio dessas histórias, o contador<br />
apresentava uma visão de mundo,<br />
traduzindo, de forma oral, os<br />
acontecimentos cotidianos, as<br />
memórias transmitidas por seus<br />
ancestrais, as angústias, as dúvidas,<br />
as alegrias e os prazeres de<br />
sua existência. Com a modernidade,<br />
as pessoas não deixaram<br />
de contar seus “causos”, e<br />
algumas passaram<br />
até a<br />
fazer da contação<br />
de histórias<br />
uma<br />
profissão. Agora,<br />
saem as fogueiras<br />
e entram<br />
as livrarias,<br />
escolas, bibliotecas<br />
e até<br />
empresas como<br />
locais para este<br />
mundo da imaginação.<br />
Entretanto,conduzir o público<br />
pelas histórias não é tarefa fácil.<br />
Não significa apenas ler um texto<br />
em voz alta. A pessoa que decide<br />
trabalhar como Contador de<br />
Histórias deve gostar muito de livros,<br />
por exemplo, sobre contos<br />
populares, que são relatos orais<br />
e tradicionais de criação coletiva,<br />
e textos autorais. Ilan Brenman<br />
(www.ilan.com.br), contador de<br />
histórias há 17 anos, monta seu<br />
roteiro a partir das 700 histórias<br />
guardadas em sua memória. Mas<br />
afirma que mesclá-las e<br />
incrementá-las com<br />
situações cotidianas<br />
também dá certo.<br />
Não existem fórmulas<br />
prontas para se<br />
tornar um contador, o<br />
segredo é “praticar bastante<br />
e encontrar o seu jeito<br />
de contar”.<br />
Alguns utilizam gestos expressivos,<br />
entonações de voz,<br />
olhares e complementos como<br />
música, dança, mímica e artes<br />
plásticas. Claro que há algumas coisas<br />
básicas a se seguir, por exemplo,<br />
não cometer ruído visual, ou<br />
seja, fazer movimentos bruscos e<br />
exagerados em determinados locais<br />
ou quando não se está bem<br />
preparado. “Utilize sempre o menos.<br />
Era uma vez…<br />
Contador de Histórias profissional conquista cada vez mais espaço<br />
em livrarias, escolas e empresas<br />
Marcelo Época<br />
O mais só utilize se você tiver<br />
clareza e consciência<br />
do menos, e não como<br />
garantia de audiência”. E<br />
como segurar a atenção do<br />
ouvinte? Ilan afirma que isso<br />
não deve ser o foco do<br />
contador, pois a<br />
atenção é<br />
uma ilusão.<br />
Fotos Amana Salles<br />
A pessoa pode estar te olhando e<br />
pensando em outras coisas.<br />
E história não é só coisa de criança.<br />
Os adultos ficam igualmente<br />
surpreendidos e as reações,<br />
embora no começo tímidas, acabam<br />
similares às das crianças.<br />
“Quando comecei a contar pras<br />
crianças, os pais apareciam. Então,<br />
procurei um repertório<br />
de histórias que tinha<br />
a ver com adultos,<br />
por exemplo,<br />
mitologia grega,<br />
contos budistas,<br />
africanos e eróticos,<br />
e comecei a contar”,<br />
narra Brenman.<br />
Cursos e encontros<br />
Contadores experientes oferecem<br />
cursos em algumas livrarias<br />
para os interessados em seguir<br />
nesta área. Porém, esses<br />
cursos não são garantia para se<br />
tornarem bons contadores. O indicado<br />
é estudar muito sobre o<br />
tema e praticar. Encontros de<br />
contadores também são opções<br />
para troca de idéias. Muitos são<br />
de porte internacional e ocorrem<br />
em países como Colômbia, Canadá,<br />
Brasil e Argentina.<br />
E quem quiser que conte outra!!!<br />
Mercado da “Contação”<br />
Há cerca de 17 anos, o ato de contar<br />
histórias ganhou espaço comercial no<br />
Brasil. Muitas pessoas já ganham a vida<br />
contando “causos” por aí. Outras, como<br />
Ilan, contam histórias, e ainda estudam<br />
sobre a área para ministrar cursos e<br />
palestras. A mídia também tem incentivado,<br />
publicando os eventos de<br />
contação. “Um bom contador tem<br />
trabalho o mês inteiro”, afirma<br />
Brenman. Porém, explica que com a<br />
ampliação do mercado vem a competição.<br />
“Em alguns lugares, os cachês baixaram<br />
porque profissionais iniciantes oferecem<br />
o trabalho mais barato”. Mas, ainda<br />
assim, vale tentar a vida como contador.<br />
Um cachê pode variar de R$ 200 a R$ 1.000.<br />
Hoje, as pessoas que mais enveredam<br />
para esta área são os atores, mas há espaço<br />
para todos. “Uma livraria que trabalha<br />
com crianças e não tem contador de histórias<br />
hoje, está fadada ao fracasso”,<br />
exemplifica Brenman.
LIVROS<br />
Um assunto muito utilizado, e pouco reconhecido, é a Tipografia. Permanece oculto, ao mesmo tempo em que a<br />
informação se transmite da melhor forma possível. Hoje em dia, o termo Tipografia deixou de se restringir ao tipógrafo<br />
e se utiliza cada vez mais para designar o trabalho de organização de um material escrito em diversas áreas, como:<br />
designer, desenho e cursos de comunicação, entre outros.<br />
Atualmente, a tipografia se universalizou e muitos profissionais podem ser tipógrafos. Esta obra mostra isso de<br />
modo claro. O livro O que é tipografia? apresenta as estruturas formais que facilitam o acesso à informação e ferramentas<br />
e métodos para sua utilização, além de analisar distintos suportes existentes e os processos de reprodução.<br />
Ao final, o autor conclui com uma análise de um eclético grupo de tipógrafos, que demonstram a amplitude, a riqueza<br />
e a qualidade do design tipógrafo na atualidade.<br />
Editora: Gustavo Gili GG.<br />
Preço Médio: R$ 94,00.<br />
BOLSA NOS EUA<br />
O portal Universia divulga oportunidades de bolsas de estudo<br />
nos Estados Unidos da América. Para os interessados, a Comissão<br />
Fullbright oferece oportunidades de cursos tanto colegiais como<br />
de idiomas, entre outros. É necessário<br />
prestar atenção na documentação<br />
e nos prazos exigidos<br />
a cada programa de bolsa.<br />
Contudo, itens como carta de recomendação,<br />
teste oficial em<br />
proficiência inglesa, cópia do<br />
diploma e histórico escolar da<br />
graduação são comuns a todos<br />
os programas. Mais informações:<br />
www.universia.com.br/<br />
materiamateria.jsp?materia=1492<br />
O CIEE dispõe de 6.800 vagas, que podem ser conferidas no site<br />
Cursos............................................ Vagas ........... Menor Valor ........... Maior Valor<br />
Adm. de Empresa .............................. 137 ............... R$ 600,00 ............ R$ 1.300,00<br />
Arquitetura .......................................... 23 ................ R$ 600,00 ............ R$ 1.200,00<br />
Bomedicina .......................................... 1 ................. R$ 500,00 ............... R$ 800,00<br />
Ciências Contábeis ............................ 29 ................ R$ 750,00 ............ R$ 1.200,00<br />
Ciências Econômicas ......................... 2 ................. R$ 700,00 ............ R$ 1.<strong>10</strong>0,00<br />
Cinematografia .................................... 1 ................. R$ 500,00 ............... R$ 800,00<br />
Jornalismo ........................................... 1 ................. R$ 550,00 ............ R$ 1.000,00<br />
Publicidade Propaganda .................... 22 ................ R$ 400,00 ............ R$ 1.<strong>15</strong>0,00<br />
Desenho Industrial .............................. 2 ................. R$ 500,00 ............... R$ 800,00<br />
Design ................................................. 9 ................. R$ 550,00 ............ R$ 1.050,00<br />
Design de Moda .................................. 1 ................. R$ 400,00 ............... R$ 700,00<br />
Direito ................................................. 80 ................ R$ 400,00 ............ R$ 1.<strong>10</strong>0,00<br />
Educação Física ................................ 23 ................ R$ 400,00 ............ R$ 1.000,00<br />
Enfermagem ........................................ 1 ................. R$ 500,00 ............... R$ 700,00<br />
Engenharia Civil .................................. 8 ................. R$ 600,00 ............ R$ 1.300,00<br />
Engenharia Elétrica ............................. 2 ................. R$ 700,00 ............ R$ 1.300,00<br />
Engenharia Mecânica ......................... 3 ................. R$ 700,00 ............ R$ 1.300,00<br />
Farmácia .............................................. 3 ................. R$ 550,00 ............ R$ 1.<strong>10</strong>0,00<br />
Informática .......................................... 46 ................ R$ 500,00 ............ R$ 1.300,00<br />
Letras .................................................. 6 ................. R$ 400,00 ............... R$ 900,00<br />
Marketing ............................................ 33 ................ R$ 600,00 ............ R$ 1.300,00<br />
Nutrição ............................................... 1 ................. R$ 400,00 ............... R$ 750,00<br />
Odontologia ......................................... 4 ................. R$ 400,00 ............... R$ 800,00<br />
Psicologia ............................................ 7 ................. R$ 500,00 ............... R$ 900,00<br />
Tur ismo ................................................ 8 ................. R$ 600,00 ............ R$ 1.<strong>10</strong>0,00<br />
Site: www.ciee.org.br ou telefone: (11) 3<strong>04</strong>6-8211.<br />
ESTÁGIO<br />
TRAINEE<br />
2.668 oportunidades de estágio para jovens talentos<br />
Cursos................................. Semestre ....................... Menor Valor ... Maior Valor<br />
Ciências Contábeis .............. 3º ao 6º sem. .................. R$ 6,43 / hora ......... 52796<br />
Relações Internacionais ...... 2º ao 6º sem. .................. R$ <strong>10</strong>00,00 .............. 5<strong>01</strong>31<br />
Adm. de Empresas ............... 3º ao 6º sem. .................. R$ 800,00 ................ 59096<br />
Téc. em Mecatrônica ........... Concl. 2º sem. de 2008 .. R$ 500,00 ................ 57639<br />
Letras - Secr. Executivo ...... 1º ao 5º sem. .................. R$ 650,00 ................ 59113<br />
Educ. de Jovens e Adultos .. 1º ao 5º sem. .................. R$ 500,00 ................ 48051<br />
Tec. em Eletromecânica ...... Concl. 2º sem. de 2009 .. R$ 900,00 ................ 59<strong>10</strong>5<br />
Direito ................................... 7º ao 9º sem. .................. R$ 900,00 ................ 55679<br />
Engenharia Civil .................. 5º ao 6º sem. .................. R$ <strong>10</strong>00,00 .............. 59078<br />
Téc. em Eletrônica ............... Concl. 1º sem. de 2009 .. R$ 630,00 ................ 59097<br />
Pedagogia ............................. 2º ao 4º sem. .................. R$ 500,00 ................ 59117<br />
Adm. - Marketing ................. Concl. 2º sem. de 2009 .. R$ 1<strong>10</strong>0,00 .............. 55392<br />
Educação Física .................. 2º ao 4º sem. .................. R$ 500,00 ................ 59118<br />
Téc. em Eletrônica ............... Concl. 2º sem. de 2008 .. R$ 600,00 ................ 3<strong>01</strong>74<br />
Letras - Trad. e Intérprete .... 1º ao 5º sem. .................. R$ 600,00 ................ 43<strong>15</strong>6<br />
Adm. Geral ............................ 3º ao 5º sem. .................. R$ 1460,00 .............. 591<strong>10</strong><br />
Ciência da Computação ...... 1º ao 7º sem. .................. R$ 700,00 ................ 58997<br />
Eng. Civil ............................... 3º ao 8º sem. .................. R$ 2000,00 .............. 38129<br />
Eng. da Computação ............ 3º ao 7º sem. .................. R$ <strong>10</strong>00,00 .............. 38002<br />
Téc. Secretariado ................. 1º ao 5º sem. .................. R$ 450,00 ................ 59079<br />
Publ. e Propaganda ............. Concl. 2º sem. de 2009 .. R$ 700,00 ................ 59<strong>04</strong>8<br />
Eng. de Produção Civil ........ 3º ao 11º sem................. R$ 5,50 / hora ......... 42806<br />
Téc. Edificações ................... Concl. 2º sem. de 2008 .. R$ 900,00 ................ 59063<br />
Eng. Elétrica .......................... 5º ao 8º sem. .................. R$ 1200,00 .............. 59098<br />
Site: www.nube.com.br ou telefone:(11) 4082-9360.<br />
07<br />
O Grupo L<strong>PG</strong>Mais oferece vaga de estágio para estudantes<br />
do curso de Nutrição, mas somente os que estão<br />
cursando o 4º ou 5 º semestres. O horário de trabalho é de<br />
segunda a quinta , das 7h às 17h e sexta, das 7h às 16h.<br />
Os benefícios oferecidos são: bolsa-auxílio de R$ 400,00,<br />
vale-transporte, assistência médica e vale-alimentação. O<br />
contrato será de seis meses, com possibilidade de renovação. Interessados<br />
devem enviar e-mail para: recrutamento.selecao@lpgmais.com.br<br />
O Grupo Pão de Açúcar está com o Programa de Trainnes 2009<br />
aber to, e busca identificar jovens talentos para atuar em diversas áreas,<br />
que vão desde supermercados a postos de combustíveis e drogarias.<br />
Os pré-requisitos são: ser formado entre 2006 e 2008, disponibilidade<br />
de morar em outras cidades, ter inglês fluente e conhecimento<br />
da língua francesa. As inscrições vão até 30/09. Mais informações:<br />
www.grupopaodeacucar.com.br
08 <strong>CAPA</strong><br />
Favelas urbanizadas – parte II<br />
Por Renato Góes<br />
Na última parte da reportagem especial, como o cotidiano dos moradores<br />
da Favela Nova Jaguaré tem sido alterado com o projeto de urbanização<br />
Na reportagem da edição 377,<br />
foram contadas as histórias das<br />
antigas favelas da Zaki Narchi e<br />
do Gato, transformadas em conjuntos<br />
habitacionais populares.<br />
Cada um deles conta com históri-<br />
Uma “Nova”<br />
Jaguaré?<br />
Considerada a maior favela em<br />
área contínua da capital, a Nova<br />
Jaguaré passa por um período de<br />
mudanças significativas. Parte de<br />
sua área (um total de 166 mil km²)<br />
foi desapropriada para que fossem<br />
construídos prédios populares<br />
com apartamentos de dois e<br />
três dormitórios, além das compactas<br />
quitinetes. O trecho escolhido<br />
fica na base do famoso “Morro<br />
do Sabão”, apelido justificado<br />
pelos constantes deslizamentos<br />
que aconteciam nos dias de chuva.<br />
A escolha do local também<br />
gera uma grande visibilidade para<br />
a obra, já que fica em frente à<br />
Marginal Pinheiros, uma das vias<br />
mais movimentadas da cidade.<br />
Mas, com um olhar mais atento,<br />
qualquer um percebe que muitos<br />
barracos ainda permanecem<br />
em pé sobre o infame morro. Nem<br />
mesmo os prédios recém-erguidos<br />
conseguem camuflar a realista<br />
constatação de que a favela ainda<br />
existe. Em duas visitas feitas à comunidade,<br />
subimos e descemos<br />
suas ruas e vielas, conversamos<br />
com as pessoas e conhecemos de<br />
perto as obras da Prefeitura que,<br />
por incrível que pareça, não são<br />
unanimidade entre os moradores.<br />
as, moradores e características<br />
distintas. Mas, ao conhecer um<br />
pouco de perto suas respectivas<br />
realidades, fica claro que existem<br />
problemas em comum.<br />
Na segunda e última parte<br />
desta reportagem, visitamos a<br />
Favela Nova Jaguaré, localiza-<br />
Fotos: Amana Salles<br />
da na zona Oeste de São Paulo.<br />
O local está em obras para que<br />
a favela dê lugar a um conjunto<br />
habitacional. Barracos foram e<br />
estão sendo removidos para que<br />
novos prédios sejam erguidos.<br />
Um dos principais questionamentos<br />
que nos recaiu durante<br />
as visitas feitas à comunidade<br />
era sobre como os moradores<br />
encaram este momento de mudanças.<br />
Além disso, presenciamos<br />
a realidade daqueles que vivem<br />
em áreas que não têm a<br />
mesma “visibilidade” do local<br />
onde ocorrem as obras.<br />
Urbanização corre a largos passos em trecho frontal da<br />
favela. Já nas áreas mais afastadas...<br />
Garoto empina pipa em laje,<br />
em frente ao Cingapura e<br />
aos barracos derrubados<br />
pela Prefeitura<br />
Lado B da favela<br />
A equipe de reportagem se<br />
encontra com Elias Ferreira dos<br />
Santos, morador da Favela Nova<br />
Jaguaré e ex-líder comunitário, na<br />
parte de cima da comunidade em<br />
que mora desde pequeno. Aos<br />
poucos, se revela um jovem bem<br />
articulado e cheio de lábia, principalmente<br />
com as garotas que cruzam<br />
o nosso caminho. Ele nos<br />
conduz pelas vielas inclinadas,<br />
rumo a uma área que não conta<br />
com a mesma visibilidade do trecho<br />
que fica na Marginal Pinheiros,<br />
onde ocorrem as obras.<br />
Chegamos à parte sul da comunidade,<br />
na beira do morro, com<br />
“Muitos pegaram o dinheiro e<br />
montaram novos barracos<br />
do outro lado da<br />
comunidade”, diz Elias<br />
Ferreira dos Santos<br />
direito a vista panorâmica da raia<br />
da USP, do rio Pinheiros e da<br />
CEAGESP. Dividimos espaço com<br />
os garotos que empinam pipa<br />
numa laje em condições precárias<br />
e com alguns buracos, todos<br />
tampados por placas de madeira,<br />
nada confiáveis para se pisar.<br />
Curiosamente, no pé do barranco<br />
se encontra um conjunto<br />
residencial Cingapura, em condições<br />
semelhantes ao da Zaki<br />
Narchi. Segundo Elias, “eles foram<br />
construídos na época do Maluf.<br />
Escolheram aquele local por ser<br />
perto da avenida, de indústrias e<br />
empresas da região”. Pelo visto, a<br />
escolha de trechos com maior visibilidade<br />
da Favela Nova Jaguaré<br />
para urbanização não é exclusividade<br />
só da gestão Serra/Kassab.<br />
Ela já faz parte do histórico das<br />
políticas públicas de habitação.<br />
O local foi considerado área<br />
de risco pela Prefeitura, portanto,<br />
muitas das casas foram destruídas<br />
e as famílias retiradas dali.<br />
O cenário se assemelha à Bagdá,<br />
com paredes semiderrubadas e<br />
entulho pelo chão. No entanto,<br />
como nada foi feito no local, muitas<br />
dessas famílias voltaram a se<br />
instalar por lá, em meio às ruínas.<br />
Questionada sobre o tema, a<br />
assessoria de imprensa da Secretaria<br />
da Habitação (SEHAB) se limitou<br />
a dizer que “como essa é a<br />
maior favela sem ruas que a cortem<br />
ao meio e tem muitas áreas<br />
de risco, pode ser que numa área<br />
já desocupada devido ao risco, as<br />
pessoas tenham voltado para o<br />
mesmo lugar. Isso é muito comum,<br />
apesar de todos os esforços<br />
das subprefeituras e da<br />
SEHAB para esclarecer a situação<br />
às famílias e impedir que se instalem<br />
nessas áreas inseguras”.<br />
Ainda de acordo com a entidade,<br />
quando moradores são removidos<br />
de áreas de risco, todas as famílias<br />
são cadastradas com antece-
Mané Paraíba, um dos fundadores da comunidade, posa para foto na<br />
Praça 11, coração da favela Nova Jaguaré.<br />
dência para que possam, posteriormente,<br />
receber atendimento<br />
habitacional.<br />
Na oportunidade de nossa visita,<br />
Elias comentou que os moradores<br />
que foram retirados do<br />
trecho conhecido como Rocinha,<br />
e localizado no caminho das<br />
obras, receberam uma indenização<br />
de aproximadamente cinco mil<br />
reais. Segundo ele, “muitos pegaram<br />
o dinheiro e montaram novos<br />
barracos do outro lado da comunidade”.<br />
A SEHAB não se manifestou<br />
sobre esta questão.<br />
Café com Mané<br />
Paraíba na Praça 11<br />
Deixamos o local para irmos<br />
direto ao coração da comunidade,<br />
a Praça 11. Nela se concentram<br />
os comércios e projetos sociais,<br />
tanto da Prefeitura como de<br />
entidades privadas e ligadas às<br />
religiões católica e evangélica.<br />
Durante o trajeto, somos apre-<br />
sentados a Mané Paraíba, figura<br />
lendária da Favela Nova Jaguaré.<br />
Somos convidados para um café,<br />
motivo para que muitas histórias<br />
fossem contadas.<br />
Nosso anfitrião comenta que,<br />
nos primórdios do bairro, ele encorajava<br />
seus conterrâneos a fixarem<br />
residência por lá. “Tinha<br />
época que se você gritasse ‘pega<br />
aquele Paraíba’ não ficava um no<br />
caminho”, comenta com um sorriso<br />
no rosto, para deleite dos que<br />
estavam à sua volta. Quando perguntado<br />
sobre as obras que acontecem<br />
na comunidade que ajudou<br />
a criar, ele demonstra um entusiasmo<br />
contido, cautela digna de<br />
quem já ouviu muitas promessas<br />
de melhora para a região.<br />
Descemos a favela, rumo ao<br />
canteiro de obras. Durante o trajeto<br />
temos a real noção do tamanho<br />
da comunidade. Ao chegarmos<br />
à base do morro, nos deparamos<br />
com um trecho em que fica<br />
clara a divisão física entre os pré-<br />
A dir., limite entre os novos prédios e os antigos imóveis. O conjunto<br />
residencial está em fase de finalização e alguns moradores já ocupam<br />
os apartamentos.<br />
dios que foram erguidos e os imóveis<br />
que teimam em ficar no caminho.<br />
Elias comenta que muitos<br />
moradores não querem sair de<br />
suas casas. “Também, depois que<br />
eles construíram com sacrifício<br />
uma casa com dois, três dormitórios,<br />
sala, cozinha e um espaço<br />
para comércio, eles vão se conformar<br />
de derrubar tudo e ir para<br />
um apartamento de dois dormitórios<br />
com toda a família?”, questiona<br />
o jovem.<br />
Este é o argumento de muitos<br />
dos moradores que estão no caminho<br />
das obras. No entanto, há<br />
aqueles que estão satisfeitos com<br />
a mudança. É o caso da moradora<br />
Maria José da Silva, que na<br />
época de nossa reportagem estava<br />
em sua primeira semana no<br />
apartamento de dois quartos. Ela<br />
nos convida a entrar e pede desculpa<br />
pela bagunça. Demonstrando<br />
entusiasmo, comenta que irá<br />
pagá-lo em 25 anos. “Para quem<br />
morava num barraco, não tem<br />
nem comparação”, afirma.<br />
09<br />
Conclusões e<br />
pontos em comum<br />
Projetos de urbanização e<br />
verticalização de favelas são comuns<br />
em São Paulo desde a administração<br />
da então prefeita<br />
Luiza Erundina (1989-1993),<br />
como o que foi feito na Favela<br />
de Heliópolis. De lá pra cá, todos<br />
os prefeitos realizaram obras<br />
neste sentido. É o que comenta<br />
a professora de Arquitetura e Urbanismo<br />
da UNIBAN, Margareth<br />
Matiko Uemura.<br />
Num bate-papo, foi apresentado<br />
a ela um resumo sobre as<br />
questões em comum entre as<br />
três comunidades abordadas<br />
nesta série. Curiosamente, todas<br />
elas se destacam pela “falta” de<br />
algum item. Ou é a falta de presença<br />
do Poder Público depois<br />
da entrega das obras, ou é a falta<br />
de uma par ticipação mais ativa<br />
por par te dos próprios moradores,<br />
principalmente quanto à<br />
administração do condomínio e<br />
à preservação do próprio espaço.<br />
Para ela, a vida em condomínio<br />
não é fácil para ninguém,<br />
mesmo entre pessoas de classe<br />
média com reuniões de condomínios<br />
que mais se assemelham<br />
a ferrenhos combates. “Normalmente,<br />
o morador de favela está<br />
habituado a viver coletivamente,<br />
é solidário e divide espaço. Mas,<br />
neste caso, as relações sociais<br />
não envolvem recursos financeiros<br />
e sim a solidariedade. Quando<br />
a favela é verticalizada e se<br />
coloca o morador no apartamento,<br />
se não houver um trabalho de<br />
conscientização, não tem como<br />
dar certo, pois além do condomínio<br />
ele tem que arcar com a<br />
prestação do imóvel”, comenta<br />
a arquiteta.<br />
Ela cita projetos de habitação<br />
populares feitos na França, onde<br />
há o acompanhamento social, e<br />
não assistencial. “Neste caso, há<br />
uma ajuda financeira àquela pessoa<br />
até onde sua situação financeira<br />
não cobre. Mas, a partir daí,<br />
a responsabilidade é dela. Dessa<br />
forma, o Estado não tutela o<br />
que não é necessário e ainda<br />
pune qualquer irregularidade”,<br />
comenta Uemura.<br />
Apesar de apontar as responsabilidades<br />
dos próprios moradores,<br />
ela não exime a parcela<br />
de culpa do Poder Público quanto<br />
ao abandono dessas comunidades<br />
depois da entrega das<br />
chaves dos apartamentos. Segundo<br />
ela, “a principal crítica aos<br />
conjuntos habitacionais populares<br />
é que eles não são integrados<br />
na cidade. Falta infra-estr utura<br />
na maioria deles, o que reafirma<br />
a exclusão dessa parcela<br />
da população”.
JORNADA DE TURISMO<br />
Nos dias 29 e 30/09 e <strong>01</strong>/<strong>10</strong> acontece a<br />
XII Jornada de Turismo da UNIBAN, a ser<br />
realizada em sete campi: MC (noturno),<br />
Marte (matutino e noturno), Morumbi<br />
II (matutino), Morumbi I (noturno),<br />
Campo Limpo (noturno), ABC (noturno)<br />
e Osasco (matutino e noturno). Em<br />
cada um deles será abordado um tema<br />
diferente. Programação no Diário Oficial<br />
UNIBAN e no site www.uniban.br<br />
CADERNO<br />
UNIBAN BRASIL<br />
Por Renato Góes<br />
Educação alavanca<br />
crescimento profissional<br />
Ricardo Vargas, pós-graduado pela UNIBAN, conquista cargo de<br />
direção em empresa de equipamentos mecânicos e hidráulicos<br />
Por Marisa De Lucia<br />
O curso de Pós-Graduação em<br />
Administração de Marketing da<br />
UNIBAN ajudou Ricardo Cruz<br />
Vargas a conquistar o cargo de gerente<br />
na Karijó Comercial e Importadora<br />
Ltda., empresa comercial<br />
com 37 anos de existência e reconhecimento<br />
no mercado.<br />
Assim que concluiu o curso, em<br />
dezembro de 2007, Ricardo enviou<br />
Nesta segunda-feira, os campi<br />
Maria Cândida (MC) e ABC passam<br />
a contar com unidades da Fitban, a<br />
academia da UNIBAN, voltada para<br />
toda a comunidade acadêmica. Além<br />
de contar com profissionais formados<br />
pela própr ia Instituição, os espaços<br />
terão equipamentos<br />
de primeira linha,<br />
além de preços<br />
mais do que acessíveis.<br />
De acordo com o<br />
coordenador técnico<br />
do campus MC,<br />
Thiago Augusto, “o<br />
espaço funcionará<br />
como uma academia-escola,<br />
já que aqui<br />
será um laboratório<br />
de educa-<br />
currículo para várias empresas. Na<br />
Karijó, passou por testes e entrevistas,<br />
tendo sido chamado logo em janeiro<br />
de 2008 para assumir o cargo<br />
de gerente. “O fato de já ter tido uma<br />
empresa e ter sido representante comercial<br />
em outras do gênero também<br />
colaborou, mas o curso foi fundamental<br />
para meu currículo”, diz ele.<br />
O curso da UNIBAN, segundo ele,<br />
complementou sua formação em Ciências<br />
Econômicas. “Este curso me<br />
Para manter a forma<br />
Os campi Maria Cândida e ABC passam<br />
a contar com a Fitban, a academia da UNIBAN<br />
Fotos: Amana Salles<br />
ção física,<br />
o que contribui<br />
para a<br />
melhora do<br />
curso. Assim,<br />
tanto os alunos,<br />
como os funcionários<br />
saem beneficiados”.<br />
A estrutu-<br />
CUCA EXIBE MAIS UM FILME<br />
No dia <strong>01</strong>/<strong>10</strong>, às 17h, na sala 112, o filme<br />
a ser exibido no Circuito Universitário de Cinema<br />
e Arte (CUCA) do campus Rudge é<br />
Mera Coincidência. Dirigido por Barry<br />
Levinson e estrelado por Robert de Niro e<br />
Dustin Hoffman, o filme faz um mergulho<br />
no submundo dos meios de comunicação<br />
de massa e da Casa Branca, ao relatar<br />
como um presidente cria uma tática mirabolante<br />
para se safar de uma acusação.<br />
deu uma visão muito<br />
ampla de relacionamento<br />
dos diversos setores<br />
da empresa e deixou<br />
muito claro que a empresa<br />
tem que trabalhar em<br />
função do ponto de vista do cliente”.<br />
Hoje, Ricardo trabalha com análise<br />
de crédito, expansão de no vos clientes,<br />
propaganda e marketing, busca<br />
novos fornecedores e tem vários<br />
projetos em desenvolvimento com vi-<br />
ra das duas academias é formada basicamente<br />
por sala de musculação,<br />
salas de ginástica e artes marciais e<br />
piscinas aquecidas.<br />
Para Car los Izidio da Silva, coordenador<br />
técnico do campus ABC, “o<br />
projeto visa o público interno da Universidade<br />
mas, com o tempo, quem<br />
sabe não passamos a atender também<br />
Amana Salles<br />
são de futuro de mercado.<br />
A Karijó trabalha com importação<br />
e comércio de ar-condicionado, refrigeração<br />
e equipamentos como macacos<br />
mecânicos e hidráulicos, específicos<br />
para linha férrea e metrô.<br />
o público<br />
externo, já<br />
que fica difícil<br />
competir<br />
com o nosso<br />
preço”. Para se ter<br />
uma idéia, a mensalidade<br />
é de R$ 50,00, com opções de planos<br />
quadrimestrais, semestrais e anuais.<br />
No caso específico de docentes e<br />
funcionários, o valor será descontado<br />
em folha de pagamento.<br />
Horários<br />
Segunda a sexta<br />
Manhã - das 7h às 13h<br />
Tarde - das 16h às 22h<br />
Sábado<br />
das 8h às 16h<br />
Exame médico e avaliação física<br />
acontecem de segunda a sexta,<br />
das 13h às 16h
12<br />
Por Manuel Marques<br />
Na última sexta, 19 de setembro,<br />
a comunidade acadêmica da<br />
UNIBAN teve dois bons motivos para<br />
celebrar. O primeiro foi a realização,<br />
no auditório do campus Marte, da<br />
aula inaugural do curso de Mestrado<br />
Profissional Adolescente em Conflito<br />
com a Lei. A aula foi ministrada<br />
por Renato Janine Ribeiro, diretor de<br />
avaliação de cursos de pós-graduação<br />
da Coordenação de Aperfeiçoamento<br />
de Pessoal de Nível Superior<br />
(Capes) do Ministério da Educação.<br />
O segundo motivo foi a instalação do<br />
curso de Doutorado em Educação<br />
Matemática.<br />
“A UNIBAN é uma das pouquíssimas<br />
universidades par ticulares<br />
a ter um doutorado. Garanto que poucos<br />
cursos foram aprovados ao longo<br />
desses anos. Por isso, cumprimento<br />
a comunidade, pois formar gente<br />
qualificada é investir no futuro”, destacou<br />
Janine Ribeiro.<br />
Dalton Quadros, coordenador de Internet<br />
no Conselho de Comunicação da<br />
UNIBAN e pós-graduado em Gestão de<br />
Negócios e Sistema de Informação<br />
O Google a serviço da educação<br />
O Google começou a oferecer<br />
«e-mail» e «softwares» de<br />
calendário e editor de documentos<br />
às universidades “que não<br />
têm fins lucrativos” para uso gratuito<br />
dos seus alunos. O objetivo<br />
desta ação é atrair mais clientes<br />
para o seu mundo e com isso desenvolver<br />
nova fonte de receitas.<br />
O serviço, denominado<br />
Google Apps, está disponível<br />
gratuitamente no seu portal,<br />
anunciou o vice-presidente da<br />
empresa, Dave Girouard. O<br />
Google vai lançar uma versão<br />
paga até o fim do ano e ainda<br />
serviços extra.<br />
O grande desafio do Google<br />
está na propagação do uso em<br />
massa destes serviços que são<br />
complementares ao e-mail, de<br />
uma forma simples, prática e<br />
objetiva para que o usuário possa<br />
desfrutar de todos os serviços<br />
oferecidos no dia-a-dia,<br />
complementando as atividades<br />
de estudos etc.<br />
Muito embora o usuário atual<br />
já utilize parte destes serviços no<br />
seu trabalho, “e-mail e calendário<br />
de agenda e conversa online”,<br />
as instituições poderão<br />
aprimorar suas ações de relaci-<br />
O nível mais alto<br />
Aula inaugural de curso de Mestrado e instalação de Doutorado colocam<br />
a UNIBAN em destaque entre as universidades privadas<br />
O reitor da UNIBAN, prof. dr. Heitor<br />
Pinto Filho, em tom descontraído<br />
,disse ao educador da Capes que<br />
nasceu debaixo de uma carteir a, e<br />
declarou-se muito orgulhoso por trabalhar<br />
com educação. E destacou:<br />
“Esse prédio no qual nos encontramos<br />
passou por várias transformações,<br />
mas queremos que continue um<br />
educandário”. E brincou: “Considero<br />
esse um fato impor tante. A UNIBAN<br />
conseguiu excelência, que só se alcança<br />
com um doutorado. Eu diria que<br />
conseguimos um reinado”.<br />
onamento compartilhando os<br />
calendários acadêmicos com o<br />
calendário do aluno para que ele<br />
tenha conhecimento do que<br />
acontece na sua instituição, além<br />
de participar de enquetes para<br />
avaliação de assuntos diversos<br />
que são enviados ao seu e-mail<br />
pela Instituição.<br />
O grande evento desta ferramenta<br />
é o uso de editoração de<br />
documentos no formato Microsoft<br />
(Word, Excel, Power-point), onde<br />
os usuários podem compartilhar<br />
o documento (ex.: planilha de custos,<br />
vendas etc.) com seus companheiros<br />
de trabalho ou colegas<br />
de sala de aula em tempo real,<br />
com a mesma distância para desenvolver<br />
atividades por meio do<br />
uso da Internet.<br />
Outro recurso disponível é a<br />
opção de converter documentos<br />
gerados em formato “pdf” sem<br />
que seja necessário instalar<br />
aplicativo específico dessa natureza.<br />
Esses documentos, por<br />
sua vez, ficam hospedados nos<br />
servidores da Google e podem<br />
ser acessados pelo usuário em<br />
qualquer lugar, 24 horas por dia.<br />
Para os usuários do mundo<br />
cibernético, isto é o supra-sumo.<br />
Fotos: Manuel Marques<br />
Acima, o reitor da UNIBAN prof.<br />
dr. Heitor Pinto Filho. Ao lado, a<br />
profa. dra. Aldaísa Sposati e o<br />
prof. dr. Janine Ribeiro do MEC.<br />
TV UNIBAN<br />
Destaques da programação: 29/09 a 05/<strong>10</strong><br />
CURTAS DO<br />
BRASIL:<br />
A coordenadora do doutorado, Dra.<br />
Tânia Maria Mendonça, destacou que<br />
essa conquista foi fruto de um trabalho<br />
em equipe, efetuando a junção da<br />
estrutura oferecida pela universidade,<br />
dos alunos e do corpo docente. Mas<br />
o momento de maior emoção na festa<br />
ficou por conta da intervenção da<br />
presidente do conselho de Pós-Graduação<br />
e Pesquisa da UNIBAN, doutora<br />
Aldaíza Sposati. Ela declarou que<br />
a nota 4 conseguida pelo doutorado<br />
era boa (a nota máxima da Capes é<br />
5), mas não se contentava com quatro<br />
e queria a excelência.<br />
Visivelmente emocionada, ela convidou<br />
toda a sua equipe para ocupar o<br />
púlpito em sua companhia e declarou que<br />
os méritos da conquista não eram de uma<br />
única pessoa e precisavam ser divididos<br />
de forma igualitária. “Essa é uma ciranda<br />
que não é dos números, mas de professores<br />
e alunos”. Todos os que estiveram<br />
presentes à bonita e bem organizada<br />
solenidade puderam sentir a impor tância<br />
única do momento.<br />
Não perca a programação da TV UNIBAN desta semana:<br />
REFERÊNCIAS : Solano Ribeiro<br />
Referência quando o assunto gira em torno dos festivais de<br />
música popular brasileira, Solano Ribeiro fala de sua trajetória<br />
de músico, ator e produtor musical. Ele lembra o festival<br />
da TV Excelsior, com a vitória de Elis Regina, inter pretando<br />
“Arrastão”, e suas passagens por grandes emissoras<br />
de rádio e TV br asileiras.<br />
REVISTA UNIBAN:<br />
Um programa especial sobre um dia muito importante na<br />
UNIBAN: a cerimônia de instalação do Programa de Pós-<br />
Graduação – Mestrado e Doutorado – em Educação Matemática<br />
e a aula inaugural do professor Renato Janine Ribeiro<br />
para marcar a aprovação do Mestrado Profissional<br />
sobre o tema “Adolescente em Conflito com a Lei”.<br />
SALADA MISTA # 31:<br />
Obesidade:<br />
A obesidade se tornou um problema de saúde pública. As<br />
causas e os tratamentos radicais, como os vários tipos de<br />
cirurgias, são abordadas nesta matéria. Nutricionista e psicóloga<br />
falam como os ex-obesos devem ser tratados após o<br />
procedimento cirúrgico.<br />
P2 : Projeto Tamar<br />
Além de proteger as tartarugas marinhas da extinção, o Projeto<br />
Tamar, em Ubatuba, desenvolve trabalho social com as<br />
comunidades costeiras e com os pescadores. É a forma de<br />
fazer com que as populações atuem na proteção do<br />
ecossistema.<br />
Paisagem de Meninos<br />
Confira os canais e toda a programação da TV UNIBAN no site:<br />
www.uniban.br/hotsites/tv
Por Alexandra Oliveira<br />
Atividade apresenta assuntos<br />
relacionados à educação da saúde<br />
Alunos do Colégio UNIPAN par ticiparam<br />
da II Semana de Prevenção da<br />
LEMDAP (Liga de Estudos em Medicina<br />
Diagnóstica e Anatomia Patológica)<br />
do curso de Medicina da Unioeste,<br />
que tem orientado alunos dos ensinos<br />
fundamental e médio sobre doenças e<br />
diversos assuntos ligados à saúde do<br />
ser humano.<br />
Na primeira etapa do projeto, os<br />
estudantes receberam os acadêmicos<br />
de medicina da Unioeste na sede do<br />
colégio. Nesse primeiro contato foram<br />
abordados, em palestras, temas de prevenção<br />
e educação. Os assuntos foram<br />
hepatites, vacinação, DSTs e gravidez.<br />
Na segunda etapa, na sede da<br />
Unioeste, alunos do Colégio UNIPAN<br />
participaram de dinâmicas de grupos.<br />
Foram realizadas mostras em barracas<br />
montadas no ginásio da Unioeste.<br />
Alunos desenvolveram atividades e ouviram<br />
explicações sobre anatomia patológica,<br />
prevenção de DSTs, orientação<br />
nutricional, prevenção de trauma<br />
e doença de chagas.<br />
Os professores da UNIPAN também<br />
par ticiparam do projeto que visa<br />
Por Alexandra Oliveira<br />
A arte de receber e viver<br />
com elegância<br />
A professora Leana Bittencourt Feron,<br />
pós-graduada em Gestão de Eventos na<br />
UNIPAN, lançou, no dia 19 de setembro, o<br />
livro “A mesa está posta”, no<br />
auditório da Unioeste. A<br />
obra é sobre etiqueta, e dá<br />
subsídios a homens e mulheres<br />
de como se comportar<br />
em situações do cotidiano.<br />
Leana aborda etiqueta profissional,<br />
social e empresarial,<br />
além de tratar sobre a arte de<br />
conversar, atitudes e gestos,<br />
trajes, perfumes, elegância,<br />
como usar bolsas, o telefone,<br />
em que situações enviar flores<br />
e, o principal, como receber amigos<br />
e convidados. A autora<br />
conta que a receptividade tem<br />
sido ótima, e que tem contribuído<br />
com leitores de todas as<br />
classes sociais. “Não tem<br />
público-alvo. Algumas<br />
pessoas me abordam na<br />
rua e agradecem por alguma<br />
dica do livro”.<br />
O coordenador do<br />
curso de Pós-Graduação<br />
de Gestão de<br />
Eventos, professor<br />
Paulo Cesar Fachin<br />
(foto), fala do orgulho<br />
Fotos Divulgação<br />
aperfeiçoar os profissionais. A coordenadora<br />
da LEMPAD, Caroline de<br />
Almeida, lembra que é preciso realizar<br />
um trabalho conjunto. “Muitos professores<br />
não estão preparados para identificar<br />
um aluno que usa drogas, falta<br />
conhecimentos sobre diversos assuntos,<br />
e o principal é o docente ensinar<br />
antes do aluno se tornar um usuário”,<br />
analisa.<br />
em perceber que o curso faz a diferença na<br />
vida do aluno. “A par tir da especialização, alguns<br />
começaram a trabalhar na área, da mesma<br />
forma como os alunos de outros cursos<br />
se mostram satisfeitos porque<br />
o principal objetivo foi atingido,<br />
que é a inserção no mercado<br />
de trabalho,” ressalta.<br />
No livro, a autora dá dicas<br />
importantes de como<br />
planejar um jantar para que<br />
tudo ocorra bem, até informações<br />
de elegância feminina.<br />
Leana é professora<br />
há 14 anos, hoje trabalha<br />
em uma Unidade<br />
Socio-Educativa com<br />
adolescentes que praticaram<br />
alguma infr ação.<br />
Depois de desenvolver<br />
por oito anos trabalhos<br />
de treinamento em<br />
empresas, resolveu<br />
colocar as<br />
aulas em um<br />
livro. Em<br />
Cascavel, “A<br />
mesa está<br />
posta” está à<br />
venda na livraria<br />
Nobel,<br />
no shopping<br />
JL, a R$<br />
25,00.<br />
Os alunos tiveram<br />
aula de Anatomia,<br />
Doença de Chagas<br />
e Diabetes, entre<br />
outras.<br />
A diretora do Colégio, Carla Cr istina<br />
Manar in Carrera, gostou do resultado.<br />
“Os alunos aprenderam sobre alimentação<br />
e como evitar doenças comuns<br />
entre jovens. A mudança do ambiente<br />
escolar é muito produtiva. Na Unioeste<br />
os estudantes puderam observar, na<br />
prática, temas que já aprenderam em<br />
sala”, observa.<br />
Durante visita à exposição monta-<br />
13<br />
da na Unioeste, a aluna da 8ª série,<br />
Patrícia Danielle Cavalli, 13, ficou encantada<br />
com alguns detalhes do corpo<br />
humano. “Aprendi que muitas doenças<br />
podem ser prevenidas. Vou levar<br />
várias dicas para dentro da minha<br />
casa”. Já Marcy Aline, aluna do 2º ano<br />
do Ensino Médio, ficou impressionada<br />
com as informações sobre as doenças<br />
parasitár ias. “Pensei que soubesse<br />
lavar a mão, aprendi que do jeito<br />
que lavo fica um monte de bactéria em<br />
baixo da unha”, afirma a aluna.<br />
Além de instruir, a atividade proporcionou<br />
aos estudantes a realização<br />
de exames para verificar diabetes, hipertensão<br />
e colocar as vacinas em dia.<br />
E não foram apenas os jovens que tiveram<br />
um dia intenso de aprendizagem,<br />
os pequenos levaram muito conhecimento<br />
para casa e para a sala<br />
de aula. Gabriel Martins Melgaço, 11,<br />
ficou atento para as dicas de trânsito.<br />
“Dirigir bêbado pode reduzir a percepção<br />
do motorista e provocar sérios acidentes.<br />
Outra coisa importante no trânsito<br />
é usar o cinto de segurança no<br />
banco de trás. As pessoas se machucam<br />
porque acham que não é necessário<br />
usar”, disse Gabriel.<br />
Sai o ganhador do<br />
Concurso “UNIPAN<br />
e Educação”<br />
O estudante Marcel Abrano, 19, foi o ganhador<br />
do Concurso Cultural “UNIPAN e Educação”,<br />
realizado entre os dias 31 de agosto e 05 de<br />
setembro. Marcel preencheu um cupom e desenvolveu<br />
uma frase com as palavras: UNIPAN<br />
e Educação. Mais de 800 pessoas participaram<br />
do concurso, uma comissão julgadora analisou<br />
as frases, escolheu a mais criativa e original, seguindo<br />
as normas do regulamento. O ganhador<br />
levou para casa um celular Nokia 2760.<br />
Marcel Abrano criou a frase: UNIPAN: deixando<br />
a educação ainda mais superior. O estudante<br />
disse que sempre gostou de desenvolver<br />
textos e de participar de concursos culturais,<br />
mas não esperava ganhar. “Em poucos<br />
segundos, veio a idéia. Foi muito bom ganhar”,<br />
ressalta o universitário.
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16 ENTREVISTA<br />
Por Manuel Marques<br />
A atriz e diretora de teatro<br />
Eloisa Vitz não se define como<br />
pensadora ou ensaísta, mas<br />
apreciar suas reflexões sobre a<br />
arte inventada pelos velhos gregos<br />
nos faz ter a certeza de que o<br />
teatro transforma o homem. Ela<br />
costuma dizer que o teatro faz<br />
com que as pessoas se libertem<br />
de preconceitos, as capacita a<br />
questionar a sociedade em que<br />
vivem e as torna seres mais reflexivos.<br />
Ouvir Eloisa Vitz tem este<br />
mesmo efeito. Talvez porque ela e<br />
a arte que consagrou nomes<br />
como Paulo Autran Antunes Filho<br />
e tantos outros se confundam.<br />
Numa entrevista que nos concedeu<br />
há alguns anos, ela destacou:<br />
“o teatro é incrível porque invade<br />
todos os sentidos, toma você de<br />
corpo inteiro, toma sua respiração,<br />
sua alma. Ele resume tudo que o<br />
ser humano tem de mais pleno,<br />
mais miserável. É, enfim, todas as<br />
coisas grandiosas e potenciais de<br />
belo que o homem pode ter”. Essa<br />
paixão pelo mundo do espetáculo<br />
começou cedo. Relembrando esse<br />
impacto inicial, ela relata: “Eu lembro<br />
que a primeira vez que fui ao<br />
teatro eu tinha 5 anos e foi meu<br />
pai quem me levou, pra assistir a<br />
Gata Borralheira. E aquilo me impressionou<br />
muito. Lembro que<br />
eram uns atores enormes, umas<br />
atrizes com um figurino muito<br />
grande e falavam muito alto. Senti<br />
uma espécie de encanto e medo.<br />
Recordo que na época eu já tinha<br />
um “q” de diretora porque eu perguntei:<br />
‘mas como pode, a bruxa<br />
é mais bonita que a gata<br />
borralheira?’. Esse foi meu primeiro<br />
contato com o teatro”. Formada<br />
pela Escola de Artes<br />
Dramáticas (EAD) da Universidade<br />
de São Paulo, Eloisa<br />
acumula quase duas décadas<br />
de experiência como<br />
atriz, tendo trabalhado muito<br />
tempo no Grupo Tapa,<br />
companhia de teatro reconhecida<br />
em todo o território<br />
nacional. Atualmente, ela<br />
dirige o grupo GATU. Na direção,<br />
abordou peças que<br />
tratam tanto do universo infantil<br />
quanto o adulto. Seu último<br />
trabalho, juntamente com<br />
o GATU, foi o sucesso Auto da<br />
Barca do Inferno, que permaneceu<br />
em cartaz no teatro Gil<br />
Vicente até o dia 30 último. Ela<br />
recebeu a reportagem da<br />
<strong>Folha</strong> Universitária e deu a<br />
seguinte entrevista:<br />
Paixão pelo ser humano<br />
Com nova montagem prevista para estrear em outubro, a diretora de teatro Eloisa Vitz<br />
revela-se mais que humanista e reafirma seu amor pelo palco, a “arte coletiva”<br />
“O teatro é<br />
como<br />
lapidar uma<br />
jóia, em que<br />
o ourives<br />
gasta<br />
muitas<br />
horas pra<br />
fabricar<br />
uma peça<br />
perfeita,<br />
pra tirar<br />
o melhor<br />
brilho do<br />
diamante.”<br />
Amana Salles<br />
<strong>Folha</strong> Universitária - Seu último<br />
trabalho na direção foi justamente<br />
uma peça do português<br />
Gil Vicente. Dentre tantos autores<br />
que você aprecia, porque<br />
justamente o nome dele para<br />
batizar o antigo teatro UNIBAN?<br />
Eloisa Vitz - Porque ele foi a origem<br />
do nosso teatro, o primeiro<br />
dramaturgo português, um pioneiro.<br />
Não existia até agora um teatro<br />
Gil Vicente em São Paulo. Agora<br />
tem.<br />
F. U. – Das expressões artísticas,<br />
o teatro é a que lhe causa<br />
mais encantamento? É a sua<br />
grande paixão?<br />
E. V. – Minha grande paixão<br />
é o ser humano, sou mesmo<br />
apaixonada pelas pessoas<br />
(rindo). Creio que sou<br />
a última humanista. As<br />
pessoas normalmente se<br />
encantam com as coisas<br />
virtuais. Eu não. Acho<br />
tudo isso muito chato. Me<br />
encanto com gente de<br />
verdade, de olhar no olho,<br />
de conversar olhando no<br />
olho, de sentir cheiro, de<br />
tocar. Acho que é por isso<br />
que faço teatro. Mas eu<br />
posso dizer<br />
que o teatro<br />
é a<br />
expressão<br />
de<br />
Silvana Ribeiro<br />
Divulgação<br />
Com o elenco<br />
da montagem<br />
de Viúva,<br />
porém<br />
Honesta,<br />
baseada na<br />
obra de<br />
Nelson<br />
Rodrigues.<br />
arte que mais me completa. Ele<br />
une a música, a dança, as artes<br />
plásticas. Quando descobri o teatro<br />
disse a mim mesma: é isso que<br />
eu quero fazer pelo resto de minha<br />
vida. E é uma paixão que não<br />
passa. (...) E é maravilhoso porque<br />
não existe teatro sozinho, ele<br />
é uma arte coletiva.<br />
F. U. – Um leigo, que ainda não<br />
foi apresentado ao teatro, pode<br />
começar vendo que tipo de<br />
peça?<br />
E. V. – Se a pessoa quer começar<br />
pelas comédias, ela pode ter uma<br />
experiência legal. Se quer ver algo<br />
mais instigante, menos convencional,<br />
mais inovadora, pode escolher<br />
um espetáculo experimental.<br />
O que eu acho é que o bom espetáculo<br />
é sempre apreciado. Quem<br />
presta um desserviço ao teatro<br />
são as peças mal feitas, com atores<br />
despreparados. Quando isso<br />
acontece, quem viu o espetáculo<br />
fica mais uns três anos sem ir ao<br />
teatro. Quem tem uma experiência<br />
ruim, às vezes, nunca mais volta.<br />
Se for uma experiência bacana,<br />
as pessoas vão querer repetir.<br />
É como ir ao cinema.<br />
F. U. – E o que credencia uma<br />
encenação para se transformar<br />
num sucesso ou fracasso?<br />
E. V. – Eu creio que toda vez que<br />
um diretor opta por um espetáculo,<br />
ele dá a visão dele para aquela<br />
obra. (...) Eu acho que a diferença<br />
está entre um trabalho realmente<br />
sério, de pesquisa e entendimento<br />
da obra. O teatro é como<br />
lapidar uma jóia, em que o ourives<br />
gasta muitas horas pra fabricar<br />
uma peça perfeita, pra tirar o<br />
melhor brilho do diamante. O teatro<br />
também é assim, um trabalho
muito detalhado, que demanda<br />
horas e horas de ensaio. Eu não<br />
acredito nessa coisa de rapidez,<br />
quantidade, da produção em massa.<br />
O teatro não tem essa produção<br />
em massa porque a gente tá<br />
lidando com o ser humano, com<br />
tudo que é paradoxal. Costumo<br />
brincar com meus atores: “nada<br />
como uma hora de ensaio pra<br />
melhorar”.<br />
F. U. – No Brasil há a crença de<br />
que o teatro é algo extremamente<br />
elitizado. Por quê?<br />
E. V. – Eu acho que essa é uma<br />
visão que nós temos no Brasil justamente<br />
pela falta de hábito de ir<br />
ao teatro. Então, ele acabou ficando<br />
uma coisa pra elite mesmo. É<br />
por isso que um dos nossos objetivos<br />
é fazer um trabalho de formação<br />
de platéia. Acho que, na<br />
verdade, teatro é uma questão de<br />
criar o gosto. E quando isso ocorre,<br />
eu percebo como a arte toca o<br />
coração, a sensibilidade.<br />
F. U. – Paulo Autran dizia que<br />
podemos ver o mesmo filme<br />
duas vezes e ele será o mesmo<br />
filme. Mas nunca assistimos a<br />
mesma representação no teatro.<br />
Você concorda com essa<br />
afirmação?<br />
E. V. - Sim, porque ali, representando,<br />
está o ser humano. No<br />
teatro você tem ser humano ao<br />
vivo, com todas as suas falências,<br />
todas as suas virtudes. O<br />
fato de ser ao vivo é muito<br />
impactante porque o público<br />
consegue ver o esforço daquele<br />
artista para completar aquela<br />
obra. É muito bonito quando<br />
essa comunhão acontece. (...) É<br />
lindo quando a gente consegue<br />
ter essa comunhão com a platéia.<br />
E creio que, na medida em<br />
que você faz rir, você torna os<br />
seres humanos melhores, mais<br />
reflexivos. Pra pessoa rir, dar um<br />
riso gostoso, ela tem que perder<br />
as reservas, estar relaxada.<br />
Quando Luís XlV lia as peças de<br />
Moliére (clássico dramaturgo<br />
francês) dizia que não sabia se<br />
ria ou se chorava, de ver o ser<br />
humano naquela forma, às vezes<br />
tão mesquinho, tão avaro, às<br />
vezes sublime. A gente sempre lê<br />
a gente na obra, não tem jeito.<br />
F. U. – Para muitos, o cinema e a<br />
televisão tiraram o público do<br />
teatro. Outras manifestações<br />
artísticas competem mesmo<br />
com o teatro?<br />
E. V. - A gente precisa dar educação<br />
para as pessoas. Porque o<br />
indivíduo com educação vai reconhecer<br />
que há prazeres diferentes<br />
na vida e vai ter acesso a esse<br />
prazer diferente. E vou dizer uma<br />
coisa pra você: o teatro está<br />
numa fase maravilhosa.<br />
As peças boas estão<br />
lotadas e isso é<br />
uma delícia.<br />
F. U. – Você<br />
sempre faz<br />
questão de<br />
manifestar<br />
seu amor<br />
pelos textos<br />
de Nelson<br />
Rodrigues.<br />
Ele ainda<br />
ocupa a primazia<br />
quando<br />
o assunto é<br />
dramaturgia nacional?<br />
E. V. – (pensativa, como se<br />
olhasse para o nada) Acho que<br />
todo mundo do teatro tem paixão<br />
pelo Nelson. Ele é o nosso maior<br />
dramaturgo, aliando humor, sarcasmo.<br />
Ele ainda consegue ser<br />
polêmico, arrojado, sem se enquadrar<br />
em qualquer sistema óbvio.<br />
Por mim, eu montaria as 17 peças<br />
dele. Quem lê uma primeira<br />
peça do Nelson vai querer ler todas.<br />
Todos esses livros transformam,<br />
te fazem refletir e sonhar.<br />
Eu amo até aquelas crônicas de<br />
futebol. Você vê o jogador sofrendo<br />
na hora de fazer o gol, a comoção<br />
da torcida. Ele é realmente<br />
genial.<br />
F. U. - E onde ele encontrava<br />
tanta gente<br />
ordinária para<br />
montar a galeria<br />
de personagens?<br />
E. V. - (rindo,<br />
quase gargalhando)<br />
Ele observava,<br />
mas<br />
também teve<br />
uma vida bastante<br />
intensa, com conquistas,<br />
tragédias e<br />
perdas. Ele tinha uma<br />
imaginação potente e aliava<br />
isso com seu talento<br />
e muito trabalho. Ele<br />
tem um olhar bacana,<br />
inteligente e muito<br />
bem humorado.<br />
Claro que a mulher dos<br />
anos 70 sofreu uma repressão<br />
sexual, opressão.<br />
Eram muito diferentes da<br />
minha geração. Então, hoje,<br />
quando se olha a frase de<br />
que mulher gosta de apanhar, a<br />
gente ri, acha engraçado.<br />
F. U. - O teatro do Nelson é melhor<br />
que a prosa?<br />
E. V. - Não, eu acho tão boa quanto.<br />
Do Nelson eu gosto até do folhetim.<br />
(rindo) Adoro Meu Destino<br />
Silvana Ribeiro<br />
“Quem lê uma<br />
primeira peça do<br />
Nelson vai querer<br />
ler todas. Todos<br />
esses livros<br />
transformam, te<br />
fazem refletir e<br />
Silvana Ribeiro<br />
sonhar”<br />
Amana Salles<br />
17<br />
é Pecar e O Homem Proibido. Ele<br />
escrevia lá os folhetins no jornal<br />
com pseudônimos de mulher. Maravilhoso.<br />
F. U. - Por isso o grupo GATU<br />
vai encenar Viúva, Porém Honesta?<br />
O título já é muito curioso,<br />
dá muito pano pra manga.<br />
E. V. - (rindo) Isso é muito legal.<br />
Essa peça eu acho uma obra-prima,<br />
original e muito bem<br />
humorada. O escracho que ele<br />
consegue fazer com a sociedade,<br />
a crítica social e ao ser humano é<br />
genial. O texto tem um tempo, um<br />
ritmo que é perfeito. É contestador,<br />
subvertido, genial. Ele denuncia<br />
até a imprensa, dizendo que ela<br />
pode ser do mal.<br />
F. U. – Pode ser do mal? Acho<br />
que o termo mais bem empregado<br />
nesse caso é só o verbo<br />
ser. Salvo raras exceções, a<br />
imprensa é do mal.<br />
E. V. - Acho que existem pessoas<br />
bem intencionadas, mas a imprensa<br />
tem um poder de manipular<br />
que é incrível. Jornais nomeiam<br />
e desnomeiam ministros.<br />
Mandam no Brasil. Nas celebrações<br />
de 07 de setembro, o grupo<br />
GATU foi às ruas para fazer<br />
uma manifestação artística em<br />
protesto contra a corrupção, contra<br />
a fome e contra um rio (Tietê)<br />
podre que corta a cidade e ninguém<br />
vê.(...) Nessa manifestação,<br />
veio a imprensa me questionar<br />
e o repórter me perguntou<br />
assim: “então você está protestando,<br />
dizendo que o exército é<br />
podre?” Respondi: “eu não tô dizendo<br />
isso, quem está dizendo<br />
é você”. Ele queria manipular<br />
a minha<br />
resposta. Eu<br />
acho que<br />
o Nelson<br />
fala de<br />
manipulação<br />
da<br />
mídia.<br />
E ele<br />
denunciava<br />
isso e hoje<br />
a gente<br />
vê que poucas<br />
coisas mudaram<br />
no Brasil.<br />
Não é normal a corrupção<br />
dos governantes,<br />
nem a má conduta<br />
na imprensa,<br />
mas parece que<br />
é. Nelson Rodrigues<br />
enxergou isso lá<br />
atrás. Como seria<br />
maravilhoso se<br />
ele estivesse vivo<br />
hoje. Imagine o que ele não<br />
escreveria?
18 TOUR CULTURAL<br />
Por Renato Góes<br />
O legado de Einstein<br />
Mostra em cartaz no Parque do Ibirapuera disseca<br />
a vida e obra do mito<br />
Considerado como um dos maiores<br />
gênios do século 20, Albert<br />
Einstein tem sua vida e obra<br />
dissecadas na exposição que entrou<br />
em cartaz na semana passada, no<br />
Parque do Ibirapuera. Criada em parceria<br />
entre o Instituto Sangari e o<br />
American Museum of Natural History<br />
de Nova Yor k, a mostra reúne um rico<br />
acervo do cientista alemão, que inclui<br />
objetos pessoais, manuscritos e<br />
obras feitas por artistas br asileiros.<br />
Além disso, várias instalações<br />
interativas ajudam a compor o espaço<br />
e a utilizar a tecnologia como forma<br />
eficaz de ilustração de suas teorias<br />
revolucionárias.<br />
Um dado curioso é que a exposição<br />
foi ampliada na versão brasileira,<br />
se comparada com a que foi apresentada<br />
em cidades como Nova Yor k,<br />
Chicago e Jerusalém. Os acréscimos<br />
se dão com a inclusão das seções<br />
intituladas Átomos e Einstein no Bra-<br />
Fotos: Renato Góes<br />
Os sonhos e desilusões de uma<br />
família da periferia paulistana formam<br />
o eixo central do longametragem<br />
Linha de Passe , dirigido<br />
em parceria pelos cineastas Walter<br />
Salles e Daniela Thomaz. O personagem<br />
central é a doméstica<br />
Cleuza, papel da atriz Sandra<br />
Corveloni (Palma de Ouro em<br />
Cannes como melhor artiz), uma<br />
mulher igual a milhares de outras<br />
brasileiras que são obrigadas a fazer<br />
os papéis de mãe e de pai em<br />
seus respectivos lares. No seu caso<br />
específico, ela tem quatro filhos de<br />
pais diferentes, sendo que está grávida<br />
de um quinto rebento que ela<br />
espera ser uma menina.<br />
Em paralelo, seu filho Dario, interpretado<br />
por Vinícius de Oliveira<br />
(Central do Brasil), sonha em ser<br />
jogador de futebol, mas seus recémcompletados<br />
18 anos se tornam<br />
sil. A primeira é focada na contribuição<br />
do cientista para a comprovação<br />
da existência dos átomos. A segunda<br />
relata as viagens feitas por ele em<br />
terras brasileiras e sua relação com<br />
nosso país.<br />
A exposição narra várias etapas<br />
da vida do gênio. São abordadas sua<br />
infância, as raízes judias, os grandes<br />
amores e as idéias que fizeram surgir<br />
suas teorias relacionadas ao tempo,<br />
à luz, aos átomos, à energia e à<br />
gravidade, incluída a sua famosa Teoria<br />
da Relatividade Geral. O<br />
posicionamento firme em questões<br />
polêmicas como racismo, antisemitismo,<br />
direitos humanos, inclusive<br />
contra a utilização da física nuclear<br />
em fins nada pacíficos, também<br />
é apresentado ao público.<br />
Einstein<br />
Pavilhão Engenheiro Armando de Arruda Pereira - Parque do<br />
Ibirapuera, portão <strong>10</strong> – próximo ao Planetário<br />
Até 14/12 - De terça a sexta, das 9h às 21h. Sábados, domingos<br />
e feriados, das <strong>10</strong>h às 21h - Ingressos: R$ <strong>15</strong> (inteira), R$ 7 (estudantes<br />
e professores). Menores de 7 anos e maiores de 60<br />
entram de graça - Mais informações: (11) 3468-7400<br />
Linha de Passe<br />
uma barreira quase intransponível.<br />
Denis, o mais velho, é motoboy, tem que<br />
sustentar seu pequeno filho e<br />
pagar as prestações da<br />
moto, situações que o colocam<br />
a um passo de<br />
A dir., Cleuza (Sandra<br />
Coverloni) mãe de<br />
quatro filhos na<br />
periferia paulistana.<br />
Fotos: Divulgação<br />
ader ir ao crime . O filho do meio,<br />
Dinho, largou um passado obscuro<br />
para se tornar e vangélico, mas<br />
em breve terá sua fé testada.<br />
O mais novo,<br />
Reginaldo, sonha em<br />
encontrar o pai e se<br />
tornar motorista de<br />
ônibus.<br />
Em meio a sonhos<br />
e aspirações, estes<br />
personagens são<br />
uma pequena amostra do<br />
que é a periferia de São<br />
Paulo, retratada com um olhar<br />
sensível, mas ao mesmo tempo duro<br />
e realista, como a cidade realmente<br />
é. Com exceção de uma derrapada<br />
ou outra na conclusão da história, o<br />
filme foge de estereótipos comuns<br />
em produções que abordam as periferias<br />
brasileiras, principalmente<br />
quanto aos finais felizes. (R.G.)<br />
Música<br />
O mundo<br />
é um<br />
manicômio<br />
Napoleão<br />
Bonaparte e<br />
Cleópatra.<br />
Napoleão,<br />
um desempregado,<br />
que ajudado por sua esposa,<br />
Cleópatra, tenta dar um golpe,<br />
seqüestrando o cadáver de um<br />
milionário e impedindo seu sepultamento.<br />
Na tentativa de receber o<br />
resgate, a dupla se complica e o<br />
inesperado ocorre. Texto de Claudio<br />
Cunha e Gugu Olimecha. Temporada<br />
até 06/11/2008, quintas-feiras,<br />
às 21h. Ingressos a R$ 30,00.<br />
Estudante paga meia. Local: Teatro<br />
Ruth Escobar – Rua dos Ingleses,<br />
209. Mais informações:<br />
www.ruthescobar.apetesp.org.br<br />
Exposição<br />
Livro<br />
A Arte da<br />
Entrevista<br />
Organizado<br />
pelo jornalista<br />
Fábio Altman, o<br />
livro A Arte da<br />
Entrevista é<br />
uma obra que<br />
reúne entrevistas de 1823 a 2000.<br />
Há 32 entrevistas estrangeiras e 16<br />
depoimentos de personagens brasileiros.<br />
Há ainda a entrevista de Karl<br />
Marx dois meses depois da Comuna<br />
de Paris, de Freud discutindo o pessimismo<br />
de 1930, e de Hitler em 1932<br />
dizendo “quando eu dominar a Alemanha...”.<br />
No Brasil, há depoimentos<br />
de Luis Carlos Prestes e Getúlio<br />
Vargas, entre outros. Obra indicada<br />
tanto para jornalistas, como para<br />
quem quer conhecer um pouco mais<br />
sobre grandes nomes da história.<br />
Editora Boitempo<br />
Valor médio: R$ 62,00<br />
Virtude e<br />
Aparência a<br />
Caminho<br />
do Moderno<br />
T i d a<br />
como a terceira<br />
das<br />
quatro expos<br />
i ç õ e s<br />
temáticas do<br />
acervo do<br />
MASP, a mostra reúne obras de<br />
Botticelli, Andréa Mantegna,<br />
Tintoretto, El Greco, Bosch e<br />
Dornicke, entre outros, em um conjunto<br />
de 46 obras do século XIII ao<br />
XVIII. Local: MASP – Av. Paulista,<br />
1.578. Em exposição e sem data<br />
de encerramento. De terça a domingo<br />
e feriados, das 11h às 18h e<br />
quintas-feiras, às 18h. Valor:<br />
R$ <strong>15</strong>,00. Estudante paga meia. Às<br />
terças-feiras entrada gratuita.
ENTRETENIMENTO<br />
REFLEXÃO<br />
Psicologia e o Esporte<br />
Nos Jogos Olímpicos que acompanhamos<br />
em agosto, muito se falou<br />
sobre o desempenho dos nossos<br />
atletas nos momentos de maior<br />
estresse emocional. Parece que,<br />
apesar de toda as preparações física<br />
e técnica, o emocional exerce<br />
um grande poder de reger e equilibrar<br />
o que o corpo aprendeu nos<br />
treinos.<br />
Não vamos entrar aqui nas questões<br />
sociais de apoio que o esporte<br />
recebe em nosso País. É fato que<br />
os países mais desenvolvidos têm<br />
uma estrutura que incentiva e facilita<br />
o surgimento de grandes esportistas.<br />
E em nosso País, o mérito é,<br />
muitas vezes, individual. Mas vamos<br />
refletir um pouco sobre o que<br />
pode estar acontecendo nas horas<br />
decisivas com os brasileiros.<br />
Somos um povo, culturalmente,<br />
muito emocional. Isso faz com que,<br />
muitas vezes, a pressão dos momentos<br />
decisivos nos fragilize, dificultando<br />
que a técnica e a razão entrem<br />
em cena no potencial que apareciam<br />
fora da situação de estresse.<br />
O peso que nossos esportistas<br />
carregam, para dar um pouco de alegria<br />
a um povo tão sofrido, também<br />
pode prejudicar seus desempenhos.<br />
PROMOÇÃO<br />
Penso em Diego Hipólito pedindo<br />
desculpas ao povo brasileiro.<br />
Nelson Rodrigues dizia que o<br />
brasileiro tem um complexo de inferioridade<br />
com as outras nações.<br />
Essa é uma postulação polêmica,<br />
mas interessante para nossa reflexão.<br />
Lembro-me da final do futebol<br />
feminino, onde éramos infinitamente<br />
superiores, mas não conseguimos<br />
“bater” as americanas.<br />
Muitos questionamentos surgem<br />
a partir de um evento como<br />
as Olimpíadas, mas dois pontos<br />
são inegáveis. O primeiro é que o<br />
esporte é um campo rico de atuação<br />
para a psicologia e que, junto<br />
com todos os outros investimentos<br />
que são necessários para o<br />
esporte, deve-se pensar na intervenção<br />
psicológica para equilibrar<br />
o emocional ou para lidar com essa<br />
possível inferiorização.<br />
O outro ponto é que é fundamental<br />
que pensemos sobre nossa<br />
identidade cultural para que possamos<br />
transformá-la onde for prejudicial<br />
e aceitá-la como algo que<br />
nos diferencia, quando positiva.<br />
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de Oliveira Paiva. Basta mandar um e-mail para<br />
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(alunos) ou RGF (funcionários), curso, campus e o<br />
título da obra. O nome do ganhador sai na próxima<br />
edição da <strong>Folha</strong> Universitária.<br />
Resultado da Promoção<br />
Na semana passada foi perguntado qual dos três países<br />
(Moçambique, Timor Leste ou Congo) não tem o português como<br />
idioma oficial. Acertou quem escreveu Congo. Quem ganhou o livro<br />
O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi a professora<br />
Angela Riello Lopes, do campus Marte. O livro pode ser retirado a<br />
partir de quinta-feira na secretaria de campus.<br />
CRUZADAS<br />
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