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Maria Teresa Villela Bandeira de Mello - SBHC

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acordo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e saneamento, que possibilitou a criação do SESP, foi assinado em<br />

março <strong>de</strong> 1942 pelo secretário <strong>de</strong> Estado norte-americano Summer Wells e pelo<br />

ministro da Fazenda Arthur <strong>de</strong> Souza Costa e tinha por objetivo sanear áreas do Brasil<br />

on<strong>de</strong> seriam instaladas bases militares americanas, especialmente na Amazônia e no<br />

Vale do Rio Doce.<br />

Além disso, também contribuíram para a organização <strong>de</strong>sta agência bilateral <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

pública a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> borracha, ferro e matérias-primas estratégicas por parte dos<br />

exércitos aliados e o fato <strong>de</strong> que tanto os soldados americanos enviados para as bases<br />

militares no Brasil como os trabalhadores brasileiros envolvidos na produção <strong>de</strong><br />

borracha e minerais estratégicos precisavam <strong>de</strong> prevenção e cuidados contra a malária e<br />

<strong>de</strong>mais doenças endêmicas.<br />

É importante assinalar que, em 30 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1942, havia sido criado pelo governo<br />

norte-americano o Instituto <strong>de</strong> Assuntos Interamericanos (IAIA), subordinado ao<br />

Escritório do Coor<strong>de</strong>nador dos Assuntos Interamericanos e <strong>de</strong>stinado a coor<strong>de</strong>nar e<br />

administrar as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> estabelecidas em acordos bilaterais na América Latina.<br />

Em abril, mediante o Decreto-Lei nº 4.275, o ministro da Educação e Saú<strong>de</strong>, Gustavo<br />

Capanema, autorizou a criação e a organização do SESP, em cooperação com o IAIA.<br />

Através <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>creto o SESP foi <strong>de</strong>finido como uma unida<strong>de</strong> administrativa mantida<br />

pelo IAIA e subordinada diretamente ao ministro da Educação e Saú<strong>de</strong>.<br />

Des<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s o SESP usou em larga escala os “métodos <strong>de</strong><br />

comunicação <strong>de</strong> massa”, como eram <strong>de</strong>nominados em relatórios oficiais, nos seus<br />

programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: cartazes, folhetos, panfletos, programas <strong>de</strong> rádio e filmes.<br />

Segundo Nilo Bastos - médico, diretor da Divisão <strong>de</strong> Educação Sanitária do SESP entre<br />

outros cargos – a utilização dos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa por parte do órgão<br />

<strong>de</strong>via-se ao reconhecimento da importância dos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa na<br />

educação em saú<strong>de</strong> tendo em vista a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atingir um número maior <strong>de</strong><br />

pessoas, fisicamente separadas, em pontos remotos e em um tempo relativamente curto.<br />

(BASTOS, 1996: 329-353)<br />

Essa questão, na verda<strong>de</strong>, está inserida num <strong>de</strong>bate mais amplo no âmbito do próprio<br />

contexto institucional do SESP que contava com a participação <strong>de</strong> vários cientistas<br />

sociais na formulação <strong>de</strong> suas políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública na década <strong>de</strong> 1950 e que<br />

apresentavam uma discordância com relação aos educadores do período que, por sua<br />

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