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Maria Teresa Villela Bandeira de Mello - SBHC

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vez, consi<strong>de</strong>ravam os meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa simplesmente como processo <strong>de</strong><br />

divulgação e propaganda, sem qualquer potencial educativo.<br />

Devido à inexistência <strong>de</strong> filmes nacionais sobre assuntos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, inicialmente foram<br />

usados filmes cinematográficos educativos fornecidos pelo Instituto <strong>de</strong> Assuntos<br />

Interamericanos (IAIA), com <strong>de</strong>staque para a série <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos animados “Saú<strong>de</strong> para<br />

as Américas” dos estúdios Disney. Também foram utilizadas produções financiadas<br />

pelo IAIA realizadas no México por estúdios cinematográficos norte-americanos como,<br />

por exemplo, a Apex Film Corporation.<br />

Entretanto, a falta <strong>de</strong> energia elétrica, na maioria das comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> o SESP atuava,<br />

foi um fator que limitou bastante a utilização <strong>de</strong>sse meio <strong>de</strong> comunicação. A solução –<br />

emergencial - encontrada foi o emprego <strong>de</strong> motores e geradores elétricos. Outro<br />

elemento limitador importante era o fato <strong>de</strong> que a movimentação rápida dos filmes<br />

cinematográficos tornou-se um fator negativo para o homem do interior compreen<strong>de</strong>r os<br />

temas focalizados:<br />

Frente à tela, o homem não raciocinava com a <strong>de</strong>vida rapi<strong>de</strong>z para<br />

compreen<strong>de</strong>r o que o filme apresentava. Após as exibições os comentários<br />

diziam mais respeito aos <strong>de</strong>talhes cômicos, à movimentação e à beleza do<br />

colorido. A forma assumia assim tal vigor que assoberbava a atenção do<br />

espectador, prejudicando a assimilação do enredo, <strong>de</strong> fundo educativo.”<br />

(BASTOS, 1996: p. 348)<br />

Desse trecho <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>-se o fato <strong>de</strong> que os habitantes das regiões remotas do Brasil não<br />

possuíam ainda na década <strong>de</strong> 1940, o domínio da experiência sensorial cinematográfica:<br />

ela não fazia parte da sua cultura visual. Além disso, muitas das produções norte-<br />

americanas – mesmo aquelas produzidas no México - veiculadas traziam elementos <strong>de</strong><br />

referências, valores e hábitos culturais diferentes com os quais a população <strong>de</strong>ssas<br />

regiões não se i<strong>de</strong>ntificava.<br />

Esses elementos foram levados em consi<strong>de</strong>ração pela Divisão <strong>de</strong> Educação Sanitária do<br />

SESP que se voltou para a produção <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos animados sonoros, <strong>de</strong> 16<br />

mm, focalizando diversos assuntos ‘<strong>de</strong> interesse’ do homem do interior. Destinando-se<br />

especialmente ao público da zona rural, os temas eram narrados em linguagem simples e<br />

abordavam aspectos do cotidiano.<br />

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