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Maria Teresa Villela Bandeira de Mello - SBHC

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Outra iniciativa <strong>de</strong>senvolvida foi a produção do chamado sli<strong>de</strong>-sound ou “lanterna<br />

mágica sonorizada” que era um sistema <strong>de</strong> projeção em que as cenas eram fotografadas<br />

ou constituídas por <strong>de</strong>senhos preparados pelos técnicos do SESP, acompanhadas, <strong>de</strong><br />

vozes e sons gravados num disco. Em geral, eram cenas simples, que se sucediam,<br />

formando uma história acompanhada <strong>de</strong> diálogos e comentários, sem legenda e<br />

projetadas numa tela com o som gravado num disco. O aparelho <strong>de</strong> projeção era<br />

construído <strong>de</strong> tal modo que os dispositivos eram projetados consecutivamente, por meio<br />

<strong>de</strong> um dispositivo <strong>de</strong> controle.<br />

A partir da década <strong>de</strong> 1950, institucionalizou-se no SESP uma política <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

filmes cinematográficos nacionais voltados para a educação sanitária, seja pelo próprio<br />

órgão seja, pela contratação <strong>de</strong> estúdios e produtoras nacionais como a Jean Manzon<br />

Filmes e a Persin Perrin Produções, por exemplo, ou mesmo em parceria com outros<br />

órgãos nacionais e internacionais.<br />

O material audiovisual preparado pelo SESP teve repercussão <strong>de</strong>ntro e fora do país. O<br />

Ministério da Educação e Saú<strong>de</strong>, por exemplo, empenhado na época numa campanha<br />

nacional <strong>de</strong> educação <strong>de</strong> adulto, passou a utilizar em seus programas, os materiais que<br />

vinham sendo usados pelo SESP. Com essa finalida<strong>de</strong> o Ministério distribuiu aparelhos<br />

<strong>de</strong> projeção a todos os municípios que dispunham <strong>de</strong> energia elétrica e filmes <strong>de</strong>stinados<br />

ao programa <strong>de</strong> combate às gran<strong>de</strong>s en<strong>de</strong>mias. Além disso, o material também foi<br />

apresentado em diversos seminários nacionais e internacionais relacionados tanto às<br />

questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública quanto à educação.<br />

Nossa proposta é <strong>de</strong>senvolver uma análise sobre a prática institucional <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong><br />

filmes como instrumento <strong>de</strong> educação sanitária realizada pelo SESP. Nesse sentido, a<br />

pesquisa tem se voltado para a recuperação da trajetória <strong>de</strong>sta prática <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a utilização<br />

dos <strong>de</strong>senhos animados fornecidos pelo IAIA nos anos 1940 até a produção <strong>de</strong> filmes<br />

cinematográficos no Brasil na década seguinte.<br />

Nesse percurso, levamos em consi<strong>de</strong>ração as abordagens dos estudos sobre cultura<br />

visual que vêm sendo <strong>de</strong>senvolvidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1990 em diversos países e que<br />

têm como enfoque principal comum a valorização da discussão sobre o papel da<br />

imagem visual no mundo atual. (BRENNAN, 1996; JAY, 2002; JENKS, 1995;<br />

MIRZOEFF, 2002; MITCHELL, 2002)<br />

É importante observar que a emergência dos estudos sobre a cultura visual está marcada<br />

pela interseção com os estudos culturais. Foi no início dos anos <strong>de</strong> 1980 que o estudo da<br />

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