A Roda de Conversa na Educação Infantil - PUC-SP
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81 profª-pesq. Então, pessoal, vocês estão dizendo que os lanches não<br />
mudam porque são os adultos que estão preparando?<br />
(crianças: sim!!!) Então, o que po<strong>de</strong>ríamos fazer?<br />
82 Alice A gente acorda rápido e vai falar pra mãe colocar lanche<br />
saudável <strong>na</strong> lancheira<br />
83 profª-pesq. Então, a i<strong>de</strong>ia da Alice é levantar rápido e falar com a mãe.<br />
Júlia qual é sua i<strong>de</strong>ia? O que a gente po<strong>de</strong>ria fazer?<br />
84 Júlia Fala pra mãe cedo...ou quando a mãe chega você fala pra<br />
ela.<br />
85 Daniel Ou para o pai<br />
86 profª-pesq. A Júlia <strong>de</strong>u uma outra i<strong>de</strong>ia, parecida com a da Alice.<br />
Como é que a gente po<strong>de</strong> resolver isso, então?<br />
87 Fer<strong>na</strong>ndo Assim, a gente fala pra mãe, ou o pai.<br />
88 profª-pesq. João [Alice: Posso falar uma coisa?] Só um minutinho.<br />
João, que solução você daria? Fala bem alto pra gente<br />
po<strong>de</strong>r ouvir.<br />
89 João A gente acorda rápido e fala pro papai ou pra mãe colocar<br />
lanche saudável.<br />
90 profª-pesq. Mas vocês conseguem acordar antes dos pais?<br />
91 Daniel Eu não.<br />
92 crianças Eu também não... eu consigo...<br />
93 profª-pesq. Então é uma boa solução? O que vocês acham que a gente<br />
po<strong>de</strong>ria fazer?<br />
94 Daniel A gente acorda muito cedo, chamava a mãe, tomava banho,<br />
trocava, daí a gente fazia o nosso lanche, a gente falava pra<br />
mamãe: Mãe não é pra levar <strong>na</strong>da que não é saudável, nem<br />
paçoca, e também nem salgadinho.<br />
95 profª-pesq. Humm. Então você tá mais ou menos com a i<strong>de</strong>ia do João, é<br />
isso? Mas tem muitos colegas que disseram que não<br />
acordam antes dos pais.<br />
96 Daniel É.<br />
No excerto acima, verifica-se que o emprego do organizador “então” no início da<br />
minha fala produz, no enunciado, um efeito conclusivo ao que foi dito anteriormente,<br />
evi<strong>de</strong>nciando um lugar <strong>de</strong> certeza (Tavares, 2003). Isto é, o relato feito pela alu<strong>na</strong> Beatriz foi<br />
tido como algo a ser consi<strong>de</strong>rado <strong>na</strong> discussão, orientando o <strong>de</strong>senvolvimento da temática em<br />
questão. Nesse sentido, fiz uma síntese das i<strong>de</strong>ias colocadas pelas crianças, a partir da<br />
colocação <strong>de</strong> Beatriz, <strong>de</strong>volvendo-a para o grupo sob a forma <strong>de</strong> uma possível<br />
problematização: (“Então, pessoal, vocês estão dizendo que os lanches não mudam porque<br />
são os adultos que estão preparando?”). Em seguida, outra pergunta <strong>de</strong> convocação para a<br />
ação (“Então, o que po<strong>de</strong>ríamos fazer?”).<br />
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