Inteligência Espiritual Ampliada e Prática Docente Bem ... - Unirevista
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<strong>Inteligência</strong> <strong>Espiritual</strong> <strong>Ampliada</strong> e <strong>Prática</strong> <strong>Docente</strong> <strong>Bem</strong> Sucedida<br />
Leda Lísia Franciosi Portal et al<br />
As entrevistadas, ao se reportarem a uma palavra que descrevesse sua prática docente, referiram com<br />
maior ênfase significar uma troca, vista como movimento, cumplicidade e diálogo entre professor e aluno.<br />
<strong>Prática</strong> docente foi descrita como algo que precisa ter disciplina, relacionada a um cuidado, mesmo que um<br />
pouco autoritário, no sentido de assumir responsabilidades que, possivelmente, serão vivenciadas no<br />
cotidiano da escola.<br />
Savater (1998, p.107) afirma que “[...] o ensino implica uma certa forma de coação, de luta entre<br />
vontades”.<br />
<strong>Prática</strong> docente, para as entrevistadas, abarca estudos, aprendizagens, experiências e conhecimento o que<br />
segundo Morin (2003) é reconstrução/ tradução permanente, realizado em uma cultura e época<br />
determinadas. As entrevistadas explicitam sua prática docente relacionada com amor, satisfação,<br />
dedicação, entusiasmo, paixão, respeito e prazer o que nos remete a pensar que a docência vai muito<br />
além do conteúdo, da metodologia, da técnica, integrando processos sentimentais, aliados aos cognitivos.<br />
Algumas professoras mencionaram as palavras convívio, equipe, interação e integração como concepção<br />
desta prática e com menor ênfase desempenho e vocação.<br />
Em relação aos seus pares, as entrevistadas relataram algumas dificuldades de relacionamento e de<br />
interação, que buscam, gradativamente, reverter o que mostra suas preocupações com a conciliação entre<br />
as áreas organizacionais da escola.<br />
Quando questionadas quanto ao referencial de valores que acreditavam estar permeando sua prática<br />
docente, enfatizaram mais especificamente o respeito, o comprometimento e a responsabilidade.<br />
O respeito foi citado como importante tanto no momento de identificar o limite do aluno, o tempo deste<br />
para aprender e/ou executar, quanto no convívio e no cuidado nas relações interpessoais.<br />
Neste sentido Maturana (2003, p. 36) nos diz: “... somente se minhas relações com o outro se derem na<br />
aceitação do outro como um legítimo outro na convivência e, portanto, na confiança e no respeito, minhas<br />
conversações com esse outro se darão no espaço de interações sociais”.<br />
Quando ao comprometimento e à responsabilidade, percebeu-se uma preocupação em propiciar a vivência<br />
destes valores no espaço e nas práticas educativas ao lado de outros valores como a formação espiritual, o<br />
valor ético e moral, o diálogo, o aprender para ensinar, a vivência do amor e da paz e a integração.<br />
A formação espiritual apareceu como essência e motivação para a prática pela crença demonstrada em<br />
Deus e a busca dessa conexão com sua vida profissional e pessoal; o aprender para ensinar como a idéia<br />
de vivenciar o sentimento e de apropriar-se da informação para compreender as ações e reações de seus<br />
educandos, compreendendo melhor o processo relacional; a vivência do amor e da Paz, significando, para<br />
as professoras, uma atitude de compaixão ao próximo, permeando a relação educativa e a interação<br />
pedagógica.<br />
Percebeu-se, no discurso destas professoras, uma preocupação com as necessidades, possibilidades e<br />
capacidades dos alunos o que denota forte interação entre os aspectos pessoais, técnicos e espirituais,<br />
tornando a prática educativa mais significativa.<br />
A expectativa comum encontrada em relação a seus alunos é de que estes possam se tornar, num breve<br />
futuro, excelentes educadores, não só no aspecto de domínio de conhecimentos, mas de um diferencial ao<br />
acreditarem na formação de um ser mais justo, solidário e sabedor que o mudar é possível. Percebeu-se<br />
nas falas das entrevistadas que enfatizam o desencadeamento de um processo solidário, trabalhando com<br />
UNIrevista - Vol. 1, n° 2: (abril 2006)<br />
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