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Distribuição gratuita<br />
Publicação<br />
OPINIÃO<br />
Construção sustentável,<br />
compromisso que se<br />
tornará obrigação<br />
Ano 6 - Edição nº 32 - Março de 2011<br />
segue em ritmo forte<br />
GESTÃO<br />
Planejamento para um<br />
legado sustentável da<br />
Copa de 2014<br />
Especial <strong>Feicon</strong> Batimat 2011<br />
www.<br />
MERCADO DE<br />
Acesse o portal:<br />
CONSTRUÇÃO<br />
.com.br<br />
ECONOMIA<br />
Múltis brasileiras se<br />
consolidam no<br />
mercado global
mercado empresarial<br />
expediente<br />
Coordenação: Mariza Simão<br />
Redatora: Sonnia Mateu - MTb 10362-SP<br />
contato: sonniamateu@yahoo.com.br<br />
Colaboraram nesta edição: Irineu Uehara e<br />
João Lopes<br />
Diagramação: Lisia Lemes, Vladimir A. Ramos e<br />
Ivanice Bovolenta<br />
Arte: Cesar Souza, José Francisco dos Santos, José Luiz<br />
Moreira, Edmilson Mandiar<br />
Distribuição: <strong>Feicon</strong> Batimat 2011 - 19º Salão Internacional<br />
da Construção<br />
Impressão: RR Donnelley<br />
Matriz:<br />
São Paulo - Rua Martins Fontes, 230 - Centro<br />
CEP 01050-907 - Tel.: (11) 3124-6200 - Fax: (11) 3124-6273<br />
Filiais:<br />
Araçatuba - Rua Floriano Peixoto, 120 1º and. - s/<br />
14 - Centro - CEP 16010-220 - Tel.: (18) 3622-1569<br />
Fax: (18) 3622-1309<br />
Bauru - Edifício Metropolitan<br />
Rua Luso Brasileira, 4-44 - sl 1214 - 12º and.<br />
CEP 17016-230 - Tel.: (14) 3226-4068<br />
Fax: (14) 3226-4098<br />
Piracicaba<br />
Sisal Center - Rua Treze de Maio, 768<br />
sl 53 - 5º and. CEP 13400-300 - Tel.: (19) 3432 - 1434<br />
Fax.: (19) 3432-1524<br />
Presidente Prudente - Av. Cel. José Soares Marcondes,<br />
871 - 8º and. - sl 81 - Centro - CEP 19010-000<br />
Tel.: (18) 3222-8444 - Fax: (18) 3223-3690<br />
Ribeirão Preto - Rua Álvares Cabral, 576 -9º and.<br />
cj 92 - Centro - CEP 14010-080 - Tel.: (16) 3636-4628<br />
Fax: (16) 3625-9895<br />
Santos - Rua Leonardo Roitman, 27 - 4º and. cj 48 -<br />
Santos - SP - CEP.: 11015-550<br />
Tel.: (13) 3224-9326 / 3232-4763<br />
São José do Rio Preto - Rua XV de Novembro, 3057 -<br />
3º and. - cj 301 - CEP 15015-110<br />
Tel.: (17) 3234-3599 - Fax: (17) 3233-7419<br />
O editor não se responsabiliza pelas opiniões<br />
expressas pelos entrevistados.<br />
editorial 3<br />
MErcado dE construção<br />
MantéM trajEtória dE<br />
crEsciMEnto<br />
Construtoras com carteiras cheias de pedidos, canteiros de obras multiplicando-se<br />
por toda parte. A construção civil segue firme e forte em sua<br />
trajetória de crescimento, em sintonia com o boom vivido pelo conjunto<br />
da economia e beneficiando-se dos efeitos positivos dos programas habitacionais<br />
e de redesenho da infra-estrutura patrocinados pelo governo.<br />
Segundo estimativas do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção<br />
Civil do Estado de São Paulo), o ramo construtor teve em 2010 uma<br />
alta de 11% no seu PIB, o maior índice registrado desde 1986. Movimentou a<br />
soma de R$ 152,4 bilhões e gerou em torno de 300 mil empregos formais no<br />
ano passado, fazendo com que esta indústria batesse na marca inédita de 2,8<br />
milhões de postos com carteira assinada. Ainda nos cálculos do SindusCon,<br />
esta imensa cadeia produtiva processa hoje cerca de 45% dos investimentos<br />
feitos na economia brasileira.<br />
Para 2011, projeta-se um avanço mais modesto no PIB setorial, próximo<br />
de 6%. Contudo, o arrefecimento do nível de atividades neste ano tem de ser<br />
relativizado, já que os 11% do ano passado se deram sobre o crescimento zero<br />
de 2009, em razão da crise econômico-financeira global. Ou seja, não se trata<br />
de uma queda, mas de bom número, obtido sobre uma base de comparação<br />
alta em 2010.<br />
Mas, nem tudo é bonança para a construção civil. Além do cenário<br />
geral caracterizado pelo repique da inflação e pelos apertos monetário e fiscal<br />
promovidos pelo governo no sentido de esfriar a economia, há desafios<br />
específicos que o setor deverá enfrentar, como a falta de terrenos disponíveis,<br />
a abertura de novas fontes de financiamento, a morosidade na concessão<br />
de alvarás e licenças ambientais, e, evidentemente, a carência de mão de<br />
obra qualificada, apontado como o maior gargalo do setor: há escassez de<br />
trabalhadores desde os níveis funcionais mais simples até os que requerem<br />
graduação universitária.<br />
Especialistas do setor chamam a atenção para a urgência de se seguir<br />
reduzindo a carga tributária, além de racionalizar os trâmites burocráticos no<br />
licenciamento dos empreendimentos - medidas consideradas essenciais para<br />
elevar a produtividade.<br />
Temas como esses serão debatidos neste mês de março na <strong>Feicon</strong><br />
Batimat 2011, o maior evento da construção civil da América Latina e vitrine<br />
do que há de mais inovador em termos de produtos e serviços na área.<br />
Mercado Empresarial espera contribuir para esse debate com esta edição<br />
especial sobre o setor. Boa leitura!<br />
Mercado Empresarial
4<br />
06<br />
Evento<br />
14<br />
Gestão<br />
16<br />
sumário<br />
Panorama do setor<br />
Mercado de<br />
Construção<br />
segue em<br />
ritmo forte<br />
Mercado<br />
20<br />
Kassab anuncia para abril<br />
início da construção de<br />
estádio da Copa em SP<br />
Economia<br />
23<br />
<strong>Feicon</strong> Batimat 2011:<br />
o mega evento brasileiro<br />
da construção civil<br />
Legislação<br />
Projeto de lei pode<br />
obrigar construções a<br />
terem telhados brancos<br />
29<br />
desenvolvimento<br />
30<br />
Projeto Nova Luz poderá<br />
demolir e desapropriar até<br />
30% da região<br />
Meio ambiente<br />
34<br />
Setor movimentou<br />
em 2009 a soma de<br />
R$ 152,4 bilhões, o que<br />
gerou em torno de 300<br />
mil empregos formais<br />
no ano passado<br />
Planejamento para um<br />
legado sustentável da<br />
Copa de 2014<br />
Múltis brasileiras se<br />
consolidam no mercado global<br />
Geleiras vão se transformar<br />
em água<br />
sustentabilidade<br />
39<br />
Grupo Iguatemi inaugura<br />
shopping sustentável em<br />
Alphaville<br />
acessibilidade<br />
42<br />
inovação<br />
50<br />
opinião<br />
54<br />
tendência<br />
56<br />
Planejamento<br />
60<br />
dicas<br />
66<br />
cases & cases<br />
70<br />
tecnologia<br />
73<br />
Acessibilidade universal<br />
Novo sistema de resfriamento<br />
noturno para prédios<br />
corporativos<br />
Construção sustentável,<br />
compromisso que se tornará<br />
obrigação<br />
2011 com um toque de limão<br />
O paradigma do planejamento<br />
estratégico<br />
Financiamento de 25 a 30 anos<br />
é o mais procurado<br />
Rio: Mais de 10 mil unidades<br />
do ‘ Minha Casa, Minha Vida ‘<br />
Software auxilia na gestão<br />
e segurança de projetos<br />
imobiliários<br />
78 80<br />
dicas de Leitura Vitrine<br />
Fascículo Qualidade de Vida - Vol.1 Nesta edição: Habitação saudável, necessidade para se viver bem
6<br />
panorama do setor<br />
MERCADO DE CONSTRUÇÃO<br />
sEGuE coM ritMo FortE<br />
Aconstrução civil segue firme e forte em sua trajetória<br />
de crescimento, em que pesem algumas trepidações<br />
ao longo do percurso. Em sintonia com o<br />
boom vivido pelo conjunto da economia e beneficiando-se<br />
dos efeitos positivos dos programas habitacionais e de<br />
redesenho da infra-estrutura patrocinados pelo governo,<br />
as carteiras das construtoras estão<br />
repletas de pedidos, ensejando a<br />
Setor movimentou no ano multiplicação de canteiros por toda<br />
passado a soma de R$ parte.<br />
152,4 bilhões, o que gerou As estimativas do SindusCon-SP<br />
em torno de 300 mil novos (Sindicato da Indústria da Constru-<br />
empregos formais ção Civil do Estado de São Paulo),<br />
disponíveis até o fechamento desta<br />
edição de Mercado Empresarial,<br />
apontam para uma alta de 11% no PIB (Produto Interno<br />
Bruto) do ramo construtor em 2010, o maior índice<br />
registrado desde 1986. Foi movimentada a soma de R$<br />
152,4 bilhões, o que gerou em torno de 300 mil empregos<br />
formais no ano passado, fazendo com que esta indústria<br />
batesse na marca inédita de 2,8 milhões de postos com<br />
carteira assinada. Ainda nos cálculos do SindusCon, esta<br />
imensa cadeia produtiva processa hoje cerca<br />
de 45% dos investimentos feitos na economia<br />
brasileira.<br />
Para 2011, projeta-se um avanço mais modesto<br />
no PIB setorial, próximo de 6%. Contudo,<br />
o arrefecimento do nível de atividades neste<br />
ano tem de ser relativizado, adverte Eduardo<br />
Zaidan, diretor de economia do SindusCon-SP.<br />
Ele argumenta que os 11% do ano passado se<br />
deram sobre o crescimento zero de 2009, em<br />
razão da crise econômico-financeira global.<br />
“Portanto, 6% em 2011 não é exatamente uma<br />
queda. Trata-se de um bom número, obtido<br />
sobre uma base de comparação alta em 2010”,<br />
afirma ele.<br />
Vários fatores conjunturais explicam a vigorosa<br />
marcha que esta indústria vem imprimindo<br />
aos canteiros. De saída, cabe notar que o Brasil<br />
foi pouco abalado, em contraste com numerosos<br />
países, pelo tsunami financeiro eclodido em<br />
2008, tendo retomado rapidamente o prumo –<br />
a previsão oficial é de que todo o PIB nacional
mercado empresarial<br />
tenha subido 7,5% no ano passado, antevendose<br />
para 2011 um incremento de 5%.<br />
Como se sabe, a atividade construtora<br />
pauta-se por ciclos de longo prazo, visto que<br />
as etapas que cercam a contratação e execução<br />
das obras se estendem por anos a fi o. Dada<br />
esta característica, a garantia de continuidade<br />
de crescimento é vital para a prosperidade<br />
dos negócios. O intenso dinamismo de hoje,<br />
por isso, refl ete as decisões sobre projetos<br />
tomadas no passado recente. E o prognóstico,<br />
em princípio, é de que as empreitadas devam<br />
continuar a todo vapor nos tempos vindouros,<br />
a não ser que um solavanco mais drástico na<br />
rota desencadeie uma desaceleração.<br />
Bolha imobiliária no nordeste<br />
Há mesmo quem afi rme que a pujança atual<br />
está transformando o Brasil no segundo maior<br />
canteiro de obras do mundo, só perdendo para<br />
a China neste quesito. Interessante observar<br />
que até mesmo a Região Nordeste, a mais pobre<br />
do País, está vivenciando uma efetiva “bolha”<br />
imobiliária, com supervalorização dos preços<br />
de residências e terrenos. Este fenômeno está<br />
sendo atribuído, em especial, ao gigantesco<br />
afl uxo de crédito para os Estados nordestinos<br />
– calcula-se que, no período entre 2005 e<br />
2010, houve uma elevação na oferta da ordem<br />
de 330%, a maior consignada no Brasil. No<br />
Sudeste, para efeito de comparação, os volumes<br />
creditícios engordaram “apenas” 240%.<br />
Em termos mais detalhados, a demanda<br />
ascendente por imóveis comerciais e residenciais<br />
refl ete diretamente a infl uência de vetores<br />
convergentes, como o acentuado aumento dos<br />
níveis de emprego, renda e crédito da população,<br />
a alavancagem dos investimentos públicos<br />
e privados, a implantação do PAC (Programa<br />
de Aceleração do Crescimento) 1 e 2, do Minha<br />
Casa, Minha Vida 1 e 2 e das obras vinculadas<br />
à preparação da Copa do Mundo de 2014 e das<br />
Olimpíadas de 2016.<br />
Assim, por exemplo, de 2003 a 2009, a<br />
expansão real do PIB per capita foi de 2,3%<br />
na média anual. Ingressaram na classe média<br />
30,5 milhões de brasileiros e deixaram a linha<br />
“ ...6% em 2011 não é exatamente<br />
uma queda. Trata-se de um bom<br />
número, obtido sobre uma base de<br />
comparação alta em 2010 “<br />
Eduardo Zaidan, diretor de<br />
economia do Sinduscon<br />
panorama do setor<br />
da pobreza 20,5 milhões. Criou-se aí, obviamente, uma<br />
demanda reprimida por habitações de enorme magnitude,<br />
contemplada sobretudo pelo programa Minha Casa,<br />
Minha Vida.<br />
Como afi ança Zaidan, houve aumento do défi cit habitacional,<br />
já que cidadãos que antes nem sequer cogitavam de<br />
adquirir uma casa passaram a fazê-lo. “Há maior número<br />
de interessados, incluindo os de outras faixas de renda, o<br />
que alterou o perfi l da procura”, constata ele. Por sinal, o<br />
número de imóveis necessários para que cada família tenha<br />
uma moradia digna gira hoje em torno de 5,.808 milhões<br />
de unidades, conforme o levantamento mais recente do<br />
SindusCon-SP e da FGV (Fundação Getúlio Vargas).<br />
As companhias que elegeram como alvo os empreendimentos<br />
de pequeno porte estão<br />
sendo diretamente benefi ciadas por<br />
esta reviravolta. Exemplo disso é o<br />
Para 2011, projeta-se um<br />
da Construtora Faleiros, especializada<br />
avanço próximo de 6%<br />
na fabricação de casas para pessoas<br />
com faixa de renda de até três salários<br />
mínimos. Se em 2009 ela pouco trabalhou, no ano de<br />
2010, em compensação, chegou a erguer cerca de duas mil<br />
unidades na Grande São Paulo e em Campinas.<br />
“O ano passado foi realmente muito bom, tendo o<br />
Minha Casa, Minha Vida fomentado os negócios”, informa<br />
João Alberto Faleiros Júnior, diretor técnico da empresa.<br />
Para ele, 2011 está sendo igualmente promissor, havendo<br />
muitas obras encomendadas. “Temos mercado mais do<br />
que sufi ciente para nos mantermos em plena atividade”,<br />
resume ele.<br />
divisor de águas no setor<br />
Apesar de toda a controvérsia concernente à lentidão<br />
com que vem sendo implementado, o Minha Casa, Minha<br />
Vida acabou por despontar na indústria como um autêntico<br />
divisor de águas, ao balizar o planejamento e o trabalho<br />
de construtoras e demais fornecedores, além de ordenar a<br />
injeção de recursos. Em sua primeira fase, lançada em abril<br />
de 2009, a iniciativa previu a aplicação de R$ 34 bilhões em<br />
7
8<br />
panorama do setor<br />
empréstimos e subsídios para colocar em pé um milhão de<br />
residências. Em dezembro último, o que se verifi cou foi o<br />
fechamento de um milhão de contratos de fi nanciamento,<br />
mas tão-somente 230 mil casas e apartamentos foram de<br />
fato entregues, dando margem a críticas sobre atrasos<br />
no cronograma ofi cial. Zaidan julga que tais críticas são<br />
infundadas porque não levam em conta que a demora na<br />
efetivação dos projetos no setor é natural. “Entre anunciar,<br />
aprovar, contratar, construir e entregar, leva-se tempo.<br />
Não é um processo trivial. O simples cadastramento de<br />
interessados é lento”, ilustra. As contratações feitas, lembra<br />
ele, estão se concretizando agora. “Ninguém pode falar<br />
mal do programa, até porque ele aponta para a resolução<br />
da maioria dos problemas habitacionais da população de<br />
baixa renda”, defende o diretor.<br />
Já a segunda fase, conhecida como Minha Casa,<br />
Minha Vida 2, anunciada em março de 2010, delineou<br />
como meta erigir dois milhões de unidades até 2014,<br />
com investimentos iniciais de R$ 71,7 bilhões, os quais<br />
poderão chegar, com o aporte de outros fundings, a R$<br />
278,2 bilhões. Na realidade, esta nova versão do plano<br />
habitacional veio sob o guarda-chuva do PAC 2, que<br />
por sua vez previu o desembolso de R$ 1,59 trilhão em<br />
logística, energia, melhorias nos centros urbanos e áreas<br />
“ Temos mercado mais do que<br />
sufi ciente para nos mantermos em<br />
plena atividade “<br />
João Alberto Faleiros Júnior,<br />
diretor técnico da Construtora Faleiros<br />
sociais (os mesmos objetivos, a grosso modo,<br />
do PAC 1), entre 2011 e 2014.<br />
O Programa de Aceleração do Crescimento,<br />
assinala Zaidan, tem o mérito de estipular<br />
as prioridades a serem atacadas e concentrar<br />
esforços e recursos, embora se venham constatando,<br />
também aqui, retardos na execução.<br />
A questão central é que “fazer as coisas no<br />
Brasil não é fácil. Não é simples tocar projetos,<br />
criar e manter empresas”, opina o diretor do<br />
SindusCon, acrescentando que “o País inteiro<br />
está por ser feito ainda”.<br />
Com esta articulação de estímulos incidindo<br />
sobre o presente e o futuro próximo,<br />
os indicadores parciais disponíveis atestam<br />
inequivocamente o superaquecimento do mercado.<br />
De acordo com o SindusCon, o nível de<br />
emprego formal da construção brasileira cresceu<br />
15,1% no interregno janeiro-setembro de<br />
2010, comparado ao mesmo período de 2009.<br />
Em novembro, houve recorde na utilização da<br />
capacidade instalada da indústria de materiais,<br />
batendo em 91,1%. Até setembro, o consumo<br />
de cimento no ano acumulava aumento de<br />
17,1% e o de aço, de 19,1%.<br />
Complementando a análise, João Crestana,<br />
presidente do Secovi-SP (Sindicato das Empresas<br />
de Compra, Venda, Locação e Administração<br />
de Imóveis Residenciais e Comerciais<br />
de São Paulo), enfatiza que as vendas estão<br />
decolando também em outro segmento: o de<br />
habitações de alto padrão, com valor unitário<br />
superior a R$ 150 mil/R$ 170 mil.<br />
Neste nicho de negócios, o suprimento de<br />
crédito é abundante. Os recursos do SBPE<br />
(Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo)<br />
têm saltado de ano para ano. Em 2010, o montante<br />
girado foi da ordem de R$ 50 bilhões, um<br />
incremento de 43% sobre os R$ 35 bilhões de<br />
2009. Para 2011, a expectativa é de uma cifra<br />
superior a R$ 60 bilhões, o que representaria<br />
uma alta de mais de 20%.<br />
Lançamentos de imóveis<br />
A cidade de São Paulo, por exemplo, declara<br />
Crestana, espelha bem o que se passa na cena<br />
geral: em 2010, foram lançadas cerca de 34 mil
mercado empresarial<br />
unidades residenciais (casas e apartamentos),<br />
aumentando mais de 10% em relação às 30<br />
mil de 2009. A oferta de escritórios, em particular,<br />
tem subido ainda mais. Falando também<br />
da habitação popular, o presidente do Secovi<br />
recorda que este segmento, antes marcado pela<br />
escassez de recursos, reagiu sobretudo a partir<br />
dos anos 2007 e 2008. “O crescimento desta<br />
faixa não tem precedentes, em virtude dos<br />
subsídios à renda e ao crédito recebidos pelas<br />
camadas sociais mais pobres”, nota Crestana.<br />
Frente a esta coleção de bons números, o presidente<br />
do Secovi assegura que, defi nitivamente,<br />
foi superado o período de estagnação que o<br />
setor amargava desde o fi m do BNH (Banco<br />
Nacional de Habitação), em 1986.<br />
O cenário começou a virar, diz ele, com a<br />
estabilização trazida pelo Plano Real, incentivando<br />
diretamente o mercado habitacional,<br />
cujas operações são incompatíveis com taxas<br />
de infl ação elevadas. Também contribuiu favoravelmente<br />
o advento do Proer (Programa de<br />
Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento<br />
do Sistema Financeiro Nacional), que ajudou a<br />
sanear e robustecer a vertical bancária. Não se<br />
pode esquecer, nesta abordagem retrospectiva,<br />
a criação de marcos regulatórios, que propiciou<br />
a recuperação do crédito imobiliário e trouxe<br />
maior segurança aos agentes fi nanceiros,<br />
empresários e compradores. João Crestana<br />
destaca, em especial, a Lei nº 9.514, de 1997<br />
(que dispõe sobre o Sistema de Financiamento<br />
Imobiliário e institui a alienação fi duciária), e a<br />
de nº 10.931, de 2004 (a qual trata do patrimônio<br />
de afetação de incorporações imobiliárias,<br />
letras e células de crédito).<br />
“A legislação fi xou condições propícias ao<br />
setor habitacional e aos interesses da população”,<br />
sintetiza o executivo. A própria lei que<br />
regulamentou o Minha Casa, Minha Vida, de<br />
13 de abril de 2009, estabeleceu um referencial<br />
específi co para as políticas destinadas às estratos<br />
de baixa renda. De resto, “os Municípios<br />
e Estados também implementaram medidas<br />
positivas, no entendimento de que habitação é<br />
essencial para a melhora da qualidade de vida<br />
de todos”, conclui Crestana.<br />
Divulgação<br />
panorama do setor<br />
OS DESAFIOS COLOCADOS<br />
PARA O SETOR<br />
Nem tudo é bonança para a construção civil, apesar do<br />
desempenho superlativo alcançado no último ano e das<br />
boas perspectivas de expansão colocadas para 2011. Além<br />
do cenário geral caracterizado pelo repique da infl ação e<br />
pelos apertos monetário e fi scal promovidos pelo governo<br />
no sentido de esfriar a economia, há desafi os específi cos<br />
que o setor deverá enfrentar, como a falta de terrenos<br />
disponíveis, a abertura de novas fontes de fi nanciamento<br />
e, evidentemente, a carência de mão de obra qualifi cada<br />
(para um tratamento mais aprofundado deste último tema, ver o texto<br />
“Mão de obra: um grande gargalo”).<br />
Em nível macro, o que poderá<br />
Falta de terrenos e de<br />
causar uma relativa turbulência no<br />
mão de obra qualifi cada<br />
segmento é a desaceleração econô-<br />
são alguns dos entraves<br />
mica, em decorrência, sobretudo,<br />
do novo ciclo de elevação da taxa<br />
de juros defl agrado pelo Banco Central (a taxa Selic foi<br />
reajustada em janeiro para 11,25%) e do ajuste fi scal em<br />
curso (em fevereiro, foram ceifados R$ 50 bilhões no<br />
orçamento federal).<br />
“Se o crescimento cair muito, junto com a renda e o crédito<br />
de pessoas físicas e jurídicas, além dos investimentos<br />
ofi ciais, vamos sentir os efeitos em 2012 ou 2013”, admite<br />
Eduardo Zaidan, diretor de economia do SindusCon-SP.<br />
“ A legislação fi xou condições<br />
propícias ao setor habitacional e<br />
aos interesses da população.”<br />
João Crestana<br />
presidente do Secovi-SP<br />
9
10<br />
panorama do setor<br />
De seu lado, João Crestana, presidente do Secovi-SP,<br />
vê com bons olhos a tentativa de conter o ritmo de atividades,<br />
o que, a seu juízo, possibilitará gerenciar melhor os<br />
riscos. É mais aconselhável, argumenta ele, tratar o déficit<br />
habitacional tendo-se em mente o longo prazo. “Não<br />
existe dinheiro, renda e capacidade para equacionar logo<br />
esta carência. Não dá para fazer tudo em três ou quatro<br />
anos”, salienta.<br />
Nesse contexto, embora critique o excesso de burocracia,<br />
ele julga que a seletividade dos bancos no momento de<br />
repassar o dinheiro é positiva: “Empréstimos devem ser<br />
concedidos apenas para quem pode pagar”, recomenda ele.<br />
Em vista dos volumes de crédito na praça, Crestana lembra<br />
que a LTV (Loan-to-Value) – razão entre o montante dos<br />
empréstimos e as garantias dadas, usada para determinar o<br />
risco de uma operação – saltou de aproximadamente 50%<br />
para 62% nos financiamentos imobiliários no Brasil hoje.<br />
“Em outros países, chega-se aos 90%, o que é exagerado.<br />
Um nível abaixo de 80% é o desejável”, pondera ele.<br />
Em relação à escassez de terrenos, principalmente<br />
para moradias de interesse social nos centros urbanos,<br />
o SindusCon-SP vem preconizando a união de esforços<br />
do governo federal, estadual e municipal para solucionar<br />
a questão. Zaidan chama a atenção para a urgência de se<br />
seguir reduzindo a carga tributária, além de racionalizar<br />
os trâmites burocráticos no licenciamento dos empreendimentos:<br />
“Essas medidas são essenciais para elevar a produtividade,<br />
de modo que as construtoras possam continuar<br />
contribuindo para o crescimento do PIB”, situa ele.<br />
Morosidade nos alvarás<br />
Tocando no mesmo ponto, João Crestana critica<br />
particularmente a morosidade na concessão de alvarás<br />
e licenças ambientais, documentos de encaminhamento<br />
complicado nas prefeituras, bancos e cartórios, entre outras<br />
instâncias envolvidas. Este obstáculo, somado ao aumento<br />
das vendas, à falta de mão de obra e<br />
Morosidade na concessão<br />
de materiais, além das fortes chuvas<br />
de alvarás e licenças<br />
nos últimos dois anos, têm ocasionado<br />
atrasos nas entregas.<br />
ambientais<br />
“Mesmo assim, o grosso das<br />
projetos é concluído no prazo, havendo<br />
dificuldades pontuais”, adiciona ele, ressalvando que<br />
se trata das “dores do crescimento”. Outro entrave que<br />
emerge no horizonte mais à frente é a possível rarefação<br />
dos recursos da poupança. Apesar de ainda haver crédito<br />
em abundância neste ano, a ideia das entidades setoriais<br />
é promover debates e estudos para atrair novos<br />
fundings para a produção e aquisição de<br />
imóveis.<br />
Desse modo, no levantamento feito pelos<br />
especialistas, os Fundos de Pensão acumulam<br />
sozinhos mais de R$ 500 bilhões. Esse número<br />
pode ser acrescido pelas reservas técnicas das<br />
seguradoras, estimadas em torno de R$ 200<br />
bilhões.<br />
Na mesma linha, as LCI (Letras de Crédito<br />
Imobiliário) e os CRI (Certificados de Recebíveis<br />
Imobiliários) e todo o segmento de<br />
securitização de recebíveis são considerados<br />
instrumentos a serem otimizados.<br />
Traçando um retrato mais acurado da conjuntura<br />
atual e de seus desdobramentos daqui<br />
por diante, os resultados da 45ª Sondagem<br />
Nacional da Indústria da Construção, realizada
mercado empresarial<br />
em novembro último pelo SindusCon-SP e pela<br />
FGV (Fundação Getúlio Vargas), mostram, ao<br />
mesmo tempo, a continuidade do otimismo em<br />
relação ao futuro e a inquietação com os óbices<br />
colocados para a sustentação do crescimento.<br />
Um ano depois de manifestarem entusiasmo<br />
com as previsões para 2010, os construtores<br />
– foram consultados 226 deles, das<br />
diversas regiões do País – viram superadas suas<br />
melhores expectativas.<br />
Doravante, eles acreditam que o crédito<br />
imobiliário continuará em expansão e os lançamentos<br />
serão voltados fundamentalmente<br />
para famílias de média e baixa renda.<br />
Todavia, como a atividade econômica<br />
acusou desaceleração, a pesquisa detectou<br />
moderação no otimismo. Fato a ressaltar é que<br />
a deterioração do indicador de perspectivas<br />
panorama do setor 11<br />
setoriais vem ao encontro dos últimos resultados sobre<br />
emprego, na medida que o segmento tem registrado<br />
desde setembro diminuição no ritmo de contratação de<br />
trabalhadores.<br />
Outra dificuldade percebida pelos empresários ao longo<br />
do ano prende-se aos custos, que subiram especialmente<br />
no primeiro semestre. Depois de recuar em agosto, houve<br />
nova percepção de elevação em novembro. A mão de<br />
obra tem sido o componente que mais tem pressionado<br />
os gastos em 2010, havendo, aliás, um sentimento generalizado<br />
de que a escassez de capital humano será um dos<br />
pontos críticos em 2011, ameaçando a manutenção do<br />
crescimento.<br />
Finalmente, as empresas consultadas manifestaram<br />
disposição de investir em novas tecnologias, máquinas e<br />
equipamentos.
12<br />
panorama do setor<br />
MÃO DE OBRA:<br />
uM GrandE GarGaLo<br />
Tornou-se repetitivo apontar a falta de mão de obra<br />
qualifi cada como um dos maiores, senão o maior,<br />
dos gargalos que estão impactando as empresas brasileiras,<br />
em numerosos ramos da economia. Sem dúvida,<br />
porém, a construção civil é um dos setores que mais se vêm<br />
ressentindo da escassez de trabalhadores, desde os níveis<br />
funcionais mais simples até os que requerem graduação<br />
universitária.<br />
Além das causas genéricas do problema, de ordem<br />
estrutural (crise do ensino público, insufi ciências na formação<br />
propiciada pelas escolas técnicas e superiores, entre<br />
outras), os construtores sofrem hoje as sequelas diretas<br />
da estagnação vivida no transcurso de duas décadas. Em<br />
tempos de vacas magras, a formação de profi ssionais foi<br />
relegada a um plano secundário nas agendas corporativas.<br />
Quando os ventos mudaram de direção e passaram a<br />
favorecer francamente os negócios, a carência de capital<br />
humano adquiriu contornos agudos.<br />
“Este vem sendo o nosso calcanhar-de-aquiles. Todo o<br />
mercado está aquecido e temos visto empreiteiras subtraindo<br />
empregados dos concorrentes”, observa João Alberto<br />
Faleiros Júnior, diretor técnico da Construtora Faleiros.<br />
Ele acrescenta que as políticas de formação profi ssional<br />
patrocinadas pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da<br />
Construção Civil do Estado de São Paulo) não benefi ciam<br />
companhias de pequeno porte.<br />
No relato de Antonio de Sousa Ramalho, presidente do<br />
Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias<br />
da Construção Civil de São Paulo), o não preenchimento<br />
de vagas está acarretando o descumprimento dos prazos de<br />
“ O não cumprimento das vagas está acarretando<br />
o descumprimento dos prazos de<br />
entrega das obras, que estão atrasando<br />
12 meses em média, sem contar o acabamento<br />
fi nal de péssima qualidade devido<br />
ao despreparo dos funcionários ”<br />
Antonio de Sousa Ramalho<br />
presidente do Sintracon - SP<br />
entrega das obras, que estão atrasando 12 meses<br />
em média. “Sem contar o acabamento fi nal de<br />
péssima qualidade devido ao despreparo dos<br />
funcionários”, arremata ele.<br />
Um refl exo claro do descompasso entre<br />
oferta e procura de mão de obra está no incremento<br />
da massa salarial gerada na área construtora.<br />
Com o ascenso do mercado imobiliário e a<br />
retomada dos investimentos em infraestrutura,<br />
foram engordados os ganhos dos trabalhadores,<br />
que têm conquistado reajustes elevados,<br />
num quadro em que as empresas disputam<br />
ferrenhamente os melhores profi ssionais, acenando<br />
com remunerações mais atraentes.<br />
Aumento acima da infl ação<br />
Dessa maneira, o conjunto dos salários neste<br />
segmento subiu, entre janeiro e novembro de<br />
2010, 18,2% acima da infl ação, na comparação<br />
com o mesmo período de 2009, de acordo<br />
com levantamento realizado pela Tendências<br />
Consultoria Integrada, com base nas informações<br />
da PME (Pesquisa Mensal de Emprego)<br />
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografi a e<br />
Estatística).<br />
Esta performance, para se fazer um paralelo,<br />
é muito superior aos 7,3% consignados<br />
na economia como um todo e aos 4,3% da<br />
indústria em geral. E vale lembrar que o avanço<br />
na construção, ainda segundo o estudo da<br />
Tendências, ocorre em cima de um patamar por<br />
si só elevado – de 2007 a 2009, a massa salarial<br />
do setor já tinha aumentado quase 30%. De janeiro<br />
a novembro de 2010, o nível de ocupação<br />
aumentou em 6,5%. No presente momento,<br />
estão formalmente empregados cerca de 2,8<br />
milhões de trabalhadores no ramo em todo<br />
o País, com o Estado de São Paulo abrigando<br />
aproximadamente 760 mil deles.
mercado empresarial<br />
Para dinamizar o recrutamento, Ramalho<br />
preconiza que “governos, empresas e entidades<br />
de ensino como o Senai precisam ter foco<br />
no treinamento, após vários anos sem investimentos<br />
com este fi m”. A juízo de Eduardo<br />
Zaidan, diretor de economia do Sinduscon-<br />
SP, a formação de mão de obra não pode ser<br />
preocupação de um setor isolado, tendo, pelo<br />
contrário, de ser alvo de uma efetiva política<br />
nacional neste sentido, mobilizando toda a<br />
sociedade, em todos os quadrantes do País. “É<br />
preciso pensar em todas as profi ssões, encetando<br />
um esforço abrangente de qualifi cação<br />
e requalifi cação”, frisa ele.<br />
Para atacar concretamente o problema,<br />
há cerca de dois anos o Sindicato das Construtoras<br />
paulistas fi rmou convênio com o<br />
Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem<br />
Industrial) a fi m de que, no Estado de São<br />
Paulo, fossem instaurados e disseminados os<br />
chamados “canteiros escolas”, nos quais os<br />
aprendizes assimilam conhecimentos práticos<br />
durante o horário de trabalho.<br />
Ponderando que forjar mão de obra é um<br />
processo demorado, Haruo Ishikawa, vicepresidente<br />
de capital e trabalho do SindusCon,<br />
afi rma que a melhor forma de qualifi car é<br />
colocar o iniciante em contato direto com<br />
o batente cotidiano. “Ali ele recebe também<br />
aulas teóricas com instrutores do Senai, além<br />
de educação geral em nível básico, com aulas<br />
de matemática e português”, explica ele. Em<br />
torno de 40% dos alunos são serventes e<br />
ajudantes, situados na escala mais baixa do<br />
quadro de funções.<br />
De resto, a passagem pelos canteiros, prossegue<br />
o vice, possibilita incentivar os operários<br />
a permanecerem vinculados às empresas, em<br />
vez de partirem para o mercado informal, de<br />
autoconstrução, como muito frequentemente<br />
se verifi ca com os formandos nas escolas<br />
especializadas que o Senai mantém na capital<br />
paulista e em Bauru, interior de São Paulo.<br />
Segundo o SindusCon-SP, em 2009 e 2010,<br />
foram capacitados entre 48 mil e 50 mil trabalhadores<br />
por ano no Estado, nos cerca de<br />
900 canteiros existentes.<br />
panorama do setor<br />
ampliação dos programas<br />
Antonio Ramalho, contudo, considera muito tímidos<br />
os resultados amealhados até agora com a iniciativa. “Seria<br />
essencial que as construtoras ampliassem esta política, para<br />
fazer realmente a diferença. Hoje, as maiores empreiteiras<br />
já estão adotando medidas por conta própria”, salienta<br />
ele. O presidente do Sintracon assevera que a educação é<br />
imprescindível até para permitir aos operários lidarem com<br />
ferramentas e materiais novos, fato que exige habilidades<br />
de leitura e escrita.<br />
No que concerne à disponibilidade de engenheiros, Haruo<br />
Ishikawa assinala que a situação também é preocupante,<br />
pois os formandos não têm qualifi cação para tocar empreendimentos<br />
de imediato, sendo necessários cinco anos de<br />
experiência para se capacitarem adequadamente. Mesmo assim,<br />
o vice nota que o mercado está repleto até de estagiários,<br />
alunos de quarto ou quinto anos de engenharia, na tentativa<br />
de preencher as vagas. Um dado positivo, ressalva ele, é que<br />
“as construtoras estão conseguindo conter a migração de<br />
profi ssionais para outras áreas da economia”. Por fi m, está-se<br />
buscando encetar a modernização dos currículos acadêmicos<br />
para contemplar as demandas dos empregadores.<br />
A introdução de inovações técnicas é cada vez mais<br />
indispensável para impulsionar a produtividade e reduzir a<br />
intervenção humana. Ramalho cita, por exemplo, as instalações<br />
hidráulicas com materiais mais leves; a fi ação fl exível<br />
na parte elétrica; as peças pré-fabricadas ou pré-moldadas<br />
– como blocos de cerâmica, alvenarias, fôrmas, ligas e pilares<br />
– para agilizar as montagens; os rebocos praticamente<br />
prontos para utilização. “Todos estes recursos eliminam o<br />
grosso da mão de obra que era anteriormente mobilizada”,<br />
comenta o presidente do Sintracon-SP.<br />
O uso intensivo de novos produtos, porém, deve restringir-se<br />
inicialmente às grandes construtoras. Só depois,<br />
avalia João Alberto Faleiros, esta tendência chegará aos<br />
pequenos players. “Não dispomos de capital para investir<br />
nisso no momento, dado que trabalhamos com margens<br />
muito diminutas”, argumenta ele.<br />
“ Ali ele recebe também aulas teóricas<br />
com instrutores do Senai, além de educação<br />
geral em nível básico, com aulas<br />
de matemática e português “<br />
Haruo Ishikawa<br />
vice-presidente de capital e<br />
trabalho do Sinduscon - SP<br />
13
14<br />
evento<br />
FEICON BATIMAT<br />
2011<br />
O MEGA EVENTO BRASILEIRO<br />
DA CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
Com vinte anos de trajetória nacional e quarenta<br />
de história internacional, a <strong>Feicon</strong> Batimat 2011<br />
(Feira Internacional da Indústria da Construção)<br />
consolida-se como o grande evento brasileiro no setor<br />
da construção civil. Organizado e promovido pela<br />
Reed Exhibitions Alcantara Machado, acontece entre<br />
os dias 15 e 19 de março, das 10h às 19h, no Pavilhão<br />
de Exposições do Anhembi, em São Paulo.<br />
Apresentando tendências e trazendo conhecimento<br />
e soluções inovadoras a engenheiros, arquitetos, decoradores,<br />
construtores, incorporadores, lojistas de materiais<br />
de construção, representantes de<br />
Feira completa 20 anos de home centers, compradores es-<br />
trajetória nacional e 40 de trangeiros, além de consumidores<br />
história internacional<br />
fi nais, a <strong>Feicon</strong> mostra setores tão<br />
diversos como ar condicionado,<br />
lazer, segurança, estruturas metálicas,<br />
esquadrias, gesso, hidrômetros, caixas d’agua, impermeabilização,<br />
isolamento termoacústico, persianas,<br />
piscinas e pisos industriais, entre outros.<br />
A feira ocupa os totais 85.000 metros quadrados do<br />
Pavilhão e a expectativa é receber 175 mil visitantes<br />
compradores. Com 750 expositores, de 21<br />
países, a <strong>Feicon</strong> Batimat 2011 deve revelar cerca<br />
de 2.500 lançamentos de produtos e serviços.<br />
Entre as empresas participantes, estão: Aliança,<br />
Ananda Metais, Astra, Âncora, Anchortec,<br />
Artecola, Bemfi xa, Blukit, Bramex, Brasilux,<br />
Cardal, Condor, Cris-metal, Companhia Siderúrgica<br />
Nacional, Dacar Química, Deca, Delker<br />
Plásticos, Denver Impermeabilizantes, Ducha<br />
Corona, Duratex, Eternit, Eucatex, Europvc,<br />
Fabrimar, Famastil, Fame, Fani, Fixtil, Gerdau,<br />
Haga, Henkel, IBRAP, ICASA, Kapazi, Komlog,<br />
Krona, Lorenzetti, Lwart Química, Metalurgica<br />
Arouca, Orbis Mertig Do Brasil, Otto Baumgart,<br />
Ouro Fino, Pado, Papaiz, Perlex, Placo do Brasil,<br />
Plastilit, Saint-Gobain, Sasazaki, Schneider<br />
Electric Brasil, SFERA, Shark Brasil, SIEMENS,<br />
Sika, Simon, Stam Metalurgica, Thermosystem,<br />
Tigre, Torres & Cia, Viapol, Votorantim, Weber<br />
Maschinente Chnik, Yale La e Weber .
mercado empresarial<br />
núcleo de conteúdo: economia<br />
e sustentabilidade<br />
Além de servir como vitrine para produtos<br />
e serviços, a <strong>Feicon</strong> Batimat auxilia o<br />
crescimento do setor por meio da difusão<br />
de conteúdo, através de seminários realiza-<br />
dos simultaneamente à Feira, entre 15 e 18<br />
de março, no Hotel Holiday Holiday Inn (anexo ao<br />
Pavilhão do Anhembi).<br />
No Núcleo de Conteúdo, o tema construção<br />
sustentável ganha destaque com a<br />
realização da II Conferência “A Certifi cação<br />
da Construção Sustentável na França e no<br />
FEI- CON<br />
Brasil”, o Seminário Sistemas Construti- Construti-<br />
vos para Habitações Econômicas e o III<br />
Seminário Green Building Council: Cons-<br />
truindo um Brasil Sustentável. O Núcleo,<br />
que discute boas práticas entre construção<br />
civil e sustentabilidade, vai trazer importantes<br />
palestrantes desse segmento como Ian<br />
McKee, co-autor do plano Copa Verde para<br />
o Brasil, e Siegberti Zanettini, responsável<br />
pela reestruturação do Centro de Pesquisas<br />
da Petrobras.<br />
No dia 16, a Fundação Vanzolini apresentará<br />
a evolução da primeira certifi cação<br />
inteiramente brasileira para construções<br />
sustentáveis, a AQUA (Alta Qualidade<br />
Ambiental) na II Conferência Certifi cação<br />
da Construção Sustentável na França e no<br />
Brasil. E para relatar ainda experiência francesa<br />
com o HQE, certifi cação equivalente a<br />
AQUA na França, estão confi rmados o Diretor<br />
de Desenvolvimento da CERQUAL,<br />
Xavier Daniel, e o Gerente de projetos da<br />
CERTIVÉA, Pascal-Philippe Cloix.<br />
Além de discutir as soluções ecológicas<br />
para a construção civil, o aspecto econômico<br />
do setor também será abordado no<br />
dia 17 com o Seminário Sistemas Construtivos<br />
para Habitações Econômicas.<br />
Sob curadoria da Editora Pini, o evento<br />
vai abordar um importante desafi o para o<br />
Brasil: alternativas para construir em larga<br />
escala com qualidade e baixo custo em um<br />
país que ainda tem um défi cit de 5,6 milhões<br />
de moradias. O engenheiro e pesquisador<br />
do IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológica<br />
do Estado de São Paulo), Claudio Mitidieri,<br />
vai falar a respeito das inovações e avanços<br />
Foto: Ítalo Leme<br />
Feira prevê cerca de 175 mil<br />
visitantes compradores para<br />
a edição 2011<br />
sobre o tema.A construção civil tem<br />
promessa de crescimento acelerado<br />
segundo a CNI (Confederação<br />
Nacional da Indústria). Porém, de<br />
acordo com dados do World Green<br />
Building Council, o setor também é<br />
responsável por 42% do consumo de<br />
Energia e por 35% das emissões de<br />
poluentes no Brasil. Pensando nisso,<br />
no dia 18, os principais arquitetos<br />
e engenheiros LEED vão discutir<br />
no III Seminário Green Building<br />
Council: Construindo um Brasil Sustentável,<br />
temas como a Copa Verde<br />
no Brasil e a busca pela certifi cação<br />
LEED do Novo Estádio de Brasília,<br />
as Olimpíadas Verdes de Londres, a<br />
construção da primeira escola verde<br />
no Brasil e a experiência na reformulação<br />
do CENPES da Petrobras.<br />
“Serão aproximadamente 18<br />
horas de discussões intensas sobre o<br />
panorama e o futuro da Construção<br />
Civil. Os participantes poderão conferir<br />
ainda debates sobre as atividades<br />
e ações que o mercado da construção<br />
sustentável desenvolveu”, diz<br />
Márcia Coimbra, Gerente Unidade<br />
de Negócios Conferências da Reed<br />
Exhibitions Alcantara Machado. Os<br />
15 palestrantes, nacionais e internacionais,<br />
vão apresentar soluções e<br />
discutir o que há de mais moderno<br />
no mundo do setor que representa<br />
9% do PIB brasileiro ME<br />
evento<br />
FEICON BATIMAT<br />
A 19ª FEICON BATIMAT (Feira Internacional<br />
da Indústria da Construção)<br />
terá o apoio das principais e mais<br />
representativas entidades do setor:<br />
ABIMAQ (Associação Brasileira de<br />
Máquinas e Equipamentos), ABMA-<br />
CO (Associação Brasileira de Materiais<br />
Compósitos), ABRAFATI (Associação<br />
Brasileira dos Fabricantes<br />
de Tintas), ABRAMAT (Associação<br />
Brasileira da Indústria de Materiais<br />
de Construção), AFEAÇO (Associação<br />
Nacional dos Fabricantes de Esquadrias<br />
de Aço), AMESSP (Associação<br />
de Metais Sanitários de São Paulo),<br />
ANAMACO (Associação Nacional<br />
dos Comerciantes de Material de<br />
Construção), ANICER (Associação<br />
Nacional da Indústria Cerâmica),<br />
FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO ES-<br />
TADO DE SÃO PAULO, SIAMFESP<br />
(Sindicato da Indústria de Artefatos<br />
de Metais Não Ferrosos do Estado<br />
de São Paulo), SINCOMAVI (Sindicato<br />
do Comércio Varejista de Material<br />
de Construção, Maquinismos, Tintas,<br />
Louças e Vidros da Grande São<br />
Paulo), SINDILUX (Sindicato das<br />
Indústrias de Lâmpadas, Aparelhos<br />
Elétricos e Iluminação do Estado de<br />
São Paulo), SINDUSCON-SP (Sindicato<br />
da Indústria da Construção<br />
Civil do Estado de São Paulo) e<br />
SINAENCO (Sindicato da Arquitetura<br />
e da Engenharia).<br />
15
16<br />
O<br />
gestão<br />
PLANEJAMENTO<br />
PARA UM LEGADO SUSTENTáVEL DA<br />
COPA DE 2014<br />
Juan Quirós é presidente<br />
do Grupo Advento e<br />
membro do Conselho<br />
Global de Construção<br />
Sustentável do World<br />
Economic Forum - WEF.<br />
direito de sediar a Copa<br />
do Mundo de 2014, em 12<br />
cidades, e a Olimpíada de<br />
2016, no Rio de Janeiro, somente<br />
irá concretizar-se como grande e<br />
positiva conquista se viabilizar o resgate<br />
dos gargalos da infraestrutura<br />
e, ao mesmo tempo, consolidar o<br />
conceito de construções verdes no<br />
Brasil. Essas duas metas devem ser<br />
contempladas pelos investimentos<br />
realizados em estádios, estradas, aeroportos e ferrovias,<br />
dentre outras obras, pois o mais importante das duas<br />
competições é o legado para o País e o seu impacto de<br />
longo prazo.<br />
Assim, é necessário fazer com precisão a lição de casa<br />
preparatória à realização dos dois maiores eventos do calendário<br />
esportivo mundial, a começar pelo cumprimento<br />
das exigências da Fifa. Neste sentido, é sempre pertinente<br />
enfatizar que, desde 2006, quando ocorreu a Copa da<br />
Alemanha, a entidade maior do futebol estabeleceu como<br />
regra geral para toda a infraestrutura, em especial de estádios,<br />
os princípios da construção civil sustentável. Que<br />
2014, portanto, seja um marco para a defi nitiva disseminação<br />
e consolidação desse conceito no País. Esta, sem<br />
dúvida, seria uma preciosa herança!<br />
O signifi cado das construções verdes tornase<br />
mais evidente neste momento que se segue<br />
à realização da Conferência do Clima de Cancun<br />
(COP 16), no México. Não será possível<br />
celebrar um acordo multilateral para reverter o<br />
aquecimento terrestre sem a adoção em larga<br />
escala do conceito de sustentabilidade pelo<br />
setor da construção civil. Afi nal, sabe-se que<br />
cerca de 40% das emissões mundiais de Co2<br />
advêm dos edifícios. No Brasil, as construções<br />
são responsáveis por 44% de toda a energia<br />
consumida (22% são relativos ao uso residencial;<br />
14%, comercial; e 8%, prédios públicos).<br />
Por juan Quirós*<br />
Segundo o Conselho Brasileiro<br />
de Construção Sustentável<br />
(CBCS), os chamados prédios<br />
verdes podem gerar economia<br />
de até 40% no volume de<br />
água e 30% na eletricidade.<br />
Segundo o Conselho<br />
Brasileiro de Construção<br />
Sustentável (CBCS), os<br />
chamados prédios verdes<br />
podem gerar economia<br />
de até 40% no<br />
volume de água e 30% na<br />
eletricidade. Para isso, é<br />
preciso investimento em<br />
tecnologias ambientais<br />
equivalente a cerca de<br />
5% do valor da edifi cação. Além dos ganhos<br />
ecológicos para os indivíduos e a sociedade,<br />
estudo do Banco Mundial demonstra que a<br />
melhoria da efi ciência energética nas construções<br />
pode diminuir em 25% o consumo<br />
de eletricidade no Brasil, Índia e China. Isso<br />
signifi caria imensa economia de recursos e<br />
evitaria expressiva emissão dos gases de efeito<br />
estufa.<br />
Os dados são claros para se entender que<br />
a importância da Copa do Mundo e da Olimpíada<br />
para o Brasil transcende à mera circunstância<br />
das competições. Por isso, é motivo de<br />
preocupação o fato de ainda estar incipiente<br />
o processo de preparação, em especial se<br />
considerarmos que faltam apenas três anos e<br />
meio para a bola da Fifa rolar em gramados<br />
nacionais. Quando se observa a pândega relativa<br />
ao estádio a ser construído em São Paulo, o<br />
risco de colapso aeroportuário, dúvidas quanto<br />
à viabilidade do trem-bala entre as capitais<br />
paulista e fl uminense e a falta de sincronia no<br />
cronograma das obras, fi ca evidente a necessidade<br />
de um planejamento efi caz. Sem isso,<br />
o anacrônico improviso irá encarregar-se de<br />
prover estádios bonitos para a Copa do Mundo,<br />
mas o legado, que é o fundamental, seria<br />
catastrófi co ME<br />
Divulgação
18<br />
A<br />
mercado<br />
ODERBRECHT: FAMÍLIA GRADIN<br />
BriGa Para MantEr os<br />
20% da EMPrEsa<br />
família Gradin, maior acionista da Odebrecht depois<br />
dos fundadores que emprestam seu nome ao<br />
grupo, briga na Justiça do Estado da Bahia para<br />
permanecer com os 20,6% das ações que detém no conglomerado,<br />
segundo o jornal Valor. A ação foi movida pela<br />
Graal Participações, que representa os<br />
Gradin, contra a Kieppe Participações,<br />
empresa da família Odebrecht.<br />
A Kieppe detém 62,3% da Odebrecht<br />
Investimentos, holding que<br />
controla todos os negócios do grupo,<br />
cujo faturamento em 2009 foi de R$<br />
40,6 bilhões. Um dos maiores conglomerados<br />
do país, a Odebrecht atua em<br />
mais de dez áreas de negócios, desde<br />
construção pesada, petroquímica, energia<br />
a óleo e gás. O impasse entre os Gradin e os Odebrecht<br />
começou em outubro passado, durante reunião do conselho<br />
da companhia. Na pauta estava em discussão a venda da<br />
participação dos acionistas minoritários do grupo.<br />
A Odebrecht Investimentos tem um acordo desde<br />
2001 (válido até 2021), do tipo “partnership”, no qual há<br />
opções recíprocas de compra e venda de ações que passam<br />
a vigorar quando o acionista atinge uma idade defi nida (o<br />
grupo não informou o teto), um determinado tempo de<br />
empresa ou deixa a condição de administrador.<br />
A ação foi movida pela<br />
Graal Participações,<br />
que representa os<br />
Gradin, contra a Kieppe<br />
Participações, empresa<br />
da família Odebrecht<br />
O valor das ações para o exercício das<br />
opções é defi nido anualmente, nos últimos<br />
dez anos, pelo banco Credit Suisse. O jornal<br />
Valor apurou que o conselheiro do grupo<br />
Victor Gradin e seus fi lhos Bernardo (expresidente<br />
da Braskem, braço petroquímico<br />
do grupo) e Miguel (que estava à frente da<br />
divisão de Óleo e Gás da companhia) não têm<br />
interesse em se desfazer de suas participações<br />
na companhia.<br />
Eles afi rmaram no processo que tentaram<br />
buscar solução consensual, mas, como não<br />
houve acordo, foram à Justiça para que a questão<br />
seja solucionada por mediação ou arbitragem.<br />
A diferença de estilos entre os herdeiros<br />
da nova geração na condução dos negócios do<br />
grupo teria provocado a ruptura da parceria<br />
profi ssional entre os antigos aliados, fi rmada<br />
há quase 40 anos.<br />
Victor Gradin chegou em 1974 ao grupo,<br />
convidado por Norberto Odebrecht, fundador<br />
da companhia, para ser seu braço direito e<br />
ajudá-lo na expansão do conglomerado além<br />
das fronteiras do Nordeste. A Odebrecht alega<br />
que exerce seu direito de opção de compra das<br />
ações e nega litígio entre as partes ME
mercado empresarial<br />
Construir e reformar está mais caro. O<br />
preço de alguns materiais de construção<br />
subiu mais do que a infl ação no período<br />
de novembro de 2009 a outubro deste ano. A<br />
areia foi o produto que registrou a maior alta,<br />
de 37,97% nesse intervalo de tempo, segundo<br />
levantamento do Departamento Intersindical<br />
de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos<br />
(Dieese), referente a cidade de São Paulo. No<br />
mesmo período, a infl ação medida pelo ICV<br />
foi de 5,85%.<br />
De acordo com o presidente da Associação<br />
Nacional dos Comerciantes de Material de<br />
Construção (Anamaco), Claudio Conz, o encarecimento<br />
da areia é explicado pela questão<br />
geográfi ca. “Cada vez mais esse material precisa<br />
ser transportado de locais mais distantes dos<br />
grandes centros consumidores, o que faz com<br />
que ele fi que mais caro. E com a demanda<br />
aquecida, o que chega é areia de longe de São<br />
Paulo”, diz.<br />
Outros materiais básicos também subiram<br />
de preço como o cimento e o tijolo, 7,46% e<br />
13,89% respectivamente. Para Conz, há ainda<br />
um problema logístico enfrentado pela capital.<br />
“Com restrição de horário de circulação e de<br />
vias em que os caminhões passam, o preço<br />
dos produtos para obra tem subido na cidade<br />
consideravelmente. O frete para entrega desse<br />
mercado<br />
REFORMAR ESTá ATÉ<br />
37% Mais caro<br />
material, tanto nas lojas quanto para o consumidor, fi cou mais<br />
caro por causa dessa limitação, pois os caminhões só podem<br />
circular à noite, o que aumenta custos”, diz. “E para o material<br />
básico isso é pior, pois o consumidor não pode comprar e<br />
colocar no carro. Não tem como”, comenta.<br />
Para o presidente do conselho do Programa de Administração<br />
de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração<br />
(FIA), Claudio Felisoni de Angelo, o encarecimento do<br />
material de construção também está<br />
relacionado ao aumento da demanda.<br />
“A massa real de salário cresceu 8,5%<br />
no último ano e a parcela que mais<br />
sofreu esse impacto foi a classe intermediária<br />
de renda. E eles respondem<br />
por 70% do consumo de material de<br />
Areia foi o produto<br />
que registrou maior<br />
alta<br />
construção no varejo. Com a melhora do salário, eles estão<br />
consumindo mais e a oferta de produto se reduz, o que faz os<br />
preços subirem”, afi rma ele.<br />
Segundo Felisoni, o que pesa contra o consumidor desses<br />
produtos é a necessidade de transporte do material. “Por mais<br />
que o consumidor faça pesquisa de preço, ele acaba tendo que<br />
escolher uma loja perto de casa por causa do valor do frete.<br />
Quando se olha preço de material, o custo da entrega também<br />
precisa ser levado em consideração”, diz.<br />
Outro custo que subiu para a construção foi a de mão de<br />
obra: 8,51% nos últimos 12 meses. Soma-se a isso a escassez<br />
de profi ssionais qualifi cados, afi rmam representantes do setor.<br />
(Fonte: Acomac) ME<br />
19
20<br />
A<br />
mercado<br />
KASSAB ANUNCIA<br />
Para aBriL inÍcio da construção<br />
dE EstÁdio da coPa EM sP<br />
construção do estádio da abertura<br />
da Copa do Mundo de 2014, em<br />
São Paulo, começará no início de<br />
abril, informou em 25/2 último o prefeito<br />
Gilberto Kassab (DEM). O governador<br />
Geraldo Alckmin (PSDB) se comprometeu<br />
a levar uma linha de metrô até o<br />
estádio, que pertencerá ao Corinthians.<br />
Os anúncios foram feitos pelo prefeito e pelo governador<br />
após reunião com a presidente Dilma Rousseff e<br />
os ministros do Esporte, Orlando Silva, e da Casa Civil,<br />
Antonio Palocci, em São Paulo.”Chegamos a um acordo.<br />
Para os três poderes, é o “Itaquerão”.<br />
O projeto arquitetônico está aprovado, e o governo<br />
federal fará investimentos de R$ 400 milhões via BN-<br />
DES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico<br />
e Social] para a construção do estádio. Em contrapartida,<br />
São Paulo vai investir na infraestrutura viária da região.<br />
Teremos uma estação de metrô na porta do estádio, com<br />
metrô a cada 90 segundos e trem de quatro em quatro<br />
minutos”, afi rmou Alckmin.<br />
”Vamos transformar a região de Itaquera em um polo<br />
logístico, com investimentos na área de transportes”, declarou<br />
o governador. Kassab disse não saber se o estádio<br />
do Corinthians estará pronto para a abertura da Copa das<br />
Confederações, em 2013.<br />
“Falando como engenheiro, pode estar pronto, dependendo<br />
da construtora. Mas se não estiver pronto, teremos<br />
outros estádios, como o próprio Morumbi e a Arena do<br />
Palmeiras, que já estará concluída”, afi rmou Kassab.<br />
Governador<br />
Geraldo Alckmin se<br />
compromete a levar<br />
metrô até o estádio<br />
Pendências<br />
Kassab informou que deve se reunir neste mês de março<br />
com representantes do Ministério<br />
Público para resolver pendências<br />
relacionadas ao terreno onde o<br />
estádio será construído, no bairro<br />
de Itaquera, na Zona Leste de São<br />
Paulo. Em seguida, será publicado<br />
um edital como “sinal verde”<br />
para que o Corinthians comece a<br />
construção do estádio.<br />
”Estamos acertando uma última pendência<br />
do terreno com o Ministério Público, e contamos<br />
com a compreens ão deles para o apoio em<br />
um evento tão importante para a cidade.<br />
Estamos fazendo um pacto para trabalharmos<br />
juntos e faremos um encontro com<br />
o Ministério Público, junto com o Corinthians<br />
e a prefeitura, para fi nalizarmos o processo”,<br />
disse Kassab. A área do CT de Itaquera, com<br />
mais de 200 mil metros quadrados, pertencia à<br />
prefeitura e foi concedida ao clube paulistano,<br />
em 1988, para ser usufruída por 90 anos. Segundo<br />
o Ministério Público, em contrapartida,<br />
o Corinthians se comprometeu a construir um<br />
estádio em cinco anos, mas isso não foi cumprido<br />
no prazo estabelecido. O Ministério Público<br />
ajuizou, em 2001, uma ação civil pública para<br />
que o Corinthians devolva à Prefeitura de São<br />
Paulo o terreno. A ação foi movida depois que<br />
uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)<br />
na Câmara Municipal divulgou que o clube desrespeitou<br />
o acordo da concessão, e a Prefeitura<br />
não cobrou a devolução do terreno.<br />
Fonte: G1<br />
Divulgação
mercado empresarial<br />
BRASIL E<br />
VENEZUELA VÃO<br />
INTENSIFICAR<br />
PARCERIAS EM<br />
SETORES COMO<br />
MINERAÇÃO E<br />
PETRÓLEO<br />
O<br />
s governos do<br />
Brasil e da Venezuela<br />
devem<br />
ampliar os acordos bilaterais<br />
nas áreas de<br />
No ano passado, o<br />
comércio entre os<br />
dois países atingiu<br />
US$ 4,68 bilhões<br />
mineração e petróleo. As negociações foram<br />
intensificadas desde a reunião do ministro das<br />
Relações Exteriores, Antonio Patriota, com o chanceler<br />
venezuelano, Nicolas Maduro, em Caracas,<br />
recentemente.<br />
As informações são do Itamaraty e da imprensa<br />
estatal da Venezuela, a Agência Venezuelana de<br />
Notícias (AVN). Patriota e Maduro examinaram<br />
também projetos nas áreas de habitação, agricultura,<br />
indústria, energia e desenvolvimento fronteiriço.<br />
Empresas do Brasil e da Venezuela mantêm ligações,<br />
principalmente nos setores de mineração e<br />
construção civil. No ano passado, o comércio entre<br />
os dois países atingiu US$ 4,68 bilhões, com saldo<br />
positivo para o Brasil de mais de US$ 3 bilhões.<br />
Atualmente, o Brasil é o terceiro parceiro comercial<br />
da Venezuela.<br />
Fonte: Agência Brasil<br />
ano dE crEsciMEnto<br />
PARA A FORTLEV<br />
L<br />
íder na fabricação de soluções<br />
em armazenamento<br />
de água no país, a empresa<br />
capixaba FortLev comemora os<br />
bons resultados de 2010. Expressa<br />
pelo incremento de vendas de<br />
mercado<br />
A empresa<br />
ampliou sua linha de<br />
produtos<br />
seus produtos, lançamento de produtos e investimento em<br />
seus processos, a gestão efi caz dos recursos da empresa rendeu<br />
mais uma vez o destaque entre as 200 maiores empresas<br />
do Espírito Santo, de acordo com balanço feito anualmente<br />
pelo IEL-ES.<br />
Em sua atividade, a empresa foi apontada como a maior<br />
indústria produtora de materiais plásticos do Espírito Santo.<br />
Quando a entidade faz o comparativo entre as 66 maiores<br />
empresas industriais, a FortLev ocupa a 17ª posição. Entre<br />
as 100 maiores empresas privadas com controle de capital<br />
capixaba, a indústria está na 23ª posição.<br />
novos lançamentos e resultados<br />
nacionais<br />
Seguindo as tendências do mercado mundial, que indica o<br />
crescimento da demanda por reservatórios de grandes capacidades,<br />
2010 foi um ano de lançamentos para a FortLev. A<br />
empresa ampliou seu leque de opções: a caixa d’água de fi bra<br />
de vidro (até 25 mil litros), os tanques de polietileno (até 15<br />
mil litros), os tanques de fi lamento contínuo (de 30 a 70 mil<br />
litros) e os tanques modulares (milhões de litros).<br />
Dentro desse cenário, a empresa obteve um aumento de<br />
25% em seu faturamento com os resultados de suas quatro<br />
unidades fabris. Com relação às vendas, a empresa registrou<br />
um incremento de 20% no volume físico e a expectativa é que<br />
esse percentual de crescimento se mantenha para 2011 ME<br />
21
22<br />
mercado<br />
MOURA DUBEUX LANÇA<br />
PriMEiro EMPrEsariaL EM nataL<br />
U<br />
m empreendimento de alto padrão, projetado para<br />
empresas e investidores, que contará com os mais<br />
modernos recursos tecnológicos, uma arquitetura<br />
diferenciada e grande número de vagas de garagem para<br />
visitantes. Estas são algumas características do International<br />
Trade Center (ITC), primeiro empreendimento empresarial<br />
da Moura Dubeux Engenharia, em Natal, que já está em<br />
fase de pré-lançamento.<br />
Localizado na Av. Salgado Filho, pólo de desenvolvimento<br />
em expansão e ponto central do<br />
bairro de Lagoa Nova, o ITC Natal terá<br />
um total de 124 salas, distribuídos em<br />
espaços para escritórios com flexibilidade<br />
de uso, instalações de última geração,<br />
aliando boa performance funcional, alto<br />
índice de conforto e economia operacional.<br />
O metro quadrado vai ser negociado<br />
por cerca de R$ 5.800,00. A lâmina de<br />
18 pavimentos contará com seis elevadores, sendo um<br />
exclusivo para o estacionamento e flexibilidade para todos<br />
os andares. O empreendimento disponibilizará um total de<br />
200 vagas de estacionamento, o que representa 1,6 vagas<br />
por sala. “Teremos cerca de 60% a mais de vagas de estacionamento<br />
no ITC. Isso significa dizer que os donos das<br />
salas sempre vão ter vagas para visitantes”, ressalta o diretor<br />
regional da Moura Dubeux no Rio Grande do Norte,<br />
Fernando Amorim, lembrando que hoje uma das maiores<br />
O empreendimento<br />
ccontará com modernos<br />
recursos<br />
tecnológicos<br />
dificuldades das empresas é ter estacionamento<br />
para os clientes.<br />
O ITC Natal terá espaço para sala comercial,<br />
além de três salas de reunião, podendo ser<br />
moduladas em formato de auditório para até 80<br />
pessoas. Todas as unidades serão servidas por<br />
piso elevado e sistema de ar condicionado com<br />
condensação a água. Haverá integração entre<br />
os espaços público e privado, tendo em vista a<br />
ausência de muros, valorização<br />
dos jardins sem prejuízo da segurança<br />
e controle de acessos.<br />
O visitante poderá ser recebido<br />
sob a marquise que antecede o<br />
hall no pavimento térreo ou,<br />
pela rua secundária, entrando<br />
no estacionamento que se comunica<br />
com o hall através de<br />
elevadores e escadas exclusivas.<br />
A transparência do lado nascente permite<br />
vista privilegiada do bairro. Do lado poente<br />
aberturas discretas favorecem os critérios de<br />
sustentabilidade (economia de energia). Os<br />
revestimentos em alumínio composto, ventilados<br />
e os vidros térmicos reforçam esses<br />
critérios e compõem imagem contemporânea<br />
de arquitetura.<br />
ROSSI PROMOVE AÇÕES DE<br />
rEsPonsaBiLidadE sociaL<br />
A<br />
Rossi, uma das principais incorporadoras e construtoras<br />
do País, tem dado atenção especial às questões<br />
de responsabilidade social. Além de adotar<br />
iniciativas nesta linha em suas obras, a empresa promove<br />
ações diferenciadas em algumas cidades.<br />
Em Belo Horizonte (MG), todo o<br />
material publicitário não distribuído é<br />
doado para a Associação dos Catadores<br />
de Papelão e Material Reaproveitável (AS-<br />
MARE). Já as lonas usadas em campanhas de outdoors são<br />
destinadas ao Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao<br />
Empreendedor (CAPE), que transforma a matéria-prima<br />
em sacolas duráveis. Todo o trabalho é realizado<br />
pelas comunidades Morro do Papagaio,<br />
Raposos e Betim.<br />
Na cidade de São Caetano do Sul (SP), a<br />
cada unidade vendida do pro-<br />
jeto Reserva Espaço Cerâmica,<br />
Fazendo a sua parte a empresa doará R$ 1.000,00<br />
para duas instituições de caridade:<br />
Rede Feminina de Combate<br />
ao Câncer de São Caetano e Associação<br />
Assistencial Espírita Anália Franco. Com essa<br />
ação, mais de R$ 100.000 serão doados.
mercado empresarial<br />
Presente desde a primeira edição do relatório<br />
Global Challengers, elaborado<br />
pelo Boston Consulting Group (BCG)<br />
com o objetivo de apontar as 100 empresas de<br />
países emergentes que estão avançando sobre<br />
o território de multinacionais consagradas,<br />
o Brasil vem se consolidando como um dos<br />
países mais resistentes ante o avanço, na lista,<br />
de companhias de outras economias de rápido<br />
desenvolvimento, segundo o jornal Valor.<br />
Nesta quarta edição do estudo, 13 brasileiras,<br />
incluindo a estreante Magnesita, integram<br />
o grupo de companhias que consideram ter<br />
presença global um relevante pilar de sua<br />
estratégia de negócios, com estabilidade no<br />
número de representantes. Por outro lado, as<br />
chinesas, que sempre foram maioria, mais uma<br />
vez perderam posições para empresas de outras<br />
regiões. O Egito aparece pela primeira vez no<br />
levantamento e a África também vem galgando<br />
cada vez mais postos.<br />
“O Brasil tem mantido presença de maneira<br />
consistente”, afi rma o presidente do BCG, responsável<br />
pelo estudo no país, Marcos Aguiar.<br />
“No primeiro relatório, havia uma grande<br />
quantidade de chineses e indianos e, aos poucos,<br />
empresas de outros países tem tomado lugar.”<br />
Na mais recente edição do estudo aparecem<br />
as brasileiras Brasil Foods, Camargo Corrêa,<br />
Coteminas, Embraer, Gerdau, JBS, Magnesita<br />
Refratários, Marcopolo, Natura, Odebrecht,<br />
Petrobras, Votorantim e WEG. A Vale foi alçada<br />
a uma categoria à parte, que reúne os chamados<br />
desafi adores eméritos, cuja atuação praticamente<br />
se confunde com a das multinacionais de<br />
origem em países desenvolvidos. A mexicana<br />
Cemex também fi gura nessa lista.<br />
No grupo das brasileiras e ao longo dessas<br />
quatro edições, apenas uma empresa, a<br />
Embraco, foi excluída da lista, uma vez que<br />
economia<br />
MÚLTIS BRASILEIRAS<br />
sE consoLidaM<br />
no MErcado GLoBaL<br />
deixou de ter capital nacional, um dos pré-requisitos para<br />
participação no estudo. Já a Magnesita seguiu o mesmo<br />
caminho da Marcopolo, que antes de integrar o grupo das<br />
100 desafi adoras globais ocupava posição de destaque em<br />
outro relatório, o de Multilatinas. Procurada para comentar<br />
a inclusão na lista, a Magnesita informou, por meio de<br />
assessoria de imprensa, que está em período de silêncio em<br />
razão da oferta de ações em andamento.<br />
Para Aguiar, as companhias brasileiras têm uma vantagem<br />
natural em relação às multinacionais com sede em<br />
economias desenvolvidas que é conhecer bem o mercado<br />
formado pela base da pirâmide, que reúne as classes C, D<br />
e E. E esse segmento, conforme o executivo, se torna cada<br />
vez mais relevante para os negócios em todo o mundo.<br />
“Após a crise, houve uma mudança<br />
no centro de gravidade e também as<br />
multinacionais passaram a prestar mais<br />
atenção aos mercados emergentes”,<br />
explica.<br />
Nesse novo cenário, os grupos<br />
brasileiros, diz Aguiar, se tornam elementos<br />
importantes na estratégia das<br />
multinacionais, como competidores ou<br />
como parceiros. “As empresas daqui<br />
conhecem a necessidade e comportamento<br />
desses clientes. Então, as multinacionais vão tentar<br />
aprender esse novo modelo de negócios”.<br />
Porém, da mesma maneira que as empresas listadas no<br />
relatório desafi am as múltis já consagradas, é verdade que<br />
essas últimas irão responder com força a esse movimento.<br />
“Elas vão olhar para os mercados emergentes não apenas<br />
para vender produtos, mas recrutar talentos”, alerta Aguiar.<br />
“Também haverá desafi os a serem enfrentados pelas desafi<br />
adoras”.<br />
As empresas listadas entre as 100 desafi adoras globais<br />
são também fortes candidatas a uma futura indicação na<br />
lista das 500 maiores da revista “Fortune”. “Nos próximos<br />
cinco anos, cerca de 50 dessas desafi adoras globais<br />
poderão estar qualifi cadas para inclusão na Fortune 500”,<br />
diz o estudo ME<br />
Estudo do<br />
Boston Consulting<br />
aponta 13 companhias<br />
do país que desafi am<br />
grupos estrangeiros<br />
23
24<br />
economia<br />
PRODUÇÃO INDUSTRIAL<br />
P<br />
FECHA 2010 COM<br />
CRESCIMENTO DE 10,5%<br />
rodução industrial no país recuou 0,7% em dezembro,<br />
em relação a novembro, depois de ficar praticamente<br />
estável nos últimos quatro meses do ano<br />
passado, fechou 2010 com crescimento de 10,5%, segundo<br />
levantamento divulgado no início de fevereiro pelo Instituto<br />
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo<br />
com a pesquisa, o resultado fechado do ano reverteu a<br />
queda de 7,4% verificada em 2009.<br />
Segundo o IBGE, essa é a maior expansão<br />
anual da produção industrial observada<br />
desde 1986, quando o crescimento registrado<br />
fora de 10,94%. Segundo o IBGE, sua<br />
base de dados relativos à pesquisa industrial<br />
existe desde a década de 1970.<br />
Muito do comportamento da indústria<br />
em 2010 tem a ver com a elevação da taxa<br />
de juros, somada aos estoques em excesso<br />
e a um aumento das importações”André<br />
Luiz Macedo, do IBGE“Dois fatores<br />
combinados explicam o crescimento de<br />
dois dígitos em 2010: o forte primeiro trimestre e a base<br />
de comparação baixa, de 2009”, disse André Luiz Macedo,<br />
gerente de Coordenação de Indústria do IBGE. “Muito<br />
do comportamento da indústria em 2010 tem a ver com a<br />
elevação da taxa de juros, somada aos estoques em excesso<br />
e a um aumento das importações”, afirmou.<br />
crescimento e avanço<br />
Os primeiros seis meses de 2010 registraram crescimento<br />
mais expressivo (16,2%) do que o verificado no semestre<br />
seguinte (5,6%), na comparação com o mesmo período<br />
de 2009, “reflexo não só da baixa base de comparação,<br />
decorrente dos efeitos da crise econômica internacional<br />
no final de 2008, mas também do menor dinamismo do<br />
setor industrial no último trimestre de 2010 (3,3%)”, disse<br />
o IBGE, por meio de nota.<br />
“O primeiro trimestre, com isenções fiscais que incentivaram<br />
determinados setores, favoreceu a indústria e foi<br />
responsável por garantir o crescimento anual”, comentou<br />
Macedo.<br />
No fechamento de 2010, foi verificado perfil generalizado<br />
de crescimento, 25 dos 27 setores registrando<br />
Essa foi a maior alta<br />
anual verificada desde<br />
1986, segundo a<br />
pesquisa. Em dezembro,<br />
na comparação<br />
com novembro, houve<br />
recuo, de 0,7%<br />
crescimento. As maiores influências partiram<br />
de dos setores de veículos automotores (24,2%)<br />
e de máquinas e equipamentos (24,3%). Em<br />
seguida, aparecem metalurgia básica (17,4%),<br />
indústrias extrativas (13,4%), outros produtos<br />
químicos (10,2%), produtos de metal (23,4%),<br />
alimentos (4,4%), borracha e plástico (12,5%)<br />
e bebidas (11,2%). Na contra-<br />
mão, tiveram queda os setores<br />
de produtos do fumo, 8%, e<br />
de outros equipamentos de<br />
transporte, com queda de<br />
0,1%.<br />
Por categorias de uso, o<br />
maior avanço foi visto no setor<br />
de bens de capital (20,8%),<br />
“influenciada pela recuperação<br />
dos investimentos e da<br />
confiança dos agentes econômicos”,<br />
seguida por bens<br />
intermediários (11,4%), “refletindo principalmente<br />
a maior demanda por insumos industriais<br />
para a produção de bens finais, juntamente com<br />
a recuperação em parte da demanda internacional<br />
por commodities”.<br />
“A produção de computadores e de automóveis,<br />
caminhões, chassis e autopeças foi<br />
o principal destaques positivo na indústria.<br />
Televisores e aparelhos de telefonia foram os<br />
destaques negativos.”<br />
de novembro para dezembro<br />
Dos setores pesquisados pelo IBGE, 15<br />
registraram alta e 11, queda. Os maiores destaques<br />
partiram do setor de material eletrônico<br />
e equipamentos, com recuo de 13,3%, seguido<br />
pelo de metalurgia básica (-4,2%), edição e<br />
impressão (-2,5%), celulose e papel (-1,5%),<br />
farmacêutica (-1,5%) e outros equipamentos<br />
de transportes (-2,1%).<br />
No sentido inverso, a produção dos seguintes<br />
setores apresentou crescimento: máquinas
mercado empresarial<br />
e equipamentos (1,8%), outros produtos químicos<br />
(1,5%), minerais não metálicos (2,0%),<br />
equipamentos de instrumentação médicohospitalares,<br />
ópticos e outros (9,7%) e máquinas<br />
para escritório e equipamentos de informática<br />
(3,9%).<br />
Entre as categorias de uso, seguiram com<br />
resultado negativo os setores de bens de consumo<br />
duráveis (-0,6%) e de bens de consumo<br />
semi e não duráveis (-0,4%).<br />
“Para se entender um pouco esse dezembro<br />
de 2010, 10% a mais de empresas justificaram,<br />
nos questionários respondidos ao IBGE, uma<br />
produção menor em relação a dezembro de<br />
2009. Essas empresas relacionaram a queda<br />
a estoque excessivo, paralisação da produção,<br />
férias coletivas”, disse o gerente. “Temos, de<br />
fato, uma redução do ritmo de crescimento<br />
da indústria. Mas mesmo com essa redução a<br />
partir do final de 2010, a indústria opera em um<br />
patamar elevado, maior do que em 2008.”<br />
na comparação anual<br />
Em dezembro de 2010, na comparação<br />
com novembro, a produção industrial registrou<br />
aumento de 2,7%, com 19 dos 27 setores<br />
pesquisados apresentado crescimento. As<br />
maiores influências partiram da expansão de<br />
12,1% de veículos automotores, seguido por<br />
indústrias extrativas (10,4%), máquinas e equipamentos<br />
(6,2%), máquinas para escritório e<br />
equipamentos de informática (15,1%), minerais<br />
não metálicos (7,0%), bebidas (5,6%) e outros<br />
equipamentos de transporte (12,3%).<br />
A principal contribuição negativa partiu do<br />
setor de material eletrônico e equipamentos de<br />
comunicações (-28%), seguido por farmacêutica<br />
(-8,8%), metalurgia básica (-4,3%) e alimentos<br />
(-1,4%). As quatro categorias de uso registraram<br />
taxas positivas, com maior influência para bens<br />
de capital (6,2%) e bens de consumo duráveis<br />
(6,0%). Fonte: G1 ME<br />
N<br />
economia<br />
EXPORTAÇÕES:<br />
uM janEiro<br />
sEM iGuaL<br />
unca o Brasil exportou tanto num mês de janeiro<br />
como neste ano. As exportações brasileiras naquele<br />
período atingiram o maior patamar histórico para o<br />
mês, com US$ 15,215 bilhões, superando o recorde anterior<br />
em janeiro de 2008, de US$ 13,272 bilhões. O carro-chefe<br />
das vendas externas foram as commodities, em especial o<br />
minério de ferro, cujo preço subiu 144% em 12 meses, e<br />
a China lidera em destino das exportações e origem das<br />
importações.<br />
As importações também foram recordes para o mês de<br />
janeiro, em US$ 14,791 bilhões, superando janeiro de 2008,<br />
quando ficou em US$ 12,35 bilhões. O saldo comercial voltou<br />
a ficar positivo em US$ 424 milhões no primeiro ano de<br />
2011, depois de dois janeiros consecutivos negativos.<br />
Janeiro é, tradicionalmente, é um mês fraco para as<br />
vendas externas, por isso, para o<br />
secretário-executivo do Ministério<br />
do Desenvolvimento, Indústria e<br />
Comércio, Alessandro Teixeira,<br />
esse resultado foi “muito bom”, e<br />
abre “uma perspectiva positiva de<br />
expansão” do comércio exterior<br />
para o ano, em especial porque<br />
há melhoras nas previsões sobre<br />
a recuperação mundial. Teixeira<br />
Exportações brasileiras<br />
atingiram o maior patamar<br />
histórico para o<br />
mês, com US$ 12,215<br />
bilhões<br />
lembrou ainda que a previsão para as exportações no ano<br />
é de crescimento de 13% sobre 2010, devendo atingir US$<br />
228 bilhões.<br />
O fato dos produtos básicos representarem 43,9% da<br />
pauta de exportação, segundo Teixeira, não pode ser visto<br />
como negativo. Além disso, o governo discute uma política<br />
de incentivo para ampliar a venda de manufaturados.<br />
Do lado das importações, máquinas e equipamentos lideraram<br />
com 23,2% do total, seguindo-se bens de consumo<br />
(18,1%), combustíveis e lubrificantes (10,9%).<br />
Teixeira comentou que a política de comércio exterior do<br />
governo Dilma Rousseff prioriza a diversificação de mercados<br />
de destino dos produtos brasileiros, principalmente,<br />
expansão no mercado asiático. Ele disse que o governo brasileiro<br />
ainda não consegue medir o impacto das turbulências<br />
políticas no Oriente Médio sobre as vendas de produtos<br />
brasileiros ME<br />
25
26<br />
economia<br />
QUASE METADE DA INDÚSTRIA<br />
PErdE MErcado Para china<br />
Q<br />
uase a metade (exatamente 45%) das empresas<br />
industriais brasileiras que competem com empresas<br />
da China perdeu participação no mercado doméstico<br />
em 2010. A revelação é da Sondagem Especial China,<br />
divulgada no dia 3/2 último pela Confederação Nacional<br />
da Indústria (CNI).<br />
A pesquisa, realizada com 1.529 empresas entre 4 e<br />
19 de outubro último, informa que em quatro setores –<br />
produtos de metal, couros, calçados e têxteis - a queda<br />
na participação das vendas no mercado interno pela concorrência<br />
com produtos chineses atingiu mais da metade<br />
das indústrias. No setor de couros, 31% das empresas<br />
pesquisadas informaram ter sido significativa a perda de<br />
mercado no ano passado.<br />
Segundo o levantamento da CNI, embora as pequenas<br />
empresas estivessem menos expostas à disputa com produtos<br />
chineses, foi esse grupo que mais sofreu os impactos<br />
da concorrência no mercado interno.<br />
“Entre as pequenas empresas, o percentual que registrou<br />
queda na participação de mercado de seus produtos<br />
alcançou 49%. O percentual se reduz<br />
para 32% entre as grandes empresas”,<br />
assinala a Sondagem Especial China. O<br />
gerente-executivo da Unidade de Política<br />
Econômica da CNI, Flávio Castelo<br />
Branco, que divulgou a pesquisa, atribuiu<br />
principalmente à valorização cambial o<br />
processo de perda de mercado. “Há fatores<br />
de competitividade bem mais favoráveis<br />
para a China, como custo salarial menor, juros mais baixos,<br />
infraestrutura mais eficiente, escala de produção muito<br />
maior, menores barreiras burocráticas, mas o fator mais<br />
relevante é o câmbio”, assinalou.<br />
O estudo da CNI mostra que a concorrência interna<br />
com produtos da China afeta uma em cada quatro empresas<br />
industriais brasileiras, alcançando 28% delas. A exposição<br />
à concorrência, observa a entidade, aumenta conforme o<br />
tamanho das empresas. O percentual das pequenas empresas<br />
que afirmam concorrer com produtos chineses no<br />
mercado doméstico é de 24%, enquanto nas médias é de<br />
32% e alcança 41% entre as empresas de grande porte.<br />
A presença chinesa é mais intensa em seis setores industriais,<br />
entre os quais material eletrônico e de comunicação,<br />
têxteis, equipamentos hospitalares e de precisão, calçados<br />
e máquinas e equipamentos. Nos segmentos de material<br />
eletrônico e de comunicação e têxteis, a competição interna<br />
com os chineses é especialmente intensa, atingindo mais<br />
Custo Salarial menor,<br />
juros baixos, boa<br />
infraestrutura e menos<br />
burocracia<br />
de 70% das empresas dos dois setores, detectou<br />
a pesquisa.<br />
Mais acirrada<br />
A Sondagem Especial constata que a competição<br />
com produtos chineses é mais acirrada<br />
no mercado externo do que internamente. Nada<br />
menos do que 67% das empresas brasileiras<br />
exportadoras que concorrem com empresas<br />
chinesas no mercado internacional registraram<br />
perda de clientes.<br />
Exatos 4,2% deixaram de exportar devido<br />
à disputa e apenas 27% mantiveram ou até<br />
aumentaram o número de clientes apesar da<br />
concorrência chinesa. Pesquisa semelhante realizada<br />
pela CNI em 2006 apontava percentual<br />
praticamente idêntico de empresas sujeitas à<br />
concorrência externa com a China – 54%,<br />
contra 55% agora -, mas a perda de clientela<br />
tinha sido significativamente menor, afetando,<br />
há quatro anos, 58% das<br />
indústrias exportadoras, em<br />
oposição aos 67% detectados<br />
em outubro passado.<br />
O levantamento da CNI<br />
constata que metade das empresas<br />
brasileiras já adotou<br />
estratégia para disputar o mercado<br />
com a China, interna e<br />
externamente, priorizando os investimentos na<br />
qualidade ou design dos produtos, mais do que a<br />
redução de custos e ganhos de produtividade.<br />
Conforme a pesquisa, 48% das indústrias<br />
estão investindo na qualidade ou design e 45%<br />
em diminuição de custos e ganhos de produtividade.<br />
No estudo de 2006, tais percentuais<br />
eram de 40% e 48%, respectivamente, demonstrando<br />
haver, hoje, maior preocupação com a<br />
qualidade. A Sondagem Especial China revela<br />
ainda que 10% das grandes empresas brasileiras<br />
têm fábrica própria na China e 5% terceirizam<br />
parte da produção com empresas chinesas,<br />
possivelmente como resposta à concorrência.<br />
Nada menos do que 21% das empresas pesquisadas<br />
importaram matéria-prima da China, 9%<br />
adquiriram lá produtos finais e 8% compraram<br />
máquinas e equipamentos ME
mercado empresarial<br />
BRASIL REJEITA<br />
controLE dE PrEço<br />
dE Matérias-PriMas<br />
O<br />
Brasil quer matar no nascedouro<br />
propostas de criação<br />
de estoques reguladores<br />
internacionais de commodities<br />
agrícolas ou de controle de preços.<br />
O país já avisou o G-20 que não<br />
aceitará limites ou controles. Tam-<br />
O país já avisou o G-20<br />
que não aceitará<br />
limites ou controles<br />
pouco apoiará a criação dos estoques regionais de alimentos, tema<br />
que a França planeja colocar no centro da agenda do grupo, junto<br />
com a questão cambial. Para os franceses, a alta dos alimentos, que<br />
causou revoltas há dois anos e agora ajudou a derrubar o ditador da<br />
Tunísia, exige estrita regulação dos mercados de commodities.<br />
O Brasil sinalizou que concorda com a discussão, por exemplo,<br />
para evitar que especuladores adquiram posição dominante<br />
no mercado. Mas excluiu a possibilidade de controle de cotações.<br />
“Quando os preços estão baixos, ninguém fala disso”, disse uma<br />
fonte brasileira.<br />
No caso dos estoques regionais, que seriam controlados pela<br />
FAO, o Brasil vê problemas de concessão de subsídios em sua formação.<br />
“Achamos que o G-20 deva apenas fazer um diagnóstico<br />
da situação”, afirmou o secretário de Assuntos Internacionais do<br />
Ministério da Fazenda, Carlos Cozendey.<br />
A posição brasileira sobre estoques está em consonância com a<br />
dos Estados Unidos. Ambos acham que cada país deve cuidar de seu<br />
próprio estoque alimentar e não criar uma Conab internacional.<br />
A França quer organizar um encontro de ministros de Agricultura<br />
do G-20 nos dias 22 e 23 de junho, em Paris, para discutir<br />
segurança alimentar. Mas pensa em chamar também os ministros<br />
de Finanças, já que a alta de preços tem impacto na inflação de<br />
vários países.<br />
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, faz pressão na União<br />
Europeia para Bruxelas criar um mecanismo europeu de controle de<br />
preços. Os franceses também tentarão impor alguma regulação no<br />
G-20, para evitar que especuladores causem mais turbulências nos<br />
mercados. O fluxo líquido de investimentos financeiros em índices<br />
de matérias-primas alcançou US$ 60 bilhões em 2010.<br />
O total sob gestão chegou a US$ 360 bilhões, em comparação<br />
com US$ 10 bilhões há dez anos. Essas cifras dão uma ideia do<br />
peso dos investidores no mercado e sua capacidade de influenciar<br />
os preços.<br />
No entanto, estudo da OCDE, mostrou que a volatilidade dos<br />
preços das matérias-primas não é muito diferente da registrada nos<br />
últimos 50 anos para vários produtos ME<br />
A<br />
economia<br />
CHINA LIDERA<br />
inVEstiMEnto<br />
no PaÍs<br />
China liderou em 2010, pela primeira vez,<br />
a lista dos países com maior investimento<br />
direto no Brasil, com um fluxo de capital<br />
de US$ 17 bilhões, pouco menos de um terço do<br />
total de ingressos de US$ 52,6 bilhões.A estimativa<br />
é da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas<br />
Transnacionais e da Globalização (Sobeet).<br />
Em dezembro, o investimento estrangeiro direto<br />
líquido atingiu US$ 15,3 bilhões, volume inflado<br />
pela compra de 40% do capital da Repsol pela<br />
chinesa Sinopec, no valor de US$ 7,1 bilhões.<br />
O presidente da Sobeet, Luis Afonso Lima,<br />
diz que é difícil ter uma ideia exata do valor do<br />
investimento chinês porque as companhias estatais<br />
da China enviam muitas vezes os recursos<br />
a partir de outros países. Os números do Banco<br />
Central, por exemplo, mostram apenas US$ 392<br />
milhões de capital chi-<br />
nês nas operações de<br />
participação de capital Os chineses investem<br />
em todo o ano passa- preferencialmente<br />
do. Só a operação da em commodities<br />
Sinopec com a Repsol<br />
foi de 18 vezes esse<br />
valor, mas os recursos<br />
entraram via Luxemburgo, país que oferece<br />
generosos benefícios fiscais.<br />
Os chineses investem preferencialmente em<br />
commodities. Em maio, a Sinochem comprou,<br />
por US$ 3 bilhões, 40% do campo de Peregrino,<br />
da norueguesa Statoil e a State Grid adquiriu no<br />
país sete companhias de transmissão de energia<br />
da espanhola Plena, por US$ 1,7 bilhão.<br />
As empresas brasileiras também voltaram a<br />
aportar recursos em suas filiais no mercado ex-<br />
terno. O volume de investimento brasileiro direto<br />
no exterior atingiu o valor líquido de US$ 11,5<br />
bilhões no ano passado, com saídas de US$ 34,879<br />
bilhões e retornos de US$ 23,379 bilhões.<br />
Neste ano, segundo o Banco Central, os<br />
investimentos brasileiros no exterior devem chegar<br />
a US$ 16 bilhões. Essa performance marca<br />
reversão “expressiva” em relação a 2009, quando<br />
as companhias, sem liquidez em razão da crise,<br />
repatriaram US$ 10 bilhões. Fonte: Valor ME<br />
27
28<br />
legislação<br />
ENFIM APROVADO<br />
o consELho dE<br />
arQuitEtura E<br />
urBanisMo<br />
Em um de seus últimos atos, o ex-presidente da República,<br />
Luiz Inácio Lula da Silva, fi nalmente sancionou<br />
a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo<br />
(CAU) e a regulamentação da profi ssão de arquiteto e<br />
urbanista. Publicada no Diário Ofi cial da União dia 31 de<br />
dezembro de 2010, a lei federal de número 12.378 determina<br />
que tais profi ssões deixarão de compor os Conselhos<br />
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do sistema Crea/<br />
Confea.<br />
A sanção do projeto de lei ocorreu dia 30/12 e contou<br />
com a presença de representantes do Instituto de Arquitetos<br />
do Brasil (IAB), da Associação Brasileira dos Escritórios de<br />
Arquitetura (AsBEA), da Federação Nacional dos Arquitetos<br />
(FNA) e da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura<br />
e Urbanismo.<br />
As atuais Câmaras de Arquitetura e Urbanismo dos Creas<br />
terão de 90 a 360 dias para organizar eleições para o CAU<br />
em todos os estados. Arquitetos e urbanistas deverão votar<br />
em conselheiros regionais e nacional, sendo que o voto será<br />
obrigatório para todos os profi<br />
ssionais. Estes representantes<br />
Veja o que muda defi nirão a Mesa de Coordenação<br />
que inclui, entre outros cargos, o<br />
de presidente.<br />
Após a instalação dos conselhos em cada estado, arquitetos<br />
e urbanistas deverão se registrar obrigatoriamente no<br />
CAU para o exercício de sua profi ssão. Os CREAs deverão<br />
repassar aos CAUs todos os documentos dos profi ssionais<br />
registrados. A contribuição anual prevista para o CAU<br />
será de R$ 350 e a Anotação de Responsabilidade Técnica<br />
(ART) passará a se chamar Registro de Responsabilidade<br />
Técnica (RRT). As atribuições profi ssionais, porém, deverão<br />
continuar as mesmas sendo que algumas atividades serão<br />
ofi cialmente divididas com especialistas de outras áreas.<br />
Arquitetos e urbanistas, por enquanto, continuam ligados<br />
ao Confea/Crea, mas 90% do valor das anuidades<br />
e ARTs de 2011 já serão repassadas aos CAUs, que serão<br />
fiscalizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU)<br />
Fonte: Arcoweb ME<br />
MUDANÇAS<br />
no códiGo dE dEFEsa<br />
do consuMidor<br />
Vão ProtEGEr os<br />
EndiVidados<br />
O<br />
Código de Defesa do Consumidor (CDC),<br />
criado há 20 anos e ainda considerado<br />
moderno pela comunidade jurídica, passará<br />
por reformas para abranger um tema que preocupa<br />
as famílias brasileiras: o superendividamento - total<br />
de contas acima da capacidade de pagamento.<br />
Atualmente, de acordo com pesquisa divulgada<br />
pela Confederação Nacional do Comércio de Bens,<br />
Serviços e Turismo (CNC), 59,4% de um total de<br />
17,8 mil famílias entrevistadas estão endividadas.<br />
Desse percentual,<br />
22% estão com<br />
O superendividamento<br />
das famílias brasileiras<br />
é preocupante<br />
contas em atraso<br />
e 7,9% alegam que<br />
não terão como<br />
quitar seus débitos.<br />
Um anteprojeto<br />
com previsões<br />
legais sobre o assunto deve estar pronto em seis<br />
meses, tratando de informações, transparência e o<br />
direito de arrependimento no mercado de créditos,<br />
a exemplo do que já é feito em outros países. O<br />
texto também deve regulamentar melhor outros<br />
temas, como o comércio eletrônico e o papel dos<br />
Procons como meio alternativo de resolução de<br />
confl itos.<br />
Segundo o presidente da comissão que trata do<br />
assunto, ministro do Superior Tribunal de Justiça<br />
(STJ) Herman Benjamin, o ingresso de 50 milhões<br />
de consumidores no mercado de crédito desde a<br />
década de 90 impõe a revisão da lei. Ele participou<br />
da comissão que elaborou o CDC atual, em 1989,<br />
quando atuava como promotor de Justiça. No entanto,<br />
nessa época, segundo o ministro, a infl ação e<br />
o sistema bancário impediam essa discussão sobre<br />
o mercado de crédito ME
mercado empresarial<br />
GOVERNO PAULISTA<br />
ProÍBE a<br />
contratação dE<br />
ProjEtos dE<br />
arQuitEtura PELo<br />
MEnor PrEço<br />
C<br />
ritérios como menor preço ou pregão<br />
estão proibidos de ser adotados para a<br />
contratação de serviços de arquitetura<br />
e engenharia pelo poder público do estado de<br />
São Paulo. É o que determina o Decreto nº<br />
56.565, publicado<br />
no Diário Oficial<br />
estadual do dia 24<br />
de dezembro último.<br />
De acordo com<br />
a medida adotada<br />
pelo ex-governador<br />
Alberto Goldman,<br />
serviços de engenharia<br />
e arquitetura<br />
são de natureza<br />
A decisão é a primeira<br />
do gênero no País e<br />
deverá estabelecer<br />
um novo padrão de<br />
qualidade para obras e<br />
empreendimentos no<br />
estado.<br />
técnica, por isso não podem ser aprovados ou<br />
contratados pelo menor preço ou pregão. A<br />
decisão - primeira do gênero no País - deverá<br />
estabelecer um novo padrão de qualidade para<br />
obras e empreendimentos no estado ME<br />
PROJETO DE LEI<br />
PodE oBriGar construçõEs<br />
a tErEM tELhados Brancos<br />
A ACâmara Municipal de São Paulo votou, em novembro<br />
último, um projeto de lei que pode obrigar as casas que<br />
serão construídas na cidade a terem telhados brancos. A<br />
mudança foi sugerida por cooperar com o combate das ilhas de<br />
calor na cidade.<br />
O vereador Antônio Goulart (PMDB), autor do projeto, explica<br />
que se toda a cidade aderisse à medida, seria possível reduzir 2ºC<br />
da temperatura da capital. O plano de lei foi aprovado na primeira<br />
votação, mas para que realmente<br />
entre em vigor ele deve passar por<br />
mais uma sessão na câmara e ainda<br />
ser aprovado pelo atual prefeito de<br />
São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).<br />
A sugestão do vereador Goulart<br />
acrescentaria um artigo à Lei 11.228,<br />
de 1992, que determina regras<br />
Se toda a cidade aderisse<br />
à medida, seria<br />
possível reduzir 2ºC da<br />
temperatura da capital<br />
para as construções dentro da capital paulista. A mudança na cor<br />
dos telhados é um dos requisitos analisados pelo Green Building<br />
Council Brasil ao certifi car construções com padrões sustentáveis.<br />
Inclusive foi através da instituição certifi cadora que o vereador<br />
conseguiu os dados necessários para comprovar a necessidade da<br />
nova legislação.<br />
Segundo o professor da Universidade de São Paulo Claudio<br />
Furukawa, um carro branco pode ter redução de até 6ºC na temperatura,<br />
em relação a um carro preto. Isso acontece porque o branco<br />
refl ete todas as outras cores, ao contrário do preto, que absorve todas<br />
elas. O mesmo princípio é aplicado aos telhados brancos. Porém,<br />
o professor lembra que também é necessário avaliar o material<br />
usado na construção da casa, para que a redução da temperatura<br />
seja efetivada. Com informações do Estadão ME<br />
29
30<br />
desenvolvimento<br />
PROJETO NOVA LUZ<br />
PODERá DEMOLIR E DESAPROPRIAR<br />
ATÉ 30% DA REGIÃO<br />
A<br />
recuperação de 45 quadras na região central de<br />
São Paulo contempladas pelo Projeto Nova Luz<br />
deverá signifi car a renovação de 30% da área construída<br />
– cerca de 1,2 milhão de m², segundo a Secretaria de<br />
Desenvolvimento Urbano. A informação de que o projeto<br />
prevê demolir 30% da chamada cracolândia foi divulgada<br />
no fi nal de janeiro último em reportagem publicada no<br />
jornal “Folha de S.Paulo”.<br />
A secretaria evita usar o termo “demolição”, preferindo<br />
falar em “renovação”. Segundo a assessoria de imprensa<br />
da pasta, parte dos imóveis será desapropriada e demolida<br />
para a construção de áreas públicas. As demais partes darão<br />
lugar a lançamentos imobiliários que serão construídos pelo<br />
consórcio vencedor.<br />
A Prefeitura deve defi nir o projeto<br />
até julho deste ano e depois disso<br />
abrir licitação para escolher o consórcio<br />
de empresas que terá direito a<br />
investir e explorar comercialmente o<br />
bairro, em um modelo ainda inédito<br />
de parceria público-privada (PPP),<br />
por meio do qual a concessionária<br />
vai gerir o espaço urbano.<br />
A primeira audiência pública foi realizada em 14 de<br />
janeiro último e alvo de grande manifestação por parte dos<br />
comerciantes do local, que já queriam ter sido ouvidos a<br />
respeito do projeto.<br />
Nova Luz deve desapropriar pelo menos 89 imóveis<br />
no Centro de SPPrefeitura coloca em consulta pública 1º<br />
projeto da Nova Luz Ainda de acordo com a Secretaria de<br />
Desenvolvimento Urbano, a proposta veta a retirada de<br />
moradores e comerciantes do local dos imóveis e terrenos<br />
onde serão construídos os futuros lançamentos imobiliá-<br />
Prefeitura quer<br />
recuperar 45 quadras<br />
da região da<br />
cracolândia, em SP<br />
Rua de uso misto de acordo com o<br />
projeto Nova Luz (Imagem: Reprodução)<br />
rios. Só seria permitido, segundo a secretaria,<br />
o remanejamento dos proprietários. Com isso,<br />
caso o consórcio tenha interesse em algum<br />
desses imóveis e terrenos, o proprietário terá<br />
de ser realocado dentro da área da Nova Luz<br />
ou passaria a ter direito a uma parcela do novo<br />
imóvel a ser construído, negociando isso com o<br />
consórcio vencedor do Projeto Nova Luz.<br />
Com o projeto, a região da cracolândia<br />
deverá ganhar 1,9 mil unidades habitacionais,<br />
pondo fi m aos cortiços. Todo o patrimônio<br />
histórico será preservado, mesmo que seja só<br />
as fachadas dos edifícios.<br />
Ao jornal “Folha de S.Paulo”, o secretário<br />
de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem,<br />
disse que 50 mil m² de áreas residenciais e 300<br />
mil m² comerciais sofrerão intervenções.<br />
E durante entrevista à imprensa sobre a reurbanização<br />
da cracolândia, Bucalem disse que as<br />
empresas a serem escolhidas para investir no<br />
Projeto Nova Luz terão de desembolsar cerca<br />
de R$ 150 milhões em novos espaços urbanos.<br />
De acordo com ele, áreas comerciais da Rua<br />
Santa Ifi gênia, por exemplo, serão recuperadas<br />
sem afetar as atividades comerciais.<br />
“Se cumpre uma nova etapa do desenvolvimento<br />
desse projeto no momento em que<br />
se mostra a intervenção que se propõe para as<br />
quadras. O objetivo é propiciar o aumento de<br />
moradores e de atividade econômica na área,<br />
trazendo novos empregos”, disse o secretário<br />
de Desenvolvimento Urbano. Com informações<br />
do portal G1 ME
mercado empresarial<br />
FAZENDAS<br />
VERTICAIS<br />
NO CENTRO DE SÃO PAULO<br />
D<br />
ar uma nova utilidade aos velhos prédios desativados<br />
da cidade de São Paulo, transformando-os em fazendas<br />
verticais. Essa é a ideia do arquiteto paulistano Rafael<br />
Gringberg. Apesar de parecer estranho transformar um monte de<br />
concreto em espaço útil para alguma plantação, o projeto é plausível<br />
e inclusive é praticado em alguns países que possuem difi culdades<br />
com os métodos tradicionais de agricultura.<br />
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o projeto de Gringberg<br />
consiste em revitalizar os edifícios São Vito e Mercúrio, no<br />
centro da capital paulista, e que estão atualmente em processo de<br />
demolição pela Prefeitura de São Paulo. Porém, durante anos eles<br />
passaram, sem sucesso, por processos de revitalização que não<br />
conseguiram transformá-los em<br />
espaço disponível para moradia,<br />
nem para comércio. A proposta<br />
sugere que essa estrutura seja usada<br />
para a produção de alimentos<br />
através do sistema de hidroponia,<br />
no qual as plantas são cultivadas<br />
A ideia é revitalizar<br />
edifícios desativados<br />
em água, aproveitando a luz solar. O jovem estudante vai ainda<br />
mais longe em sua meta e inclui o tratamento das águas do Rio<br />
Tamanduateí, para que elas possam ser usadas no plantio.<br />
As vantagens de uma fazenda vertical são muitas, no entanto,<br />
elas não são muito valorizadas no Brasil porque o país ainda possui<br />
uma grande quantidade de terras férteis e disponíveis para a produção.<br />
O sistema sugerido por Gringberg permitiria que o cultivo<br />
ocorresse em qualquer época do ano e também colaboraria para<br />
a redução dos gases de efeito estufa. O projeto foi apresentado à<br />
Prefeitura e ao Ministério Público e o arquiteto também tem trabalhado<br />
com essa ideia em conferências da área. No entanto, ele<br />
ainda não foi incorporado ou posto em prática por nenhum dos<br />
órgãos públicos. O assunto é debatido mundialmente, tanto que o<br />
professor da Universidade de Columbia, nos EUA, Dickson Despommier,<br />
reuniu diversos projetos de fazenda vertical, em seu livro<br />
Vertical Farms. Essa tecnologia tende a ser uma das soluções para a<br />
produção alimentícia em centros urbanos cada vez mais habitados.<br />
Em seu livro o professor explica que uma base com 30 andares<br />
seria capaz de fornecer alimento para até 10 mil pessoas ME<br />
Foto: Marcio Fernandes/AE<br />
A<br />
prefeitura de São Paulo resolveu transformar<br />
os restos dos edifícios demolidos<br />
São Vito e Mercúrio, no centro<br />
da cidade, em “asfalto ecológico”. As subprefeituras<br />
de Parelheiros e Ermelino Matarazzo<br />
já receberam a pavimentação especial e, agora,<br />
será a vez do Butantã, São Miguel Paulista e da<br />
Freguesia do Ó.<br />
Com investimento de cerca de R$ 2 milhões,<br />
a iniciativa contribui para minimizar o impacto<br />
ecológico que os restos da demolição podem<br />
produzir ao meio<br />
ambiente, quando<br />
não recebem destinação<br />
correta.<br />
O novo material<br />
será utilizado para<br />
asfaltar 19 mil m²<br />
de vias, em uma<br />
extensão de 2,6<br />
km.<br />
desenvolvimento 31<br />
RESTOS DE<br />
PRÉDIOS DEMOLIDOS<br />
VIRAM ASFALTO<br />
ECOLÓGICO EM SP<br />
O novo material será<br />
utilizado para asfaltar<br />
19 mil m 2 de vias, em<br />
uma extensão de<br />
2,6 km<br />
Os resíduos das construções serão utilizados<br />
em duas das camadas que compõem o<br />
pavimento. A sub-base do asfalto, formada por<br />
pequenos pedregulhos, será composta por restos<br />
de construções em geral. Sobre esta camada<br />
será acrescentada mais uma, composta por<br />
restos de fresagem de ruas que estão recebendo<br />
recapeamento. A economia será de até 40% em<br />
relação ao asfalto convencional.<br />
Segundo a assessoria de Comunicação da<br />
prefeitura, as subprefeituras contempladas<br />
foram definidas devido ao cronograma de<br />
pavimentação e características físicas para<br />
pavimentação ME<br />
Divulgação
32<br />
desenvolvimento<br />
SANTOS QUER REDUZIR EM<br />
A<br />
Um dos objetivos é<br />
conter o trânsito, um<br />
problema na cidade,<br />
onde a frota de veículos<br />
cresce de forma<br />
alarmante<br />
30% TAMANHO DE PRÉDIOS<br />
pós um boom imobiliário que resultou em espigões<br />
de mais de 30 andares por toda a cidade de<br />
Santos, a prefeitura enviou à Câmara Municipal<br />
um projeto para reduzir em até 30% o tamanho dos novos<br />
empreendimentos.<br />
Segundo o governo municipal, um dos objetivos é conter<br />
o trânsito, um problema na cidade onde a frota de veículos<br />
cresce de forma alarmante - há um carro para cada 1,6<br />
habitante. O outro é melhorar a “ambiência”, ou seja, evitar<br />
prédios muito grandes em relação ao entorno, que causem<br />
grande impacto visual e prejudiquem a iluminação.<br />
O problema tem sido verificado em algumas vias. A Rua<br />
Clay Presgrave Amaral, por exemplo, área<br />
nobre no bairro do Gonzaga, atraiu várias<br />
torres que formam uma espécie de paredão<br />
em relação a antigas casas da via e pioraram<br />
o trânsito. No José Menino, torres de 33<br />
andares bloqueiam a vista da praia e do<br />
jardim da orla que se tinha desde o Morro<br />
do Itararé. O maior prédio da cidade, que<br />
terá 38 andares, está em construção.<br />
Os espigões surgiram com a revisão<br />
das regras de uso do solo feita em 1998,<br />
quando o limite de altura não passou a ser<br />
mais um parâmetro para autorizar obras. Os limites de<br />
altura de dez andares, de 1968, e de 14 andares, de 1986,<br />
deram origem à maioria dos prédios da cidade.<br />
Agora, a prefeitura quer reduzir o aproveitamento das<br />
áreas de novos empreendimentos, diminuindo a área total<br />
construída em até 30% nas vias mais estreitas da cidade,<br />
que representam metade das ruas de Santos. Isso poderá<br />
reduzir a altura dos novos prédios, mas as construtoras<br />
também poderão reduzir o empreendimento na horizontal,<br />
erguendo prédios estreitos.<br />
O secretário de Planejamento de Santos, Bechara Abdalla<br />
Pestana Neves, afirma que a mudança resultaria em<br />
prédios com menos unidades e menos carros. Essa é uma<br />
alternativa viável, uma vez que a configuração urbanística<br />
já está estabelecida. A porção insular de Santos,<br />
onde vivem 99% dos habitantes, tem apenas 39<br />
quilômetros quadrados, menos que a Subprefeitura<br />
da Lapa, em São Paulo.<br />
Bechara afirma que esse é um aspecto que<br />
vem sendo aperfeiçoado de um modelo que<br />
aponta como positivo. Segundo o secretário, o<br />
solo argiloso de Santos exige que prédios com<br />
mais de dez andares tenham estacas a 50, 60<br />
metros de profundidade para evitar que entortem,<br />
como vários dos antigos.<br />
Prédios mais estreitos reduzem o número<br />
de estacas necessárias e tornam o projeto mais<br />
viável. Segundo ele, os prédios ficam mais altos,<br />
mas a área é a mesma e não ajuda a adensar a população.<br />
“Os prédios atuais são mais distantes<br />
uns dos outros. Há um ganho em iluminação,<br />
ventilação e segurança.”<br />
arranha-céus na orla atrapalham<br />
vista para a praia<br />
Dois espigões de 33 andares em construção<br />
passaram a ocupar um dos principais cartõespostais<br />
de Santos, no litoral de São Paulo,<br />
obstruindo parte da vista que se tinha antes<br />
dos 7 km de praia e dos jardins da orla a partir<br />
do mirante do Morro do Itararé, na divisa com<br />
São Vicente.<br />
As novas construções são polêmicas e<br />
causam estranheza em turistas que vão ao mirante<br />
e nos frequentadores assíduos do morro.<br />
Também há críticas de praticantes de paraglider<br />
porque, segundo eles, os edifícios são um empecilho<br />
dependendo da direção do vento.<br />
As torres, porém, são elogiadas por quem vê<br />
nelas uma manifestação da modernidade e do<br />
desenvolvimento da Baixada Santista.<br />
O terreno escolhido era antes ocupado pelo
mercado empresarial<br />
Caiçara Clube, no pé do morro. O futuro condomínio<br />
Enseada das Orquídeas terá 528 unidades com até 153<br />
m². As torres diferem da maioria dos edifícios da orla,<br />
que em geral têm entre 10 e 15 andares. Quem não mora<br />
nelas tem duas alternativas para uma visão panorâmica<br />
da orla e dos jardins: a Ilha Porchat, em São Vicente, e o<br />
Morro do Itararé.<br />
Uma das frequentadoras, Alessandra do Carmo, de 30<br />
anos, afirma que estranhou o espigão. “Mataram a vista,<br />
que é muito bonita. É exagerado. Poderia ter a metade do<br />
tamanho”, afirmou, ao contemplar o cenário em um dos<br />
banquinhos do mirante.<br />
O instrutor de paraglider Marcelo Calhau explica que,<br />
especialmente quando o vento vem de leste, as torres<br />
podem produzir um fenômeno chamado rotor, que faz<br />
com que o vento gire ao encontrar um obstáculo, sem<br />
continuar o trajeto normal.<br />
Isso prejudica o esporte, tanto que voos em direção à<br />
orla de São Vicente têm sido preferenciais em relação aos<br />
que iam para as praias de Santos. “A vista também ficou<br />
esquisita”, opina o esportista.<br />
O turista paranaense Alcimar Alves dos Santos, de 40<br />
anos, é outro crítico. Ele questionou por que a prefeitura<br />
permitiu a construção em vez de aproveitar a vista como<br />
ponto turístico. “Se ficasse mais alguns quarteirões dentro<br />
da cidade não atrapalharia em nada. Na orla deveriam ficar<br />
os prédios mais baixos.”<br />
aprovação<br />
O secretário de Planejamento de Santos, Bechara<br />
Abdalla Pestana Neves, afirma que o projeto passou<br />
por diversos departamentos e que apenas recebeu aval<br />
após analisados os impactos que teria em infraestrutura,<br />
meio ambiente, trânsito. Admite, contudo, que não foi<br />
analisado um possível impacto visual ou turístico.<br />
A construtora Gafisa diz que o condomínio é desenvolvido<br />
“respeitando todas as exigências necessárias<br />
e tem todas as autorizações para ser construído com<br />
essas características e nessa localização”. A construtora<br />
informou ainda que o bairro passa por revitalização e<br />
incorpora agora o conceito de “condomínio-clube”.<br />
O crescimento da oferta imobiliária retrata o desenvolvimento<br />
da região, impulsionada pelas descobertas do<br />
pré-sal e o crescimento do porto.O m² supera R$ 6 mil<br />
na orla, valor semelhante a áreas nobres de São Paulo.<br />
Por isso, a chegada dos prédios altos é vista com<br />
bons olhos por muitos santistas. “É um sinal de crescimento,<br />
de que o dinheiro está vindo para a região”, diz<br />
Renata Silva, de 25 anos, para quem a arquitetura dos<br />
novos empreendimentos deixa a cidade com mais cara<br />
de “moderna”.<br />
Os espigões do bairro de José Menino refletem essa<br />
nova tendência na orla. Outro prédio, no bairro do<br />
Gonzaga, chama a atenção por seus 29 andares de apartamentos.<br />
Na Ponta da Praia, vários se destacam.<br />
Fonte: O Estado de S. Paulo ME<br />
desenvolvimento<br />
33
34<br />
meio ambiente<br />
GELEIRAS VÃO SE<br />
transForMar EM ÁGua<br />
O<br />
futuro não será nada animador para as próximas<br />
gerações. Estudos publicados na revista científi ca<br />
“Nature Geoscience” apontam que até 2100 as<br />
mudanças climáticas poderão causar o desaparecimento<br />
de pelo menos três quartos das geleiras alpinas. Mais: o<br />
desgelo de parte da Antártida pode provocar o aumento<br />
do nível do mar em 4 metros.<br />
Segundo as pesquisas, as geleiras de montanha poderão<br />
perder entre 15% e 27% de seu volume em 2100, o que<br />
pode ter efeitos substanciais para a hidrografi a regional<br />
e a disponibilidade de água. No caso da Nova Zelândia,<br />
o país poderá perder, em média, 72%<br />
de suas geleiras. Para a Groenlândia, a<br />
diminuição será menor, somente 8%. Já<br />
as altas montanhas asiáticas, 10%.<br />
Os números estão relacionados<br />
às estimativas do Painel Intergovernamental<br />
sobre Mudanças climáticas<br />
(IPCC – em inglês) publicado pelo último relatório da<br />
ONU em 2007, e não levam em conta a dilatação dos<br />
oceanos quando se aquecem. Eles ajudaram cientistas<br />
da Universidade do Alasca a fazer novas previsões, que<br />
também fi zeram cálculos a partir de um modelo informático<br />
com dados coletados em mais de 300 geleiras, em<br />
1961 e 2004.<br />
Além disso, se basearam em um dos panoramas intermediários<br />
propostos pelo IPCC, o “A1B”, que conjuga<br />
crescimento demográfi co, econômico e utilização de recursos<br />
energéticos mais ou menos contaminantes, e que ainda<br />
Estudo prevê que três<br />
quartos do gelo devem<br />
desaparecer até 2100<br />
prevê um aumento da temperatura no planeta<br />
de 2,8°C durante o século XXI.<br />
Só que esse modelo não leva em conta as<br />
calotas polares da Antártica e da Groenlândia,<br />
que conservam 99% da água doce do planeta.<br />
Se uma dessas calotas derreter de maneira signifi<br />
cativa, o nível do mar se elevará em vários<br />
metros, inundando inúmeras cidades costeiras.<br />
Por isso, se for levado em conta o desgelo da<br />
parte Ocidental da Antártida, o nível do mar<br />
aumenta 4 metros.<br />
Para chegar nesses números tão catastrófi -<br />
cos foi preciso fazer um segundo estudo. Cientistas<br />
da Universidade do Canadá investigaram<br />
a inércia dos gases de efeito estufa que, uma<br />
vez emitidos, permanecem durante séculos na<br />
atmosfera. Mesmo se fossem suspensas todas<br />
as emissões de gases de efeito estufa até 2100, o<br />
aquecimento continuaria durante vários séculos,<br />
revelou o estudo a partir desses testes.<br />
Estes resultados se baseiam no panorama<br />
“A2″ do IPCC, bastante mais pessimista que o<br />
primeiro, já que prevêem um aumento da temperatura<br />
de 3,4°C até o fi m do século. Nestas<br />
circunstâncias, o aquecimento das profundidades<br />
intermediárias dos mares austrais poderia<br />
desencadear um “grande desmoronamento”<br />
da parte ocidental da calota antártica até o ano<br />
3000. Com informações do G1 e TV Globo ME
mercado empresarial<br />
O<br />
governo de São Paulo<br />
iniciou os estudos para<br />
construir uma usina<br />
de tratamento de lixo que<br />
produzirá energia elétrica na<br />
Baixada Santista. O projeto<br />
vai benefi ciar 13 municípios<br />
da região e tratar mil toneladas<br />
de resíduos sólidos urbanos<br />
por dia. “Esta é a área mais<br />
complicada do Estado, pois não há espaços<br />
disponíveis para serem licitados”, afi rma Ricardo<br />
Lima, consultor da Andrade & Canellas,<br />
responsável pela estruturação do projeto.<br />
O lixo de muitos municípios da Baixada<br />
Santista percorre até 150 km para ser despejado<br />
em áreas localizadas no planalto. Os resíduos<br />
de São Sebastião são depositados em Jacareí; os<br />
de Mongaguá, em Mauá, na Grande São Paulo.<br />
Nesta rota, as prefeituras chegam a pagar até<br />
R$ 180 por tonelada de lixo. O projeto do Estado<br />
vai tentar eliminar esse problema e ainda<br />
gerar eletricidade. A expectativa é produzir 40<br />
megawatts (MW) com a incineração dos resíduos<br />
- sufi ciente para abastecer uma cidade de<br />
250 mil pessoas. Segundo dados da Empresa<br />
Metropolitana de Águas e Energia (Emae), os<br />
resíduos produzidos por uma família de cinco<br />
pessoas durante um ano são sufi cientes para<br />
gerar energia equivalente ao consumo de quase<br />
Construção da unidade<br />
será na Baixada<br />
Santista; estudos sobre<br />
o custo da obra devem<br />
fi car prontos ainda<br />
em 2011<br />
quatro meses. Além da energia, a usina<br />
produziria vapor, que pode ser vendido<br />
para indústrias localizadas próximas da<br />
unidade. Outra fonte de receita são os<br />
créditos de carbono, já que a central de<br />
tratamento evitará a decomposição dos<br />
resíduos, processo que produz metano<br />
(gás de efeito estufa).<br />
O empreendimento contará com instalações<br />
para transformar o lixo em adubo<br />
orgânico e separar materiais recicláveis. Lima diz que há<br />
700 plantas desse tipo espalhadas pelo mundo. No Brasil,<br />
existem iniciativas para tentar resolver o problema do lixo<br />
e gerar energia, como a usina termelétrica do aterro sanitário<br />
São João, em São Mateus, zona leste da capital.Mas a<br />
tecnologia aplicada é diferente da proposta para a Baixada<br />
Santista. Nesses casos, usa-se o metano para produzir a<br />
energia. Na nova central, a técnica seria de incineração.<br />
O calor resultante da queima é aproveitado para gerar<br />
vapor, que aciona turbogeradores e produz energia.<br />
Cálculos do governo federal mostram que o lixo das 300<br />
maiores cidades brasileiras poderia<br />
gerar 15% da energia elétrica consumida<br />
no País, conforme o Plano<br />
Decenal 2008/2017. Na Baixada<br />
Santista, a ideia é criar uma Parceria<br />
Público-Privada (PPP). O valor dos<br />
investimentos depende da conclusão<br />
dos estudos, em junho de 2011.<br />
Fonte: O Estado de S. Paulo ME<br />
meio ambiente<br />
USINA PARA TRATAR LIXO<br />
PRODUZIRá ELETRICIDADE<br />
40 megawatts podem<br />
abastecer 250 mil pessoas.<br />
Toda essa energia<br />
pode ser obtida<br />
com a incineração dos<br />
resíduos<br />
35
36<br />
meio ambiente<br />
USO DO AGROTÓXICO METAMIDOFÓS<br />
no BrasiL sErÁ ProiBido até 2012<br />
A<br />
Produto pode causar<br />
danos a fetos e<br />
sistemas neurológico,<br />
imunológico,<br />
reprodutor e endócrino<br />
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou<br />
o banimento do agrotóxico metamidofós do Brasil. O<br />
produto, usado nas lavouras de algodão, amendoim, batata,<br />
feijão, soja, tomate e trigo pode provocar prejuízos para o feto,<br />
além de ser prejudicial para os sistemas neurológico, imunológico,<br />
reprodutor e endócrino.<br />
Esse é o quarto agrotóxico cuja comercialização é proibida<br />
pela Anvisa desde 2008, quando a agência preparou uma lista de<br />
reavaliação com 14 produtos suspeitos de provocar danos à saúde.<br />
Além do metamidofós, foram proibidos o cihexatina, o tricloform<br />
e o endossulfam. “Nossa expectativa é avaliar todos os produtos<br />
da lista neste ano. Até porque certamente novos produtos deverão<br />
ser incluídos para reavaliação”, afi rmou Luiz Claudio Meirelles,<br />
gerente geral de toxicologia da Anvisa.<br />
A retirada do metamidofós do mercado brasileiro será feita de<br />
maneira programada. Pela decisão, publicada no Diário Ofi cial da<br />
União, o produto poderá ser comercializado somente até o fi m<br />
do ano. O agrotóxico poderá ser usado nas lavouras até junho<br />
de 2012. Meirelles afi rmou que a retirada programada é feita de<br />
forma a não provocar impacto negativo na agricul-<br />
tura. “É preciso também que haja tempo para os<br />
produtores se adaptarem e terem acesso a produtos<br />
menos tóxicos.”<br />
O metamidofós já foi banido nos países da União<br />
Europeia, na China, Indonésia, Costa do Marfi m,<br />
em Samoa, no Paquistão e Japão. De acordo com<br />
Meirelles, o produto encontra-se em processo de<br />
retirada nos Estados Unidos. O agrotóxico já havia<br />
passado por reavaliação da Anvisa em 2002. Na época, o uso do<br />
produto foi restrito, além de a forma de aplicação ter sido alterada.<br />
No mesmo ano, também foi realizada a primeira reavaliação de<br />
agrotóxicos no Brasil pela Anvisa, com banimento de quatro deles.<br />
A análise da lista de 2008, por sua vez, demorou para ganhar ritmo.<br />
Por pressões políticas, divergências no governo e ações na Justiça,<br />
somente no ano passado as avaliações começaram a ser feitas com<br />
maior rapidez. Para evitar que fabricantes acabem logo com seus<br />
estoques, a comercialização do metamidofós até dezembro não<br />
poderá ultrapassar a média histórica de vendas. “Vamos fi scalizar<br />
o cumprimento dessa determinação”, disse Meirelles.<br />
Com a decisão da Anvisa, também não serão autorizados registros<br />
de novos compostos que levem metamidofós, nem a importação<br />
do produto. Terminado o prazo em que a comercialização<br />
é permitida, os fabricantes fi carão responsáveis pela retirada das<br />
unidades remanescentes do mercado.<br />
Fonte: O Estado de S. Paulo ME
mercado empresarial<br />
LA NIÑA PODE SE<br />
ESTENDER ATÉ MAIO<br />
O<br />
fenômeno climático<br />
conhecido como La<br />
Niña, que esfria o Oceano<br />
Pacífico e é responsabilizado<br />
por enchentes na Austrália<br />
e estiagens em regiões da<br />
América Latina, deve continuar<br />
presente até maio desde<br />
ano, informou a Organização Meteorológica<br />
Mundial (OMM), da ONU, em seu mais recente<br />
relatório.<br />
“Quase todos os modelos de meteorologia<br />
predizem uma continuidade do La Niña atual,<br />
ao longo do primeiro trimestre de 2011 e<br />
possivelmente até o segundo trimestre (abril<br />
ou início de maio),” disse a OMM. “A força<br />
do evento provavelmente diminuirá durante os<br />
próximos quatro meses,” acrescentou.<br />
O La Niña começou em junho passado<br />
depois de um El Niño forte no Oceano Pacífico<br />
- o fenômeno climático natural oposto,<br />
associado a águas mais quentes que o normal.<br />
Em termos de efeitos na atmosfera - pressão<br />
no nível do mar, ventos mais fortes e menos<br />
O<br />
O fenômeno é<br />
associado tanto a<br />
enchentes como a<br />
secas<br />
EMPIRE STATE<br />
FIRMA ACORDO PARA<br />
COMPRA DE ENERGIA<br />
EÓLICA<br />
Empire State Building, em Nova York,<br />
um dos edifícios mais famosos do mundo,<br />
anunciou um acordo com a Green Mountain<br />
Energy Company, que atua no setor de energia<br />
limpa. Pelos termos do contrato, o prédio vai comprar<br />
junto à companhia o equivalente a seu consumo<br />
em certificados de energia eólica. Essa demanda, de<br />
aproximadamente 55 milhões de kWh, é o suficiente<br />
para evitar a emissão de 45 mil toneladas de CO2<br />
por ano. O anuncio acontece logo em seguida a uma<br />
reforma feita pelo edifício para adotar medidas de<br />
eficiência energética, que já havia reduzido em cerca<br />
meio ambiente 37<br />
nuvens -, o La Niña atual é “um dos<br />
mais fortes do século,” de acordo com<br />
a OMM.<br />
No entanto, em termos dos efeitos sobre<br />
os oceanos, o fenômeno é classificado<br />
como entre moderado e forte. Ele provoca<br />
temperaturas na superfície do mar em<br />
média por volta de 1,5 grau Celsius menor<br />
do que o normal no Pacífico tropical central e oriental.<br />
“Sabemos que, mesmo que se o La Niña enfraquecer<br />
nos próximos meses, os impactos provavelmente continuarão<br />
em regiões normalmente influenciadas por esse<br />
fenômeno,” disse o especialista da OMM Rupa Kumar<br />
Kolli num comunicado à imprensa. “O maior impacto que<br />
testemunhamos nas últimas semanas foi o das enchentes<br />
devastadoras na Austrália.”<br />
“O La Niña não é associado apenas a enchentes; é<br />
também associado a secas em algumas regiões do mundo,<br />
em especial na América do Sul, nas regiões costeiras, particularmente<br />
na costa oeste do Peru e do Equador e nas<br />
áreas próximas,” disse Kolli. Alguns impactos, entretanto,<br />
foram incomuns, como as enchentes no Sri Lanka e no<br />
Brasil, onde as condições dos Oceanos Atlântico e Índico<br />
podem ter exercido influência, afirmou ele ME<br />
de 40% o consumo de eletricidade. “Foi natural<br />
para nós combinar o uso de 100% de energia<br />
limpa com nosso recém-completo trabalho de retrofit<br />
para o consumo eficiente”, afirma Anthony<br />
E. Malkin, presidente da Malking Holdings, que<br />
atua no setor de serviços em eficiência energética<br />
para edificações.<br />
O contrato com a Green Mountain, com<br />
duração de dois anos,<br />
foi fechado após um<br />
processo de concorrência<br />
que contou com a<br />
participação de diversas<br />
empresas de serviços de<br />
conservação de energia<br />
(ESCOs). Segundo a administração<br />
do Empire<br />
State, a opção pela empresa<br />
foi tomada devido aos termos favoráveis<br />
do contrato, ao preço competitivo da energia<br />
e à liderança da companhia no mercado. Os<br />
valores da operação não foram divulgados.<br />
Fonte: Jornal da Energia ME<br />
Edifício em Nova York<br />
vai adquirir o equivalente<br />
a seu consumo<br />
em certificados de<br />
energia limpa
Divulgação<br />
38<br />
sustentabilidade<br />
GRUPO BONFIGLIOLI<br />
PARTICIPA DO MAIOR PARQUE<br />
DE ENERGIA SOLAR DA EUROPA<br />
O<br />
desafi o para a indústria é desenvolver produtos cada vez mais<br />
efi cientes e sustentáveis. Portanto, atender as exigências dos<br />
mercados local e internacional demandam soluções criativas<br />
com baixo custo. À frente de grandes projetos em energias renováveis<br />
da Europa, o Grupo Bonfi glioli foi escolhido para fornecer<br />
produtos para a maior instalação fotovoltaica, localizada na cidade<br />
de Rovigo, na Itália.<br />
Os inversores eletrônicos RPS 450, de-<br />
senvolvidos pela unidade de negócios<br />
Bonfi glioli Vectron, são componentes<br />
primários importantes para sistemas<br />
fotovoltaicos, e seu alto nível de efi ciência<br />
permite o uso mais rentável em<br />
termos econômicos. O equipamento<br />
pode ser operado com cada tipo de<br />
módulo solar, mesmo com módulos de<br />
camada fi na que requerem aterramento<br />
no sistema.<br />
Este projeto posiciona o Itália na liderança no setor de energia<br />
A instalação na cidade<br />
de Rovigo, na Itália,<br />
produzirá uma<br />
quantidade de energia<br />
sufi ciente para<br />
abastecer 16.500 casas<br />
fotovoltaica europeu, em termos de geração de energia 100% reno-<br />
vável. A instalação produzirá uma quantidade<br />
de energia sufi ciente para abastecer 16.500 casas<br />
e reduzirá a emissão de quatro mil toneladas de<br />
CO2 na atmosfera, o que representaria menos<br />
oito mil carros circulando por ano.<br />
Para a construção desta planta foram usados<br />
475 inversores, que transformou a energia<br />
contínua produzida por 350 mil paineis em<br />
energia limpa.<br />
“A Bonfi glioli teve um papel fundamental<br />
neste projeto com o fornecimento de 50% dos<br />
inversores utilizados. O trabalho foi realizado<br />
com a SunEdison, que escolheu a empresa<br />
como parceiro nesse desafi o. A capacidade de<br />
superação e de trabalhar em grupo garantiu a<br />
entrega em tempo recorde: apenas 9 meses”,<br />
esclarece Manfredi Ucelli Di Nemi, diretorexecutivo<br />
da Bonfi glioli do Brasil. Atualmente,<br />
o Grupo Bonfi glioli ocupa 10% do mercado de<br />
acionamentos europeu ME
mercado empresarial<br />
Omais novo empreendimento do Grupo<br />
Iguatemi, o Shopping Iguatemi Alphaville<br />
pretende ser não só uma referência<br />
na região mas também no quesito sustentabilidade.<br />
Alphaville tem população estimada de<br />
40 mil habitantes, com alto poder aquisitivo.<br />
Na área de entorno do shopping, localizado<br />
na esquina das Alamedas Xingu e Rio Negro,<br />
próximo a Rodovia Castelo Branco, estimase<br />
que circulam 160 mil pessoas diariamente,<br />
por conta de trabalho e prestação de serviços.<br />
Pelas suas especificações de sustentabilidade<br />
– eficiência energética, controle do consumo<br />
de água potável e da geração de esgotos, entre<br />
outros itens – o empreendimento concorrerá à<br />
certificação LEED (Leadership in Energy and<br />
Environmental Design), selo verde conferido<br />
pelo Green Building Council, dos Estados<br />
Unidos.<br />
O Grupo Iguatemi estima que o shopping<br />
receberá cerca de 32 mil visitantes por dia e mais<br />
de 11,5 milhões por ano, segundo estudo de<br />
mercado realizado pela consultoria Gismarket.<br />
Desse público, 40% serão das classes A e B,<br />
sendo 51% dos visitantes do sexo masculino.<br />
O empreendimento de alto padrão reunirá<br />
mais de 180 lojas, sendo cinco âncoras e sete<br />
megalojas, além de praça de alimentação, oito<br />
restaurantes e sete salas de cinema.<br />
O projeto arquitetônico do shopping Iguatemi<br />
Alphaville é do escritório Botti & Rubin<br />
Arquitetos Associados e privilegia a entrada<br />
de luz natural e a manutenção de áreas verdes<br />
nos corredores. Critérios de sustentabilidade<br />
foram utilizados para minimizar impactos desde<br />
a construção do edifício. Dessa forma, procuraram<br />
trabalhar com materiais certificados e<br />
equipamentos que colaboram para uso racional<br />
sustentabilidade<br />
GRUPO IGUATEMI<br />
inauGura shoPPinG<br />
sustEntÁVEL EM aLPhaViLLE<br />
dos recursos naturais. Por exemplo, os elevadores, escadas<br />
rolantes e ar condicionado contam com sistemas que<br />
contribuem para diminuir o consumo de energia, evitando<br />
desperdício. O edifício é constituído por três pisos de lojas<br />
e um de lazer, além de garagem com 1690 vagas, divididas<br />
em quatro subsolos. Dessas, 37 são para deficientes físicos,<br />
87 para veículos ecoeficientes que consomem menos<br />
combustível, 80 para motos e 122 para bicicletas.<br />
O shopping tem área construída de 119.283 m2, sendo<br />
que 31.930 m2 são destinados a locação. A Iguatemi<br />
Empresa de Shoppings Centers possui 78% do empreendimento<br />
e outros 22% são das empresas Y. Takaoka<br />
Empreendimentos e JAG Participação<br />
e Desenvolvimento. O investimento<br />
total foi de R$ 180,8 milhões e cerca<br />
de 60% desse valor foi financiado pelo<br />
BNDES.<br />
No mesmo complexo localiza-se a<br />
iTower Alphaville, torre corporativa da<br />
Odebrecht Empreendimentos Imobiliários,<br />
parceira do grupo Iguatemi.<br />
A obra está instalada em área de<br />
32 mil m2, que contará com 104 unidades de escritórios,<br />
distribuídos em 26 andares, somando 40,5 mil m2 de área<br />
privativa. Cerca de 87% da obra já está pronta.<br />
A torre será um empreendimento de padrão AAA por<br />
disponibilizar andares de até 1.560 m2 de área privativa,<br />
elevadores com sistema de antecipação de chamada, piso<br />
elevado, além de acesso e climatização automatizados.<br />
Medidas ecológicas adotadas no empreendimento:<br />
maior eficiência energética, controle do consumo de água<br />
potável e da geração de esgotos, assim como da aplicação<br />
e utilização de materiais; baixo nível de impacto ambiental<br />
com a redução das emissões de carbono e resíduos; aumento<br />
de áreas verdes; incremento da qualidade do ambiente<br />
interno, já que o conceito green traz mais satisfação dos<br />
usuários, redução nos problemas de saúde e maior produtividade<br />
da equipe ME<br />
Critérios de<br />
sustentabilidade foram<br />
utilizados para<br />
minimizar impactos<br />
desde a construção do<br />
edifício<br />
Divulgação<br />
39
40<br />
sustentabilidade<br />
COSIL INVESTE NO<br />
A<br />
incorporação de rigorosos procedimentos de<br />
responsabilidade socioambientais em obras de<br />
construção civil fez com que a Cosil passe a fazer<br />
parte do seleto grupo de empresas que terão o selo SustentaX<br />
para construtoras. A chancela, que representou<br />
investimentos e operações ao longo de 12 meses, mostra<br />
que a empresa conseguiu reduzir o consumo de energia, de<br />
água, reduziu a produção de resíduos sólidos e a emissão<br />
de dióxido de carbono. Passou ainda a evitar poeira em<br />
suspensão, entre tantos outros benefícios, em todos os<br />
seus empreendimentos que estão em fase de construção, o<br />
que indica que a companhia já passa a aplicar as melhores<br />
práticas internacionais de sustentabilidade em suas obras.<br />
“A conquista do Selo SustentaX é resultado direto dos<br />
investimentos e da estratégia sustentável que engloba todos<br />
os empreendimentos em construção. Acompanhamos a<br />
evolução do mercado imobiliário verde<br />
e com o Selo permitimos que o setor<br />
identifique, de maneira transparente e<br />
rápida, nossa responsabilidade socioambiental”,<br />
afirma Samara Meneses<br />
Silva, gestora de incorporações e membro<br />
do Comitê de Sustentabilidade da<br />
Cosil, criado em 2008 e que tem por<br />
objetivo discutir, dar andamento e<br />
supervisionar as ações sustentáveis, trazendo inovações<br />
para a organização.<br />
“Já somos signatários do Pacto Global da ONU há quase<br />
dois anos. O Kit Sustentável criado pelo nosso comitê<br />
tem enorme aceitação no mercado. Todas as providências<br />
em nossa cadeia quanto ao gerenciamento de obras que<br />
A empresa faz parte<br />
do seleto grupo que<br />
conquistou o Selo<br />
Sustentax<br />
consuMo consciEntE<br />
primam pelas práticas socioambientalmente<br />
corretas facilita a identificação pelo mercado de<br />
uma postura que visa o bem comum. A empresa<br />
cresceu mais de 100% nos últimos dois anos e,<br />
a conquista desse selo para obras, e a utilização<br />
de produtos sustentáveis certificados do<br />
nosso setor, nos firma no escopo do consumo<br />
consciente e aponta um crescimento que adota<br />
práticas sustentáveis”, ressalta Samara.<br />
obras sustentáveis<br />
Ao gerir empreendimentos em total conformidade<br />
com os critérios e procedimentos<br />
estabelecidos pela consultoria SustentaX, a<br />
Cosil incorporou ao seu cotidiano medidas<br />
mitigatórias de erosão, sedimentação e redutoras<br />
de consumo de água e energia. As obras<br />
também passaram a minimizar os resíduos das<br />
construções, com gerenciamento da destinação<br />
destes materiais, além de estabelecer controle<br />
ambiental da fumaça gerada pelo tabaco e a<br />
priorização dos materiais de baixa toxidade. A<br />
Cosil também passou a estimular ainda mais o<br />
reuso de materiais, o aumento de conteúdo dos<br />
reciclados, o uso de produtos regionais, bem<br />
como de madeira legalizada. A construtora terá<br />
suas obras auditadas pelo Grupo Sustentax, de<br />
forma não programada, confirmando a adoção<br />
pelos canteiros da empresa dos mesmos procedimentos<br />
para a construção de Green Buildings<br />
(prédios verdes) ME
mercado empresarial<br />
ONDULINE EM VIAS DE<br />
rEcEBEr o sELo EcoLóGico<br />
FaLcão BauEr<br />
E<br />
m um cenário de mudanças climáticas inesperadas e modifi cações<br />
no meio ambiente, a palavra sustentabilidade e as ações<br />
para torná-la realidade, despertam o interesse de todos os setores<br />
do mercado, principalmente no segmento de construção civil.<br />
A Onduline, multinacional francesa e maior fabricante mundial de<br />
telhas de fi bra vegetal, atua no mercado de construção com telhas<br />
ecológicas e acessórios para telhados, em um processo de desenvolvimento<br />
que não agride o meio ambiente.<br />
A chamada construção verde tem o objetivo de atender as necessidades<br />
das demandas atuais sem comprometer as gerações futuras.<br />
Com esse pensamento, grandes empreendimentos imobiliários, por<br />
exemplo, têm a consciência de que um projeto, desde o mais simples<br />
ao mais complexo, deve atender aos requisitos sustentáveis para<br />
ser ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente<br />
responsável. No processo de produ-<br />
ção dos produtos, a Onduline utiliza<br />
recursos que são reaproveitados e<br />
recicláveis, unindo tecnologia e sustentabilidade.<br />
Na fábrica, o consumo<br />
total de energia é de 2,8 kwh por m²<br />
de telha (energia elétrica e gás natural).<br />
A água utilizada é reaproveitada<br />
através do circuito fechado, sendo<br />
feita a reposição apenas do que é<br />
evaporado.<br />
Empresa atua no<br />
mercado de<br />
construção verde e<br />
está em processo para<br />
receber a ISO 14001 e<br />
o selo Falcão Bauer<br />
As telhas são fabricadas a partir da fi bra de celulose extraída do<br />
papel em um processo de reciclagem, sem que nenhuma árvore seja<br />
derrubada. Uma tonelada de celulose equivale evitar o corte de 30<br />
árvores para a produção de 300 telhas, ou seja, produzindo em um<br />
ano cinco milhões de telhas, a Onduline em sua fabricação consegue<br />
evitar o corte de 500 mil árvores. Além disso, as telhas passam por<br />
impermeabilização com cimento asfáltico, que por não ser queimado,<br />
evita a liberação de gás carbônico.<br />
“Mantendo todas as medidas necessárias, inclusive escolhendo<br />
parceiros e fabricantes idôneos, que trabalham em processos legais,<br />
estamos em busca de certifi cações ambientais, como o selo Falcão<br />
Bauer, que desenvolve serviços voltados para o controle do Meio<br />
Ambiente com os mais rígidos padrões ecológicos”, explica Ricardo<br />
Bressiani, diretor geral da Onduline na América Latina.<br />
O Selo Ecológico Falcão Bauer foi lançado em novembro de<br />
2007 com o objetivo de certifi car, comprovar e garantir produtos<br />
e tecnologias sustentáveis. Outra certifi cação importante na qual a<br />
Onduline está em processo de obtenção é a ISO 14001, uma série<br />
de normas desenvolvidas para padronizar os processos de gestão<br />
ambiental dentro de grandes empresas ME<br />
sustentabilidade<br />
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO<br />
dE Lixo Vira Pista dE<br />
EsQui na dinaMarca<br />
Obra deverá estar<br />
concluída até 2016<br />
Com um projeto que transforma um depósito<br />
de lixo em uma pista de esqui, o estúdio dinamarquês<br />
BIG venceu o concurso internacional<br />
de arquitetura para uma estação de tratamento<br />
de resíduos em Copenhague.<br />
Prevista para estar construída até 2016, a proposta<br />
foi escolhida por unanimidade pelo júri da<br />
competição, que teve entre os fi nalistas os escritórios<br />
de Wilkinson Eyre e Dominique Perrault.<br />
A cobertura da edifi cação será transformada<br />
em uma pista de esqui de 31 mil metros quadrados<br />
com diferentes níveis de difi culdade e mais<br />
de 100 metros de altura em seu ponto mais alto,<br />
tornando-se, assim, em uma área de lazer e um<br />
ponto turístico local.<br />
“Este projeto é um exemplo daquilo que chamamos<br />
no BIG de Sustentabilidade Hedonista – a<br />
ideia de que a sustentabilidade não é um fardo, e<br />
que uma cidade sustentável pode de fato melhorar<br />
nossa qualidade de vida”, pondera Bjarke Ingels,<br />
sócio-fundador do escritório.<br />
“Uma estação de tratamento combinada com<br />
uma estação de esqui é o melhor exemplo de uma<br />
cidade e um edifício que são ambos sustentáveis<br />
ecológica, econômica e socialmente”, conclui.<br />
A pista será feita de material sintético reciclado<br />
e, em sua área coberta terá aquecimento fornecido<br />
pela energia produzida pela própria estação de<br />
tratamento. O acesso ao local, aliás, será feito a<br />
partir de um elevador que acompanhará a chaminé<br />
onde será gerado esse calor. Panorâmico, ele permitirá<br />
que os visitantes observem todas as etapas<br />
de tratamento dos resíduos e a geração de energia<br />
dentro da estação cujo nome, em dinamarquês, é<br />
Amagerforbraending. Fonte: Arcoweb ME<br />
41<br />
Imagens: © BIG
42<br />
acessibilidade<br />
ACESSIBILIDADE<br />
R<br />
A adaptação dos espaços<br />
públicos e também privados<br />
é cada vez mais comum e<br />
uma conquista daqueles que<br />
lutam pelo direito de todos<br />
os cidadãos de ir e vir<br />
UNIVERSAL<br />
*Rafael Villar<br />
ecentemente, a Câmara dos Deputados, em<br />
Brasília, instalou uma plataforma elevatória<br />
para garantir o acesso de parlamentares<br />
portadores de necessidades especiais, como usuários<br />
de cadeira de rodas. O equipamento vence os<br />
obstáculos para se chegar com autonomia à tribuna<br />
da Câmara, onde os deputados discursam.<br />
O exemplo mostra que a adaptação dos espaços<br />
públicos e também privados é cada vez mais<br />
comum e uma conquista daqueles que lutam pelo<br />
direito de todos os cidadãos de ir e vir.<br />
Os dados indicam, porém, que o desafi o ainda é muito<br />
maior. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística<br />
(IBGE), o Brasil possui 24 milhões de cidadãos com<br />
defi ciência física, o que equivale a 15% da população.<br />
Além disso, o perfi l da população brasileira está mudando<br />
e impondo uma nova realidade para o País. A cada<br />
ano que passa, os brasileiros<br />
estão vivendo mais e melhor.<br />
Segunda dados da Organização<br />
Mundial de Saúde (OMS), a expectativa<br />
de vida no Brasil é de<br />
73 anos, uma das mais altas do<br />
mundo. Em 2008, a população<br />
com 60 anos ou mais era de 21<br />
milhões de pessoas, superando<br />
os dados de países europeus,<br />
como a França, a Inglaterra<br />
e a Itália, segundo o Instituto Brasileiro de Geografi a e<br />
Estatística (IBGE).<br />
Para atender as necessidades desse novo perfi l da população<br />
brasileira, espaços públicos e privados estão tendo<br />
de rever conceitos ultrapassados. A arquitetura inclusiva<br />
que prevê projetos adequados para todos, respeitando o<br />
direito de ir e vir das pessoas com segurança e qualidade<br />
de vida, é a base dessa transformação. Seja em casa, no<br />
trabalho, no cinema, restaurante, enfi m, em todos os locais<br />
que frequentamos, temos que criar condições adequadas<br />
para o livre acesso de todos.<br />
A boa notícia é que a indústria vem acompanhando<br />
essa evolução e está preparada para atender<br />
as necessidades da população brasileira.<br />
Há mais de 60 anos no mercado de transporte<br />
vertical, atuando na fabricação, instalação,<br />
conservação e modernização de elevadores,<br />
escadas e esteiras rolantes, a ThyssenKrupp<br />
Elevadores criou uma Divisão de Acessibilidade<br />
para atender com exclusividade este mercado.<br />
Os produtos atendem às necessidades das<br />
pessoas com mobilidade reduzida temporária<br />
ou permanente, contempladas pela NBR<br />
9050:2004, norma técnica que estabelece os<br />
parâmetros para o projeto, construção, instalação<br />
e adaptação de edifi cações, mobiliário,<br />
espaços e equipamentos urbanos às condições<br />
de acessibilidade.<br />
Elaborada pelo Comitê Brasileiro de Acessibilidade<br />
e pela Comissão de Edifi cações e Meio,<br />
a norma tem por objetivo garantir o direito de ir<br />
e vir de todas as pessoas, independente de suas<br />
condições físicas. Por isso, lugares públicos e<br />
privados precisam adaptar as edifi cações para<br />
tornar os espaços acessíveis para todos.<br />
A linha de acessibilidade da ThyssenKrupp<br />
Elevadores é composta por dois modelos de<br />
plataformas: Easy Vertical e Easy Inclined; as<br />
cadeiras elevatórias Levant e o elevador para
mercado empresarial<br />
uso residencial, Levità. Além da produção e<br />
comercialização, a empresa oferece manutenção<br />
dos equipamentos, garantindo total cobertura<br />
aos clientes em todo o País.<br />
Elevadores para residências, por exemplo, já<br />
são uma opção real e concreta para aqueles que<br />
residem em casas com até quatro andares. Com<br />
a mesma tecnologia disponível em elevadores<br />
convencionais, os home lifts vêm ganhando<br />
espaço junto à população que busca conforto<br />
e segurança sem precisar mudar de casa.<br />
A demanda crescente por condomínios<br />
horizontais também ampliou o mercado de<br />
elevadores residenciais. Compacto e de fácil<br />
instalação, o home lift pode transportar até<br />
três pessoas ou 225 quilos, possui itens de<br />
segurança como iluminação de emergência,<br />
sistema opcional de no break que garante o<br />
deslocamento do elevador até o andar térreo<br />
quando há falta de energia e sistema de telefone<br />
dentro da cabina para facilitar a comunicação<br />
com as demais dependências da casa, ou para<br />
uma ligação telefônica normal.<br />
Outro produto que atende o mercado residencial<br />
é a cadeira elevatória, equipamento ideal<br />
acessibilidade<br />
para quem precisa vencer lances de escadas<br />
retas, sem ter que fazer reformas na casa.<br />
Com design ergonômico e assentos mais<br />
largos, que medem 64 centímetros, a cadeira<br />
é ideal para o transporte confortável de uma<br />
pessoa sentada com até 138 quilos.<br />
Ir ao teatro, ao banco, ao laboratório, a<br />
uma clínica de saúde ou ao shopping, entre<br />
outros lugares, também pode ser mais fácil<br />
e seguro com a instalação de plataformas<br />
verticais, equipamentos que garantem o<br />
acesso com segurança em locais com dois e<br />
três andares.<br />
O modelo vertical foi projetado para<br />
transportar até 250 kg e comporta uma<br />
pessoa em cadeira de rodas com acompanhante. Já a plataforma<br />
inclinada é ideal para solucionar problemas de<br />
acessibilidade em locais onde há escadas retas ou curvas. A<br />
plataforma pode ser instalada junto à estrutura já existente,<br />
facilitando sua aplicação em qualquer ambiente e possui<br />
capacidade para transportar até 225 Kg.<br />
Com a oferta dessas novas tecnologias é possível por fi m às<br />
barreiras que hoje limitam o acesso da população. No futuro,<br />
esperamos que estejam integradas à nossa realidade, como<br />
itens comuns e indispensáveis para a vida nas cidades ME<br />
* Rafael Villar é<br />
Gerente da Divisão de<br />
Acessibilidade da ThyssenKrupp<br />
Elevadores<br />
43
CURSOS CIESP/FIESP 2010<br />
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IESP 2010
Fascículo<br />
1<br />
AQualidade de Vida é um conceito<br />
ligado ao desenvolvimento humano.<br />
Num sentido amplo, não implica apenas<br />
em que o indivíduo tenha saúde<br />
física e mental, mas que esteja bem<br />
com ele mesmo, com a vida, o mundo e as pessoas<br />
que o cercam. Ter qualidade de vida é estar em<br />
equilíbrio. Equilíbrio que, num ponto ideal, signifi caria<br />
ter controle sobre aquilo que acontece a nossa<br />
volta, o que nem sempre é possível, mas que, num<br />
limite realista, pode ser alcançado pela maneira com<br />
que reagimos a acontecimentos e ações.<br />
Assim, qualidade de vida tem a ver com a forma<br />
como as pessoas vivem, sentem e compreendem<br />
o seu cotidiano. Abrange aspectos como a saúde,<br />
a educação, o transporte, a moradia, o trabalho e a<br />
participação nas decisões, em situações muito variadas,<br />
como o atendimento digno em caso de doença<br />
e de acidente, o nível de escolaridade, o conforto e<br />
a pontualidade nas deslocações, a alimentação em<br />
quantidade sufi ciente e em qualidade.
Habitação saudável<br />
Aexpressão qualidade de vida foi utilizada pela primeira<br />
vez associada à economia por Lyndon<br />
Johnson, em 1964, data em que começou o seu<br />
mandato de presidente dos EUA, ao afi rmar que<br />
os objetivos da economia não podiam ser medidos através do<br />
balanço dos bancos, mas através da qualidade de vida que proporcionam<br />
às pessoas. Mais tarde, em 1976, Augus Campbell<br />
considerava que a qualidade de vida é “… uma vaga e etérea<br />
entidade, algo sobre a qual muita gente fala, mas que ninguém<br />
sabe claramente o que é.”.<br />
Com o passar dos tempos a qualidade de vida passou a ser<br />
cada vez mais alvo de estudo e refl exão, e a partir dos anos<br />
80 começou a ser encarada numa perspectiva multidimensional:<br />
biológica, psicológica, econômica e cultural, uma vez que a qualidade<br />
de vida depende destes fatores e é subjetiva.<br />
necessidade para<br />
se viver bem<br />
Assim, estudiosos entendem por Qualidade de Vida, QV, a<br />
percepção do indivíduo tanto de sua posição na vida, no contexto<br />
da cultura e nos sistemas de valores nos quais se insere,<br />
como em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e<br />
preocupações. É um amplo conceito de classifi cação, afetado de<br />
modo complexo pela saúde física do indivíduo, pelo seu estado<br />
psicológico, por suas relações sociais, por seu nível de independência<br />
e pelas suas relações com as características mais relevantes<br />
do seu meio ambiente.<br />
É, portanto, um termo amplo que concentra as condições que<br />
são fornecidas ao indivíduo para viver como ele pretende.<br />
QV envolve fatores relacionados com a saúde, tais como, o<br />
bem-estar físico, psicológico, emocional e mental, mas também<br />
elementos não relacionados, como a família, amigos, emprego<br />
ou outras circunstâncias da vida. Os conceitos bem-estar e de
saúde incluem a maximização da qualidade de vida de qualquer<br />
indivíduo através do desenvolvimento do total potencial<br />
humano.<br />
A organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu um instrumento<br />
(questionário) para aferir a Qualidade de Vida. Tratase<br />
do WHOQOL (World Health Organization Quality of Life),<br />
que possui duas versões validadas para o português, o Whoqol<br />
- 100 (composto por 100 questões) e o Whoqol-Breve, composto<br />
por 26 questões. O Whoqol-100 é composto por seis<br />
domínios: o físico, o psicológico, o do nível de independência,<br />
o das relações sociais, o do meio ambiente e o dos aspectos<br />
religiosos. O Whoqol-Breve é composto por quatro domínios:<br />
o físico, o psicológico, o das relações sociais e o do meio ambiente.<br />
No Brasil, a Associação Brasileira de Qualidade de Vida<br />
(ABQV) tem como missão promover a integração e desenvolvimento<br />
de profi ssionais multidisciplinares voltados para atuação<br />
em Qualidade de Vida, divulgando tendências, provocando discussões<br />
/ refl exões e formando opiniões balizadoras de estilo de<br />
vida, padrões e ambiente saudáveis.<br />
Habitação Saudável, um dos pilares<br />
da saúde e do bem-estar<br />
Evidências científi cas apontam que a saúde está diretamente<br />
ligada ao modo de viver das pessoas e sua relação com o meio<br />
ambiente, e não somente a determinismos biológicos e genéticos.<br />
Neste cenário, a habitação traduz-se como um dos primeiros<br />
e mais vulneráveis espaços de promoção da saúde.<br />
Para a arquiteta Simone Cynamon Cohen, pesquisadora da<br />
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) da<br />
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coordenadora da Rede<br />
“Qualidade de vida<br />
envolve fatores direta-<br />
mente relacionados com<br />
a saúde, como o bem-<br />
estar físico, psicológico,<br />
emocional e mental, mas<br />
também outros elemen-<br />
tos, como a família, ami-<br />
gos, emprego ou outras<br />
circunstâncias da vida.”<br />
Brasileira de Habitação Saudável, a Habitação Saudável é hoje<br />
um dos fundamentos para a garantia do bem-estar e da qualidade<br />
de vida, mas para isso dois campos de ação necessitam<br />
ser trabalhados: a criação de ambientes favoráveis à saúde e a<br />
implementação de políticas públicas saudáveis.<br />
No âmbito da criação de ambientes favoráveis, a habitação<br />
é o espaço principal da promoção da saúde na comunidade.<br />
Sobretudo em formações sociais com alta desigualdade sociossanitária<br />
é importante que sejam mostrados movimentos que<br />
concretizem, por meio de fundamentos e práticas, a ideia da<br />
promoção da saúde.<br />
O que é uma moradia saudável<br />
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde<br />
(Opas), o conceito de habitação saudável se aplica ao desenho<br />
da moradia, ao território geográfi co e social em que a habitação<br />
se assenta, aos materiais usados para sua construção, à segurança<br />
e qualidade dos elementos, ao processo construtivo, à<br />
composição espacial, à qualidade dos acabamentos, ao contexto<br />
global do entorno (comunicações, energia, vizinhança) e à educação<br />
ambiental e em saúde de seus moradores sobre estilos e<br />
condições de vida.<br />
A Opas e a Organização Mundial da Saúde (OMS) consideram<br />
que o conceito de ambiente e entorno saudável incorporam a<br />
necessidade de se ter equipamentos urbanos com saneamento<br />
básico, espaços físicos limpos e estruturalmente adequados,<br />
além de redes de apoio para se conseguir hábitos psicossociais<br />
sãos e seguros. Ressaltam também que a carência e as defi ciências<br />
na habitação e a falta de saneamento são questões diretamente<br />
relacionadas aos níveis de pobreza. Analogamente, o<br />
conceito de município saudável é uma proposta de promoção<br />
1<br />
Vol.
“Enquanto 80% dos mais ricos<br />
no País têm saneamento básico,<br />
32% dos 40% mais pobres não<br />
têm esse benefício.”<br />
da saúde que só é viável se houver uma política de habitação<br />
saudável.<br />
Segundo a Opas, o município saudável é uma estratégia que<br />
permite fortalecer a execução das atividades de saúde como a<br />
mais alta prioridade em uma agenda política local, desenvolvendo<br />
planos de ação pautados em princípios de saúde para todos.<br />
Em termos globais, a introdução do conceito de municípios saudáveis<br />
aumenta a cada ano, embora não na mesma proporção<br />
da expansão das metrópoles. A atual população urbana de 1,8<br />
bilhão de pessoas crescerá para 3,8 bilhões em 2015 e para 5,5<br />
bilhões em 2025. O surgimento de megacidades criará uma demanda<br />
de água gigantesca da mesma forma que acumulará uma<br />
quantidade imensa de resíduos poluentes.<br />
Falta de políticas públicas<br />
Já no âmbito das políticas públicas saudáveis, no Brasil a situ-<br />
ação está em contínuo processo de degradação, marcada por<br />
péssimos índices de morbimortalidade, que é a relação entre o<br />
número de doentes e o número de pessoas que morrem em<br />
um determinado local e época – no parecer da pesquisadora<br />
Simone Cohen.<br />
Esta condição, bem como a ocorrência de doenças infectoparasitárias,<br />
ocorrem devido à falta de infra-estrutura e a ausência<br />
de saneamento básico, principalmente. A precariedade<br />
habitacional, a deterioração da qualidade de vida, o impacto na<br />
saúde de ambientes e o distanciamento da comunidade científi<br />
ca da realidade - pela falta de estudos e incentivos a pesquisas<br />
nessa área - comprovam a necessidade de aumentar a efi ciência<br />
das políticas públicas de saúde.<br />
As cifras de desigualdade assustam. Enquanto 80% dos mais<br />
ricos no País têm saneamento básico, 32% dos 40% mais pobres<br />
não têm esse benefício, segundo dados recentes do Ministério<br />
da Saúde. E embora a população urbana represente 80% do total<br />
do País, 50% deste contingente vive em áreas de favela, sem<br />
as mínimas condições de saneamento ou saúde. Isso faz hoje do<br />
saneamento básico um problema que só poderia ser solucionado<br />
com a cooperação entre diversos atores sociais como as<br />
instituições acadêmicas, ONGs, movimentos sociais e governamentais<br />
que interajam na intenção de implementar um conceito<br />
abrangente de políticas para a habitação saudável.<br />
Fontes: estudos desenvolvidos pela arquiteta Simone Cynamon Cohen, pesquisadora da<br />
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),<br />
coordenadora da Rede Brasileira de Habitação Saudável e apoiadora do Instituto<br />
Trata Brasil; pela médica Ana Cláudia Garabeli Cavalli Kluthcovsky, Professora Assistente do<br />
Depto de Enfermagem da Universidade Estadual do Centro-Oeste; e pela enfermeira Angela<br />
Maria Magosso Takayanagui, Professora Assistente do Depto Materno-Infantil e de Saúde<br />
Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP; Wikipedia, OPAS, OMS.<br />
Próximo<br />
Módulo:<br />
Saúde e<br />
bem-estar
SESI e SENAI de São Paulo<br />
há mais de 65 anos contribuem<br />
para o desenvolvimento e a<br />
competitividade da indústria.<br />
O SENAI-SP e o SESI-SP oferecem educação prossional e melhorias na qualidade<br />
de vida para os prossionais da indústria e seus dependentes.<br />
Da criança ao adulto, do lazer à formação prossional em novas tecnologias,<br />
a indústria paulista investe continuamente na sua principal força: as pessoas.<br />
Conheça os serviços oferecidos pelas unidades SESI-SP e SENAI-SP e agende uma visita.<br />
SESI-SP*<br />
• 53 CENTROS DE ATIVIDADES<br />
• 215 UNIDADES ESCOLARES: ENSINO<br />
FUNDAMENTAL, MÉDIO E INTEGRAL<br />
• 19 TEATROS<br />
• 37 UNIDADES ODONTOLÓGICAS<br />
• 41 COZINHAS DIDÁTICAS<br />
Informações: (11) 3528-2000 – Grande São Paulo / 0800-55-1000 – outras localidades<br />
WWW.SP.SENAI.BR WWW.SP.SENAI.BR/REDESSOCIAIS<br />
WWW.SESISP.ORG.BR WWW.SESISP.ORG.BR/REDESSOCIAIS<br />
SENAI-SP*<br />
• 159 UNIDADES ESCOLARES<br />
• CURSOS DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, TÉCNICO,<br />
FORMAÇÃO CONTINUADA, TECNÓLOGO,<br />
PÓS-GRADUAÇÃO E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA<br />
• SERVIÇOS TÉCNICOS E TECNOLÓGICOS<br />
• ATUAÇÃO EM 28 ÁREAS TECNOLÓGICAS<br />
* Dados 2009
50<br />
inovação<br />
NOVO SISTEMA DE RESFRIAMENTO<br />
noturno Para Prédios corPoratiVos<br />
Estação de<br />
sensores<br />
U<br />
ma nova maneira de resfriar ambientes internos de<br />
prédios corporativos, com base no uso de energias<br />
passivas, está chegando ao mercado brasileiro.<br />
Trata-se do resfriamento noturno promovido por meio<br />
da abertura programada e automatizada das janelas de um<br />
edifício, fazendo o ar circular e resfriar os ambientes.É<br />
através da fachada dos edifícios que ocorre a troca de luz<br />
e calor entre os ambientes interior e exterior. Assim, a<br />
engenharia de materiais e sistemas tem buscado cada vez<br />
mais o desenvolvimento de produtos de alta tecnologia<br />
visando a efi ciência energética das edifi cações. Entre eles<br />
está a operação dos sistemas móveis das<br />
fachadas, por meio de controle motorizado<br />
de janelas maxim-ar, cortinas e persianas<br />
internas, persianas externas, toldos<br />
e brises. Com o uso desses elementos é<br />
possível, por exemplo, acionar janelas<br />
do tipo maxim-ar automaticamente, de<br />
acordo com parâmetros ambientais medidos em tempo<br />
real e com as necessidades de cada prédio.<br />
No Brasil, esse sistema está sendo oferecido pela Somfy,<br />
multinacional francesa que fabrica motores e componentes<br />
automatizados para fechamentos e proteção solar de ambientes<br />
residenciais e comerciais, aplicáveis em persianas,<br />
brises, cortinas, toldos, e também janelas dos tipos maximar<br />
ou de tombar. Segundo o engenheiro Fábio Xavier,<br />
gerente técnico da Somfy, a empresa produz sistemas<br />
modulares que podem ser confi gurados de acordo com as<br />
necessidades de cada edifício, com os produtos instalados<br />
em cada fachada. A composição do sistema tem como base<br />
um controlador central, uma caixa com seus respectivos<br />
sensores estrategicamente posicionados no topo do edifício<br />
(próximo das janelas) e controladores de motores, aos quais<br />
A novidade está<br />
chegando ao<br />
mercado brasileiro<br />
podem ser conectados os diferentes tipos de<br />
equipamentos. O motor pode receber comandos<br />
individuais, através de controle remoto, ou<br />
responder ao controlador central. A instalação<br />
requer fi os para ligar motores e controladores à<br />
corrente elétrica. Já o comando individual pode<br />
ser por radiofrequência, pois o controle remoto<br />
emite ordens a distância sem necessidade de fi o<br />
elétrico ou conexão.<br />
Para implantar o sistema de resfriamento noturno<br />
passivo são necessários ainda sensores de<br />
temperatura, vento e chuva, aciona-<br />
dos para comandar a abertura ou o<br />
fechamento das janelas maxim-ar.<br />
O sensor de temperatura determina<br />
quando as janelas devem ser abertas<br />
e os de chuva e vento servem<br />
para proteger o ambiente interno<br />
em caso de ocorrência de qualquer uma dessas<br />
condições climáticas adversas. Também existe<br />
a opção de promover a abertura das janelas por<br />
programação horária ou associar a abertura e<br />
o fechamento das janelas com a automatização<br />
de cortinas, persianas ou brises, que potencializam<br />
a proteção solar. Os sensores comandam<br />
esses elementos de acordo com a variação da<br />
intensidade solar ao longo do dia. As janelas<br />
são abertas segundo uma estratégia de controle<br />
baseada na diferença de temperatura - interna<br />
e externa - ou por meio de horários estabelecidos.<br />
São acionadas por motores fi xados no<br />
marco, que atuam linearmente, empurrando e<br />
recolhendo a folha móvel. O edifício precisa
mercado empresarial<br />
ser dotado de janelas maxim-ar e de infraestrutura<br />
de comunicação elétrica, específi ca para<br />
o sistema. A Somfy dá suporte total desde a<br />
elaboração do projeto.<br />
O arquiteto Cláudio Marraccini, gerente de<br />
especifi cação da Somfy, afi rma que os ganhos<br />
com a economia de energia elétrica podem variar<br />
muito de um prédio para outro, de acordo com<br />
determinados parâmetros de projeto, tais como<br />
localização, orientação das fachadas e tamanho<br />
das aberturas. “Mas basicamente o ganho será<br />
tanto maior quanto maior for a inércia térmica<br />
do edifício, ou seja, sua capacidade de acumular<br />
calor durante o dia, que é geralmente alta no<br />
Brasil, devido à grande quantidade de concreto<br />
utilizada nas construções”, ele explica.<br />
Segundo Marraccini, estudos realizados<br />
por consultores independentes em projetos na<br />
cidade de São Paulo mostraram resultados da<br />
ordem de 2% a 3% de economia no consumo<br />
de energia do edifício - considerando que o<br />
ar-condicionado representa 40% do consumo<br />
total do prédio. “Isso pode ser muito signifi -<br />
cativo durante a vida útil da edifi cação. Mas o<br />
Imagens Divulgação<br />
Controlador de motores, que é<br />
comandado pelas informações<br />
dos sensores<br />
inovação<br />
Caixa de conexão dos sensores de<br />
temperatura, vento e chuva, que<br />
acionam comandos de abertura ou<br />
fechamento das janelas maxim-ar<br />
ideal é incluir essa estratégia nas simulações de efi ciência<br />
energética realizadas na fase de projeto, para cada obra<br />
em particular, a fi m de obter o melhor resultado”, ele<br />
recomenda. “No Brasil, ainda não há nenhum edifício<br />
em funcionamento que tenha adotado o sistema, uma vez<br />
que a construção sustentável e as simulações prévias de<br />
desempenho energético ainda são relativamente novas no<br />
país”, explica. Mas a Somfy já conta com alguns projetos<br />
cujos arquitetos se interessaram em especifi car o sistema.<br />
Fonte: Finestra/Arcoweb ME<br />
51
52<br />
E<br />
inovação<br />
Quando uM<br />
ROBÔ ROBÔFotos: é sEu ViZinho dE MEsa<br />
ntre o desaquecimento econômico mundial e o persistente<br />
desemprego, os anos recentes não foram amenos para<br />
os trabalhadores. Agora, paira uma nova ameaça. Com<br />
apenas 1,5 metro de altura e 39 quilos, o PRH-4 poderá ser o<br />
alvo de lamúrias nos escritórios do futuro. O robô humanoide<br />
desenvolvido pela Kawada Industries, de Tóquio, e pelo Instituto<br />
Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada do<br />
Japão, está programado para entregar correspondência, servir<br />
café e reconhecer os rostos de seus colegas de trabalho. No<br />
fi nal de janeiro último, a Kawada começou a vendê-los para<br />
instituições de pesquisa e universidades<br />
Chegam ao escritório<br />
autômatos capazes de<br />
tarefas como abrir<br />
portas e entregar<br />
correspondência<br />
em todo o mundo, por cerca de US$ 350<br />
mil. Embora o preço possa parecer alto, é<br />
preciso levar em conta que o PRH-4 não<br />
fi ca navegando no Facebook, não passa<br />
horas atualizando a escalação ideal de seu<br />
time de futebol, nem exige uma parada<br />
para o almoço. Noriyuki Kanehira, gerente<br />
de sistemas robóticos na Kawada, acredita<br />
que o PRH-4 poderá facilmente assumir<br />
um “papel de secretário, num futuro próximo”. Mais<br />
cedo ou mais tarde, diz ele, “robôs humanoides poderão<br />
começar a atuar nos escritórios”.<br />
Trabalhadores robóticos não são inteiramente novos.<br />
A General Motors, empregou um deles numa linha de<br />
montagem em 1961, e segundo o World Robotics, um<br />
relatório anual produzido pela Federação Internacional<br />
de Robótica, com sede em Frankfurt, existem atualmente<br />
8,6 milhões de robôs em uso em todo o mundo.<br />
Muitos deles vêm fazendo trabalhos que os humanos<br />
não podem fazer, em lugares onde não podem ir, como<br />
obstruir vazamentos de petróleo no Golfo do México.<br />
Como resultado de avanços tecnológicos, porém, uma<br />
nova geração de máquinas poderá em breve arquivar<br />
documentos e empurrar carrinhos de correspondência.<br />
Numa edição da revista “Scientifi c American” de 2007,<br />
Bill Gates previu que o futuro colocaria “um robô em<br />
cada casa”. Em um futuro previsível, porém, poderá haver<br />
um robô em cada área de trabalho - ou, pelo menos,<br />
a cada três delas.<br />
Existem Existem 8,6 8,6 milhões milhões de de robôs robôs em em uso uso<br />
no mundo, muitos deles fazendo trabalhos<br />
perigosos demais para humanos<br />
Empresas industriais e de tecnologia em<br />
todo o mundo já estão trabalhando com afi nco<br />
para tentar tornar isso uma realidade. O QB, um<br />
“robô de presença remota”, criado pela Anybots,<br />
de Mountain View, Califórnia, é basicamente um<br />
sistema de videoconferência sobre rodas. O QB,<br />
que se assemelha um pouco ao (personagem de<br />
animação) Wall-E, é controlado remotamente por<br />
meio de um programa de navegação na web e um<br />
teclado, permitindo que os gerentes visitem em<br />
modo virtual quaisquer escritórios remotos de<br />
uma organização sem deixar o conforto de suas<br />
próprias salas. Ao preço de US$ 15 mil, o QB foi<br />
apresentado em maio passado, e de acordo com o<br />
fundador da Anybots, Trevor Blackwell, as vendas<br />
estão na casa de centenas. “Todo mundo já tem<br />
videoconferência”, diz Blackwell. “No entanto, os<br />
aviões continuam repletos de pessoas que viajam<br />
a negócios. Nós estamos tentando encontrar uma<br />
maneira de resolver esse problema.”<br />
Por aproximadamente o mesmo preço, a Smart<br />
Robots, de Dalton, Massachusetts, oferece um robô<br />
para escritórios mais ambicioso, chamado SR4.<br />
Os modelos variam do SR4 Professional, por US$<br />
7.495, ao SR4 Offi ce, que custa US$ 18.950 mil e se<br />
assemelha ao R2-D2 [o robozinho de “Star Wars”]<br />
com um tampo de vidro transparente. Joe Bosworth,<br />
executivo-chefe da Smart Robots, diz que o SR4 é<br />
tão inteligente como o amiguinho de C-3PO. “Eu<br />
o descreveria como sendo um ‘contínuo’”, diz ele.<br />
“Um robô ponto a ponto deve ser capaz de ir de<br />
uma mesa a outra num prédio de escritórios. Deve<br />
ser capaz de levar correspondência até a sala de<br />
expedição e, depois, atravessar a rua para apanhar<br />
um cappucino”. Bosworth, que está envolvido com<br />
a Smart Robots desde 2002, prevê críticas dos que<br />
Fotos: Divulgação
mercado empresarial<br />
afi rmarão que o SR4 é apenas uma maneira extravagante<br />
de substituir funcionários humanos. “Existem<br />
humanoides, desculpe, seres humanos, que fazem<br />
esse tipo de tarefa em grandes escritórios? Sem<br />
dúvida”, admite Bosworth. “Isso tem por objetivo<br />
eliminá-los inteiramente? Na realidade, não. Mas (os<br />
robôs) economizam, efetivamente, alguma mão de<br />
obra, em determinadas circunstâncias? Sim.”<br />
Personal robô<br />
Para empresas mais ricas, há o PR2, um “personal<br />
robô”, desenvolvido pela Willow Garage, um<br />
grupo de pesquisas em robótica de Menlo Park,<br />
Califórnia, fundada por Scott Hassan, um dos<br />
arquitetos originais do mecanismo de buscas do<br />
Google. O PR2 chegou ofi cialmente ao mercado em<br />
setembro, por US$ 400 mil, e a Samsung tornou-se<br />
um de seus primeiros clientes. Ao contrário de robôs<br />
Raciocínios usados na gestão de empresas<br />
já podem ser decompostos em<br />
fórmulas fáceis de reproduzir<br />
mais baratos para escritórios, o PR2 - com 1,5 metro<br />
de altura, dois braços e capaz de deslocar-se sobre<br />
rodas - pode solucionar problemas simples, abrir<br />
portas sem ser orientado para isso e conectar-se<br />
a uma tomada quando sua bateria estiver fraca. E<br />
como pode ser visto em vídeos de demonstração da<br />
Willow Garage, ele consegue apanhar uma cerveja<br />
na geladeira e joga sinuca muito bem. Em breve, as<br />
pessoas não vão precisar nem de amigos reais...<br />
No que diz respeito ao receio das pessoas quanto<br />
à chegada de robôs aos locais de trabalho, Tim<br />
Smith, porta-voz da Willow Garage, assume uma<br />
perspectiva histórica. “As pessoas parecem sempre<br />
ter medo de novas tecnologias”, diz. “Desconfi o que<br />
muitos lamentaram quando Benjamin Franklin criou<br />
os correios e, de uma hora para outra, o governo<br />
passou a saber onde cada pessoa morava”. Goste-se<br />
ou não, a Willow Garage está apostando que depois<br />
que os robôs entrarem no mercado de trabalho, as<br />
empresas não vão ignorar a tecnologia. “Quando<br />
você incorpora um robô capaz de manipulação<br />
móvel, como o PR2, as coisas fi cam emocionantes<br />
de verdade”, diz Joshua Smith, um professor associado<br />
de ciência e engenharia na Universidade de<br />
Washington, em Seattle. “Um robô torna possível<br />
que programas de computador movam objetos e<br />
modifi quem o estado físico de um prédio.” Smith,<br />
da Willow Garage, diz: “Se os EUA querem participar<br />
desse mercado, agora não é o momento para<br />
restringir os robôs, com base em receios tolos e<br />
injustifi cados”.<br />
inovação<br />
segunda espécie inteligente<br />
Hyoun Park, analista do Aberdeen Group, companhia<br />
de Boston especializada em pesquisa de mercado<br />
na área de tecnologia, concorda não haver nada a temer<br />
dos robôs, a não ser o próprio medo. “O estado atual da<br />
robótica é menos apropriado a substituir funcionários<br />
em meio a uma recessão”, afi r- ma, “e mais adequado ao<br />
clichê de ‘fazer mais com me- nos’”. Nem todo mundo<br />
acredita que mão de obra basea- da em porcas e parafusos<br />
seja algo inteiramente benigno. O empresário Marshall<br />
Brain, diz que os robôs vão se tornar amplamente<br />
disponíveis em 2030 e poderão acabar absorvendo quase<br />
metade de todos os empregos<br />
nos Estados Unidos. “Estamos<br />
bastante ocupados criando a segunda<br />
espécie inteligente”, diz<br />
ele. Brain, que vendeu seu site<br />
HowStuffWorks para o Discovery<br />
Channel por US$ 250<br />
milhões em 2007, sugere que<br />
os robôs são uma ameaça aos<br />
trabalhadores em todos os níveis de uma empresa. Até mesmo<br />
raciocínios de nível sofi sticado - a qualidade que, dizem muitos<br />
gerentes, os distinguem de seus subordinados e da inteligência<br />
artifi cial - podem ser decompostos em fórmulas fáceis de reproduzir.<br />
“Gestão de organizações é uma área na qual um robô<br />
imparcial, capaz de distribuir tarefas e avaliar desempenhos de<br />
funcionários de uma forma perfeitamente racional, pode realizar<br />
um trabalho melhor que o de um ser humano”, diz ele.<br />
O robô para escritórios está se aproximando, a uma velocidade<br />
surpreendente, de competências de gestão de nível superior.<br />
Na universidade Georgia Tech, o engenheiro pesquisador Alan<br />
Wagner vem colaborando com o professor Ronald Arkin na quebra<br />
do código de inteligência de robôs. De acordo com Wagner,<br />
sua pesquisa tem como objetivo “construir robôs em condições<br />
de não apenas interagir com seres humanos, mas também de<br />
representar, raciocinar e desenvolver relações com outros”. Eles<br />
desenvolveram um algoritmo que, segundo afi rmam, permite<br />
aos robôs, assim fazem altos executivos, “examinar uma situação<br />
e determinar se [ela] exige iludir, fornecer informações falsas,<br />
em benefício próprio”. Basicamente, eles ensinaram os robôs a<br />
mentir. Essa capacidade para fi ngir pode ser ainda mais alarmante<br />
para os trabalhadores humanos, que poderiam um dia perder<br />
seus empregos para um bando de sósias do Wall-E. No entanto,<br />
Bosworth, da Smart Robots, insiste que a ascensão de robôs cada<br />
vez mais sofi sticados oferece um pouco de esperança a pessoas<br />
em posições mais baixas, em todos os lugares. “A tecnologia cria<br />
postos de trabalho, ela não destrói empregos”, diz ele. Bosworth<br />
cita a invenção da televisão, que criou um novo setor de consertos<br />
de televisores. Ele prevê que há uma fortuna a ser ganha<br />
com a manutenção preventiva de robôs. Essa não é a melhor<br />
das notícias para os que têm ambições de carreira superiores às<br />
de ser mecânico de robôs. Mas, em um mercado onde os robôs<br />
podem tomar os bons empregos, qualquer trabalho é trabalho,<br />
certo? Fonte: Bloomberg Businessweek (Tradução de Sergio Blum) ME<br />
Para os entusiastas, a adoção<br />
dos robês pode criar novos<br />
empregos, como os de<br />
mecânicos especializados<br />
53
Divulgação<br />
54<br />
opinião<br />
CONSTRUÇÃO<br />
SUSTENTáVEL,<br />
coMProMisso QuE sE<br />
tornarÁ oBriGação<br />
Por Luiz Henrique Correa Ferreira*<br />
A<br />
plicar o conceito de sustentabilidade<br />
nas construções está passando de um<br />
compromisso das organizações para<br />
uma obrigação, pois as questões de preservação<br />
ambiental e sustentabilidade estão cada<br />
vez mais presentes no dia a dia, e a construção<br />
civil interfere diretamente nessa rotina, sendo<br />
responsável por grande parte do consumo de recursos<br />
naturais e geração de resíduos. Uma das<br />
formas de sistematizar a aplicação desse conceito<br />
é por meio das certifi cações, que garantem<br />
o cumprimento de normas e<br />
Para obter a certifi cação, procedimentos, contribuindo<br />
o empreendedor deve<br />
para tornar a sustentabilidade<br />
nas construções uma realidade<br />
estabelecer o controle total<br />
nas empresas. Além de garantir<br />
do projeto em todas as suas que o empreendimento é sus-<br />
fases: programa; concepção tentável, a certifi cação de Alta<br />
(projeto); realização Qualidade Ambiental (AQUA)<br />
(execução da obra) e viabiliza a redução dos impac-<br />
operação (fase de uso) tos da organização no meio<br />
ambiente por meio da escolha<br />
de materiais, da determinação<br />
de processos e na busca de soluções que tornam<br />
Casa Natura Santo André também recebeu a possível obter e medir os resultados.<br />
certifi cação AQUA (Alta Qualidade Ambientral) O Processo AQUA para certificação de<br />
empreendimentos sustentáveis já conta com
mercado empresarial<br />
31 processos iniciados e 14 empreendimentos<br />
certificados. Criado em 2008, esse processo foi<br />
desenvolvido e adaptado à realidade brasileira<br />
pela maior certificadora nacional, a Fundação<br />
Vanzolini, e é voltado à gestão total do projeto.<br />
O AQUA atende todo tipo de construção: comercial,<br />
residencial ou industrial, e é concedida<br />
com base em auditorias presenciais independentes.<br />
Um empreendimento com essa certificação<br />
conta com reconhecimento internacional através<br />
da SBAlliance, entidade internacional para<br />
avaliação da sustentabilidade nas construções,<br />
da qual o Brasil é membro fundador.<br />
Para obter a certificação, o empreendedor<br />
deve estabelecer o controle total do projeto em<br />
todas as suas fases: programa; concepção (projeto);<br />
realização (execução da obra) e operação<br />
(fase de uso). Isso é feito por meio do Sistema<br />
de Gestão do Empreendimento (SGE), que<br />
garante que sejam atendidos os 14 critérios<br />
de desempenho da Qualidade Ambiental do<br />
Edifício (QAE). A certificação é concedida<br />
ao final de cada fase, mediante verificação de<br />
atendimento ao Referencial Técnico, adaptado<br />
à realidade brasileira a partir da “Démarche<br />
HQE”, da França, que contém os requisitos<br />
para o SGE e os critérios de desempenho nas<br />
categorias da QAE. Os requisitos do SGE<br />
exigem o comprometimento com o perfil de<br />
QAE estabelecido, além de acompanhamento,<br />
análise e avaliação ao longo da construção do<br />
empreendimento. Os critérios de desempenho<br />
do QAE abrangem a eco-construção, a ecogestão<br />
e a criação de condições de conforto e<br />
saúde para o usuário.<br />
Entre os benefícios de um empreendimento<br />
certificado pelo Processo AQUA estão a qualidade<br />
de vida do usuário; economia de água e<br />
de energia; menores custos operacionais e de<br />
manutenção; maior valor patrimonial ao longo<br />
do tempo; e gerenciamento da disposição de<br />
resíduos. A certificação garante ainda redução<br />
das emissões de gases do efeito estufa; redução<br />
da poluição; melhores condições de salubridade<br />
nas edificações; melhor aproveitamento<br />
da infra-estrutura local; menor impacto na<br />
vizinhança; melhores condições de trabalho;<br />
redução da produção de resíduos, entre outros<br />
resultados que começam a ser vistos como<br />
práticas comuns para uma organização.<br />
Além disso, a certificação mantém auditorias<br />
exigentes e presenciais em todas as fases,<br />
que têm como objetivo validar as soluções do<br />
projeto, respeitando as características da região,<br />
do clima, da vegetação e principalmente a comunidade<br />
local onde ela foi adotada.<br />
opinião<br />
O Processo AQUA também se diferencia<br />
por considerar soluções passivas e ativas para<br />
a redução de impactos ambientais e custos<br />
operacionais da construção, durante a fase<br />
de projeto.<br />
Entre as soluções passivas, que podem<br />
ser empregadas sem custo adicional, estão<br />
a orientação das fachadas para obtenção de<br />
iluminação natural; cobertura destacada do<br />
forro, para melhora da ventilação natural;<br />
e sombreamento das faces ensolaradas<br />
com utilização de vegetação para reduzir<br />
o calor no interior do imóvel. Se forem<br />
adotadas já na fase do projeto arquitetônico,<br />
as soluções passivas podem levar a<br />
construção sustentável a um custo similar<br />
à convencional. Já as soluções ativas podem<br />
incluir adoção de vasos sanitários com descarga<br />
de duplo fluxo (3 ou 6 litros), torneiras<br />
e chuveiros economizadores, sistemas de<br />
aproveitamento de água da chuva e reuso de água, lâmpadas<br />
de alta eficiência energética, uso de energia solar para<br />
aquecimento da água, entre outros recursos. Estes itens<br />
podem requerer um investimento maior. Porém, quanto<br />
mais alto o desempenho ambiental, menores serão os<br />
custos operacionais da edificação.<br />
Levando em consideração cerca de 30 anos, o custo<br />
total de construção e operação de um edifício, cerca de<br />
20%, correspondem à construção e 80% à operação. Se<br />
uma edificação for sustentável e, consequentemente, existirem<br />
custos operacionais mais baixos, os investimentos<br />
adicionais realizados na fase de construção terão rápido<br />
retorno.<br />
Já existem diversos empreendimentos certificados<br />
AQUA no Brasil, entre eles as unidades da Leroy Merlin de<br />
Niterói (RJ) e Taguatinga (DF), duas escolas estaduais da<br />
Fundação para o Desenvolvimento<br />
*O engenheiro Luiz<br />
Henrique Correa<br />
Ferreira é diretor da<br />
Inovatech Engenharia,<br />
empresa especializada<br />
em soluções sustentáveis<br />
para a construção<br />
civil, que detém hoje<br />
55% dos empreendimentos<br />
certificados<br />
pelo processo AQUA.<br />
da Educação do Estado de São Paulo<br />
(FDE), um empreendimento certificado<br />
na fase de operação e uso,<br />
um empreendimento certificado<br />
na fase Programa de sua reforma,<br />
entre outros.<br />
Para que um empreendimento<br />
seja certificado AQUA, é muito importante<br />
que o empreendedor tenha<br />
a seu lado um parceiro experiente<br />
e tecnicamente competente, que o<br />
levará às soluções mais adequadas do ponto de vista de<br />
sustentabilidade, economizando tempo e dinheiro, além de<br />
conduzir o projeto para os melhores resultados. Além disso,<br />
quando apoiada por um parceiro especializado, a equipe<br />
técnica do projeto poderá antecipar problemas e soluções,<br />
além de ter a certeza que os resultados estipulados serão<br />
atendidos, fato que inclusive pode ser comprovado através<br />
de simulação computacional de resultados ME<br />
Para que um empreendimento<br />
seja certificado<br />
AQUA, é muito importante<br />
que o empreendedor tenha<br />
a seu lado um parceiro<br />
experiente e tecnicamente<br />
competente<br />
55
56<br />
F<br />
tendência<br />
lexível, podendo ser usado em qualquer ambiente, o<br />
tom de amarelo esverdeado é a tendência em matéria<br />
de cores para 2011. Esse é o resultado do Colour<br />
Futures 2011, estudo global de cores da AkzoNobel, que<br />
indica o “toque de limão” como a cor do ano. O livro,<br />
publicado no Brasil pela Coral, é o espelho de pesquisas<br />
mundiais sobre tendências, previsões e desenvolvimento<br />
de cores.<br />
De acordo com o estudo, o “Toque de Limão” tem as<br />
características de simplicidade, tranquilidade, criatividade. É<br />
uma cor que surpreende e refl ete esse renovado entusiasmo<br />
pela vida, que corresponde perfeitamente à palavra-chave<br />
“Apreciação” – tema central do estudo para 2011. O ano de<br />
2011 será de apreciação. É o momento de<br />
nos satisfazermos com o que temos, com<br />
a vida cotidiana e as pequenas alegrias.<br />
Paola Vieira, Gerente Global de<br />
Colour Marketing, explica o porquê da<br />
escolha: “o azul de 2010 era um tom claro<br />
que simbolizava a renovação da energia.<br />
Agora, para 2011, temos o “Toque de<br />
Limão”, cor que representa o resultado<br />
desse entusiasmo. É um tom imaginativo,<br />
lúdico, otimista. Remete-nos a uma ‘raspadinha de<br />
limão’”. E completa: “o azul é uma cor etérea aberta e<br />
cheia de esperança. Como continuidade, temos o ‘Toque de<br />
Limão’, que é brilhante e ao mesmo tempo aconchegante,<br />
surpreendente”.<br />
O tema “Apreciação” ressalta um momento mais<br />
sereno e feminino vivido atualmente pela sociedade:<br />
“Podemos encontrar significado em objetos simples e<br />
na própria atmosfera familiar. É a serenidade do chá<br />
em oposição à cultura frenética do café”, ressalta a<br />
especialista, complementando que “depois de renovar<br />
as esperanças, a busca agora é pelo caminho para uma<br />
vida mais descontraída, de estarmos contentes com o<br />
É uma cor que<br />
surpreende e refl ete<br />
um renovado<br />
entusiasmo pela<br />
vida<br />
que temos e acalentar o que nos pertence,<br />
com carinho e orgulho.”<br />
A cor pode ser usada tanto para combinações<br />
contrastantes quanto harmônicas. Essas<br />
associações podem ser feitas com tons neutros<br />
frios, violetas profundos, azuis bem defi nidos<br />
e tons pastéis (como tons encontrados em<br />
sorvetes de frutas).<br />
Ainda segundo o estudo, a “Apreciação” é<br />
o momento de as pessoas deixarem um pouco<br />
de lado tudo o que é superinovador, superfashion,<br />
e aproveitar os momentos simples e<br />
as coisas naturais. “A sociedade busca o que é<br />
essencial e relevante. Se atualmente é possível<br />
manipular e melhorar tudo digitalmente, vemos<br />
uma busca pelo verdadeiro, real e honesto. O<br />
Colour Futures é a tradução desse comportamento”,<br />
completa Benito Berretta, diretor de<br />
marketing da AkzoNobel para América Latina.<br />
Nesse contexto, o Colour Futures desenvolveu<br />
cinco temas para 2011: “A Beleza do cotidiano”,<br />
“Buscando o caminho”, “Alegria instantânea”,<br />
“Feito com amor”, “Magia molecular”.<br />
a Beleza do cotidiano<br />
Está relacionado com a ideia de apreciação e<br />
satisfação com o que já temos, englobando a aceitação<br />
da vida real e procurando canalizar a energia no<br />
que é essencial e relevante. A base da casa se torna<br />
simples e informal, focada no aqui e agora.<br />
“A Beleza do cotidiano” representa um<br />
retorno a um sentido universal de verdade,<br />
honestidade e harmonia. O lar é o lugar onde<br />
fi camos à vontade e podemos ser nós mesmos.<br />
Por isso conforto e “domesticidade” são as<br />
palavras-chave.
mercado empresarial<br />
A paleta é reminiscente de todas as coisas<br />
simples e cotidianas que conhecemos, como<br />
o céu, um vaso com fl ores, frutas e legumes<br />
maduros, temperos e especiarias.<br />
Buscando o caminho<br />
Estamos à procura de uma maneira mais<br />
clara, simples e ordenada de se viver. Como<br />
indivíduos, devemos compreender qual é nossa<br />
identidade cultural e global. Tentar arrumar a<br />
desordem de nossas mentes, lares e atitudes<br />
nos ajuda a entender o sentido de nossa comunidade<br />
local e do mundo como um todo.<br />
Ao mapearmos internamente nosso dia a dia,<br />
tornamos possível a simplifi cação e estruturação<br />
das coisas.<br />
A paleta é inspirada por sinais, mapas e<br />
arquitetura urbana. Neutros mais puros são<br />
realçados por tons pastéis de mapas antigos e<br />
cores brilhantes, provenientes das sinalizações<br />
de rua. O mapeamento feito com o uso de cores<br />
é um jeito efi caz de decodifi car nosso meio<br />
ambiente. Tons mais primários são muito úteis<br />
na defi nição de espaços, contrastando com os<br />
neutros em combinações que podem variar de<br />
calmante a vibrante.<br />
alegria instantânea<br />
Este tema mostra um enfoque mais jovem<br />
e descontraído ao sentido que a palavra prazer<br />
pode representar em nossas vidas. Trata-se de<br />
um estado de leveza que é de fácil acesso e nos<br />
cativa por sua temporalidade e animação.<br />
“Alegria instantânea” é surpreendente a<br />
medida em que destaca o mesmo espírito de<br />
restaurantes, lojas e galerias “pop-up” – ou<br />
seja, que não tem a intenção de<br />
permanecer para sempre.<br />
Aqui se brinca com o ato de criar por<br />
simples divertimento, e vemos que é possível<br />
encontrar magia a partir de coisas rotineiras.<br />
A paleta refl ete o frescor de sorvetes, sucos<br />
e vitaminas – são tons pastéis com um fundo<br />
marrom como o papel craft.<br />
tendência<br />
Feito com amor<br />
Realçamos nesse tema o respeito pelo<br />
simples trabalho artesanal, espírito de honestidade,<br />
retidão e autenticidade que são característicos<br />
de uma nova ética do design. Cada<br />
vez mais, buscamos conhecer o ciclo de vida<br />
dos materiais e produtos que compramos,<br />
bem como sua procedência. Permitir que a<br />
qualidade e o valor dos materiais transpareçam<br />
promove um sentido mais democrático ao design.<br />
A paleta para o “Feito com amor” é formada por tons<br />
de madeira, argila, barro e brim. Cores eternas que são<br />
reavivadas por um tom de amarelo que é inspirador e otimista.<br />
Os tons são harmônicos e podem ser misturados e<br />
combinados tranquilamente.<br />
Magia molecular<br />
Este tema nos leva a olhar sob o microscópio, e perceber<br />
que podemos nos surpreender muito com o resultado.<br />
Trata-se de um lugar estimulante e colorido que exerce<br />
fascínio também sobre designers e artistas.<br />
Aqui os materiais são inteligentes e animados, adaptando<br />
e modifi cando-se. O foco não é somente na forma, no<br />
invólucro, mas sim sobre o produto que está por baixo da<br />
embalagem e pode nos trazer de benefício. A inspiração é<br />
proveniente de bactérias e organismos do fundo do mar.<br />
A paleta microscópica e computadorizada é forte e viva<br />
– tons que pulsam com muita vitalidade. Verdes, turquesas<br />
e púrpuras são colocados lado a lado a cores sutis e subliminares.<br />
Tons muito profundos são reavivados por cores<br />
extremamente saturadas ME<br />
AkzoNobel – considerada<br />
a maior companhia global<br />
de tintas e revestimentos<br />
e uma das principais<br />
fabricantes de especialidades<br />
químicas, a empresa<br />
inclui em seu portfólio<br />
marcas como Coral, Eka,<br />
Wanda, Dulux, Sikkens e<br />
International. Com sede<br />
em Amsterdã, na Holanda,<br />
opera em mais de 80<br />
países e emprega 55 mil<br />
pessoas.<br />
57<br />
Fotos: Divulgação
58<br />
tendência<br />
ESTILO MINIMALISTA, a noVa tEndência<br />
na dEcoração dE Escritórios<br />
O<br />
s escritórios surgiram com a revolução industrial<br />
em meados do século XVIII. Porém, foi com a<br />
criação e o aperfeiçoamento dos departamentos de<br />
recursos humanos que as empresas começaram a se questionar<br />
a respeito do como o ambiente físico de trabalho<br />
influi no clima e no desempenho dos trabalhadores. Com<br />
o passar do tempo, as tendências no desenvolvimento do<br />
mobiliário criaram conceitos que priorizam ambientes<br />
de trabalho que não provoquem estresse, mas que tenham<br />
poder de energia e vibração e, ao mesmo tempo,<br />
de tranquilidade. Esses ambientes devem ser combinar<br />
um visual moderno, leve, clean, voltado para o futuro, e,<br />
principalmente, um lugar onde todos<br />
O design é importante<br />
para criar um<br />
ambiente que seja<br />
acolhedor, sem<br />
tensões<br />
os seus ocupantes tenham prazer em<br />
estar e trabalhar.<br />
O design é importante para criar<br />
um ambiente que seja acolhedor,<br />
sem tensões, propício para o bom<br />
desenvolvimento e execução de<br />
projetos. Por isso, muitas empresas<br />
vêm, atualmente, optando por um estilo<br />
minimalista nos escritórios, onde<br />
menos é mais e onde se pretende combinar funcionalidade<br />
com conforto.<br />
Uma das primeiras medidas é que o ambiente siga<br />
uma determinada cartela de cores que se conjugue com os<br />
acessórios e os móveis. A iluminação, por sua vez, tem um<br />
papel fundamental, não só propiciando a melhor visibilida-<br />
de aos funcionários mas, também, otimizando<br />
os objetivos da ambientação. Os elementos<br />
decorativos, assim como as plantas, também<br />
são muito importantes, já que dão o contraste<br />
com o design minimalista.<br />
Os módulos devem manter um espaço<br />
respeitável para que os trabalhadores possam<br />
realizar suas tarefas comodamente, sem sentirse<br />
aprisionados. De preferência, devem ser de<br />
cor clara, que dá uma sensação de maior espaço,<br />
uma das grandes virtudes do estilo minimalista.<br />
Lâminas de vidro ajudam a ampliar os ambientes.<br />
Por fim, uma grande quantidade de luz<br />
natural é indispensável.<br />
animal Print<br />
O denominado animal print (ou seja, as<br />
estampas que imitam pele de animais) é outra<br />
das tendências atuais e que cria um contraponto<br />
com o estilo minimalista, enriquecendo visualmente<br />
os espaços. Os estampados de tigre<br />
e zebra já estão chegando não só nas roupas<br />
mas também nos ambientes das pessoas e dos<br />
empresários mais atrevidos.<br />
Por outro lado, nos escritórios de gente<br />
mais jovem e dinâmica as cores mais fortes e<br />
a pop art continuam sendo elementos inspiradores<br />
ME<br />
Foto: Divulgação
mercado empresarial<br />
a casa da noVa<br />
CLASSE MÉDIA BRASILEIRA<br />
Nos bairros de classe média das grandes<br />
cidades brasileiras é comum nos depararmos<br />
com imensos edifícios dividindo<br />
espaço com casas simples, até mesmo sem<br />
reboco. Mas a discrepância, em muitos casos,<br />
fi ca principalmente da porta para fora. “A nova<br />
classe média está muito mais preocupada com<br />
conforto do que com status”, afi rma Luciana<br />
Aguiar, antropóloga e sócia da empresa de<br />
consultoria e pesquisa Plano CDE.<br />
“As prioridades são outras. São pessoas que<br />
geralmente gastam o que restou do salário com<br />
eletrodomésticos de última geração. A casa é<br />
colorida e arrumada por dentro, mas quem<br />
passa na frente nem imagina”, afi rma.<br />
Mercado imobiliário<br />
Hoje com mais posses, a classe C exige<br />
segurança e se protege em condomínios fechados,<br />
sendo que 25% dessa camada vive de<br />
aluguel. O tipo de apartamento mais procurado<br />
contempla dois dormitórios, que comportam<br />
famílias multinucleares e todo tipo de bens de<br />
consumo.<br />
Recuperadas da crise econômica mundial<br />
ocorrida entre o fi m de 2008 e início de 2009,<br />
as construtoras e incorporadoras atentaram<br />
para essa preferência e, em 2010, focaram seus<br />
lançamentos em imóveis dentro desse perfi l.<br />
tendência<br />
Só na cidade de São Paulo, maior mercado do País, as<br />
unidades de dois quartos representaram, aproximadamente,<br />
40% do total das vendas entre janeiro e novembro de 2010,<br />
segundo dados do Sindicato da Habitação do Estado de<br />
SP (Secovi). O destaque fi cou para os imóveis de 46 m²<br />
a 65 m², com 39% de participação do total de unidades<br />
vendidas. Em seguida, vieram as unidades de 66 m² a 85<br />
m², com 22%, e as de 86 m² a 130 m², com 17%.<br />
O aumento do emprego formal, a queda das taxas de<br />
juros e o Minha Casa, Minha Vida – progra-<br />
ma do Governo Federal que enquadra imóveis<br />
de até R$ 130 mil e benefi cia famílias<br />
com renda de três a dez salários mínimos<br />
– estão entre os fatores que facilitaram a<br />
compra de imóveis nos últimos anos.<br />
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro<br />
de Geografi a e Estatística), a classe<br />
C é formada por famílias que recebem<br />
mensalmente de cinco a dez salários mínimos, o que hoje<br />
corresponde a 33% do total de brasileiros, ou seja, 57 milhões<br />
de pessoas. Em 2002, esse grupo era composto por 13<br />
milhões de habitantes (26% da população). Fonte: IG ME<br />
ParEdEs VErdEs dão toM sustEntÁVEL<br />
ao aMBiEntE<br />
Tendência que vem crescendo nos centros urbanos, a Parede Verde, a exemplo<br />
do telhado verde, foi criada para amenizar a falta de áreas verdes nesses<br />
espaços. Também chamada de jardim vertical, quadro verde, painel verde,<br />
fachada verde e ecoparede, trata-se de um sistema que pode revestir qualquer tipo<br />
de parede, interna ou externamente. A estrutura metálica que sustenta a parede<br />
verde é instalada com dispositivos pré-vegetados, que podem ser retirados por<br />
partes, sem a necessidade de ser removido todo o painel. O sistema contempla<br />
irrigação automatizada por gotejo.<br />
No caso de paredes internas, a parede verde pode purifi car e limpar o ar,<br />
pois retém voláteis, material particulado, fumaça de cigarro, além de manter o<br />
conforto térmico ME<br />
Classe C prefere<br />
imóveis de dois<br />
quartos e prioriza<br />
conforto a status<br />
A fachada externa verde é<br />
uma ótima forma de revitalizar<br />
edifícios e combater as<br />
ilhas de calor urbano.<br />
59
60<br />
planejamento<br />
o ParadiGMa do<br />
PLANEJAMENTO<br />
ESTRATÉGICO<br />
*Paulo Ancona Lopez<br />
P<br />
lanejar não é adivinhar e sim construir uma ponte<br />
segura ente o presente e o futuro. Muitas são as razões<br />
alegadas para não se planejar. Esta visão parte de<br />
premissas erradas, que consideram o planejamento como<br />
uma sofisticação desnecessária que pouco podem ter.<br />
O erro fundamental é ver o planejamento como algo<br />
que deva ser feito como “a mais”, sem saber que o ato de<br />
planejar deve fazer parte da rotina da empresa.<br />
É simples: como uma empresa pode saber se está na<br />
direção certa se ela não sabe onde quer chegar ? Como<br />
alguém pensaria em escalar uma montanha, sem planejar<br />
as paradas, a alimentação e a roupa que deve ser levada<br />
para a caminhada?<br />
A vida de uma empresa é uma caminhada contínua e<br />
é preciso saber quais são as possíveis dificuldades a serem<br />
encontradas pelo caminho, para poder se planejar como<br />
passar por elas. “Na hora eu vejo e dou um jeito”, não<br />
cabe mais.<br />
Um princípio do planejamento estratégico diz que se “<br />
alguém na sua empresa demora mais de um minuto para<br />
definir claramente o negócio da empresa,<br />
é porque ele deve ser redefinido” .<br />
Se partirmos do conhecimento do<br />
negócio, podemos ir definindo todas as<br />
etapas posteriores: missão da empresa (de<br />
que forma ela quer atender seu mercado),<br />
estratégias e táticas (para encaminhar as<br />
definições acima), processos operacionais<br />
(para sairmos do discurso e implantarmos<br />
na prática as ações que atenderão às definições<br />
acima ) e finalmente estrutura funcional através<br />
de pessoas com o perfil e competências adequadas para<br />
gerenciarem cada um dos processos.<br />
Este simples exercício de definição ou revisão é capaz<br />
de orientar qualquer empresa a ser uma empresa focada e<br />
orientada para seus objetivos.<br />
Isso é suficiente? Sim para o inicio ou redirecionamento<br />
das atividades, mas não para manter a empresa aprumada<br />
dentro de um mercado competitivo.<br />
A caminhada exige vigilância constante e existem dois<br />
grandes cenários a serem observados.<br />
Planejar estrategicamente<br />
é a ação<br />
mais importante<br />
que um executivo<br />
deve fazer<br />
O cenário externo composto pelos concorrentes,<br />
clientes, variações econômicas e<br />
políticas, legislação, tendências de consumo e<br />
tantos outros fatores.<br />
O cenário interno composto por desempenho<br />
e eficácia, indicadores gerenciais, motivação<br />
e comprometimento do pessoal, recursos<br />
disponíveis e qualquer outro fator que possa<br />
influir nos resultados.<br />
Na verdade, planejar estrategicamente é a<br />
ação mais importante que um executivo deve<br />
fazer. O planejamento e suas revisões é o próprio<br />
ato de gerenciar, no dia a dia e por isso<br />
que não se trata de algo a mais para ser feito,<br />
além da rotina.<br />
Trata-se fundamentalmente de entender<br />
uma cultura empresarial onde o planejamento<br />
de cada ação futura deve estar alinhado e interligado<br />
com todas as decisões fundamentais,<br />
ou seja, alinhado com o negócio e suas possíveis<br />
variações, com as estratégias que devem<br />
acompanhar as mudanças de cenários, com as<br />
possibilidades de melhorias em cada processo<br />
operacional e finalmente com as pessoas.<br />
Não existe hipótese de se trabalhar com<br />
um destes fatores e não atentar para demais.<br />
Todos só podem existir se bem alinhados<br />
e integrados e esta integração só pode ser<br />
garantida através da cultura do planejamento<br />
estratégico ME<br />
*Paulo Ancona Lopez é diretor da Vecchi & Ancona,<br />
consultoria especializada em estratégia e gestão.<br />
www.vecchiancona.com.br
mercado empresarial<br />
61
destaque
destaque
64<br />
P<br />
dicas<br />
coMo EstÁ a sua<br />
CAIXA D’áGUA?<br />
ouco vale investir em um bom material e produto na<br />
hora da construção ou reforma da casa, se ele não<br />
for bem instalado e mantido. E com as caixas d’água<br />
não é diferente. Por estarem, muitas vezes, expostas às<br />
condições climáticas, cuidados devem ser tomados desde<br />
a compra até a instalação e manutenção.<br />
A má utilização pode levar a sérios contratempos. Se<br />
mal fechada, por exemplo, pode desencadear a proliferação<br />
de mosquito da dengue, entrada ou acúmulo de impurezas<br />
na caixa, deixando a água imprópria para consumo humano.<br />
Manter a caixa d’água devidamente<br />
Manter a integridade da<br />
caixa e boas condições da<br />
água auxilia no combate<br />
às doenças que podem<br />
ser transmitidas pela má<br />
conservação do produto.<br />
Atenção especial deve<br />
ser conferida às tampas<br />
fechada e limpa não só reduz a<br />
chance da proliferação de insetos,<br />
como proporciona saúde e qualidade<br />
de vida aos consumidores.<br />
Por isso, preparamos algumas<br />
dicas para auxiliar o consumidor.<br />
Confi ra:<br />
Escolha do material<br />
Engana-se quem pensa que<br />
toda caixa d’água é igual. A primeira<br />
diferença e que muitas vezes<br />
passa despercebido é o material.<br />
Antigamente as caixas eram produzidas em amianto, o<br />
mesmo utilizado na fabricação de telhas.<br />
Com a evolução dos processos, passou-se a fabricar caixas<br />
em fi bra de vidro, material mais resistente aos efeitos do<br />
tempo e que possibilita melhor armazenamento de água.<br />
Atualmente, segundo a engenheira química Cláudio<br />
Muñoz, coordenadora de engenharia de aplicação da FortLev,<br />
maior produtora de soluções para armazenamento de<br />
água do Brasil, as caixas feitas em polietileno tem ganhado<br />
espaço na preferência dos consumidores por ser um dos<br />
sintéticos mais duráveis e leves disponíveis. “O polietileno<br />
já é a matéria-prima mais utilizada.<br />
A caixa é ainda mais fl exível, resistente, de fácil manutenção<br />
e com excelente custo benefício. Nos modelos<br />
tradicionais, as tampas vêm com trava, diminuindo a chance<br />
de a tampa se deslocar, e nos modelos de tanque as tampas<br />
são rosqueáveis, o que garante vedação total.<br />
Aliás, esse o modelo mais utilizado em todo<br />
mundo”, explica.<br />
No Brasil já existe também uma tecnologia<br />
que permite armazenar milhares de litros, de<br />
forma totalmente vedada.<br />
Esse tipo de reservatório é fabricado em<br />
resinas de poliéster reforçado com fi bra de<br />
vidro, tecnologia conhecida como SMC e produzida<br />
de forma pioneira pela Fortlev. É mais<br />
utilizado por empresas e empreendimentos de<br />
grande porte.<br />
Escolha do tamanho<br />
Mas e qual a litragem ideal? Como calcular?<br />
A escolha da caixa d’água deve sempre se<br />
basear no número de pessoas da residência ou<br />
empresa.<br />
Como a média do consumo de água no Brasil<br />
por pessoa é de 150 litros/dia, a referência<br />
de cálculo segue o raciocínio abaixo:<br />
Nesse caso, deve-se optar por uma caixa<br />
de 2.000 litros.
mercado empresarial<br />
capacidade de armazenamento e<br />
tamanho:<br />
como instalar e limpar a caixa d’água?<br />
As caixas d’água são acompanhadas de manuais de<br />
instalação que devem ser seguidos à risca.<br />
Há erros comuns, como instalar em locais desnivelados<br />
ou sem ventilação, enterrá-las, usar base gradeada, entre<br />
outros, que comprometem a vida útil do produto.<br />
Para ajudar nessa tarefa, siga o passo a passo abaixo e<br />
lembre-se: nunca utilize objetos abrasivos, como esponja de<br />
aço, vassouras, escovas na limpeza, pois isso torna as paredes<br />
internas ásperas, facilitando a fixação de impurezas.<br />
1 - Escolha um fim de semana para que possa fazer o trabalho<br />
com o maior cuidado possível.<br />
2 - Posicione bem a escada.<br />
3 - Amarre a boia.<br />
4 - Esvazie a caixa cuidadosamente, guardando a água para<br />
usar durante a limpeza (tampe a saída quando a água chegar<br />
a um palmo).<br />
5 - Esfregue as paredes e o fundo da caixa com escova de<br />
fibra vegetal ou de fio plástico macio. Não use escova de<br />
aço, nem vassoura. Não use sabão, nem detergente.<br />
6 - Retire a água suja com balde e a sujeira com pá de<br />
plástico.<br />
7 - Use um pano seco para secar o fundo, evitando passá-lo<br />
nas paredes.<br />
8 - Ainda com a saída fechada, desamarre a bóia e deixe<br />
entrar outro palmo de água.<br />
9 - Coloque 2 litros de água sanitária e deixe durante 2<br />
horas.<br />
10 - Amarre a boia novamente.<br />
11 - Com uma borracha, balde ou caneca plástica, molhe as<br />
paredes internas da caixa com essa mistura de água sanitária<br />
e depois jogue o restante fora.<br />
12 - A cada 30 minutos verifique se as paredes internas da<br />
caixa estão secas. Se estiverem, molhe-as novamente.<br />
13 - Após 2 horas, ainda com a boia amarrada, esvazie a<br />
caixa abrindo a saída.<br />
14 - Abra todas as torneiras e acione as descargas. Com isso<br />
você estará desinfetando os canos de sua casa.<br />
15 - Desamarre a boia. Tampe adequadamente a caixa para<br />
que não entrem pequenos animais, aves ou sujeira. Isso evita<br />
a contaminação e transmissão de doenças ME<br />
Você tEM<br />
FINANCIAMENTO<br />
IMOBILIáRIO?<br />
I<br />
NCC, CUB, IGP-M. Essas<br />
siglas são familiares<br />
para você? Se você está<br />
financiando um imóvel e a<br />
sua resposta for negativa,<br />
é melhor começar a prestar<br />
dicas 65<br />
Entenda como as<br />
parcelas do<br />
financiamento são<br />
corrigidas<br />
mais atenção nelas. Isso porque, segundo informa a<br />
Tibério Construções e Incorporações, estes são alguns<br />
dos índices utilizados para corrigir as parcelas do<br />
financiamento imobiliário; lembrando que correção<br />
monetária é diferente de juros.<br />
Os juros que compõem as parcelas são referentes<br />
ao valor que se paga pelo empréstimo do montante<br />
que o comprador não quita à vista e opta por financiar,<br />
enquanto a correção monetária atualiza o valor<br />
do bem para recuperar os efeitos da inflação.<br />
Entendendo cada índice<br />
O INCC (Índice Nacional da Construção Civil),<br />
calculado todos os meses pela FGV (Fundação Getulio<br />
Vargas), corrige as parcelas de imóveis na planta ou<br />
em construção, até que estejam prontos. Este índice<br />
atualiza o valor pago pelo cliente conforme a variação<br />
dos preços dos Materiais de construção e os salários<br />
pagos para os trabalhadores da construção civil.<br />
O CUB (Custo Unitário Básico), assim como o<br />
INCC, é outro índice que pode ser utilizado para atualizar<br />
as parcelas de imóveis não prontos. Calculado<br />
pelo Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção)<br />
de cada estado, o índice considera o preço dos<br />
materiais, equipamentos, despesas administrativas,<br />
entre outros itens.<br />
Já o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado),<br />
calculado também pela FGV, é usado somente nos<br />
financiamentos direto com a construtora para corrigir<br />
os valores das prestações de imóveis prontos.<br />
O índice considera o IPA (Índice de Preços por<br />
Atacado), o IPC (Índice de Preços ao Consumidor)<br />
e o INCC.<br />
Por fim, há a TR (Taxa Referencial), definida todo<br />
mês pelo Banco Central, segundo a remuneração<br />
média das aplicações bancárias, e utilizada pelos<br />
bancos para corrigir as parcelas do financiamento.<br />
Fonte: Acomac ME
66<br />
dicas<br />
FINANCIAMENTO<br />
Muitos têm essa dúvida: em quanto tempo fi nanciar<br />
um imóvel, em 15, 20 ou 30 anos? Se você,<br />
leitor, faz parte dos que estão se decidindo por<br />
fi nanciamento no prazo de 25 a 30 anos, por exemplo, você<br />
fará parte dos 55,1% que escolheram esse limite ao contraírem<br />
empréstimo na Caixa – instituição que detém 70%<br />
dos fi nanciamentos imobiliários no País –, pelo Sistema<br />
Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).<br />
Esse número representa a consolidação do fenômeno<br />
que surgiu em 2007, quando o tempo de fi nanciamento<br />
imobiliário se estendeu até 30 anos. Segundo o gerente<br />
regional de Habitação e Construção Civil da Caixa, Nedio<br />
Henrique Filho, desde então um número cada vez maior de<br />
pessoas vem optando por ampliar o prazo de pagamento.<br />
Dados do banco – que fi nanciou mais de R$ 70 bilhões em<br />
imóveis em 2010 – mostram que, em 2005, o prazo médio<br />
dos optantes pelo SBPE (famílias de renda média alta e alta<br />
ren da) era de 180 meses, ou 15 anos. Já em 2010, o prazo<br />
médio subiu para 25 anos.<br />
O mesmo fenômeno ocorreu para quem usou o Fundo<br />
de Garantia do Tempo de Serviço, o FGTS (famílias de<br />
baixa e média renda), com fi nanciamento pelo Sistema<br />
Financeiro de Habitação (SFH). Em 2005, o prazo médio<br />
para compra a prazo era de 10 anos. Em 2010, pulou para<br />
20 anos. Pelo FGTS, 73,8% dos que obtiveram crédito<br />
optaram por quitá-lo no período de 20 a 25 anos.<br />
“Há forte tendência de ampliação do prazo médio de<br />
amortização dos imóveis”, diz Henrique Filho. “O cenário<br />
começou a mudar em 2007/2008 com o aumento da oferta<br />
de crediário, da produção de imóveis e a extensão do prazo<br />
de fi nanciamento para até 30 anos. Outro fato importante é<br />
a crescente participação de mutuários abaixo dos 35 anos no<br />
número de contratos de compra.” Se em 2000 esse grupo<br />
adquiriu pela Caixa apenas 0,1% dos imóveis com valores<br />
entre R$ 200 mil e R$ 500 mil, o número pulou para 3,5%<br />
entre janeiro e maio de 2010.<br />
Já na faixa dos imóveis com valores de R$ 80mil a R$<br />
130mil, o porcentual dos fi nanciamentos subiu 15 vezes:<br />
em 2000, esses clientes somavam 1,2% e, no ano passado,<br />
atingiram 16%. No total dos imóveis fi nanciados, a participação<br />
dos mutuários de até 35 anos passou de 51% em2000<br />
para 56,9% em 2010.<br />
dE 25 a 30 anos é<br />
O MAIS PROCURADO<br />
O grupo dos acima de 35 anos, por sua vez,<br />
sofreu queda de participação, embora não tenha<br />
ocorrido de maneira ininterrupta.<br />
Desde 2001, sua participação (49%) passou<br />
a registrar queda até 2006 (45%). No ano seguinte,<br />
recuperou-se e foi para 46,2%. Em 2008,<br />
porém, voltou a cair e, no ano passado, foi para<br />
43,1%. “Numa economia estável e boa oferta<br />
de crediário, pessoas mais jovens criam coragem<br />
e fazem fi nanciamento”, diz. A escolha por<br />
prazos maiores para a amortização da dívida,<br />
conclui o executivo da Caixa, tem relação direta<br />
com o valor das prestações.<br />
Quanto mais anos para pagar, mais diluído<br />
fi ca o pagamento e, por consequência, as prestações<br />
são mais baixas. “Em uma comparação<br />
livre, o mesmo se dá quando as pessoas escolhem<br />
comprar uma geladeira, TV ou automóvel<br />
em muitas prestações”, diz o gerente regional<br />
da Caixa. “No caso da nossa instituição, a taxa<br />
de juros é a mesma tanto para quem faz um<br />
fi nanciamento em cinco anos quanto para quem<br />
faz em 30 anos. Em compensação, os juros vão<br />
rolando em cima do valor da dívida, e a pessoa<br />
acaba pagando mais quanto maior o número de<br />
anos de fi nanciamento”, diz o executivo.<br />
Quitar o mais rápido possível<br />
Em novembro, o casal Janice Soares Fernandes<br />
Filho, de 32 anos, e Roberto Paiva Leite,<br />
de 33, adquiriu um apartamento na Bela Vista,<br />
zona central de São Paulo, depois de economizar<br />
por quatro anos, quando se casaram. A<br />
entrada foi de cerca de 30% do valor do imóvel.<br />
Os jovens proprietários, no entanto, poderiam<br />
ter dado uma entrada maior, mas optaram por<br />
um fi nanciamento de 360 meses, ou 30 anos.<br />
“Escolhemos o prazo mais longo para fi car com<br />
uma prestação mais baixa”, diz Janice, consultora<br />
de vendas de materiais cirúrgicos.<br />
“Preferimos não usar todo o dinheiro que<br />
tínhamos guardado para a entrada. Separamos
mercado empresarial<br />
uma parte e fizemos uma reforma geral no<br />
apartamento de 60 metros quadrados que<br />
compramos.” As obras se iniciaram no mesmo<br />
mês em que fecharam o contrato da compra,<br />
renovaram os sistemas elétrico e hidráulico,<br />
quebraram paredes e diminuíram o tamanho<br />
de um dos dois quartos para ampliar o living.<br />
Optar por uma entrada e prestações menores<br />
também possibilitou a Janice e Roberto continuar<br />
pagando o aluguel no apartamento em<br />
que vivem há oito anos, enquanto a reforma<br />
não fica pronta.<br />
“As obras vão terminar em breve, e quando<br />
nos mudarmos, o dinheiro que estamos pagando<br />
de aluguel vai servir para fazer uma outra<br />
reserva”, conta Janice. “Vamos economizar e<br />
daqui a um ano amortizaremos outra parte da<br />
dívida.”<br />
Pesquisa<br />
Segundo o economista e planejador financeiro<br />
Francis Hesse, na hora de escolher um<br />
prazo de financiamento, é importante que a<br />
prestação imobiliária sempre se encaixe no orçamento.<br />
“O ideal é quitar a dívida o mais rápido<br />
possível, mas se o prazo de financiamento é<br />
dicas<br />
curto e a prestação alta, vale a pena repensar o cálculo do<br />
financiamento.”<br />
“Normalmente, consegue-se juros um pouco mais<br />
baixos com um prazo menor de financiamento, por isso<br />
recomendo realizar pesquisa extensa junto aos bancos para<br />
obter uma taxa de juros mais favorável.”<br />
Há outra razão para tanto. Nem todas as instituições,<br />
como Caixa e Bradesco, condicionam suas taxas de juros<br />
ao número de anos do financiamento. Em outras palavras,<br />
os juros de alguns bancos são os mesmos tanto para quem<br />
faz um financiamento de cinco quanto de 30 anos.<br />
“As taxas mudam de um banco para outro, dependendo<br />
de quanto a instituição arrecadou em recursos na poupança.<br />
Se receberam um volume grande de depósitos precisam<br />
fazer mais financiamentos, e vice-versa. Faz parte das regras<br />
da poupança”, informa Hesse.<br />
O economista aponta uma característica atual do mercado<br />
imobiliário. “O cliente chega ao estande de vendas e<br />
recebe o pacote completo da incorporadora: que banco é<br />
associado da empresa para fazer o financiamento, de quanto<br />
será a prestação, qual deverá ser a renda do interessado para<br />
a compra do imóvel etc.”, diz.<br />
“Os cálculos já estão todos prontos e as pessoas não<br />
procuram outros bancos para comparar taxas distintas.<br />
Com isso, poderiam conseguir taxa mais favorável.<br />
Fonte: O Estado de S. Paulo ME<br />
67
68<br />
C<br />
cases&cases<br />
RMA ENGENHARIA VENCE<br />
PrêMio PBQP-h 2010<br />
Da esq. p/ a dir., Cesar Curi e<br />
Fernando Resende, da RMA;<br />
Márcio Fontes, MInistro das Cidades;<br />
Renato Auriemo e<br />
Guilherme M. Auriemo,<br />
Diretores da RMA<br />
om a conquista do prêmio PBQP-H<br />
2010 (Programa Brasileiro da Qualidade<br />
e Produtividade do Habitat), a<br />
RMA Engenharia Integrada acaba de ser<br />
reconhecida como a empresa detentora do<br />
melhor sistema de gestão de qualidade do<br />
setor da construção na categoria de Edificações<br />
- destinada a construtoras que têm<br />
por finalidade a construção de edifícios<br />
residenciais, comerciais e industriais.<br />
Segundo César Curi, Gestor de Qualidade<br />
da RMA Engenharia Integrada, ganhar este prêmio<br />
mostra que a empresa está no caminho certo e ressalta a<br />
excelência e qualidade de tudo o que a construtora faz e<br />
oferece ao mercado. “Fazer com qualidade é garantir que<br />
fazemos da melhor forma para poder entregar aos nossos<br />
clientes um produto confiável, atendendo todas as suas<br />
expectativas”, comenta Curi. “Receber este prêmio reafirma<br />
o compromisso da companhia com a melhoria continua,<br />
com seus clientes, com os colaboradores, acionistas, investidores,<br />
fornecedores, e com a sociedade como um todo”,<br />
complementa.<br />
O sistema de gestão da qualidade da RMA está estruturado<br />
de forma integrada com a segurança do<br />
trabalho e o meio ambiente, além de possuir<br />
indicadores de desempenho estratégico –<br />
operacionais e gerenciais – fundamentais<br />
para tomada de decisões e planejamento. “A<br />
responsabilidade tanto da direção como de<br />
cada área da empresa e de cada colaborador<br />
está muito bem definida e clara dentro dos<br />
processos, e é papel fundamental na conquista<br />
deste Prêmio”, ressalta o executivo.<br />
Para o exercício de 2011 o objetivo da<br />
RMA Engenharia Integrada é melhorar<br />
ainda mais a qualidade de seu sistema de<br />
gestão, sempre atendendo as expectativas dos<br />
clientes. Por isso, a construtora reforça o seu<br />
Em sua primeira edição,<br />
o Prêmio PBQP-H<br />
2010 distingue as<br />
empresas do setor da<br />
construção com os<br />
melhores sistemas de<br />
gestão de qualidade<br />
Fotos: Rodrigo Nunes / Ministério das Cidades<br />
perfil de buscar a melhora dos<br />
seus índices de desempenho<br />
nas edificações e de estimular<br />
a modernização da construção<br />
civil. Com mais de uma<br />
década de atuação, o Programa<br />
Brasileiro da Qualidade<br />
e Produtividade do Habitat<br />
(PBQP-H), desenvolvido pelo<br />
Ministério das Cidades do<br />
Governo Federal, tem como<br />
objetivo organizar o setor da construção civil<br />
em torno de duas questões principais: a melhoria<br />
da qualidade do habitat e a modernização<br />
produtiva.<br />
O PBQP – H, na especialidade técnica<br />
Execução de Obras, está dividido em três<br />
subsetores: Obras de Edificações, Obras de<br />
Saneamento Básico e Obras Viárias e Obras de<br />
Arte Especiais. Estes subsetores são divididos<br />
em A, B, C e D, de acordo com os níveis de<br />
requisitos da norma atendidos pela construtora.<br />
A RMA Engenharia Integrada possui<br />
a certificação PBQP – H – Siac Nível A (na<br />
categoria Obras de Edificações), além de ter o<br />
ISO 9001:2008, ambas as certificações referentes<br />
ao sistema de gestão de qualidade.<br />
Em sua primeira edição, o Prêmio PBQP-H<br />
reconhece as empresas da área de construção<br />
que possuem os melhores sistemas de gestão<br />
de qualidade nas categorias Edificações, Saneamento<br />
e Obras Viárias, Vias Urbanas e Obras<br />
de Arte Especiais. Para a escolha das melhores<br />
empresas, foram avaliados os critérios: responsabilidade<br />
da direção da empresa, gestão de<br />
recursos, execução da obra e medição, análise<br />
e melhoria. Concorreram ao prêmio mais de<br />
60 construtoras de todo o país ME
mercado empresarial<br />
Osistema Hidráulico EMMETI integra o<br />
projeto vencedor do Prêmio Eco 2010,<br />
promovido pelo Sindicado da Indústria<br />
da Construção do Estado do Espírito Santo<br />
(Sinduscon-ES), na categoria Uso Racional da<br />
Água (para construções até 3 mil m2). O projeto<br />
é o da Ecasa Brasil (modelo), construída<br />
em Manguinhos (Serra- ES), em 2009, pela<br />
Ecasa Construções Sustentáveis, do arquiteto<br />
e urbanista Augusto Alvarenga.<br />
Os produtos Emmeti que compõem o<br />
sistema hidráulico utilizado na casa ecológica<br />
incluem o Tubo Multicamadas Água (quente e<br />
fria), conexões e a Válvula Misturadora.<br />
A arquiteta Líliam Araújo, contratada pelo<br />
Sinduscon para coordenar a avaliação dos inscritos<br />
ao Prêmio, destacou, entre as qualidades<br />
do Tubo Multicamadas Água Emmeti, o potencial<br />
de reciclagem do alumínio (camada interna<br />
do tubo) e o fato de ser uma boa alternativa<br />
ao uso dos tubos de PVC, devido à toxicidade<br />
desse material.<br />
O produto é em alumínio revestido interna<br />
e externamente por polietileno reticulado<br />
(PE-X), um tipo de plástico de engenharia<br />
extremamente resistente e atóxico, unidos por<br />
camadas de cola especial, compondo o total de<br />
cinco camadas (PEX-AL-PEX).<br />
Alvarenga, autor do projeto da Ecasa,<br />
ressaltou outros benefícios decorrentes do<br />
uso do produto, como a efi ciência do sistema<br />
hidráulico e consequente economia. Como o<br />
tubo é fl exível, faz trajetos com curvas, precisamos<br />
usar bem poucas conexões. Isso gera<br />
menos atrito e mantém boa pressão na rede, o<br />
que deixa o consumidor satisfeito com menor<br />
quantidade de água.<br />
O uso de um mesmo tubo tanto para água<br />
cases&cases<br />
HIDRáULICA EMMETI INTEGRA<br />
ProjEto VEncEdor dE PrêMio do<br />
sinduscon-Es Por uso racionaL da ÁGua<br />
quente quanto fria também é importante, pois permite um<br />
sistema mais enxuto e efi ciente”, explica ele.<br />
Lilíam também destacou a Válvula Misturadora Emmeti,<br />
que mistura água quente e fria para que a água dos<br />
banhos já saia dos chuveiros na temperatura certa, evitando<br />
desperdício, comum em sistemas com regulagem manual<br />
da temperatura (através dos registros de abertura de água<br />
quente e fria).<br />
Essa Válvula é programada previamente para que a<br />
água de consumo já saia na temperatura desejada, o que<br />
gera economia de água e também da<br />
energia utilizada para aquecer a água<br />
(solar, gás, elétrica), uma vez que todo<br />
o líquido é aproveitado.<br />
Na avaliação de Alvarenga, entre<br />
outras características do Ecasa que<br />
viabilizaram o Prêmio estão os sistemas<br />
de aquecimento solar de água e de reutilização<br />
de água de chuvas e também<br />
proveniente de ralos de pias e banhos<br />
(após tratamento) para rega de plantas<br />
e descarga. Alvarenga comemorou a<br />
premiação de seu projeto, que defi ne<br />
como “uma proposta 100% pensada<br />
em construção ambiental”. A Emmeti é parceira no Ecasa<br />
Brasil, o que garante o uso exclusivo do seu Sistema<br />
Hidráulico.<br />
Neste ano, as Ecasas (projeto e construção) estão<br />
sendo comercializadas no Espírito Santo, em São Paulo<br />
e em Brasília, mas os planos são de expansão para outros<br />
estados. Nesta primeira edição do Prêmio Eco, concluída<br />
em dezembro de 2010, o Sinduscon-ES premiou seis dos<br />
dezesseis projetos inscritos, todos já aprovados ou executados<br />
no Espírito Santo ou por empresas daquele estado.<br />
O objetivo foi premiar as melhores práticas e soluções de<br />
projeto e técnicas construtivas que possam reduzir, a curto,<br />
médio e longo prazo, os impactos ambientais e que tenham<br />
potencial de repetição e senso comercial ME<br />
Premiação na categoria<br />
“ Uso racional da<br />
água “ foi pela Ecasa<br />
modelo, construída em<br />
Manguinhos (Serra-ES).<br />
O projeto é da Ecasa<br />
Construções<br />
Sustentáveis, do arquiteto<br />
Augusto Alvarenga<br />
69
70<br />
RIO:<br />
MAIS DE<br />
cases&cases<br />
10 MIL<br />
UNIDADES DO<br />
‘MINHA CASA,<br />
MINHA VIDA’<br />
Mesmo sem o anúncio ofi cial da presidenta Dilma Rousseff<br />
sobre a segunda fase do ‘Minha Casa, Minha Vida’, os lançamentos<br />
pelo programa do governo federal continuam<br />
a tomar conta da cidade do Rio de Janeiro. Neste ano, estão sendo<br />
lançados mais de 10 mil imóveis, e a maioria fi ca em bairros como<br />
Campo Grande e na Baixada Fluminense. A construtora Mudar, por<br />
exemplo, anuncia o lançamento de quase 10 mil unidades no País.<br />
Somente no Rio, serão 3.600.<br />
Segundo o presidente da empresa focada no segmento econômico,<br />
Augusto Martínez de Almeida, os empreendimentos serão construídos<br />
nos bairros de Campo Grande, Vargem Pequena, Jacarepaguá e<br />
nos municípios de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Itaboraí, Macaé<br />
e São Gonçalo. “Os imóveis vão custar entre R$ 98 mil e R$ 102 mil<br />
e estão totalmente enquadrados no modelo atual do programa do<br />
governo”, adianta. A Rossi vai ofertar 420 apartamentos, em parceria<br />
com a construtora Enes, em Campo Grande. “Serão unidades de<br />
dois quartos, que vão variar de R$ 96 mil a R$ 115 mil, em um dos<br />
melhores pontos. Próximo ao condomínio da Michelin, na Estrada<br />
da Cachamorra”, anuncia o gerente regional da empresa, Rafael<br />
Furtado.<br />
à espera de nova fase<br />
De acordo com o diretor da Basimóvel, Mario Amorim, os projetos<br />
que estão na faixa de R$ 100 mil têm a melhor liquidez. “Agora, os<br />
imóveis acima desse valor aguardam nova fase do programa que deve<br />
elevar de R$ 130 mil a R$ 150 mil o preço da unidade”, diz Amorim.<br />
Ele lembra que, neste segmento, os interessados na compra da casa<br />
própria querem saber se têm condições de adquirir a tão sonhada<br />
moradia. Escolha do local e do empreendimento passa a pesar menos<br />
na opção de compra. Para esse público, o importante é saber se eles<br />
têm direito ao subsídio (desconto) que chega a R$ 23 mil e a outros<br />
benefícios do programa, como taxas de juros menores e prestação<br />
garantida em até 36 meses no caso de perda de emprego. A Comasa<br />
também vai lançar pela primeira vez projetos do ‘Minha Casa, Minha<br />
Vida’. O Condomínio Estrelas da Vila, em Vila Isabel,terá 14 unidades<br />
das 50 enquadradas no programa.<br />
Lazer completo e segurança<br />
Os empreendimentos do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’<br />
estão cada vez mais completos. Isso porque os construtores têm feito<br />
projetos que incluem guarita de segurança e lazer completo. Diretor<br />
da Percepttiva, Rafael Duarte ressalta que são levados em conta o<br />
custo de manutenção do condomínio para que não pese tanto no<br />
orçamento das famílias.<br />
“Os lançamentos estão por toda parte. Temos mais de 1 mil<br />
unidades para o início de ano. A maioria também fi cará em Campo<br />
Grande”, diz Duarte. Ele ressalta que os terrenos encareceram muito<br />
por conta do boom imobiliário. Por isso, a conta de imóveis até R$<br />
130 mil não fecha. Para ele, os valores de avaliação deveriam variar<br />
entre R$ 150 mil e R$ 160 mil. A construtora Fernandes Araujo<br />
contará com cinco empreendimentos em Bangu, Campo Grande e<br />
Freguesia, totalizando 756 unidades. Já a Arte a Metro terá 772 imóveis<br />
espalhados por Campo Grande, São Cristóvão e Duque de Caxias, na<br />
Baixada. A AG Prima vai ofertar 740 unidades, das quais 490 até R$<br />
1.395 e as restantes até R$ 4.900. Os bairros escolhidos são Campo<br />
Grande, Santa Cruz e o município de Araruama. Fonte: O Dia ME
mercado empresarial<br />
Aformação de mão de obra para o mercado<br />
imobiliário evoluiu na mesma<br />
medida do crescimento do setor no<br />
Brasil. “É um mercado cíclico. No momento, o<br />
aquecimento está provocando um aumento na<br />
procura por formação”, conta o vice-presidente<br />
do Sindicato da Habitação (Secovi), Claudio<br />
Bernardes, que é também pró-reitor da universidade<br />
mantida pelo sindicato.<br />
Funcionando há mais de 20 anos, a Universidade<br />
Secovi acaba de assinar uma nova parceria<br />
para o curso de pós-graduação em Gestão em<br />
Negócios Imobiliários, desta vez com a Escola<br />
Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).<br />
“A nova parceria inclui conteúdos ligados à marketing<br />
que não estavam previstos no programa<br />
da Faap, nossa antiga parceira”, conta.<br />
Voltado para formar gestores de negócios<br />
na área, este curso também é oferecido pelas<br />
demais instituições voltadas para a área de<br />
economia e administração, como a Fundação<br />
Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e<br />
Fundação Getúlio Vargas, que também se valem<br />
de parcerias para disseminar o curso pelo País.<br />
Graduação.<br />
As pós-graduações na área são oferecidas há<br />
mais de uma década no Brasil, mas a graduação<br />
de nível superior só surgiu coma introdução<br />
dos cursos de tecnólogos. “Estamos nos organizando<br />
para oferecer um curso de tecnólogo<br />
em negócios imobiliários também. Se der certo,<br />
poderemos partir para o bacharelado”, conta<br />
Bernardes.<br />
Os cursos de tecnólogos, não apenas na<br />
área de construção e negócios imobiliários,<br />
foram implantados recentemente e permitem<br />
a formação de nível superior em tempo menor<br />
– dois anos– e com currículos voltados para<br />
cases&cases<br />
AUMENTAM<br />
oPçõEs dE ForMação<br />
NO SETOR<br />
as disciplinas técnicas e de aplicação<br />
direta na respectiva profi ssão. “Ele não Aquecimento está<br />
dá o título de bacharel e portanto, não provocando um<br />
permite o acesso à pós-graduação”,<br />
explica Bernardes.<br />
aumento na procura<br />
O Ministério da Educação e Cultura por cursos e<br />
(MEC) tem mais de 47 cursos de tecnó- treinamentos<br />
logo em negócios imobiliários em seu<br />
cadastro (E-Mec), 19 deles no Estado<br />
de São Paulo. Destes, apenas cinco estão realmente funcionando.<br />
Segundo Bernardes, eles também formam gestores<br />
para o setor, que sofre com a falta de mão de obra treinada.<br />
“É uma formação mais prática, que pode dar ao estudante<br />
as condições de chegar a postos de gerência”, afi rma.<br />
corretor<br />
Para quem pretende atuar como corretor imobiliário,<br />
no entanto, basta uma formação de nível médio (segundo<br />
grau), oferecida tradicionalmente pela rede pública e privada<br />
de escolas técnicas, como as Etecs do Estado, por<br />
exemplo. Os cursos são chamados Técnico em Transações<br />
Imobiliárias e estão bem disseminados por todo o País.<br />
Para exercer a profi ssão, o candidato deve se registrar<br />
no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci)<br />
e, para isso, precisa apresentar o diploma deste curso. A<br />
lei que regula o exercício da profi ssão é a de n° 6.530, de<br />
12 de maio de 1978, Construção. No setor da construção,<br />
ainda não há a oferta de cursos formais, de nível técnico,<br />
superior ou de pós-graduação, que forme profi ssionais<br />
como pedreiros, eletricistas, encanadores ou marceneiros.<br />
Existem apenas programas de treinamento, oferecidos<br />
por instituições do setor. Para melhorar a qualidade<br />
do serviço prestado por estes profi ssionais, o Senai está<br />
desenvolvendo, desde o ano 2000, o Projeto Estratégico<br />
Nacional Certifi cação Profi ssional Baseada em Competências.<br />
O objetivo é criar um selo que qualidade, obtido<br />
pelo trabalhador por meio de programas de treinamento.<br />
Fonte: Agência Estado ME<br />
71
72<br />
cases&cases<br />
BRASILEIROS ENTRE OS<br />
VENCEDORES do PrêMio<br />
intErnacionaL 2010<br />
GOOD DESIGN<br />
Divulgação<br />
Lavadora de alta<br />
pressão Facile<br />
Q<br />
uatro equipes brasileiras<br />
fazem parte da lista dos<br />
vencedores do 2010<br />
Good Design, prêmio organizado<br />
pelo The European Centre<br />
for Architecture Art Design<br />
and Urban Studies e The Chicago<br />
Athenaeum: Museum of<br />
Architecture and Design.<br />
Filtro de<br />
mesa Twin<br />
Luminária Bauhaus 90<br />
O Good Design premia<br />
anualmente<br />
500 designers de<br />
todo mundo<br />
Na categoria iluminação, o designer Fernando Prado<br />
foi premiado com a luminária Bauhaus 90, fabricada pela<br />
Lumini, de São Paulo.<br />
Na categoria saúde, o vencedor foi Marcio Mussi, autor<br />
de um trinco do tipo puxe-empurre, ideal para edifícios<br />
hospitalares, e fabricado pela Yale La Fonte, também da<br />
capital paulista.<br />
Entre os ganhadores na categoria acessórios para cozinha,<br />
há duas equipes vencedoras do Brasil. Ana Lúcia de<br />
Lima, Pontes Orlovitz e Luis Moquiutti Morales são os<br />
responsáveis pela linha de torneiras e filtros de mesa Twin,<br />
da paulista Deca. E o time de designers da Electrolux, do<br />
Paraná, venceu com a lavadora de alta pressão Facile.<br />
Criado em 1950 pelos arquitetos Eero Saarinen, Charles<br />
e Ray Eames, e Edgar Kaufmann Jr., o Good Design premia<br />
anualmente 500 designers de todo mundo. Além das<br />
categorias vencidas pelas equipes brasileiras, ele reconhece<br />
autores de produtos de robótica, têxtil, robótica, transporte,<br />
infantil, ferramentas, artes gráficas e meio ambiente ME<br />
Imagem de Nelson Kon<br />
Oforte crescimento do mercado imobiliário<br />
brasileiro, com uma grande oferta<br />
de lançamentos, concorrência cada vez<br />
mais acirrada e margens de lucros apertadas,<br />
onde não há espaço para erros, está levando<br />
o setor a buscar formas de otimizar custos e<br />
reduzir riscos na concepção de um empreendimento.<br />
Hoje grandes construtoras como Tecnisa,<br />
Cyrela, Odebrecht, Camargo Corrêa, entre<br />
outras, buscam apoio em novas tecnologias e<br />
passaram dos intermináveis arquivos e planilhas<br />
– mais suscetíveis ao erro-, para o sistema<br />
Viabil da BDK Solutions, software para análise<br />
da viabilidade econômica financeira de projetos<br />
imobiliários.<br />
A ferramenta é uma das únicas no mercado<br />
capaz de analisar as principais variáveis de<br />
empreendimentos como compra do terreno,<br />
investimento com propaganda, definição do<br />
produto, estruturação financeira, ritmos de<br />
venda, tipo de solo, ofertas de terreno, pesquisa<br />
de mercado, entre outros, utilizando gráficos e<br />
relatórios para ilustração.<br />
Segundo Eli Wolf, diretor da BDK Solutions,<br />
desenvolvedora do software, o Viabil é<br />
uma ferramenta de apoio à decisão, contemplando<br />
todas as variáveis críticas para o negócio.<br />
“O sistema é capaz de analisar e participar<br />
de todos os processos de um empreendimento<br />
imobiliário, por meio de relatórios, gráficos,<br />
indicadores que auxiliam os clientes nas decisões<br />
desde a aquisição de terrenos, aprovação<br />
dos projetos e por todo o ciclo de vida do<br />
negócio. Com esses recursos, minimiza erros,<br />
agiliza e padroniza processos, garantindo assim<br />
otimização de tempo e energia da equipe”,<br />
afirma Eli.<br />
O aplicativo analisa os cenários possíveis,<br />
faz simulações e avalia diferentes possibilidades,<br />
projetando resultados e apontando riscos de<br />
investimentos em projetos. “O Viabil possui recursos<br />
que possibilitam o acompanhamento dos<br />
resultados (planejado x realizado) e re-projeção
mercado empresarial<br />
dos cenários em todas as etapas, minimizando<br />
as surpresas ao longo do caminho, muito<br />
comuns em se tratando de projetos de longo<br />
prazo e com muitas variáveis envolvidas”, diz<br />
o diretor da BDK.<br />
Além de incorporadoras e construtoras,<br />
o software também pode ser utilizado para<br />
outros segmentos envolvidos com os projetos<br />
imobiliários, como empresas de arquitetura,<br />
imobiliárias, fundos de investimento, bancos<br />
e consultorias.<br />
novidades<br />
Com a expectativa de crescimento de 40<br />
a 50% em 2011, a BDK pretende diversifi car<br />
e ampliar ainda mais em produtos e serviços<br />
para o mercado. A empresa pretende lançar<br />
um módulo da ferramenta para negócios de<br />
locação corporativa, shoppings e hotéis. Ainda<br />
no próximo ano, está previsto o lançamento<br />
do Viabil Lite, uma versão para pequenas e<br />
novas empresas que necessitam de estudos mais<br />
simplifi cados.<br />
Parceria com a coopercon-cE<br />
A BDK acaba de fechar parceria com a<br />
CooperCon-CE (Cooperativa da Construção<br />
Civil do Estado do Ceará), a primeira no mercado<br />
do Brasil a organizar uma compra conjunta<br />
para seus associados do software Viabil.<br />
Com essa parceria, as empresas envolvidas<br />
tiveram redução no valor das licenças e os custos<br />
de treinamentos fi caram mais acessíveis aos<br />
participantes. A primeira rodada de treinamento<br />
ocorreu no início de janeiro de 2011 na sede da<br />
CooperCon-CE.<br />
No total, cinco empresas associadas à<br />
cooperativa fecharam para a utilização do<br />
aplicativo: Diagonal Engenharia, CDR Engenharia,<br />
C.Rolim Engenharia, Construtora Mota<br />
Machado e BS Participações.<br />
Segundo o presidente da CooperCon-CE,<br />
Otacílio Valente, a aquisição do software faz<br />
parte de uma política de desenvolvimento<br />
contínuo da Construção Civil cearense. “Além<br />
da aquisição de insumos a preços mais vantajosos,<br />
a cooperativa também assume como um<br />
de seus principais compromissos<br />
a constante modernização das<br />
empresas associadas. Com isso,<br />
buscamos oferecer os mais atuais<br />
equipamentos e treinamentos para<br />
sua melhoria contínua. Certamente<br />
o Viabil irá contribuir para que a<br />
Construção Civil siga ocupando<br />
posição de destaque entre as mais<br />
importantes atividades econômicas<br />
do país”, avalia.<br />
tecnologia<br />
SOFTWARE AUXILIA NA GESTÃO E<br />
SEGURANÇA DE PROJETOS IMOBILIáRIOS<br />
Em épocas de crescimento,<br />
análise<br />
de viabilidade de<br />
empreendimentos<br />
ganha importância<br />
ainda maior para<br />
construtoras e<br />
incorporadoras<br />
Para o diretor executivo da BDK o mercado de construção<br />
civil sente a necessidade de se aprimorar e buscar<br />
o desenvolvimento. “Atualmente essa é uma tendência<br />
do setor, além de compras de materiais de construção, as<br />
cooperativas perceberam a necessidade em ampliar a atuação<br />
com aquisição conjunta de softwares e capacitação,<br />
buscando benefícios que aprimoram a profi ssionalização<br />
e desenvolvimento dos negócios para seus associados”,<br />
comenta Eli ME<br />
Divulgação<br />
73
74<br />
A<br />
mundo<br />
Alemanha viveu sua maior<br />
expansão econômica em<br />
duas décadas, no ano passado,<br />
quando as exportações cresceram,<br />
impulsionando a contratação<br />
de pessoal e os gastos do consumidor. Isso contrasta com<br />
a situação delicada de outras economias europeias, como<br />
Portugal, Espanha e Grécia, que estão estagnadas ou continuam<br />
em recessão.<br />
O Produto Interno Bruto (PIB) saltou de 3,6%, o<br />
maior desde que os dados de uma Alemanha unifi cada<br />
começaram a ser compilados, em 1992, após uma queda<br />
de 4,7% em 2009, disse o Birô Federal de Estatísticas.<br />
O número é coerente com a mediana das previsões em<br />
uma pesquisa da Bloomberg News com 28 economistas.<br />
O PIB provavelmente cresceu 0,5% no quarto trimestre<br />
em relação ao terceiro, segundo o Birô. O relatório ofi -<br />
cial do quarto trimestre deverá ser divulgado em 15 de<br />
fevereiro.<br />
O Bundesbank (BC alemão) acredita que a maior<br />
economia na Europa expandirá 2% neste ano e 1,5% em<br />
2012, enquanto a dívida soberana amortece a demanda na<br />
zona do euro, seu principal mercado importador. A alemã<br />
Continental, segunda maior fabricante de pneus na Europa,<br />
aunciou ontem que suas vendas e lucros superaram suas<br />
metas para 2010.<br />
“O impulso de crescimento persistiu no primeiro trimestre,<br />
e as atuais previsões podem se revelar pessimistas demais”,<br />
disse Klaus Baader, economista-chefe para a zona do euro<br />
no Société Générale, em Londres. “No terceiro trimestre, a<br />
economia alemã provavelmente voltou ao nível pré-crise.”<br />
A demanda interna foi a principal contribuinte para o<br />
crescimento do PIB, acrescentando 2,5 pontos percentuais.<br />
O consumo privado cresceu 0,5%, os gastos do Estado cresceram<br />
2,2% e os investimentos de capital saltaram 5,5%.<br />
ECONOMIA ALEMÃ<br />
DISPARA E ExPõE UE<br />
a duas VELocidadEs<br />
Alemanha teve em<br />
2010 o seu maior<br />
crescimento em<br />
20 anos<br />
O saldo comercial líquido contribuiu<br />
com 1,1 ponto percentual para<br />
o crescimento, com um crescimento<br />
de 14,2% das exportações e de 13%<br />
das importações.<br />
O desemprego caiu, com a ocupação<br />
de 262 mil postos de trabalho<br />
em 2010, o que aqueceu os gastos<br />
domiciliares no segundo semestre do<br />
ano passado. O ânimo empresarial melhorou, subindo<br />
para um patamar recorde, no mês passado,<br />
e a confi ança dos consumidores está perto de seu<br />
nível mais elevado em mais de três anos.<br />
“A demanda doméstica está em alta, na<br />
Alemanha - isso não está acontecendo em<br />
praticamente nenhum outro lugar na zona do<br />
euro”, disse Nick Kounis, diretor de pesquisa<br />
macroeconômica do ABN Amro Bank, em<br />
Amsterdã. “Estamos no início de um período<br />
em que veremos uma demanda bem mais vigorosa<br />
na Alemanha.”<br />
Isso está ampliando as divergências no bloco<br />
de 17 países que adotam o euro, num momento<br />
em que alguns países enfrentam uma crise da dívida,<br />
tornando mais difícil para o Banco Central<br />
Europeu (BCE) defi nir uma política adequada<br />
para todos os seus membros.<br />
Em dezembro, o BCE prorrogou a vigência<br />
de medidas emergenciais de liquidez, benefi ciando<br />
os bancos para além do primeiro trimestre,<br />
depois que o pacote de ajuda à Irlanda não<br />
convenceu os investidores de que os governos<br />
tinham condições de reduzir os défi cits orçamentários<br />
e evitar uma ruptura da zona do euro.<br />
Alemanha registrou um défi cit orçamentário<br />
de 3,5% do PIB ano passado. Em contrapartida,<br />
a Comissão Europeia (CE) estima que o buraco<br />
orçamentário irlandês estourou, chegando a<br />
32,3% do PIB. Fonte: Bloomberg ME
mercado empresarial<br />
A<br />
agência de classificação de crédito<br />
Standard & Poor´s (S&P) rebaixou<br />
novamente a nota dada à dívida da<br />
Irlanda. Desta vez, o rating soberano de longo prazo do<br />
país saiu de “A” para “A-” e o de curto prazo foi de “A-1”<br />
para “A-2”, na escala da empresa. As classificações já tinham<br />
sido cortadas em novembro de 2010 e, a exemplo daquela<br />
ocasião, continuam em observação para um possível novo<br />
rebaixamento.<br />
A decisão de reduzir novamente a nota de crédito soberana<br />
se seguiu à revisão do perfil de risco da indústria bancária<br />
irlandesa. Segundo explica nota da S&P, a estimativa é de que<br />
a dívida externa dos bancos da Irlanda atinja 170% do PIB e<br />
eles dependem quase inteiramente do Banco Central Euro-<br />
A<br />
Grand Avenue, principal avenida do<br />
centro de Los Angeles, terá até 2013<br />
um novo museu projetado pelos arquitetos<br />
Diller Scofidio + Renfro. O edifício,<br />
cuja obra é estimada em US$ 130 milhões,<br />
abrigará o acervo da Broad Foundation, que<br />
conta com mais de duas mil obras de arte<br />
contemporânea e está avaliado em cerca de US$ 2 bilhões.<br />
A equipe de arquitetos inspirou-se em esponjas e lava<br />
para criar a cobertura e fachada de formas curvas e superfícies<br />
perfuradas, sob a qual estará a estrutura independente<br />
onde funcionarão as dependências do museu.<br />
Com 11,2 mil metros quadrados, o edifício de três andares<br />
terá estrutura metálica enquanto a pele, comparada<br />
pelos arquitetos a uma “colméia”, será feita de concreto<br />
estrutural. No térreo, o museu contará com hall monumental,<br />
cafeteria, livraria e espaço multimídia. Escadas<br />
rolantes levarão os visitantes à grande galeria localizada<br />
na cobertura, cruzando túneis de onde será possível visualizar<br />
os andares intermediários que abrigarão as áreas<br />
administrativas e arquivos.<br />
A estimativa é de que<br />
a dívida externa dos<br />
bancos da Irlanda<br />
atinja 170% do PIB<br />
mundo<br />
s&P rEBaixa noVaMEntE ratinG<br />
soBErano da irLanda<br />
peu para refinanciamento dos débitos que<br />
vencem. Além disso, o crescente desemprego<br />
no país pode elevar a inadimplência em<br />
financiamentos imobiliários no mercado<br />
doméstico, o que aumentaria a necessidade<br />
de injeção de capital para evitar a quebra<br />
das instituições. Tudo isso levanta dúvidas<br />
sobre o perfil de risco do país.<br />
A perspectiva para o rating do país permanece negativa,<br />
segundo a agência, devido às incertezas quanto à necessidade<br />
de financiamento do setor bancário, agora em boa parte<br />
estatizado. A S&P espera encerrar a avaliação do cenário em<br />
abril, quando deve ter uma ideia melhor do impacto dessas<br />
necessidades sobre a dinâmica do endividamento público. No<br />
entanto, a agência diz esperar que, mesmo após a análise, a<br />
Irlanda continue com um rating soberano no grupo do grau<br />
de investimento - ou seja, indicando que o país ainda é uma<br />
opção segura. Fonte: Valor ME<br />
coBErtura indEPEndEntE E PErFurada dEFinE<br />
noVo MusEu dE diLLEr scoFidio nos Eua<br />
Escritório é o vencedor do<br />
concurso para o Museu da<br />
Imagem e do Som (MIS) do<br />
Rio de Janeiro, já em<br />
construção em Copacabana<br />
A grande galeria de 3,8 mil metros quadrados de área<br />
será totalmente livre - sem colunas ou vigas - e receberá luz<br />
natural proveniente das aberturas na cobertura.<br />
Baseado em Nova York, Diller Scofidio + Renfro é o<br />
escritório vencedor do concurso para o Museu da Imagem<br />
e do Som (MIS) do Rio de Janeiro, já em construção na orla<br />
da praia de Copacabana. Fonte: Arcoweb ME<br />
Imagens: © Diller Scofidio + Renfro<br />
75
76<br />
curtas<br />
Construtoras esperam<br />
demanda alta em 2011<br />
Depois de manter o ritmo de atividade em alta ao longo de todo<br />
ano de 2010, a indústria da construção civil deve repetir o forte desempenho<br />
em 2011. O otimismo pode ser medido pela expectativa<br />
positiva dos empresários do setor. De acordo com sondagem da<br />
Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador de nível de<br />
atividade para os próximos seis meses atingiu 61,9 pontos. Números<br />
acima de 50 indicam aumento. Fonte: Valor Econômico<br />
Geração de emprego deve superar a<br />
marca de 3 milhões em 2011<br />
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afi rmou no início do ano<br />
que apesar da perspectiva de desaceleração da economia neste ano, a<br />
geração de empregos formais deve superar a marca de 3 milhões. Segundo<br />
Lupi, em 2010 ultrapassou 2,550 milhões, o que deve confi rmar<br />
um resultado histórico. No acumulado do ano até novembro já foram<br />
criados 2.544.457 empregos formais.<br />
“O ciclo virtuoso vai continuar este ano com o aumento dos investimentos<br />
em obras de infraestrutura e nas obras para a Copa do<br />
Mundo e Olimpíadas”, disse o ministro.<br />
Procura de imóvel em<br />
SP aumenta: usados<br />
valorizaram até 269%<br />
O Conselho Regional de Corretores de<br />
Imóveis (Creci-SP) consultou 509 imobiliárias,<br />
e constatou que as mesmas alugaram em<br />
dezembro 938 imóveis na capital, o que fez o<br />
índice de locação crescer 10,66% naquele mês.<br />
Os apartamentos foram os preferidos, representando<br />
51,71% das locações contratada no<br />
mês. Segundo o Creci-SP, os imóveis usados<br />
valorizaram até 269,09% no ano passado.<br />
BC prevê alta de 2,9%<br />
em telefonia e 2,8% em<br />
energia<br />
Segundo a Agencia Estado, o Banco Central<br />
(BC) manteve a previsão de que os preços da gasolina<br />
e do gás de cozinha não serão reajustados<br />
em 2011, conforme a ata da reunião de janeiro<br />
do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada<br />
em 27/1 último. A estimativa já aparecia<br />
na ata da reunião de dezembro. Para a telefonia<br />
fi xa e a eletricidade, o BC manteve a previsão de<br />
alta das tarifas de 2,9% e 2,8%, respectivamente.<br />
Para o conjunto de preços administrados, a estimativa<br />
de aumento dos valores no acumulado<br />
de 2011 foi mantida em 4,0%, mesmo índice da<br />
reunião de dezembro. Para 2012, a estimativa<br />
de alta permaneceu em 4,4%.
mercado empresarial<br />
Argalit comemora<br />
sucesso<br />
Em 95º posição no ranking das<br />
200 Maiores Empresas do Espírito<br />
Santo, o Grupo Argalit fechou 2010<br />
com muito a comemorar. Com 711<br />
novos clientes conquistados somente<br />
no ano passado, de um total de 4 mil,<br />
a indústria manteve os 2% do share<br />
nacional no ramo de tintas, com destaque<br />
para expansão de negócios significativa<br />
especialmente nos estados<br />
do Rio de Janeiro e da Bahia, além de<br />
nas terras capixabas. Os dois pontos<br />
fortes do ano que se encerrou foram<br />
os lançamentos do Sistema Life Color<br />
e o esmalte à base de água. Para 2011,<br />
a expectativa do diretor executivo da<br />
Argalit, Raphael Cassaro Machado, é<br />
positiva, e os principais investimentos<br />
serão em automação da produção<br />
e reaproveitamento de resíduos, e<br />
nos lançamentos de tinta para telhas<br />
e cerâmicas, selador para madeira,<br />
novas cores e argamassas especiais<br />
para porcelanatos, pastilhas de vidro<br />
e projetada.<br />
curtas<br />
Lopes é dona de 60% da paranaense Thá<br />
A paulista Lopes acaba de adquirir 60% da imobiliária paranaense Thá Pronto,<br />
sediada em Curitiba, conquistando, assim, a exclusividade, por meio de sua<br />
unidade CrediPronto! nos financiamentos de imóveis comercializados pela Thá,<br />
especializada na venda de imóveis de médio e alto padrão. O valor da negociação<br />
foi estimado em R$ 20,9 milhões.<br />
Tok&Stok Compact chega a<br />
Curitiba<br />
A Tok&Stok, maior rede de móveis e acessórios<br />
para casa e escritório do país, inaugurou no piso L1<br />
do Shopping Curitiba a Tok&Stok Compact, novo<br />
conceito em loja da marca. Com um investimento<br />
de R$ 2,5 milhões, ela faz parte do plano de expansão<br />
da empresa, tem projeto arquitetônico assinado por<br />
Felippe Crescenti e traz um sistema inovador de compra,<br />
desenvolvido especialmente para unidades de shopping centers<br />
com até 1.000 m².<br />
Cerca de seis mil itens estão à disposição para a compra na unidade, organizados<br />
estrategicamente conforme os ambientes e necessidades da casa. Segundo<br />
Flávia Lucena, gerente de comunicação e marketing de relacionamento da<br />
Tok&Stok, a loja conta com uma luminotécnica diferenciada, propiciando maior<br />
destaque aos produtos.<br />
Salão do Móvel de Milão consagra-se<br />
como principal evento mundial de design<br />
O Salão do Móvel de Milão, na Itália, consolida-se como o principal evento<br />
do design mundial. Antes restrita à produção local, a exibição inclui atualmente a<br />
exibição de produtos e protótipos realizados em escala global. O evento acontece<br />
entre os dias 12 e 17 de abril em uma série de centros de exposição da cidade.<br />
Veja a programação completa: www.nuovosistemafieramilano.it<br />
77
78<br />
dicas de leitura<br />
EXERCÍCIOS DE TOPOGRAFIA<br />
A terceira edição revisada e ampliada<br />
apresenta exercícios que podem ser<br />
usados como questões de provas. São<br />
152 exercícios propostos e 57 exercícios<br />
com respostas.<br />
Autor: ALBERTO DE CAMPOS BORGES<br />
Editora: Edgard Blucher / 2001 – 3ª. edição<br />
Número de páginas: 192<br />
PLANEJAMENTO E CON-<br />
TROLE DA PRODUÇÃO<br />
PARA EMPRESAS DE CONS-<br />
TRUÇÃO CIVIL<br />
O livro tem como público-alvo<br />
alunos de cursos de graduação e<br />
pós-graduação em engenharia civil,<br />
engenharia de produção, arquitetura e design (que trabalhem<br />
com sistemas de produção), bem como profi ssionais que<br />
executam obras civis. Este livro procura introduzir práticas<br />
da engenharia de produção na construção civil, como também<br />
utilizar práticas que vêm sendo aplicadas pelo IGLC<br />
(International Group of Lean Construction). Traz discussões<br />
interessantes sobre análise de fl uxos físicos em canteiro<br />
de obras e apresenta diretrizes para que os profi ssionais que<br />
atuam no ramo da construção civil possam desenvolver seus<br />
sistemas de planejamento e controle da produção de acordo<br />
com as particularidades das empresas ou empreendimentos<br />
em que atuam.<br />
Autor: MAURICIO MOREIRA E SILVA BERNARDES<br />
Editora: LTC / 2003<br />
Número de páginas: 208<br />
CIDADES DE AMANHÃ<br />
Nesta história do planejamento urbano no<br />
século XX, Peter Hall - não só um conhecido<br />
teórico americano, mas um criador de<br />
projetos inovadores - traça um panorama<br />
abrangente e detalhado, levando-nos dos<br />
inquietantes cortiços londrinos do século<br />
XIX à solidão geométrica de Brasília, passando por Nova York e<br />
Chicago, Nova Delhi e Paris, da utopia à depredação. A partir de<br />
projetos históricos ou abandonados - assim como obras literárias<br />
e artigos de jornais -, o autor rastreia de maneira instigante os<br />
sonhos e pesadelos que integram hoje o cotidiano das grandes<br />
cidades. Cidades do Amanhã é uma obra fundamental que a<br />
Editora Perspectiva traz não só a arquitetos e sociólogos, mas a<br />
todos os que buscam uma possível chave de compreensão para<br />
o mundo contemporâneo.<br />
Autor: PETER HALL<br />
Editora: Perspectiva /2005<br />
Número de páginas: 600<br />
ILUMINAÇÃO, SIMPLIFICANDO O<br />
PROJETO<br />
O Projeto de Iluminação, explicado de forma<br />
didática, sempre foi algo muito procurado<br />
pelos que trabalham com a luz. Totalmente<br />
colorido, este livro fornece, em linguagem<br />
acessível, dicas, orientações e muitas informações<br />
de como fazer um bom projeto de iluminação. Consulta<br />
recomendável para estudiosos e profi ssinais que buscam conhecimento<br />
sobre a luz e seus efeitos.<br />
Autor: MAURI LUIZ DA SILVA<br />
Editora: Ciência Moderna /2009<br />
Número de páginas: 176
mercado empresarial<br />
ESPAÇO INTRA URBANO NO BRASIL<br />
A obra é essencialmente um estudo da localização<br />
urbana - apresentada como um grande valor de<br />
uso produzido pelas aglomerações, embora não<br />
específico delas. Esse valor de uso se caracteriza<br />
pelas possibilidades que as diferentes classes sociais<br />
apresentam de comandar os deslocamentos<br />
intra-urbanos. Revela que o espaço regional é estruturado pelo controle<br />
de tempo de deslocamento dos seres humanos enquanto consumidores.<br />
No caso intra-urbano, as possibilidades desse controle faz com que as<br />
classes sociais disputem as localizações e isso se dá tanto por ocasião<br />
da sua produção como de seu consumo. Nasce então a segregação<br />
sócio-espacial, como mecanismo necessário ao controle, pela sociedade<br />
dominante, pela produção e consumo das localizações, ou seja, ao<br />
controle dos tempos de deslocamento dos componentes das diferentes<br />
classes sociais. Esse controle se apresenta, então como uma forma de<br />
dominação necessária para que haja a apropriação diferenciada das<br />
vantagens do espaço.<br />
Dentre essas vantagens, o controle dos tempos de deslocamento ou o<br />
controle das localizações domina as demais representadas pela infraestrutura<br />
urbana. Isso ocorre porque essa é reproduzível pelo trabalho<br />
humano, enquanto aquelas não são. Todas essas idéias são desenvolvidas<br />
a partir da análise empírica da formação histórica do espaço infra-urbano<br />
de seis metrópoles brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,<br />
Porto Alegre, Recife e Salvador. Essa análise retrata como a segregação<br />
urbana se desenvolveu nessas metrópoles por um período de mais de<br />
um século e como ela permitiu que a classe dominante controlasse o<br />
processo de produção e consumo das localizações intra-urbanas. Dentre<br />
as localizações, especial em destaque é dado à do Centro Principal<br />
daquelas metrópoles e às transformações que eles vêm experimentando<br />
nas décadas recentes.<br />
Autor: FLAVIO VILLACA<br />
Editora: Studio Nobel /2001 – 2ª. edição<br />
Número de páginas: 373<br />
dicas de leitura<br />
ABC DO DESENVOLVI-<br />
MENTO URBANO<br />
O que faz, afinal, de uma cidade<br />
uma cidade? O que tem<br />
sido comum a todas as cidades<br />
através dos tempos? Será<br />
que a causa básica dos graves<br />
problemas das maiores cidades brasileiras é o seu<br />
tamanho, como teima o senso comum em insistir?<br />
Como podem esses problemas ser adequadamente<br />
enfrentados? Oferecer respostas para essas e outras<br />
perguntas, de forma acessível a um público leigo, é<br />
o objetivo deste livro.<br />
Autor: MARCELO LOPES DE SOUZA<br />
Editora: Bertrand Brasil / 2003<br />
Número de páginas: 190<br />
OBRAS E GESTÃO DE<br />
PORTOS E COSTAS<br />
Os autores tratam dos avanços<br />
nas construções marítimas,<br />
originados com a evolução<br />
de outras disciplinas da<br />
Engenharia. Particularmente,<br />
focam a abordagem que o engenheiro de construções<br />
marítimas tem em relação aos efeitos exercidos<br />
sobre suas obras pelas solicitações do mar para<br />
melhorar a resposta da concepção estrutural.<br />
Autores: PAOLO ALFREDINI & EMILIA ARASAKI<br />
Editora: Edgard Blucher / 2009 – 2ª. edição<br />
Número de páginas: 804<br />
79
80<br />
vitrine<br />
EMPaLux traZ ao<br />
MErcado nacionaL<br />
rEFLEtorEs coM<br />
tEcnoLoGia LEd<br />
A Empalux traz para o mercado brasileiro de iluminação<br />
o refl etor LED. Ideal para iluminação de túneis, avenidas,<br />
outdoors, jardins, decoração, entre outras aplicações, substitui<br />
os refl etores que utilizam lâmpadas halógenas. O produto<br />
conta com LED plano, que melhora a efi ciência de facho de<br />
luz direcionado, aumentando o seu alcance e não emite calor.<br />
Com vida mediana de 30 mil horas o produto se destaca pela<br />
durabilidade e pela economia.<br />
Feito de alumínio fundido sobre pressão, com revestimento<br />
eletrostático, lente protetora e com grau de proteção<br />
IP54, o Refl etor LED possui grande durabilidade e alto grau<br />
de resistência as ações de intempéries.<br />
O Refl etor LED Empalux pode ser encontrado em dois<br />
modelos, o RL31015 – com 10 W de potência, substitui um<br />
refl etor com lâmpada halógena- de 150 W – e RL330015<br />
– com 30 W de potência, substitui um sistema de lâmpada<br />
halógena de 450 W, aproximadamente. Ambos com alimentação<br />
bivolt e com luz clara, com temperatura de cor de 5.500<br />
K, possuem IRC maior que 80.<br />
Devido ao LED plano, o facho de luz possui grande<br />
alcance, chegando a 12 metros para o modelo 31015 e de 18<br />
metros para o 330015.<br />
O LED é considerado o futuro da iluminação, pois<br />
é constituído de um<br />
dispositivo eletrônico<br />
Ideal para iluminação<br />
de túneis, avenidas,<br />
outdoors, jardins e para<br />
decoração<br />
que emite luz de forma<br />
natural, possibilitando<br />
maior economia e durabilidade.<br />
KnÜrr E GruPo<br />
PoLicoM dEsEnVoLVEM<br />
noVo racK Para data<br />
cEntEr<br />
A Knürr – uma empresa<br />
da Emerson Network<br />
Power, líder na produção e<br />
desenvolvimento de racks –,<br />
em conjunto com o Grupo<br />
Policom®, desenvolveu e<br />
está lançando o rack Mira-<br />
Novo processo<br />
dispensa o uso de<br />
ferramentas para<br />
ajustes ou instalação<br />
cel G3 com diferenciais importantes para ambientes onde<br />
espaço é fundamental e precisa ser muito bem aproveitado<br />
e otimizado.<br />
Segundo Gilmar Miralha, presidente do Grupo Policom, “o<br />
Miracel G3 é um rack voltado à acomodação de equipamentos<br />
de suporte de rede, servidores, que pretende principalmente<br />
dar vazão à grande demanda de cabos no caso de aplicações de<br />
terminações de redes, sem abrir mão da segurança de acesso.<br />
Ou seja, ele oferece as mesmas características de organização de<br />
cabos do Top Solution G3, rack aberto amplamente utilizado<br />
por nossos clientes, só que com a vantagem de se apresentar<br />
como um rack fechado”.<br />
Thais Schleiffer, diretora de vendas e marketing da Knürr,<br />
destaca que “o principal diferencial entre a nova geração dos<br />
racks Miracel e seus concorrentes, é o conceito quick-fi x®,<br />
ou seja, a utilização de componentes construtivos e acessórios<br />
que dispensam o uso de ferramentas para ajustes ou<br />
instalação, movimentação de perfi s 19”, remoção de tampas<br />
laterais, instalação de passa-cabos, bandejas, enfi m, uma série<br />
de elementos manuseados rapidamente e de maneira muito<br />
fl exível que poupam tempo do usuário”.<br />
Entre as características<br />
construtivas do novo produto<br />
está a porta frontal com<br />
design renovado, com chapa<br />
perfurada para circulação do<br />
ar em formato arredondado<br />
e chanfros decorativos. A isso<br />
se somam a porta bipartida<br />
traseira também com chapa<br />
perfurada para circulação do<br />
ar, que otimiza o espaço no<br />
Data Center e facilita o acesso<br />
para manutenção, a estrutura<br />
em perfilados de alumínio<br />
natural e os fechamentos com<br />
pintura a pó texturizada na cor<br />
Preto RAL9011.
mercado empresarial<br />
noVos Produtos<br />
da EMMEti<br />
Divulgação Emmeti Brasil os<br />
Principais características<br />
dos novos produtos são<br />
segurança e economia<br />
A Emmeti também traz novidades para o mercado: lança na<br />
<strong>Feicon</strong> 2011 a Válvula Misturadora Termostática com Trava de<br />
Segurança Contra Queimadura e o Kit Chuveiro Emmeti.<br />
Válvula Misturadora - Destinada a residências com Sistema<br />
de Aquecimento Central de Água (solar e/ ou a gás). Instalada<br />
na saída do reservatório de água quente (boiler), este equipamento<br />
compacto (apenas 16,3 cm de altura por 13 cm de<br />
largura) recebe água quente (do boiler) de uma lado e água fria<br />
(da rede) do outro, mistura as duas até atingir a temperatura<br />
ideal de consumo (previamente programada, manualmente,<br />
através do registro existente na própria válvula).<br />
Isso é possível porque a Válvula contém um sensor interno<br />
(termostato) que mede a temperatura da água. Assim, quando<br />
um chuveiro ou torneira (ligado ao sistema de água quente) é<br />
acionado (registro aberto), a água já sai naquela temperatura<br />
que foi programada.<br />
Além do conforto térmico imediato, a grande vantagem<br />
que esse produto agrega ao sistema é que não há desperdício<br />
de água, comum em sistemas de aquecimento central convencionais,<br />
decorrente da regulagem da temperatura através do<br />
acionamento simultâneo dos registros de água quente e fria,<br />
em que a água é dispensada até atingir a temperatura desejada<br />
pelo consumidor.<br />
Outro ponto importante desta Válvula é a Trava de Seguran-<br />
vitrine<br />
ça, mecanismo que garante que a água não saia com temperatura<br />
superior a 38º C, evitando queimaduras.<br />
Kit Chuveiro Emmeti - Destinado a atender demandas<br />
de construtoras, que requerem kits hidráulicos pré montados<br />
na fábrica/ fornecedor. O objetivo é ganhar tempo e reduzir<br />
custos com mão de obra. Além disso, a responsabilidade por<br />
eventuais problemas passa a ser do fabricante, já que a construtora<br />
é responsável apenas pela colocação do Kit no espaço<br />
reservado no banheiro (shaft).<br />
O produto é montado sob encomenda, conforme a demanda<br />
da construtora, mas inclui, basicamente, um ponto de ligação<br />
de água para o chuveiro, dois registros de gaveta (para água<br />
quente e fria) e dois registros de pressão (para regular a mistura<br />
de água quente e fria) ou um registro monocomando (um<br />
mesmo registro regula a mistura). O ponto de ligação de água<br />
dos chuveiros, registros de gaveta e de pressão são interligados<br />
com o Tubo Multicamadas Emmeti (água quente e fria).<br />
A direção da empresa afi rma que o seu Kit Chuveiro pode<br />
ser instalado em apenas alguns minutos, o que corresponde a<br />
uma surpreendente economia de tempo diante de uma instalação<br />
convencional, que pode chegar a um dia de trabalho.<br />
Outra vantagem com a utilização do produto é que já é<br />
entregue em medidas adequadas ao perfeito alinhamento dos<br />
registros e altura do chuveiro.<br />
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82<br />
vitrine<br />
ELGin inoVa EM ar condicionado<br />
coM o coMPact inox<br />
A Elgin está agregando ao portfólio novidades que aumentam a<br />
performance dos condicionadores de ar e ampliam a relação custobenefício<br />
para os consumidores. Na linha Hi-Wall, por exemplo, a<br />
empresa apresenta o Elgin Compact Inox. Com a base e o gabinete<br />
em inox, o modelo é instalado na parte externa de residências e<br />
edifícios e pode ser submetido às mais diferentes condições climáticas,<br />
tendo maior durabilidade que os modelos tradicionais.<br />
O produto pode ser encontrado somente na versão Frio e com<br />
220V. O aparelho também é indicado para regiões litorâneas, pois<br />
a maresia que geralmente acelera o processo de deterioração dos<br />
aparelhos não deverá afetar a estrutura das peças em inox, proporcionando<br />
maior durabilidade e melhor desempenho.<br />
Outra vantagem do Elgin Compact Inox é que permite ao usuário<br />
que quiser trocar o tradicional condicionador de ar tipo Janela<br />
pela tecnologia Split adquirir esse aparelho, já que as dimensões<br />
da condensadora são similares às dos tradicionais, assim, ele pode<br />
ser instalado no mesmo local.<br />
O modelo pode ser encontrado nas versões 7.000, 9.000 e<br />
12.000 BTU/hs;<br />
Todos os produtos da linha<br />
Hi-Wall possuem design<br />
moderno, display digital com a<br />
exclusiva função duplo swing,<br />
sendo os mais silenciosos e<br />
eficazes para climatização. O destaque do Compact Inox fica<br />
para sua versatilidade e economia, além do aspecto decorativo,<br />
trazendo bem-estar e conforto aos usuários. Essa linha possui<br />
também certificação em consumo de energia elétrica, quatro opções<br />
de funcionamento – resfria, *aquece (somente para modelos<br />
Q/F), ventila e desumidifica -, filtro de ar bio blue, que dificulta<br />
a proliferação de vírus e<br />
bactérias, e três anos de<br />
garantia total, além das<br />
funções, turbo, tecla<br />
para travamento do<br />
controle remoto e operação<br />
nos modos sleep<br />
e timer.<br />
Com base e gabinete em inox,<br />
o modelo Elgin Compact Inox<br />
pode ficar exposto à maresia e<br />
às intempéries climáticas
mercado empresarial<br />
duratEx Lança MdFs<br />
FEitos dE EucaLiPto E<br />
Pinus coM triPLa<br />
ProtEção<br />
Os painéis estão protegidos<br />
contra umidade e bactérias e<br />
efi cácia de até 5 anos contra<br />
o ataque de cupins<br />
No segmento de painéis de madeira ecológica, a Duratez<br />
traz ao mercado dois produtos inovadores: o MDF Ultra e o<br />
MDF BP Ultra, este último revestido com laminado melamínico<br />
de baixa pressão.<br />
Os painéis são fabricados com fi bras selecionadas de Pinus<br />
e Eucalipto e compostos com tripla proteção contra umidade,<br />
cupins e bactérias. Os lançamentos contam com tecnologia<br />
que apresenta um composto de inseticida aprovado pelo Ibama<br />
para tratamento de madeiras e painéis, Microban, agente<br />
líder mundial em proteção contra bactérias e resina melamina<br />
formadeildo, que combate a umidade.<br />
Todo esse processo resulta em um nível de proteção<br />
superior ao painel de MDF tradicional, conferindo maior<br />
durabilidade ao móvel, total conforto por ser inodoro, melhor<br />
desempenho e o mais importante, evitando danos nocivos à<br />
saúde do seu consumidor.<br />
Os dois produtos apresentam coloração verde, obrigatória<br />
em todo item que tem como objetivo principal ser imune à<br />
umidade, e certifi cado FSC, do Conselho Brasileiro de Manejo<br />
Florestal.<br />
E seguindo as especifi cações de manuseio, confecção e<br />
instalação, os lançamentos possuem durabilidade e efi cácia de<br />
até 5 anos contra o ataque de cupins. Fonte: Painel Florestal<br />
Divulgação / Argalit<br />
vitrine<br />
arGaLit<br />
aPrEsEnta Linha dE<br />
tintas dE tELhas<br />
EcoLoGicaMEntE<br />
corrEta<br />
A Argalit inova com a Tinta Telha Ecológica, da linha<br />
Ecos, que está disponível em seis cores (vermelho óxido,<br />
cerâmica ônix, cerâmica telha, pérola, champagne e incolor).<br />
Com sua fórmula à base de água e resistente à ação<br />
do sol e da chuva, a tinta forma um fi lme impermeabilizante<br />
que dá brilho e evita a deterioração e a formação<br />
de limo na superfície de telhas cerâmicas, de cimento e<br />
fi brocimento.<br />
O produto não contém adição de solventes, o que lhe<br />
confere baixo odor e reduz os danos ao meio ambiente.<br />
De acordo com o diretor executivo da Argalit, Raphael<br />
Cassaro Machado, o objetivo da empresa é oferecer ao<br />
mercado um produto de qualidade e durabilidade, que<br />
permita ao consumidor optar por uma solução ecologicamente<br />
correta. “Investimentos em modernas tecnologias<br />
de produção, desenvolvimento de cores inovadoras e diversifi<br />
cadas, mas sem perder o foco na sustentabilidade”.<br />
A Argalit produz cerca de 60 mil toneladas de tinta ao<br />
ano para abastecer o mercado brasileiro.<br />
Além de não causar danos ao<br />
meio ambiente, a nova linha<br />
atua como impermeabilizante<br />
e não contém solventes, o que<br />
lhe confere baixo odor<br />
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84<br />
release<br />
coMProMisso coM a QuaLidadE<br />
Distribuidora das principais usinas, localizada<br />
em São Bernardo do Campo/ SP, a Aldifer<br />
comercializa produtos de excelente qualidade.<br />
Atuando no mercado desde 2002, possui<br />
sede e caminhões próprios, bem como, estoque<br />
variado e permanente.<br />
Efetua entregas no dia seguinte à aprovação<br />
do orçamento, para a região do grande ABC<br />
e sob consulta, para a gran-de São Paulo. Na<br />
retirada pelo cliente, atende a qualquer quantidade,<br />
limitada somente à disponibilidade em<br />
estoque.<br />
Linha de produtos:<br />
• Tubos redondos, quadrados e retangulares<br />
(pretos e galvanizados);<br />
• Laminados (cantoneira, ferro tee, redondo,<br />
chato e quadrado);<br />
• Perfi s laminados (I, U, H e W);<br />
• Perfi s U dobrados;<br />
• Chapas (pretas, galvanizadas e xadrez);<br />
• Perfi lados (cadeirinha, baguete, batente,<br />
tira de porta, fachada coml., entre outros);<br />
• Telhas e cumeeiras galvanizadas (onduladas<br />
e trapezoidais);<br />
• Patamares e degraus para escada reta<br />
e caracol;<br />
• Kits de elevação e motores para portõesbasculantes,<br />
deslizantes e pivotantes;<br />
• Corte e dobra de chapas, sob encomenda;<br />
• Máquinas de solda e seus acessórios;<br />
• Completa linha de acessórios (discos de<br />
corte e desbaste, eletrodos, rodízios, roldanas,<br />
fechaduras, brocas, entre outros).<br />
www.aldifer.com.br<br />
(11) 4342-1614 / 9152-2318<br />
Estr. dos alvarengas, 5338 - sBc - sP
mercado empresarial<br />
a Maior VariEdadE EM coFrEs E MóVEis<br />
A A.M. Cofres e Móveis, explora o ramo de<br />
comércio de cofres e móveis para escritório em<br />
geral, com atuação em todo o Brasil, especializada<br />
em uma linha completa de cofres para guardar<br />
documentos, armas, joias, objetos de valor e<br />
outros bens.<br />
O seu elevado nível de experiência, alcançado<br />
durante 30 anos (desde 1980) de atividades, aliado<br />
a uma adequada política de valores e credibilidade,<br />
permite a A.M. Cofres e Móveis participar de<br />
licitações de órgãos públicos, fornecer cofres e<br />
móveis para escritório desde residências, empresas,<br />
instituições financeiras, transportadoras de valor,<br />
e tantas outras atividades.<br />
Hoje a A.M. Cofres e Móveis possui em seu<br />
cadastro mais de 50.000 clientes, dos quais já<br />
realizaram inúmeras compras de pequeno, médio<br />
e grande porte ao longo destes anos e assim<br />
conquistou o respeito merecido dos seus cliente,<br />
parceiros e concorrentes, sentindo-se assim muito orgulhosa<br />
em ter seu esforço reconhecido.<br />
Atendemos todo o Brasil. Estamos a vossa inteira<br />
disposição, consulte-nos.<br />
a.M. cofres e Móveis Ltda<br />
tel: (11) 3311-8702<br />
www.amcofres.com.br<br />
release<br />
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86<br />
release<br />
tuBoniL: ExPEriência aLiada à ModErnidadE<br />
A Tubonil está no mercado desde<br />
2006. Trata-se de uma empresa nova,<br />
mas com profissionais com muitos anos<br />
de experiência no mercado de tubos de<br />
aço carbono sem costura e com costura,<br />
de pequenos e grandes diâmetros. A<br />
empresa comercializa também a linha de<br />
Tubos Especiais de 12” a 24” SCH 40<br />
A SCH 160, Tubos Mecânicos ST52 de<br />
50,00mm a 650,00mm paredes grossas,<br />
padrão e fora de padrão.<br />
Localizada no município de Guarulhos<br />
– SP, numa área de 2.500m2, tem<br />
instalações modernas e funcionais que lhe<br />
permitem atender, com alto nível de qualidade,<br />
todas as demandas de seus clientes<br />
e fornecedores em todo o Brasil.<br />
A maior preocupação da empresa é com<br />
a satisfação de seus clientes e com o cumprimento<br />
qualitativo de suas atividades: assim,<br />
dedica-se à melhoria contínua de seus produtos<br />
e serviços.<br />
Tudo isso faz da Tubonil mais que um<br />
distribuidor de tubos de aço, um parceiro de<br />
negócios preocupado em atender seus clientes<br />
de forma diferenciada, orientando e prestando<br />
suporte técnico.<br />
tubonil comercial de tubos de aço Ltda.<br />
Fone/Fax: (11) 2406-7494<br />
www.tubonil.com.br • vendas@tubonil.com.br
mercado empresarial<br />
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índice de anunciantes<br />
ACMW Indústria e Comércio Ltda ...........................................5<br />
Aços Lapefer .......................................................................... 29<br />
Acro Cabos de Aço Indústria e Comércio Ltda ................... 29<br />
Aldifer Distribuidora de Ferro e Aço Ltda EPP .................... 82<br />
AM Cofres e Móveis para Escritório Ltda ............................ 85<br />
Anuário das Indústrias .......................................................... 89<br />
Cabos de Aço São José Ltda ................................................. 61<br />
CIESP ....................................................................................... 44<br />
Confortomax .......................................................................... 67<br />
De Carlo Usinagem e Componentes Ltda ........................... 87<br />
Demolidora Sacoman ........................................................... 67<br />
Detetive Gama ...................................................................... 33<br />
Eleko Parafusos ..................................................................... 78<br />
Epil .......................................................................................... 62<br />
Feital ....................................................................................... 85<br />
Fonte Mirante ........................................................................ 61<br />
Furoexpress ............................................................................ 35<br />
Getrat Ipiranga Conexões e Mangueiras Ltda .................Capa<br />
Hidraufort Comércio de Tubos e Conexões Ltda ................ 76<br />
Histec Comercial Ltda ........................................................... 84<br />
Império dos Metais Comercial Ltda ..................................... 35<br />
L G Comércio de Equip. de Segurança Ltda ME ................. 82<br />
LG EPI’s - Equipamentos de Proteção Individual ............... 86<br />
MercoSul Refratários Ltda .................................................... 76<br />
Metalúrgica Lopes Ltda......................................................... 79<br />
Minelli Andaimes .................................................................. 77<br />
Novoaço Especial .................................................................. 77<br />
P Tendas e Barracas .............................................................. 82<br />
Partel Parafusos Ltda ............................................. 79, 3ª Capa<br />
Regional Compressores ........................................................ 78<br />
Rental Bus .............................................................................. 86<br />
Rental Equipamentos ............................................. 17, 2ª Capa<br />
REP Comércio e Assist. Técnica de Relógio de Ponto ........ 84<br />
Sesi-SP / Senai-SP ................................................................ 49<br />
Tekno S/A Indústria e Comércio .......................................... 88<br />
Tellure Rota ............................................................................ 43<br />
Tercabo Cintas e Cabos de Aço ............................................ 34<br />
Tubonil Comercial de Tubos de Aço Ltda ............................ 87<br />
União Com. e Manutenção de Guinchos e Equip. .............. 88<br />
Vences Mix ............................................................................. 33<br />
Vent Norte Sistemas & Equipamentos ........................4º Capa<br />
Wimaq Industrial ................................................................... 51