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Distribuição gratuita<br />

Publicação<br />

OPINIÃO<br />

Construção sustentável,<br />

compromisso que se<br />

tornará obrigação<br />

Ano 6 - Edição nº 32 - Março de 2011<br />

segue em ritmo forte<br />

GESTÃO<br />

Planejamento para um<br />

legado sustentável da<br />

Copa de 2014<br />

Especial <strong>Feicon</strong> Batimat 2011<br />

www.<br />

MERCADO DE<br />

Acesse o portal:<br />

CONSTRUÇÃO<br />

.com.br<br />

ECONOMIA<br />

Múltis brasileiras se<br />

consolidam no<br />

mercado global


mercado empresarial<br />

expediente<br />

Coordenação: Mariza Simão<br />

Redatora: Sonnia Mateu - MTb 10362-SP<br />

contato: sonniamateu@yahoo.com.br<br />

Colaboraram nesta edição: Irineu Uehara e<br />

João Lopes<br />

Diagramação: Lisia Lemes, Vladimir A. Ramos e<br />

Ivanice Bovolenta<br />

Arte: Cesar Souza, José Francisco dos Santos, José Luiz<br />

Moreira, Edmilson Mandiar<br />

Distribuição: <strong>Feicon</strong> Batimat 2011 - 19º Salão Internacional<br />

da Construção<br />

Impressão: RR Donnelley<br />

Matriz:<br />

São Paulo - Rua Martins Fontes, 230 - Centro<br />

CEP 01050-907 - Tel.: (11) 3124-6200 - Fax: (11) 3124-6273<br />

Filiais:<br />

Araçatuba - Rua Floriano Peixoto, 120 1º and. - s/<br />

14 - Centro - CEP 16010-220 - Tel.: (18) 3622-1569<br />

Fax: (18) 3622-1309<br />

Bauru - Edifício Metropolitan<br />

Rua Luso Brasileira, 4-44 - sl 1214 - 12º and.<br />

CEP 17016-230 - Tel.: (14) 3226-4068<br />

Fax: (14) 3226-4098<br />

Piracicaba<br />

Sisal Center - Rua Treze de Maio, 768<br />

sl 53 - 5º and. CEP 13400-300 - Tel.: (19) 3432 - 1434<br />

Fax.: (19) 3432-1524<br />

Presidente Prudente - Av. Cel. José Soares Marcondes,<br />

871 - 8º and. - sl 81 - Centro - CEP 19010-000<br />

Tel.: (18) 3222-8444 - Fax: (18) 3223-3690<br />

Ribeirão Preto - Rua Álvares Cabral, 576 -9º and.<br />

cj 92 - Centro - CEP 14010-080 - Tel.: (16) 3636-4628<br />

Fax: (16) 3625-9895<br />

Santos - Rua Leonardo Roitman, 27 - 4º and. cj 48 -<br />

Santos - SP - CEP.: 11015-550<br />

Tel.: (13) 3224-9326 / 3232-4763<br />

São José do Rio Preto - Rua XV de Novembro, 3057 -<br />

3º and. - cj 301 - CEP 15015-110<br />

Tel.: (17) 3234-3599 - Fax: (17) 3233-7419<br />

O editor não se responsabiliza pelas opiniões<br />

expressas pelos entrevistados.<br />

editorial 3<br />

MErcado dE construção<br />

MantéM trajEtória dE<br />

crEsciMEnto<br />

Construtoras com carteiras cheias de pedidos, canteiros de obras multiplicando-se<br />

por toda parte. A construção civil segue firme e forte em sua<br />

trajetória de crescimento, em sintonia com o boom vivido pelo conjunto<br />

da economia e beneficiando-se dos efeitos positivos dos programas habitacionais<br />

e de redesenho da infra-estrutura patrocinados pelo governo.<br />

Segundo estimativas do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção<br />

Civil do Estado de São Paulo), o ramo construtor teve em 2010 uma<br />

alta de 11% no seu PIB, o maior índice registrado desde 1986. Movimentou a<br />

soma de R$ 152,4 bilhões e gerou em torno de 300 mil empregos formais no<br />

ano passado, fazendo com que esta indústria batesse na marca inédita de 2,8<br />

milhões de postos com carteira assinada. Ainda nos cálculos do SindusCon,<br />

esta imensa cadeia produtiva processa hoje cerca de 45% dos investimentos<br />

feitos na economia brasileira.<br />

Para 2011, projeta-se um avanço mais modesto no PIB setorial, próximo<br />

de 6%. Contudo, o arrefecimento do nível de atividades neste ano tem de ser<br />

relativizado, já que os 11% do ano passado se deram sobre o crescimento zero<br />

de 2009, em razão da crise econômico-financeira global. Ou seja, não se trata<br />

de uma queda, mas de bom número, obtido sobre uma base de comparação<br />

alta em 2010.<br />

Mas, nem tudo é bonança para a construção civil. Além do cenário<br />

geral caracterizado pelo repique da inflação e pelos apertos monetário e fiscal<br />

promovidos pelo governo no sentido de esfriar a economia, há desafios<br />

específicos que o setor deverá enfrentar, como a falta de terrenos disponíveis,<br />

a abertura de novas fontes de financiamento, a morosidade na concessão<br />

de alvarás e licenças ambientais, e, evidentemente, a carência de mão de<br />

obra qualificada, apontado como o maior gargalo do setor: há escassez de<br />

trabalhadores desde os níveis funcionais mais simples até os que requerem<br />

graduação universitária.<br />

Especialistas do setor chamam a atenção para a urgência de se seguir<br />

reduzindo a carga tributária, além de racionalizar os trâmites burocráticos no<br />

licenciamento dos empreendimentos - medidas consideradas essenciais para<br />

elevar a produtividade.<br />

Temas como esses serão debatidos neste mês de março na <strong>Feicon</strong><br />

Batimat 2011, o maior evento da construção civil da América Latina e vitrine<br />

do que há de mais inovador em termos de produtos e serviços na área.<br />

Mercado Empresarial espera contribuir para esse debate com esta edição<br />

especial sobre o setor. Boa leitura!<br />

Mercado Empresarial


4<br />

06<br />

Evento<br />

14<br />

Gestão<br />

16<br />

sumário<br />

Panorama do setor<br />

Mercado de<br />

Construção<br />

segue em<br />

ritmo forte<br />

Mercado<br />

20<br />

Kassab anuncia para abril<br />

início da construção de<br />

estádio da Copa em SP<br />

Economia<br />

23<br />

<strong>Feicon</strong> Batimat 2011:<br />

o mega evento brasileiro<br />

da construção civil<br />

Legislação<br />

Projeto de lei pode<br />

obrigar construções a<br />

terem telhados brancos<br />

29<br />

desenvolvimento<br />

30<br />

Projeto Nova Luz poderá<br />

demolir e desapropriar até<br />

30% da região<br />

Meio ambiente<br />

34<br />

Setor movimentou<br />

em 2009 a soma de<br />

R$ 152,4 bilhões, o que<br />

gerou em torno de 300<br />

mil empregos formais<br />

no ano passado<br />

Planejamento para um<br />

legado sustentável da<br />

Copa de 2014<br />

Múltis brasileiras se<br />

consolidam no mercado global<br />

Geleiras vão se transformar<br />

em água<br />

sustentabilidade<br />

39<br />

Grupo Iguatemi inaugura<br />

shopping sustentável em<br />

Alphaville<br />

acessibilidade<br />

42<br />

inovação<br />

50<br />

opinião<br />

54<br />

tendência<br />

56<br />

Planejamento<br />

60<br />

dicas<br />

66<br />

cases & cases<br />

70<br />

tecnologia<br />

73<br />

Acessibilidade universal<br />

Novo sistema de resfriamento<br />

noturno para prédios<br />

corporativos<br />

Construção sustentável,<br />

compromisso que se tornará<br />

obrigação<br />

2011 com um toque de limão<br />

O paradigma do planejamento<br />

estratégico<br />

Financiamento de 25 a 30 anos<br />

é o mais procurado<br />

Rio: Mais de 10 mil unidades<br />

do ‘ Minha Casa, Minha Vida ‘<br />

Software auxilia na gestão<br />

e segurança de projetos<br />

imobiliários<br />

78 80<br />

dicas de Leitura Vitrine<br />

Fascículo Qualidade de Vida - Vol.1 Nesta edição: Habitação saudável, necessidade para se viver bem


6<br />

panorama do setor<br />

MERCADO DE CONSTRUÇÃO<br />

sEGuE coM ritMo FortE<br />

Aconstrução civil segue firme e forte em sua trajetória<br />

de crescimento, em que pesem algumas trepidações<br />

ao longo do percurso. Em sintonia com o<br />

boom vivido pelo conjunto da economia e beneficiando-se<br />

dos efeitos positivos dos programas habitacionais e de<br />

redesenho da infra-estrutura patrocinados pelo governo,<br />

as carteiras das construtoras estão<br />

repletas de pedidos, ensejando a<br />

Setor movimentou no ano multiplicação de canteiros por toda<br />

passado a soma de R$ parte.<br />

152,4 bilhões, o que gerou As estimativas do SindusCon-SP<br />

em torno de 300 mil novos (Sindicato da Indústria da Constru-<br />

empregos formais ção Civil do Estado de São Paulo),<br />

disponíveis até o fechamento desta<br />

edição de Mercado Empresarial,<br />

apontam para uma alta de 11% no PIB (Produto Interno<br />

Bruto) do ramo construtor em 2010, o maior índice<br />

registrado desde 1986. Foi movimentada a soma de R$<br />

152,4 bilhões, o que gerou em torno de 300 mil empregos<br />

formais no ano passado, fazendo com que esta indústria<br />

batesse na marca inédita de 2,8 milhões de postos com<br />

carteira assinada. Ainda nos cálculos do SindusCon, esta<br />

imensa cadeia produtiva processa hoje cerca<br />

de 45% dos investimentos feitos na economia<br />

brasileira.<br />

Para 2011, projeta-se um avanço mais modesto<br />

no PIB setorial, próximo de 6%. Contudo,<br />

o arrefecimento do nível de atividades neste<br />

ano tem de ser relativizado, adverte Eduardo<br />

Zaidan, diretor de economia do SindusCon-SP.<br />

Ele argumenta que os 11% do ano passado se<br />

deram sobre o crescimento zero de 2009, em<br />

razão da crise econômico-financeira global.<br />

“Portanto, 6% em 2011 não é exatamente uma<br />

queda. Trata-se de um bom número, obtido<br />

sobre uma base de comparação alta em 2010”,<br />

afirma ele.<br />

Vários fatores conjunturais explicam a vigorosa<br />

marcha que esta indústria vem imprimindo<br />

aos canteiros. De saída, cabe notar que o Brasil<br />

foi pouco abalado, em contraste com numerosos<br />

países, pelo tsunami financeiro eclodido em<br />

2008, tendo retomado rapidamente o prumo –<br />

a previsão oficial é de que todo o PIB nacional


mercado empresarial<br />

tenha subido 7,5% no ano passado, antevendose<br />

para 2011 um incremento de 5%.<br />

Como se sabe, a atividade construtora<br />

pauta-se por ciclos de longo prazo, visto que<br />

as etapas que cercam a contratação e execução<br />

das obras se estendem por anos a fi o. Dada<br />

esta característica, a garantia de continuidade<br />

de crescimento é vital para a prosperidade<br />

dos negócios. O intenso dinamismo de hoje,<br />

por isso, refl ete as decisões sobre projetos<br />

tomadas no passado recente. E o prognóstico,<br />

em princípio, é de que as empreitadas devam<br />

continuar a todo vapor nos tempos vindouros,<br />

a não ser que um solavanco mais drástico na<br />

rota desencadeie uma desaceleração.<br />

Bolha imobiliária no nordeste<br />

Há mesmo quem afi rme que a pujança atual<br />

está transformando o Brasil no segundo maior<br />

canteiro de obras do mundo, só perdendo para<br />

a China neste quesito. Interessante observar<br />

que até mesmo a Região Nordeste, a mais pobre<br />

do País, está vivenciando uma efetiva “bolha”<br />

imobiliária, com supervalorização dos preços<br />

de residências e terrenos. Este fenômeno está<br />

sendo atribuído, em especial, ao gigantesco<br />

afl uxo de crédito para os Estados nordestinos<br />

– calcula-se que, no período entre 2005 e<br />

2010, houve uma elevação na oferta da ordem<br />

de 330%, a maior consignada no Brasil. No<br />

Sudeste, para efeito de comparação, os volumes<br />

creditícios engordaram “apenas” 240%.<br />

Em termos mais detalhados, a demanda<br />

ascendente por imóveis comerciais e residenciais<br />

refl ete diretamente a infl uência de vetores<br />

convergentes, como o acentuado aumento dos<br />

níveis de emprego, renda e crédito da população,<br />

a alavancagem dos investimentos públicos<br />

e privados, a implantação do PAC (Programa<br />

de Aceleração do Crescimento) 1 e 2, do Minha<br />

Casa, Minha Vida 1 e 2 e das obras vinculadas<br />

à preparação da Copa do Mundo de 2014 e das<br />

Olimpíadas de 2016.<br />

Assim, por exemplo, de 2003 a 2009, a<br />

expansão real do PIB per capita foi de 2,3%<br />

na média anual. Ingressaram na classe média<br />

30,5 milhões de brasileiros e deixaram a linha<br />

“ ...6% em 2011 não é exatamente<br />

uma queda. Trata-se de um bom<br />

número, obtido sobre uma base de<br />

comparação alta em 2010 “<br />

Eduardo Zaidan, diretor de<br />

economia do Sinduscon<br />

panorama do setor<br />

da pobreza 20,5 milhões. Criou-se aí, obviamente, uma<br />

demanda reprimida por habitações de enorme magnitude,<br />

contemplada sobretudo pelo programa Minha Casa,<br />

Minha Vida.<br />

Como afi ança Zaidan, houve aumento do défi cit habitacional,<br />

já que cidadãos que antes nem sequer cogitavam de<br />

adquirir uma casa passaram a fazê-lo. “Há maior número<br />

de interessados, incluindo os de outras faixas de renda, o<br />

que alterou o perfi l da procura”, constata ele. Por sinal, o<br />

número de imóveis necessários para que cada família tenha<br />

uma moradia digna gira hoje em torno de 5,.808 milhões<br />

de unidades, conforme o levantamento mais recente do<br />

SindusCon-SP e da FGV (Fundação Getúlio Vargas).<br />

As companhias que elegeram como alvo os empreendimentos<br />

de pequeno porte estão<br />

sendo diretamente benefi ciadas por<br />

esta reviravolta. Exemplo disso é o<br />

Para 2011, projeta-se um<br />

da Construtora Faleiros, especializada<br />

avanço próximo de 6%<br />

na fabricação de casas para pessoas<br />

com faixa de renda de até três salários<br />

mínimos. Se em 2009 ela pouco trabalhou, no ano de<br />

2010, em compensação, chegou a erguer cerca de duas mil<br />

unidades na Grande São Paulo e em Campinas.<br />

“O ano passado foi realmente muito bom, tendo o<br />

Minha Casa, Minha Vida fomentado os negócios”, informa<br />

João Alberto Faleiros Júnior, diretor técnico da empresa.<br />

Para ele, 2011 está sendo igualmente promissor, havendo<br />

muitas obras encomendadas. “Temos mercado mais do<br />

que sufi ciente para nos mantermos em plena atividade”,<br />

resume ele.<br />

divisor de águas no setor<br />

Apesar de toda a controvérsia concernente à lentidão<br />

com que vem sendo implementado, o Minha Casa, Minha<br />

Vida acabou por despontar na indústria como um autêntico<br />

divisor de águas, ao balizar o planejamento e o trabalho<br />

de construtoras e demais fornecedores, além de ordenar a<br />

injeção de recursos. Em sua primeira fase, lançada em abril<br />

de 2009, a iniciativa previu a aplicação de R$ 34 bilhões em<br />

7


8<br />

panorama do setor<br />

empréstimos e subsídios para colocar em pé um milhão de<br />

residências. Em dezembro último, o que se verifi cou foi o<br />

fechamento de um milhão de contratos de fi nanciamento,<br />

mas tão-somente 230 mil casas e apartamentos foram de<br />

fato entregues, dando margem a críticas sobre atrasos<br />

no cronograma ofi cial. Zaidan julga que tais críticas são<br />

infundadas porque não levam em conta que a demora na<br />

efetivação dos projetos no setor é natural. “Entre anunciar,<br />

aprovar, contratar, construir e entregar, leva-se tempo.<br />

Não é um processo trivial. O simples cadastramento de<br />

interessados é lento”, ilustra. As contratações feitas, lembra<br />

ele, estão se concretizando agora. “Ninguém pode falar<br />

mal do programa, até porque ele aponta para a resolução<br />

da maioria dos problemas habitacionais da população de<br />

baixa renda”, defende o diretor.<br />

Já a segunda fase, conhecida como Minha Casa,<br />

Minha Vida 2, anunciada em março de 2010, delineou<br />

como meta erigir dois milhões de unidades até 2014,<br />

com investimentos iniciais de R$ 71,7 bilhões, os quais<br />

poderão chegar, com o aporte de outros fundings, a R$<br />

278,2 bilhões. Na realidade, esta nova versão do plano<br />

habitacional veio sob o guarda-chuva do PAC 2, que<br />

por sua vez previu o desembolso de R$ 1,59 trilhão em<br />

logística, energia, melhorias nos centros urbanos e áreas<br />

“ Temos mercado mais do que<br />

sufi ciente para nos mantermos em<br />

plena atividade “<br />

João Alberto Faleiros Júnior,<br />

diretor técnico da Construtora Faleiros<br />

sociais (os mesmos objetivos, a grosso modo,<br />

do PAC 1), entre 2011 e 2014.<br />

O Programa de Aceleração do Crescimento,<br />

assinala Zaidan, tem o mérito de estipular<br />

as prioridades a serem atacadas e concentrar<br />

esforços e recursos, embora se venham constatando,<br />

também aqui, retardos na execução.<br />

A questão central é que “fazer as coisas no<br />

Brasil não é fácil. Não é simples tocar projetos,<br />

criar e manter empresas”, opina o diretor do<br />

SindusCon, acrescentando que “o País inteiro<br />

está por ser feito ainda”.<br />

Com esta articulação de estímulos incidindo<br />

sobre o presente e o futuro próximo,<br />

os indicadores parciais disponíveis atestam<br />

inequivocamente o superaquecimento do mercado.<br />

De acordo com o SindusCon, o nível de<br />

emprego formal da construção brasileira cresceu<br />

15,1% no interregno janeiro-setembro de<br />

2010, comparado ao mesmo período de 2009.<br />

Em novembro, houve recorde na utilização da<br />

capacidade instalada da indústria de materiais,<br />

batendo em 91,1%. Até setembro, o consumo<br />

de cimento no ano acumulava aumento de<br />

17,1% e o de aço, de 19,1%.<br />

Complementando a análise, João Crestana,<br />

presidente do Secovi-SP (Sindicato das Empresas<br />

de Compra, Venda, Locação e Administração<br />

de Imóveis Residenciais e Comerciais<br />

de São Paulo), enfatiza que as vendas estão<br />

decolando também em outro segmento: o de<br />

habitações de alto padrão, com valor unitário<br />

superior a R$ 150 mil/R$ 170 mil.<br />

Neste nicho de negócios, o suprimento de<br />

crédito é abundante. Os recursos do SBPE<br />

(Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo)<br />

têm saltado de ano para ano. Em 2010, o montante<br />

girado foi da ordem de R$ 50 bilhões, um<br />

incremento de 43% sobre os R$ 35 bilhões de<br />

2009. Para 2011, a expectativa é de uma cifra<br />

superior a R$ 60 bilhões, o que representaria<br />

uma alta de mais de 20%.<br />

Lançamentos de imóveis<br />

A cidade de São Paulo, por exemplo, declara<br />

Crestana, espelha bem o que se passa na cena<br />

geral: em 2010, foram lançadas cerca de 34 mil


mercado empresarial<br />

unidades residenciais (casas e apartamentos),<br />

aumentando mais de 10% em relação às 30<br />

mil de 2009. A oferta de escritórios, em particular,<br />

tem subido ainda mais. Falando também<br />

da habitação popular, o presidente do Secovi<br />

recorda que este segmento, antes marcado pela<br />

escassez de recursos, reagiu sobretudo a partir<br />

dos anos 2007 e 2008. “O crescimento desta<br />

faixa não tem precedentes, em virtude dos<br />

subsídios à renda e ao crédito recebidos pelas<br />

camadas sociais mais pobres”, nota Crestana.<br />

Frente a esta coleção de bons números, o presidente<br />

do Secovi assegura que, defi nitivamente,<br />

foi superado o período de estagnação que o<br />

setor amargava desde o fi m do BNH (Banco<br />

Nacional de Habitação), em 1986.<br />

O cenário começou a virar, diz ele, com a<br />

estabilização trazida pelo Plano Real, incentivando<br />

diretamente o mercado habitacional,<br />

cujas operações são incompatíveis com taxas<br />

de infl ação elevadas. Também contribuiu favoravelmente<br />

o advento do Proer (Programa de<br />

Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento<br />

do Sistema Financeiro Nacional), que ajudou a<br />

sanear e robustecer a vertical bancária. Não se<br />

pode esquecer, nesta abordagem retrospectiva,<br />

a criação de marcos regulatórios, que propiciou<br />

a recuperação do crédito imobiliário e trouxe<br />

maior segurança aos agentes fi nanceiros,<br />

empresários e compradores. João Crestana<br />

destaca, em especial, a Lei nº 9.514, de 1997<br />

(que dispõe sobre o Sistema de Financiamento<br />

Imobiliário e institui a alienação fi duciária), e a<br />

de nº 10.931, de 2004 (a qual trata do patrimônio<br />

de afetação de incorporações imobiliárias,<br />

letras e células de crédito).<br />

“A legislação fi xou condições propícias ao<br />

setor habitacional e aos interesses da população”,<br />

sintetiza o executivo. A própria lei que<br />

regulamentou o Minha Casa, Minha Vida, de<br />

13 de abril de 2009, estabeleceu um referencial<br />

específi co para as políticas destinadas às estratos<br />

de baixa renda. De resto, “os Municípios<br />

e Estados também implementaram medidas<br />

positivas, no entendimento de que habitação é<br />

essencial para a melhora da qualidade de vida<br />

de todos”, conclui Crestana.<br />

Divulgação<br />

panorama do setor<br />

OS DESAFIOS COLOCADOS<br />

PARA O SETOR<br />

Nem tudo é bonança para a construção civil, apesar do<br />

desempenho superlativo alcançado no último ano e das<br />

boas perspectivas de expansão colocadas para 2011. Além<br />

do cenário geral caracterizado pelo repique da infl ação e<br />

pelos apertos monetário e fi scal promovidos pelo governo<br />

no sentido de esfriar a economia, há desafi os específi cos<br />

que o setor deverá enfrentar, como a falta de terrenos<br />

disponíveis, a abertura de novas fontes de fi nanciamento<br />

e, evidentemente, a carência de mão de obra qualifi cada<br />

(para um tratamento mais aprofundado deste último tema, ver o texto<br />

“Mão de obra: um grande gargalo”).<br />

Em nível macro, o que poderá<br />

Falta de terrenos e de<br />

causar uma relativa turbulência no<br />

mão de obra qualifi cada<br />

segmento é a desaceleração econô-<br />

são alguns dos entraves<br />

mica, em decorrência, sobretudo,<br />

do novo ciclo de elevação da taxa<br />

de juros defl agrado pelo Banco Central (a taxa Selic foi<br />

reajustada em janeiro para 11,25%) e do ajuste fi scal em<br />

curso (em fevereiro, foram ceifados R$ 50 bilhões no<br />

orçamento federal).<br />

“Se o crescimento cair muito, junto com a renda e o crédito<br />

de pessoas físicas e jurídicas, além dos investimentos<br />

ofi ciais, vamos sentir os efeitos em 2012 ou 2013”, admite<br />

Eduardo Zaidan, diretor de economia do SindusCon-SP.<br />

“ A legislação fi xou condições<br />

propícias ao setor habitacional e<br />

aos interesses da população.”<br />

João Crestana<br />

presidente do Secovi-SP<br />

9


10<br />

panorama do setor<br />

De seu lado, João Crestana, presidente do Secovi-SP,<br />

vê com bons olhos a tentativa de conter o ritmo de atividades,<br />

o que, a seu juízo, possibilitará gerenciar melhor os<br />

riscos. É mais aconselhável, argumenta ele, tratar o déficit<br />

habitacional tendo-se em mente o longo prazo. “Não<br />

existe dinheiro, renda e capacidade para equacionar logo<br />

esta carência. Não dá para fazer tudo em três ou quatro<br />

anos”, salienta.<br />

Nesse contexto, embora critique o excesso de burocracia,<br />

ele julga que a seletividade dos bancos no momento de<br />

repassar o dinheiro é positiva: “Empréstimos devem ser<br />

concedidos apenas para quem pode pagar”, recomenda ele.<br />

Em vista dos volumes de crédito na praça, Crestana lembra<br />

que a LTV (Loan-to-Value) – razão entre o montante dos<br />

empréstimos e as garantias dadas, usada para determinar o<br />

risco de uma operação – saltou de aproximadamente 50%<br />

para 62% nos financiamentos imobiliários no Brasil hoje.<br />

“Em outros países, chega-se aos 90%, o que é exagerado.<br />

Um nível abaixo de 80% é o desejável”, pondera ele.<br />

Em relação à escassez de terrenos, principalmente<br />

para moradias de interesse social nos centros urbanos,<br />

o SindusCon-SP vem preconizando a união de esforços<br />

do governo federal, estadual e municipal para solucionar<br />

a questão. Zaidan chama a atenção para a urgência de se<br />

seguir reduzindo a carga tributária, além de racionalizar<br />

os trâmites burocráticos no licenciamento dos empreendimentos:<br />

“Essas medidas são essenciais para elevar a produtividade,<br />

de modo que as construtoras possam continuar<br />

contribuindo para o crescimento do PIB”, situa ele.<br />

Morosidade nos alvarás<br />

Tocando no mesmo ponto, João Crestana critica<br />

particularmente a morosidade na concessão de alvarás<br />

e licenças ambientais, documentos de encaminhamento<br />

complicado nas prefeituras, bancos e cartórios, entre outras<br />

instâncias envolvidas. Este obstáculo, somado ao aumento<br />

das vendas, à falta de mão de obra e<br />

Morosidade na concessão<br />

de materiais, além das fortes chuvas<br />

de alvarás e licenças<br />

nos últimos dois anos, têm ocasionado<br />

atrasos nas entregas.<br />

ambientais<br />

“Mesmo assim, o grosso das<br />

projetos é concluído no prazo, havendo<br />

dificuldades pontuais”, adiciona ele, ressalvando que<br />

se trata das “dores do crescimento”. Outro entrave que<br />

emerge no horizonte mais à frente é a possível rarefação<br />

dos recursos da poupança. Apesar de ainda haver crédito<br />

em abundância neste ano, a ideia das entidades setoriais<br />

é promover debates e estudos para atrair novos<br />

fundings para a produção e aquisição de<br />

imóveis.<br />

Desse modo, no levantamento feito pelos<br />

especialistas, os Fundos de Pensão acumulam<br />

sozinhos mais de R$ 500 bilhões. Esse número<br />

pode ser acrescido pelas reservas técnicas das<br />

seguradoras, estimadas em torno de R$ 200<br />

bilhões.<br />

Na mesma linha, as LCI (Letras de Crédito<br />

Imobiliário) e os CRI (Certificados de Recebíveis<br />

Imobiliários) e todo o segmento de<br />

securitização de recebíveis são considerados<br />

instrumentos a serem otimizados.<br />

Traçando um retrato mais acurado da conjuntura<br />

atual e de seus desdobramentos daqui<br />

por diante, os resultados da 45ª Sondagem<br />

Nacional da Indústria da Construção, realizada


mercado empresarial<br />

em novembro último pelo SindusCon-SP e pela<br />

FGV (Fundação Getúlio Vargas), mostram, ao<br />

mesmo tempo, a continuidade do otimismo em<br />

relação ao futuro e a inquietação com os óbices<br />

colocados para a sustentação do crescimento.<br />

Um ano depois de manifestarem entusiasmo<br />

com as previsões para 2010, os construtores<br />

– foram consultados 226 deles, das<br />

diversas regiões do País – viram superadas suas<br />

melhores expectativas.<br />

Doravante, eles acreditam que o crédito<br />

imobiliário continuará em expansão e os lançamentos<br />

serão voltados fundamentalmente<br />

para famílias de média e baixa renda.<br />

Todavia, como a atividade econômica<br />

acusou desaceleração, a pesquisa detectou<br />

moderação no otimismo. Fato a ressaltar é que<br />

a deterioração do indicador de perspectivas<br />

panorama do setor 11<br />

setoriais vem ao encontro dos últimos resultados sobre<br />

emprego, na medida que o segmento tem registrado<br />

desde setembro diminuição no ritmo de contratação de<br />

trabalhadores.<br />

Outra dificuldade percebida pelos empresários ao longo<br />

do ano prende-se aos custos, que subiram especialmente<br />

no primeiro semestre. Depois de recuar em agosto, houve<br />

nova percepção de elevação em novembro. A mão de<br />

obra tem sido o componente que mais tem pressionado<br />

os gastos em 2010, havendo, aliás, um sentimento generalizado<br />

de que a escassez de capital humano será um dos<br />

pontos críticos em 2011, ameaçando a manutenção do<br />

crescimento.<br />

Finalmente, as empresas consultadas manifestaram<br />

disposição de investir em novas tecnologias, máquinas e<br />

equipamentos.


12<br />

panorama do setor<br />

MÃO DE OBRA:<br />

uM GrandE GarGaLo<br />

Tornou-se repetitivo apontar a falta de mão de obra<br />

qualifi cada como um dos maiores, senão o maior,<br />

dos gargalos que estão impactando as empresas brasileiras,<br />

em numerosos ramos da economia. Sem dúvida,<br />

porém, a construção civil é um dos setores que mais se vêm<br />

ressentindo da escassez de trabalhadores, desde os níveis<br />

funcionais mais simples até os que requerem graduação<br />

universitária.<br />

Além das causas genéricas do problema, de ordem<br />

estrutural (crise do ensino público, insufi ciências na formação<br />

propiciada pelas escolas técnicas e superiores, entre<br />

outras), os construtores sofrem hoje as sequelas diretas<br />

da estagnação vivida no transcurso de duas décadas. Em<br />

tempos de vacas magras, a formação de profi ssionais foi<br />

relegada a um plano secundário nas agendas corporativas.<br />

Quando os ventos mudaram de direção e passaram a<br />

favorecer francamente os negócios, a carência de capital<br />

humano adquiriu contornos agudos.<br />

“Este vem sendo o nosso calcanhar-de-aquiles. Todo o<br />

mercado está aquecido e temos visto empreiteiras subtraindo<br />

empregados dos concorrentes”, observa João Alberto<br />

Faleiros Júnior, diretor técnico da Construtora Faleiros.<br />

Ele acrescenta que as políticas de formação profi ssional<br />

patrocinadas pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da<br />

Construção Civil do Estado de São Paulo) não benefi ciam<br />

companhias de pequeno porte.<br />

No relato de Antonio de Sousa Ramalho, presidente do<br />

Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias<br />

da Construção Civil de São Paulo), o não preenchimento<br />

de vagas está acarretando o descumprimento dos prazos de<br />

“ O não cumprimento das vagas está acarretando<br />

o descumprimento dos prazos de<br />

entrega das obras, que estão atrasando<br />

12 meses em média, sem contar o acabamento<br />

fi nal de péssima qualidade devido<br />

ao despreparo dos funcionários ”<br />

Antonio de Sousa Ramalho<br />

presidente do Sintracon - SP<br />

entrega das obras, que estão atrasando 12 meses<br />

em média. “Sem contar o acabamento fi nal de<br />

péssima qualidade devido ao despreparo dos<br />

funcionários”, arremata ele.<br />

Um refl exo claro do descompasso entre<br />

oferta e procura de mão de obra está no incremento<br />

da massa salarial gerada na área construtora.<br />

Com o ascenso do mercado imobiliário e a<br />

retomada dos investimentos em infraestrutura,<br />

foram engordados os ganhos dos trabalhadores,<br />

que têm conquistado reajustes elevados,<br />

num quadro em que as empresas disputam<br />

ferrenhamente os melhores profi ssionais, acenando<br />

com remunerações mais atraentes.<br />

Aumento acima da infl ação<br />

Dessa maneira, o conjunto dos salários neste<br />

segmento subiu, entre janeiro e novembro de<br />

2010, 18,2% acima da infl ação, na comparação<br />

com o mesmo período de 2009, de acordo<br />

com levantamento realizado pela Tendências<br />

Consultoria Integrada, com base nas informações<br />

da PME (Pesquisa Mensal de Emprego)<br />

do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografi a e<br />

Estatística).<br />

Esta performance, para se fazer um paralelo,<br />

é muito superior aos 7,3% consignados<br />

na economia como um todo e aos 4,3% da<br />

indústria em geral. E vale lembrar que o avanço<br />

na construção, ainda segundo o estudo da<br />

Tendências, ocorre em cima de um patamar por<br />

si só elevado – de 2007 a 2009, a massa salarial<br />

do setor já tinha aumentado quase 30%. De janeiro<br />

a novembro de 2010, o nível de ocupação<br />

aumentou em 6,5%. No presente momento,<br />

estão formalmente empregados cerca de 2,8<br />

milhões de trabalhadores no ramo em todo<br />

o País, com o Estado de São Paulo abrigando<br />

aproximadamente 760 mil deles.


mercado empresarial<br />

Para dinamizar o recrutamento, Ramalho<br />

preconiza que “governos, empresas e entidades<br />

de ensino como o Senai precisam ter foco<br />

no treinamento, após vários anos sem investimentos<br />

com este fi m”. A juízo de Eduardo<br />

Zaidan, diretor de economia do Sinduscon-<br />

SP, a formação de mão de obra não pode ser<br />

preocupação de um setor isolado, tendo, pelo<br />

contrário, de ser alvo de uma efetiva política<br />

nacional neste sentido, mobilizando toda a<br />

sociedade, em todos os quadrantes do País. “É<br />

preciso pensar em todas as profi ssões, encetando<br />

um esforço abrangente de qualifi cação<br />

e requalifi cação”, frisa ele.<br />

Para atacar concretamente o problema,<br />

há cerca de dois anos o Sindicato das Construtoras<br />

paulistas fi rmou convênio com o<br />

Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem<br />

Industrial) a fi m de que, no Estado de São<br />

Paulo, fossem instaurados e disseminados os<br />

chamados “canteiros escolas”, nos quais os<br />

aprendizes assimilam conhecimentos práticos<br />

durante o horário de trabalho.<br />

Ponderando que forjar mão de obra é um<br />

processo demorado, Haruo Ishikawa, vicepresidente<br />

de capital e trabalho do SindusCon,<br />

afi rma que a melhor forma de qualifi car é<br />

colocar o iniciante em contato direto com<br />

o batente cotidiano. “Ali ele recebe também<br />

aulas teóricas com instrutores do Senai, além<br />

de educação geral em nível básico, com aulas<br />

de matemática e português”, explica ele. Em<br />

torno de 40% dos alunos são serventes e<br />

ajudantes, situados na escala mais baixa do<br />

quadro de funções.<br />

De resto, a passagem pelos canteiros, prossegue<br />

o vice, possibilita incentivar os operários<br />

a permanecerem vinculados às empresas, em<br />

vez de partirem para o mercado informal, de<br />

autoconstrução, como muito frequentemente<br />

se verifi ca com os formandos nas escolas<br />

especializadas que o Senai mantém na capital<br />

paulista e em Bauru, interior de São Paulo.<br />

Segundo o SindusCon-SP, em 2009 e 2010,<br />

foram capacitados entre 48 mil e 50 mil trabalhadores<br />

por ano no Estado, nos cerca de<br />

900 canteiros existentes.<br />

panorama do setor<br />

ampliação dos programas<br />

Antonio Ramalho, contudo, considera muito tímidos<br />

os resultados amealhados até agora com a iniciativa. “Seria<br />

essencial que as construtoras ampliassem esta política, para<br />

fazer realmente a diferença. Hoje, as maiores empreiteiras<br />

já estão adotando medidas por conta própria”, salienta<br />

ele. O presidente do Sintracon assevera que a educação é<br />

imprescindível até para permitir aos operários lidarem com<br />

ferramentas e materiais novos, fato que exige habilidades<br />

de leitura e escrita.<br />

No que concerne à disponibilidade de engenheiros, Haruo<br />

Ishikawa assinala que a situação também é preocupante,<br />

pois os formandos não têm qualifi cação para tocar empreendimentos<br />

de imediato, sendo necessários cinco anos de<br />

experiência para se capacitarem adequadamente. Mesmo assim,<br />

o vice nota que o mercado está repleto até de estagiários,<br />

alunos de quarto ou quinto anos de engenharia, na tentativa<br />

de preencher as vagas. Um dado positivo, ressalva ele, é que<br />

“as construtoras estão conseguindo conter a migração de<br />

profi ssionais para outras áreas da economia”. Por fi m, está-se<br />

buscando encetar a modernização dos currículos acadêmicos<br />

para contemplar as demandas dos empregadores.<br />

A introdução de inovações técnicas é cada vez mais<br />

indispensável para impulsionar a produtividade e reduzir a<br />

intervenção humana. Ramalho cita, por exemplo, as instalações<br />

hidráulicas com materiais mais leves; a fi ação fl exível<br />

na parte elétrica; as peças pré-fabricadas ou pré-moldadas<br />

– como blocos de cerâmica, alvenarias, fôrmas, ligas e pilares<br />

– para agilizar as montagens; os rebocos praticamente<br />

prontos para utilização. “Todos estes recursos eliminam o<br />

grosso da mão de obra que era anteriormente mobilizada”,<br />

comenta o presidente do Sintracon-SP.<br />

O uso intensivo de novos produtos, porém, deve restringir-se<br />

inicialmente às grandes construtoras. Só depois,<br />

avalia João Alberto Faleiros, esta tendência chegará aos<br />

pequenos players. “Não dispomos de capital para investir<br />

nisso no momento, dado que trabalhamos com margens<br />

muito diminutas”, argumenta ele.<br />

“ Ali ele recebe também aulas teóricas<br />

com instrutores do Senai, além de educação<br />

geral em nível básico, com aulas<br />

de matemática e português “<br />

Haruo Ishikawa<br />

vice-presidente de capital e<br />

trabalho do Sinduscon - SP<br />

13


14<br />

evento<br />

FEICON BATIMAT<br />

2011<br />

O MEGA EVENTO BRASILEIRO<br />

DA CONSTRUÇÃO CIVIL<br />

Com vinte anos de trajetória nacional e quarenta<br />

de história internacional, a <strong>Feicon</strong> Batimat 2011<br />

(Feira Internacional da Indústria da Construção)<br />

consolida-se como o grande evento brasileiro no setor<br />

da construção civil. Organizado e promovido pela<br />

Reed Exhibitions Alcantara Machado, acontece entre<br />

os dias 15 e 19 de março, das 10h às 19h, no Pavilhão<br />

de Exposições do Anhembi, em São Paulo.<br />

Apresentando tendências e trazendo conhecimento<br />

e soluções inovadoras a engenheiros, arquitetos, decoradores,<br />

construtores, incorporadores, lojistas de materiais<br />

de construção, representantes de<br />

Feira completa 20 anos de home centers, compradores es-<br />

trajetória nacional e 40 de trangeiros, além de consumidores<br />

história internacional<br />

fi nais, a <strong>Feicon</strong> mostra setores tão<br />

diversos como ar condicionado,<br />

lazer, segurança, estruturas metálicas,<br />

esquadrias, gesso, hidrômetros, caixas d’agua, impermeabilização,<br />

isolamento termoacústico, persianas,<br />

piscinas e pisos industriais, entre outros.<br />

A feira ocupa os totais 85.000 metros quadrados do<br />

Pavilhão e a expectativa é receber 175 mil visitantes<br />

compradores. Com 750 expositores, de 21<br />

países, a <strong>Feicon</strong> Batimat 2011 deve revelar cerca<br />

de 2.500 lançamentos de produtos e serviços.<br />

Entre as empresas participantes, estão: Aliança,<br />

Ananda Metais, Astra, Âncora, Anchortec,<br />

Artecola, Bemfi xa, Blukit, Bramex, Brasilux,<br />

Cardal, Condor, Cris-metal, Companhia Siderúrgica<br />

Nacional, Dacar Química, Deca, Delker<br />

Plásticos, Denver Impermeabilizantes, Ducha<br />

Corona, Duratex, Eternit, Eucatex, Europvc,<br />

Fabrimar, Famastil, Fame, Fani, Fixtil, Gerdau,<br />

Haga, Henkel, IBRAP, ICASA, Kapazi, Komlog,<br />

Krona, Lorenzetti, Lwart Química, Metalurgica<br />

Arouca, Orbis Mertig Do Brasil, Otto Baumgart,<br />

Ouro Fino, Pado, Papaiz, Perlex, Placo do Brasil,<br />

Plastilit, Saint-Gobain, Sasazaki, Schneider<br />

Electric Brasil, SFERA, Shark Brasil, SIEMENS,<br />

Sika, Simon, Stam Metalurgica, Thermosystem,<br />

Tigre, Torres & Cia, Viapol, Votorantim, Weber<br />

Maschinente Chnik, Yale La e Weber .


mercado empresarial<br />

núcleo de conteúdo: economia<br />

e sustentabilidade<br />

Além de servir como vitrine para produtos<br />

e serviços, a <strong>Feicon</strong> Batimat auxilia o<br />

crescimento do setor por meio da difusão<br />

de conteúdo, através de seminários realiza-<br />

dos simultaneamente à Feira, entre 15 e 18<br />

de março, no Hotel Holiday Holiday Inn (anexo ao<br />

Pavilhão do Anhembi).<br />

No Núcleo de Conteúdo, o tema construção<br />

sustentável ganha destaque com a<br />

realização da II Conferência “A Certifi cação<br />

da Construção Sustentável na França e no<br />

FEI- CON<br />

Brasil”, o Seminário Sistemas Construti- Construti-<br />

vos para Habitações Econômicas e o III<br />

Seminário Green Building Council: Cons-<br />

truindo um Brasil Sustentável. O Núcleo,<br />

que discute boas práticas entre construção<br />

civil e sustentabilidade, vai trazer importantes<br />

palestrantes desse segmento como Ian<br />

McKee, co-autor do plano Copa Verde para<br />

o Brasil, e Siegberti Zanettini, responsável<br />

pela reestruturação do Centro de Pesquisas<br />

da Petrobras.<br />

No dia 16, a Fundação Vanzolini apresentará<br />

a evolução da primeira certifi cação<br />

inteiramente brasileira para construções<br />

sustentáveis, a AQUA (Alta Qualidade<br />

Ambiental) na II Conferência Certifi cação<br />

da Construção Sustentável na França e no<br />

Brasil. E para relatar ainda experiência francesa<br />

com o HQE, certifi cação equivalente a<br />

AQUA na França, estão confi rmados o Diretor<br />

de Desenvolvimento da CERQUAL,<br />

Xavier Daniel, e o Gerente de projetos da<br />

CERTIVÉA, Pascal-Philippe Cloix.<br />

Além de discutir as soluções ecológicas<br />

para a construção civil, o aspecto econômico<br />

do setor também será abordado no<br />

dia 17 com o Seminário Sistemas Construtivos<br />

para Habitações Econômicas.<br />

Sob curadoria da Editora Pini, o evento<br />

vai abordar um importante desafi o para o<br />

Brasil: alternativas para construir em larga<br />

escala com qualidade e baixo custo em um<br />

país que ainda tem um défi cit de 5,6 milhões<br />

de moradias. O engenheiro e pesquisador<br />

do IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológica<br />

do Estado de São Paulo), Claudio Mitidieri,<br />

vai falar a respeito das inovações e avanços<br />

Foto: Ítalo Leme<br />

Feira prevê cerca de 175 mil<br />

visitantes compradores para<br />

a edição 2011<br />

sobre o tema.A construção civil tem<br />

promessa de crescimento acelerado<br />

segundo a CNI (Confederação<br />

Nacional da Indústria). Porém, de<br />

acordo com dados do World Green<br />

Building Council, o setor também é<br />

responsável por 42% do consumo de<br />

Energia e por 35% das emissões de<br />

poluentes no Brasil. Pensando nisso,<br />

no dia 18, os principais arquitetos<br />

e engenheiros LEED vão discutir<br />

no III Seminário Green Building<br />

Council: Construindo um Brasil Sustentável,<br />

temas como a Copa Verde<br />

no Brasil e a busca pela certifi cação<br />

LEED do Novo Estádio de Brasília,<br />

as Olimpíadas Verdes de Londres, a<br />

construção da primeira escola verde<br />

no Brasil e a experiência na reformulação<br />

do CENPES da Petrobras.<br />

“Serão aproximadamente 18<br />

horas de discussões intensas sobre o<br />

panorama e o futuro da Construção<br />

Civil. Os participantes poderão conferir<br />

ainda debates sobre as atividades<br />

e ações que o mercado da construção<br />

sustentável desenvolveu”, diz<br />

Márcia Coimbra, Gerente Unidade<br />

de Negócios Conferências da Reed<br />

Exhibitions Alcantara Machado. Os<br />

15 palestrantes, nacionais e internacionais,<br />

vão apresentar soluções e<br />

discutir o que há de mais moderno<br />

no mundo do setor que representa<br />

9% do PIB brasileiro ME<br />

evento<br />

FEICON BATIMAT<br />

A 19ª FEICON BATIMAT (Feira Internacional<br />

da Indústria da Construção)<br />

terá o apoio das principais e mais<br />

representativas entidades do setor:<br />

ABIMAQ (Associação Brasileira de<br />

Máquinas e Equipamentos), ABMA-<br />

CO (Associação Brasileira de Materiais<br />

Compósitos), ABRAFATI (Associação<br />

Brasileira dos Fabricantes<br />

de Tintas), ABRAMAT (Associação<br />

Brasileira da Indústria de Materiais<br />

de Construção), AFEAÇO (Associação<br />

Nacional dos Fabricantes de Esquadrias<br />

de Aço), AMESSP (Associação<br />

de Metais Sanitários de São Paulo),<br />

ANAMACO (Associação Nacional<br />

dos Comerciantes de Material de<br />

Construção), ANICER (Associação<br />

Nacional da Indústria Cerâmica),<br />

FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO ES-<br />

TADO DE SÃO PAULO, SIAMFESP<br />

(Sindicato da Indústria de Artefatos<br />

de Metais Não Ferrosos do Estado<br />

de São Paulo), SINCOMAVI (Sindicato<br />

do Comércio Varejista de Material<br />

de Construção, Maquinismos, Tintas,<br />

Louças e Vidros da Grande São<br />

Paulo), SINDILUX (Sindicato das<br />

Indústrias de Lâmpadas, Aparelhos<br />

Elétricos e Iluminação do Estado de<br />

São Paulo), SINDUSCON-SP (Sindicato<br />

da Indústria da Construção<br />

Civil do Estado de São Paulo) e<br />

SINAENCO (Sindicato da Arquitetura<br />

e da Engenharia).<br />

15


16<br />

O<br />

gestão<br />

PLANEJAMENTO<br />

PARA UM LEGADO SUSTENTáVEL DA<br />

COPA DE 2014<br />

Juan Quirós é presidente<br />

do Grupo Advento e<br />

membro do Conselho<br />

Global de Construção<br />

Sustentável do World<br />

Economic Forum - WEF.<br />

direito de sediar a Copa<br />

do Mundo de 2014, em 12<br />

cidades, e a Olimpíada de<br />

2016, no Rio de Janeiro, somente<br />

irá concretizar-se como grande e<br />

positiva conquista se viabilizar o resgate<br />

dos gargalos da infraestrutura<br />

e, ao mesmo tempo, consolidar o<br />

conceito de construções verdes no<br />

Brasil. Essas duas metas devem ser<br />

contempladas pelos investimentos<br />

realizados em estádios, estradas, aeroportos e ferrovias,<br />

dentre outras obras, pois o mais importante das duas<br />

competições é o legado para o País e o seu impacto de<br />

longo prazo.<br />

Assim, é necessário fazer com precisão a lição de casa<br />

preparatória à realização dos dois maiores eventos do calendário<br />

esportivo mundial, a começar pelo cumprimento<br />

das exigências da Fifa. Neste sentido, é sempre pertinente<br />

enfatizar que, desde 2006, quando ocorreu a Copa da<br />

Alemanha, a entidade maior do futebol estabeleceu como<br />

regra geral para toda a infraestrutura, em especial de estádios,<br />

os princípios da construção civil sustentável. Que<br />

2014, portanto, seja um marco para a defi nitiva disseminação<br />

e consolidação desse conceito no País. Esta, sem<br />

dúvida, seria uma preciosa herança!<br />

O signifi cado das construções verdes tornase<br />

mais evidente neste momento que se segue<br />

à realização da Conferência do Clima de Cancun<br />

(COP 16), no México. Não será possível<br />

celebrar um acordo multilateral para reverter o<br />

aquecimento terrestre sem a adoção em larga<br />

escala do conceito de sustentabilidade pelo<br />

setor da construção civil. Afi nal, sabe-se que<br />

cerca de 40% das emissões mundiais de Co2<br />

advêm dos edifícios. No Brasil, as construções<br />

são responsáveis por 44% de toda a energia<br />

consumida (22% são relativos ao uso residencial;<br />

14%, comercial; e 8%, prédios públicos).<br />

Por juan Quirós*<br />

Segundo o Conselho Brasileiro<br />

de Construção Sustentável<br />

(CBCS), os chamados prédios<br />

verdes podem gerar economia<br />

de até 40% no volume de<br />

água e 30% na eletricidade.<br />

Segundo o Conselho<br />

Brasileiro de Construção<br />

Sustentável (CBCS), os<br />

chamados prédios verdes<br />

podem gerar economia<br />

de até 40% no<br />

volume de água e 30% na<br />

eletricidade. Para isso, é<br />

preciso investimento em<br />

tecnologias ambientais<br />

equivalente a cerca de<br />

5% do valor da edifi cação. Além dos ganhos<br />

ecológicos para os indivíduos e a sociedade,<br />

estudo do Banco Mundial demonstra que a<br />

melhoria da efi ciência energética nas construções<br />

pode diminuir em 25% o consumo<br />

de eletricidade no Brasil, Índia e China. Isso<br />

signifi caria imensa economia de recursos e<br />

evitaria expressiva emissão dos gases de efeito<br />

estufa.<br />

Os dados são claros para se entender que<br />

a importância da Copa do Mundo e da Olimpíada<br />

para o Brasil transcende à mera circunstância<br />

das competições. Por isso, é motivo de<br />

preocupação o fato de ainda estar incipiente<br />

o processo de preparação, em especial se<br />

considerarmos que faltam apenas três anos e<br />

meio para a bola da Fifa rolar em gramados<br />

nacionais. Quando se observa a pândega relativa<br />

ao estádio a ser construído em São Paulo, o<br />

risco de colapso aeroportuário, dúvidas quanto<br />

à viabilidade do trem-bala entre as capitais<br />

paulista e fl uminense e a falta de sincronia no<br />

cronograma das obras, fi ca evidente a necessidade<br />

de um planejamento efi caz. Sem isso,<br />

o anacrônico improviso irá encarregar-se de<br />

prover estádios bonitos para a Copa do Mundo,<br />

mas o legado, que é o fundamental, seria<br />

catastrófi co ME<br />

Divulgação


18<br />

A<br />

mercado<br />

ODERBRECHT: FAMÍLIA GRADIN<br />

BriGa Para MantEr os<br />

20% da EMPrEsa<br />

família Gradin, maior acionista da Odebrecht depois<br />

dos fundadores que emprestam seu nome ao<br />

grupo, briga na Justiça do Estado da Bahia para<br />

permanecer com os 20,6% das ações que detém no conglomerado,<br />

segundo o jornal Valor. A ação foi movida pela<br />

Graal Participações, que representa os<br />

Gradin, contra a Kieppe Participações,<br />

empresa da família Odebrecht.<br />

A Kieppe detém 62,3% da Odebrecht<br />

Investimentos, holding que<br />

controla todos os negócios do grupo,<br />

cujo faturamento em 2009 foi de R$<br />

40,6 bilhões. Um dos maiores conglomerados<br />

do país, a Odebrecht atua em<br />

mais de dez áreas de negócios, desde<br />

construção pesada, petroquímica, energia<br />

a óleo e gás. O impasse entre os Gradin e os Odebrecht<br />

começou em outubro passado, durante reunião do conselho<br />

da companhia. Na pauta estava em discussão a venda da<br />

participação dos acionistas minoritários do grupo.<br />

A Odebrecht Investimentos tem um acordo desde<br />

2001 (válido até 2021), do tipo “partnership”, no qual há<br />

opções recíprocas de compra e venda de ações que passam<br />

a vigorar quando o acionista atinge uma idade defi nida (o<br />

grupo não informou o teto), um determinado tempo de<br />

empresa ou deixa a condição de administrador.<br />

A ação foi movida pela<br />

Graal Participações,<br />

que representa os<br />

Gradin, contra a Kieppe<br />

Participações, empresa<br />

da família Odebrecht<br />

O valor das ações para o exercício das<br />

opções é defi nido anualmente, nos últimos<br />

dez anos, pelo banco Credit Suisse. O jornal<br />

Valor apurou que o conselheiro do grupo<br />

Victor Gradin e seus fi lhos Bernardo (expresidente<br />

da Braskem, braço petroquímico<br />

do grupo) e Miguel (que estava à frente da<br />

divisão de Óleo e Gás da companhia) não têm<br />

interesse em se desfazer de suas participações<br />

na companhia.<br />

Eles afi rmaram no processo que tentaram<br />

buscar solução consensual, mas, como não<br />

houve acordo, foram à Justiça para que a questão<br />

seja solucionada por mediação ou arbitragem.<br />

A diferença de estilos entre os herdeiros<br />

da nova geração na condução dos negócios do<br />

grupo teria provocado a ruptura da parceria<br />

profi ssional entre os antigos aliados, fi rmada<br />

há quase 40 anos.<br />

Victor Gradin chegou em 1974 ao grupo,<br />

convidado por Norberto Odebrecht, fundador<br />

da companhia, para ser seu braço direito e<br />

ajudá-lo na expansão do conglomerado além<br />

das fronteiras do Nordeste. A Odebrecht alega<br />

que exerce seu direito de opção de compra das<br />

ações e nega litígio entre as partes ME


mercado empresarial<br />

Construir e reformar está mais caro. O<br />

preço de alguns materiais de construção<br />

subiu mais do que a infl ação no período<br />

de novembro de 2009 a outubro deste ano. A<br />

areia foi o produto que registrou a maior alta,<br />

de 37,97% nesse intervalo de tempo, segundo<br />

levantamento do Departamento Intersindical<br />

de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos<br />

(Dieese), referente a cidade de São Paulo. No<br />

mesmo período, a infl ação medida pelo ICV<br />

foi de 5,85%.<br />

De acordo com o presidente da Associação<br />

Nacional dos Comerciantes de Material de<br />

Construção (Anamaco), Claudio Conz, o encarecimento<br />

da areia é explicado pela questão<br />

geográfi ca. “Cada vez mais esse material precisa<br />

ser transportado de locais mais distantes dos<br />

grandes centros consumidores, o que faz com<br />

que ele fi que mais caro. E com a demanda<br />

aquecida, o que chega é areia de longe de São<br />

Paulo”, diz.<br />

Outros materiais básicos também subiram<br />

de preço como o cimento e o tijolo, 7,46% e<br />

13,89% respectivamente. Para Conz, há ainda<br />

um problema logístico enfrentado pela capital.<br />

“Com restrição de horário de circulação e de<br />

vias em que os caminhões passam, o preço<br />

dos produtos para obra tem subido na cidade<br />

consideravelmente. O frete para entrega desse<br />

mercado<br />

REFORMAR ESTá ATÉ<br />

37% Mais caro<br />

material, tanto nas lojas quanto para o consumidor, fi cou mais<br />

caro por causa dessa limitação, pois os caminhões só podem<br />

circular à noite, o que aumenta custos”, diz. “E para o material<br />

básico isso é pior, pois o consumidor não pode comprar e<br />

colocar no carro. Não tem como”, comenta.<br />

Para o presidente do conselho do Programa de Administração<br />

de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração<br />

(FIA), Claudio Felisoni de Angelo, o encarecimento do<br />

material de construção também está<br />

relacionado ao aumento da demanda.<br />

“A massa real de salário cresceu 8,5%<br />

no último ano e a parcela que mais<br />

sofreu esse impacto foi a classe intermediária<br />

de renda. E eles respondem<br />

por 70% do consumo de material de<br />

Areia foi o produto<br />

que registrou maior<br />

alta<br />

construção no varejo. Com a melhora do salário, eles estão<br />

consumindo mais e a oferta de produto se reduz, o que faz os<br />

preços subirem”, afi rma ele.<br />

Segundo Felisoni, o que pesa contra o consumidor desses<br />

produtos é a necessidade de transporte do material. “Por mais<br />

que o consumidor faça pesquisa de preço, ele acaba tendo que<br />

escolher uma loja perto de casa por causa do valor do frete.<br />

Quando se olha preço de material, o custo da entrega também<br />

precisa ser levado em consideração”, diz.<br />

Outro custo que subiu para a construção foi a de mão de<br />

obra: 8,51% nos últimos 12 meses. Soma-se a isso a escassez<br />

de profi ssionais qualifi cados, afi rmam representantes do setor.<br />

(Fonte: Acomac) ME<br />

19


20<br />

A<br />

mercado<br />

KASSAB ANUNCIA<br />

Para aBriL inÍcio da construção<br />

dE EstÁdio da coPa EM sP<br />

construção do estádio da abertura<br />

da Copa do Mundo de 2014, em<br />

São Paulo, começará no início de<br />

abril, informou em 25/2 último o prefeito<br />

Gilberto Kassab (DEM). O governador<br />

Geraldo Alckmin (PSDB) se comprometeu<br />

a levar uma linha de metrô até o<br />

estádio, que pertencerá ao Corinthians.<br />

Os anúncios foram feitos pelo prefeito e pelo governador<br />

após reunião com a presidente Dilma Rousseff e<br />

os ministros do Esporte, Orlando Silva, e da Casa Civil,<br />

Antonio Palocci, em São Paulo.”Chegamos a um acordo.<br />

Para os três poderes, é o “Itaquerão”.<br />

O projeto arquitetônico está aprovado, e o governo<br />

federal fará investimentos de R$ 400 milhões via BN-<br />

DES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico<br />

e Social] para a construção do estádio. Em contrapartida,<br />

São Paulo vai investir na infraestrutura viária da região.<br />

Teremos uma estação de metrô na porta do estádio, com<br />

metrô a cada 90 segundos e trem de quatro em quatro<br />

minutos”, afi rmou Alckmin.<br />

”Vamos transformar a região de Itaquera em um polo<br />

logístico, com investimentos na área de transportes”, declarou<br />

o governador. Kassab disse não saber se o estádio<br />

do Corinthians estará pronto para a abertura da Copa das<br />

Confederações, em 2013.<br />

“Falando como engenheiro, pode estar pronto, dependendo<br />

da construtora. Mas se não estiver pronto, teremos<br />

outros estádios, como o próprio Morumbi e a Arena do<br />

Palmeiras, que já estará concluída”, afi rmou Kassab.<br />

Governador<br />

Geraldo Alckmin se<br />

compromete a levar<br />

metrô até o estádio<br />

Pendências<br />

Kassab informou que deve se reunir neste mês de março<br />

com representantes do Ministério<br />

Público para resolver pendências<br />

relacionadas ao terreno onde o<br />

estádio será construído, no bairro<br />

de Itaquera, na Zona Leste de São<br />

Paulo. Em seguida, será publicado<br />

um edital como “sinal verde”<br />

para que o Corinthians comece a<br />

construção do estádio.<br />

”Estamos acertando uma última pendência<br />

do terreno com o Ministério Público, e contamos<br />

com a compreens ão deles para o apoio em<br />

um evento tão importante para a cidade.<br />

Estamos fazendo um pacto para trabalharmos<br />

juntos e faremos um encontro com<br />

o Ministério Público, junto com o Corinthians<br />

e a prefeitura, para fi nalizarmos o processo”,<br />

disse Kassab. A área do CT de Itaquera, com<br />

mais de 200 mil metros quadrados, pertencia à<br />

prefeitura e foi concedida ao clube paulistano,<br />

em 1988, para ser usufruída por 90 anos. Segundo<br />

o Ministério Público, em contrapartida,<br />

o Corinthians se comprometeu a construir um<br />

estádio em cinco anos, mas isso não foi cumprido<br />

no prazo estabelecido. O Ministério Público<br />

ajuizou, em 2001, uma ação civil pública para<br />

que o Corinthians devolva à Prefeitura de São<br />

Paulo o terreno. A ação foi movida depois que<br />

uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)<br />

na Câmara Municipal divulgou que o clube desrespeitou<br />

o acordo da concessão, e a Prefeitura<br />

não cobrou a devolução do terreno.<br />

Fonte: G1<br />

Divulgação


mercado empresarial<br />

BRASIL E<br />

VENEZUELA VÃO<br />

INTENSIFICAR<br />

PARCERIAS EM<br />

SETORES COMO<br />

MINERAÇÃO E<br />

PETRÓLEO<br />

O<br />

s governos do<br />

Brasil e da Venezuela<br />

devem<br />

ampliar os acordos bilaterais<br />

nas áreas de<br />

No ano passado, o<br />

comércio entre os<br />

dois países atingiu<br />

US$ 4,68 bilhões<br />

mineração e petróleo. As negociações foram<br />

intensificadas desde a reunião do ministro das<br />

Relações Exteriores, Antonio Patriota, com o chanceler<br />

venezuelano, Nicolas Maduro, em Caracas,<br />

recentemente.<br />

As informações são do Itamaraty e da imprensa<br />

estatal da Venezuela, a Agência Venezuelana de<br />

Notícias (AVN). Patriota e Maduro examinaram<br />

também projetos nas áreas de habitação, agricultura,<br />

indústria, energia e desenvolvimento fronteiriço.<br />

Empresas do Brasil e da Venezuela mantêm ligações,<br />

principalmente nos setores de mineração e<br />

construção civil. No ano passado, o comércio entre<br />

os dois países atingiu US$ 4,68 bilhões, com saldo<br />

positivo para o Brasil de mais de US$ 3 bilhões.<br />

Atualmente, o Brasil é o terceiro parceiro comercial<br />

da Venezuela.<br />

Fonte: Agência Brasil<br />

ano dE crEsciMEnto<br />

PARA A FORTLEV<br />

L<br />

íder na fabricação de soluções<br />

em armazenamento<br />

de água no país, a empresa<br />

capixaba FortLev comemora os<br />

bons resultados de 2010. Expressa<br />

pelo incremento de vendas de<br />

mercado<br />

A empresa<br />

ampliou sua linha de<br />

produtos<br />

seus produtos, lançamento de produtos e investimento em<br />

seus processos, a gestão efi caz dos recursos da empresa rendeu<br />

mais uma vez o destaque entre as 200 maiores empresas<br />

do Espírito Santo, de acordo com balanço feito anualmente<br />

pelo IEL-ES.<br />

Em sua atividade, a empresa foi apontada como a maior<br />

indústria produtora de materiais plásticos do Espírito Santo.<br />

Quando a entidade faz o comparativo entre as 66 maiores<br />

empresas industriais, a FortLev ocupa a 17ª posição. Entre<br />

as 100 maiores empresas privadas com controle de capital<br />

capixaba, a indústria está na 23ª posição.<br />

novos lançamentos e resultados<br />

nacionais<br />

Seguindo as tendências do mercado mundial, que indica o<br />

crescimento da demanda por reservatórios de grandes capacidades,<br />

2010 foi um ano de lançamentos para a FortLev. A<br />

empresa ampliou seu leque de opções: a caixa d’água de fi bra<br />

de vidro (até 25 mil litros), os tanques de polietileno (até 15<br />

mil litros), os tanques de fi lamento contínuo (de 30 a 70 mil<br />

litros) e os tanques modulares (milhões de litros).<br />

Dentro desse cenário, a empresa obteve um aumento de<br />

25% em seu faturamento com os resultados de suas quatro<br />

unidades fabris. Com relação às vendas, a empresa registrou<br />

um incremento de 20% no volume físico e a expectativa é que<br />

esse percentual de crescimento se mantenha para 2011 ME<br />

21


22<br />

mercado<br />

MOURA DUBEUX LANÇA<br />

PriMEiro EMPrEsariaL EM nataL<br />

U<br />

m empreendimento de alto padrão, projetado para<br />

empresas e investidores, que contará com os mais<br />

modernos recursos tecnológicos, uma arquitetura<br />

diferenciada e grande número de vagas de garagem para<br />

visitantes. Estas são algumas características do International<br />

Trade Center (ITC), primeiro empreendimento empresarial<br />

da Moura Dubeux Engenharia, em Natal, que já está em<br />

fase de pré-lançamento.<br />

Localizado na Av. Salgado Filho, pólo de desenvolvimento<br />

em expansão e ponto central do<br />

bairro de Lagoa Nova, o ITC Natal terá<br />

um total de 124 salas, distribuídos em<br />

espaços para escritórios com flexibilidade<br />

de uso, instalações de última geração,<br />

aliando boa performance funcional, alto<br />

índice de conforto e economia operacional.<br />

O metro quadrado vai ser negociado<br />

por cerca de R$ 5.800,00. A lâmina de<br />

18 pavimentos contará com seis elevadores, sendo um<br />

exclusivo para o estacionamento e flexibilidade para todos<br />

os andares. O empreendimento disponibilizará um total de<br />

200 vagas de estacionamento, o que representa 1,6 vagas<br />

por sala. “Teremos cerca de 60% a mais de vagas de estacionamento<br />

no ITC. Isso significa dizer que os donos das<br />

salas sempre vão ter vagas para visitantes”, ressalta o diretor<br />

regional da Moura Dubeux no Rio Grande do Norte,<br />

Fernando Amorim, lembrando que hoje uma das maiores<br />

O empreendimento<br />

ccontará com modernos<br />

recursos<br />

tecnológicos<br />

dificuldades das empresas é ter estacionamento<br />

para os clientes.<br />

O ITC Natal terá espaço para sala comercial,<br />

além de três salas de reunião, podendo ser<br />

moduladas em formato de auditório para até 80<br />

pessoas. Todas as unidades serão servidas por<br />

piso elevado e sistema de ar condicionado com<br />

condensação a água. Haverá integração entre<br />

os espaços público e privado, tendo em vista a<br />

ausência de muros, valorização<br />

dos jardins sem prejuízo da segurança<br />

e controle de acessos.<br />

O visitante poderá ser recebido<br />

sob a marquise que antecede o<br />

hall no pavimento térreo ou,<br />

pela rua secundária, entrando<br />

no estacionamento que se comunica<br />

com o hall através de<br />

elevadores e escadas exclusivas.<br />

A transparência do lado nascente permite<br />

vista privilegiada do bairro. Do lado poente<br />

aberturas discretas favorecem os critérios de<br />

sustentabilidade (economia de energia). Os<br />

revestimentos em alumínio composto, ventilados<br />

e os vidros térmicos reforçam esses<br />

critérios e compõem imagem contemporânea<br />

de arquitetura.<br />

ROSSI PROMOVE AÇÕES DE<br />

rEsPonsaBiLidadE sociaL<br />

A<br />

Rossi, uma das principais incorporadoras e construtoras<br />

do País, tem dado atenção especial às questões<br />

de responsabilidade social. Além de adotar<br />

iniciativas nesta linha em suas obras, a empresa promove<br />

ações diferenciadas em algumas cidades.<br />

Em Belo Horizonte (MG), todo o<br />

material publicitário não distribuído é<br />

doado para a Associação dos Catadores<br />

de Papelão e Material Reaproveitável (AS-<br />

MARE). Já as lonas usadas em campanhas de outdoors são<br />

destinadas ao Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao<br />

Empreendedor (CAPE), que transforma a matéria-prima<br />

em sacolas duráveis. Todo o trabalho é realizado<br />

pelas comunidades Morro do Papagaio,<br />

Raposos e Betim.<br />

Na cidade de São Caetano do Sul (SP), a<br />

cada unidade vendida do pro-<br />

jeto Reserva Espaço Cerâmica,<br />

Fazendo a sua parte a empresa doará R$ 1.000,00<br />

para duas instituições de caridade:<br />

Rede Feminina de Combate<br />

ao Câncer de São Caetano e Associação<br />

Assistencial Espírita Anália Franco. Com essa<br />

ação, mais de R$ 100.000 serão doados.


mercado empresarial<br />

Presente desde a primeira edição do relatório<br />

Global Challengers, elaborado<br />

pelo Boston Consulting Group (BCG)<br />

com o objetivo de apontar as 100 empresas de<br />

países emergentes que estão avançando sobre<br />

o território de multinacionais consagradas,<br />

o Brasil vem se consolidando como um dos<br />

países mais resistentes ante o avanço, na lista,<br />

de companhias de outras economias de rápido<br />

desenvolvimento, segundo o jornal Valor.<br />

Nesta quarta edição do estudo, 13 brasileiras,<br />

incluindo a estreante Magnesita, integram<br />

o grupo de companhias que consideram ter<br />

presença global um relevante pilar de sua<br />

estratégia de negócios, com estabilidade no<br />

número de representantes. Por outro lado, as<br />

chinesas, que sempre foram maioria, mais uma<br />

vez perderam posições para empresas de outras<br />

regiões. O Egito aparece pela primeira vez no<br />

levantamento e a África também vem galgando<br />

cada vez mais postos.<br />

“O Brasil tem mantido presença de maneira<br />

consistente”, afi rma o presidente do BCG, responsável<br />

pelo estudo no país, Marcos Aguiar.<br />

“No primeiro relatório, havia uma grande<br />

quantidade de chineses e indianos e, aos poucos,<br />

empresas de outros países tem tomado lugar.”<br />

Na mais recente edição do estudo aparecem<br />

as brasileiras Brasil Foods, Camargo Corrêa,<br />

Coteminas, Embraer, Gerdau, JBS, Magnesita<br />

Refratários, Marcopolo, Natura, Odebrecht,<br />

Petrobras, Votorantim e WEG. A Vale foi alçada<br />

a uma categoria à parte, que reúne os chamados<br />

desafi adores eméritos, cuja atuação praticamente<br />

se confunde com a das multinacionais de<br />

origem em países desenvolvidos. A mexicana<br />

Cemex também fi gura nessa lista.<br />

No grupo das brasileiras e ao longo dessas<br />

quatro edições, apenas uma empresa, a<br />

Embraco, foi excluída da lista, uma vez que<br />

economia<br />

MÚLTIS BRASILEIRAS<br />

sE consoLidaM<br />

no MErcado GLoBaL<br />

deixou de ter capital nacional, um dos pré-requisitos para<br />

participação no estudo. Já a Magnesita seguiu o mesmo<br />

caminho da Marcopolo, que antes de integrar o grupo das<br />

100 desafi adoras globais ocupava posição de destaque em<br />

outro relatório, o de Multilatinas. Procurada para comentar<br />

a inclusão na lista, a Magnesita informou, por meio de<br />

assessoria de imprensa, que está em período de silêncio em<br />

razão da oferta de ações em andamento.<br />

Para Aguiar, as companhias brasileiras têm uma vantagem<br />

natural em relação às multinacionais com sede em<br />

economias desenvolvidas que é conhecer bem o mercado<br />

formado pela base da pirâmide, que reúne as classes C, D<br />

e E. E esse segmento, conforme o executivo, se torna cada<br />

vez mais relevante para os negócios em todo o mundo.<br />

“Após a crise, houve uma mudança<br />

no centro de gravidade e também as<br />

multinacionais passaram a prestar mais<br />

atenção aos mercados emergentes”,<br />

explica.<br />

Nesse novo cenário, os grupos<br />

brasileiros, diz Aguiar, se tornam elementos<br />

importantes na estratégia das<br />

multinacionais, como competidores ou<br />

como parceiros. “As empresas daqui<br />

conhecem a necessidade e comportamento<br />

desses clientes. Então, as multinacionais vão tentar<br />

aprender esse novo modelo de negócios”.<br />

Porém, da mesma maneira que as empresas listadas no<br />

relatório desafi am as múltis já consagradas, é verdade que<br />

essas últimas irão responder com força a esse movimento.<br />

“Elas vão olhar para os mercados emergentes não apenas<br />

para vender produtos, mas recrutar talentos”, alerta Aguiar.<br />

“Também haverá desafi os a serem enfrentados pelas desafi<br />

adoras”.<br />

As empresas listadas entre as 100 desafi adoras globais<br />

são também fortes candidatas a uma futura indicação na<br />

lista das 500 maiores da revista “Fortune”. “Nos próximos<br />

cinco anos, cerca de 50 dessas desafi adoras globais<br />

poderão estar qualifi cadas para inclusão na Fortune 500”,<br />

diz o estudo ME<br />

Estudo do<br />

Boston Consulting<br />

aponta 13 companhias<br />

do país que desafi am<br />

grupos estrangeiros<br />

23


24<br />

economia<br />

PRODUÇÃO INDUSTRIAL<br />

P<br />

FECHA 2010 COM<br />

CRESCIMENTO DE 10,5%<br />

rodução industrial no país recuou 0,7% em dezembro,<br />

em relação a novembro, depois de ficar praticamente<br />

estável nos últimos quatro meses do ano<br />

passado, fechou 2010 com crescimento de 10,5%, segundo<br />

levantamento divulgado no início de fevereiro pelo Instituto<br />

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo<br />

com a pesquisa, o resultado fechado do ano reverteu a<br />

queda de 7,4% verificada em 2009.<br />

Segundo o IBGE, essa é a maior expansão<br />

anual da produção industrial observada<br />

desde 1986, quando o crescimento registrado<br />

fora de 10,94%. Segundo o IBGE, sua<br />

base de dados relativos à pesquisa industrial<br />

existe desde a década de 1970.<br />

Muito do comportamento da indústria<br />

em 2010 tem a ver com a elevação da taxa<br />

de juros, somada aos estoques em excesso<br />

e a um aumento das importações”André<br />

Luiz Macedo, do IBGE“Dois fatores<br />

combinados explicam o crescimento de<br />

dois dígitos em 2010: o forte primeiro trimestre e a base<br />

de comparação baixa, de 2009”, disse André Luiz Macedo,<br />

gerente de Coordenação de Indústria do IBGE. “Muito<br />

do comportamento da indústria em 2010 tem a ver com a<br />

elevação da taxa de juros, somada aos estoques em excesso<br />

e a um aumento das importações”, afirmou.<br />

crescimento e avanço<br />

Os primeiros seis meses de 2010 registraram crescimento<br />

mais expressivo (16,2%) do que o verificado no semestre<br />

seguinte (5,6%), na comparação com o mesmo período<br />

de 2009, “reflexo não só da baixa base de comparação,<br />

decorrente dos efeitos da crise econômica internacional<br />

no final de 2008, mas também do menor dinamismo do<br />

setor industrial no último trimestre de 2010 (3,3%)”, disse<br />

o IBGE, por meio de nota.<br />

“O primeiro trimestre, com isenções fiscais que incentivaram<br />

determinados setores, favoreceu a indústria e foi<br />

responsável por garantir o crescimento anual”, comentou<br />

Macedo.<br />

No fechamento de 2010, foi verificado perfil generalizado<br />

de crescimento, 25 dos 27 setores registrando<br />

Essa foi a maior alta<br />

anual verificada desde<br />

1986, segundo a<br />

pesquisa. Em dezembro,<br />

na comparação<br />

com novembro, houve<br />

recuo, de 0,7%<br />

crescimento. As maiores influências partiram<br />

de dos setores de veículos automotores (24,2%)<br />

e de máquinas e equipamentos (24,3%). Em<br />

seguida, aparecem metalurgia básica (17,4%),<br />

indústrias extrativas (13,4%), outros produtos<br />

químicos (10,2%), produtos de metal (23,4%),<br />

alimentos (4,4%), borracha e plástico (12,5%)<br />

e bebidas (11,2%). Na contra-<br />

mão, tiveram queda os setores<br />

de produtos do fumo, 8%, e<br />

de outros equipamentos de<br />

transporte, com queda de<br />

0,1%.<br />

Por categorias de uso, o<br />

maior avanço foi visto no setor<br />

de bens de capital (20,8%),<br />

“influenciada pela recuperação<br />

dos investimentos e da<br />

confiança dos agentes econômicos”,<br />

seguida por bens<br />

intermediários (11,4%), “refletindo principalmente<br />

a maior demanda por insumos industriais<br />

para a produção de bens finais, juntamente com<br />

a recuperação em parte da demanda internacional<br />

por commodities”.<br />

“A produção de computadores e de automóveis,<br />

caminhões, chassis e autopeças foi<br />

o principal destaques positivo na indústria.<br />

Televisores e aparelhos de telefonia foram os<br />

destaques negativos.”<br />

de novembro para dezembro<br />

Dos setores pesquisados pelo IBGE, 15<br />

registraram alta e 11, queda. Os maiores destaques<br />

partiram do setor de material eletrônico<br />

e equipamentos, com recuo de 13,3%, seguido<br />

pelo de metalurgia básica (-4,2%), edição e<br />

impressão (-2,5%), celulose e papel (-1,5%),<br />

farmacêutica (-1,5%) e outros equipamentos<br />

de transportes (-2,1%).<br />

No sentido inverso, a produção dos seguintes<br />

setores apresentou crescimento: máquinas


mercado empresarial<br />

e equipamentos (1,8%), outros produtos químicos<br />

(1,5%), minerais não metálicos (2,0%),<br />

equipamentos de instrumentação médicohospitalares,<br />

ópticos e outros (9,7%) e máquinas<br />

para escritório e equipamentos de informática<br />

(3,9%).<br />

Entre as categorias de uso, seguiram com<br />

resultado negativo os setores de bens de consumo<br />

duráveis (-0,6%) e de bens de consumo<br />

semi e não duráveis (-0,4%).<br />

“Para se entender um pouco esse dezembro<br />

de 2010, 10% a mais de empresas justificaram,<br />

nos questionários respondidos ao IBGE, uma<br />

produção menor em relação a dezembro de<br />

2009. Essas empresas relacionaram a queda<br />

a estoque excessivo, paralisação da produção,<br />

férias coletivas”, disse o gerente. “Temos, de<br />

fato, uma redução do ritmo de crescimento<br />

da indústria. Mas mesmo com essa redução a<br />

partir do final de 2010, a indústria opera em um<br />

patamar elevado, maior do que em 2008.”<br />

na comparação anual<br />

Em dezembro de 2010, na comparação<br />

com novembro, a produção industrial registrou<br />

aumento de 2,7%, com 19 dos 27 setores<br />

pesquisados apresentado crescimento. As<br />

maiores influências partiram da expansão de<br />

12,1% de veículos automotores, seguido por<br />

indústrias extrativas (10,4%), máquinas e equipamentos<br />

(6,2%), máquinas para escritório e<br />

equipamentos de informática (15,1%), minerais<br />

não metálicos (7,0%), bebidas (5,6%) e outros<br />

equipamentos de transporte (12,3%).<br />

A principal contribuição negativa partiu do<br />

setor de material eletrônico e equipamentos de<br />

comunicações (-28%), seguido por farmacêutica<br />

(-8,8%), metalurgia básica (-4,3%) e alimentos<br />

(-1,4%). As quatro categorias de uso registraram<br />

taxas positivas, com maior influência para bens<br />

de capital (6,2%) e bens de consumo duráveis<br />

(6,0%). Fonte: G1 ME<br />

N<br />

economia<br />

EXPORTAÇÕES:<br />

uM janEiro<br />

sEM iGuaL<br />

unca o Brasil exportou tanto num mês de janeiro<br />

como neste ano. As exportações brasileiras naquele<br />

período atingiram o maior patamar histórico para o<br />

mês, com US$ 15,215 bilhões, superando o recorde anterior<br />

em janeiro de 2008, de US$ 13,272 bilhões. O carro-chefe<br />

das vendas externas foram as commodities, em especial o<br />

minério de ferro, cujo preço subiu 144% em 12 meses, e<br />

a China lidera em destino das exportações e origem das<br />

importações.<br />

As importações também foram recordes para o mês de<br />

janeiro, em US$ 14,791 bilhões, superando janeiro de 2008,<br />

quando ficou em US$ 12,35 bilhões. O saldo comercial voltou<br />

a ficar positivo em US$ 424 milhões no primeiro ano de<br />

2011, depois de dois janeiros consecutivos negativos.<br />

Janeiro é, tradicionalmente, é um mês fraco para as<br />

vendas externas, por isso, para o<br />

secretário-executivo do Ministério<br />

do Desenvolvimento, Indústria e<br />

Comércio, Alessandro Teixeira,<br />

esse resultado foi “muito bom”, e<br />

abre “uma perspectiva positiva de<br />

expansão” do comércio exterior<br />

para o ano, em especial porque<br />

há melhoras nas previsões sobre<br />

a recuperação mundial. Teixeira<br />

Exportações brasileiras<br />

atingiram o maior patamar<br />

histórico para o<br />

mês, com US$ 12,215<br />

bilhões<br />

lembrou ainda que a previsão para as exportações no ano<br />

é de crescimento de 13% sobre 2010, devendo atingir US$<br />

228 bilhões.<br />

O fato dos produtos básicos representarem 43,9% da<br />

pauta de exportação, segundo Teixeira, não pode ser visto<br />

como negativo. Além disso, o governo discute uma política<br />

de incentivo para ampliar a venda de manufaturados.<br />

Do lado das importações, máquinas e equipamentos lideraram<br />

com 23,2% do total, seguindo-se bens de consumo<br />

(18,1%), combustíveis e lubrificantes (10,9%).<br />

Teixeira comentou que a política de comércio exterior do<br />

governo Dilma Rousseff prioriza a diversificação de mercados<br />

de destino dos produtos brasileiros, principalmente,<br />

expansão no mercado asiático. Ele disse que o governo brasileiro<br />

ainda não consegue medir o impacto das turbulências<br />

políticas no Oriente Médio sobre as vendas de produtos<br />

brasileiros ME<br />

25


26<br />

economia<br />

QUASE METADE DA INDÚSTRIA<br />

PErdE MErcado Para china<br />

Q<br />

uase a metade (exatamente 45%) das empresas<br />

industriais brasileiras que competem com empresas<br />

da China perdeu participação no mercado doméstico<br />

em 2010. A revelação é da Sondagem Especial China,<br />

divulgada no dia 3/2 último pela Confederação Nacional<br />

da Indústria (CNI).<br />

A pesquisa, realizada com 1.529 empresas entre 4 e<br />

19 de outubro último, informa que em quatro setores –<br />

produtos de metal, couros, calçados e têxteis - a queda<br />

na participação das vendas no mercado interno pela concorrência<br />

com produtos chineses atingiu mais da metade<br />

das indústrias. No setor de couros, 31% das empresas<br />

pesquisadas informaram ter sido significativa a perda de<br />

mercado no ano passado.<br />

Segundo o levantamento da CNI, embora as pequenas<br />

empresas estivessem menos expostas à disputa com produtos<br />

chineses, foi esse grupo que mais sofreu os impactos<br />

da concorrência no mercado interno.<br />

“Entre as pequenas empresas, o percentual que registrou<br />

queda na participação de mercado de seus produtos<br />

alcançou 49%. O percentual se reduz<br />

para 32% entre as grandes empresas”,<br />

assinala a Sondagem Especial China. O<br />

gerente-executivo da Unidade de Política<br />

Econômica da CNI, Flávio Castelo<br />

Branco, que divulgou a pesquisa, atribuiu<br />

principalmente à valorização cambial o<br />

processo de perda de mercado. “Há fatores<br />

de competitividade bem mais favoráveis<br />

para a China, como custo salarial menor, juros mais baixos,<br />

infraestrutura mais eficiente, escala de produção muito<br />

maior, menores barreiras burocráticas, mas o fator mais<br />

relevante é o câmbio”, assinalou.<br />

O estudo da CNI mostra que a concorrência interna<br />

com produtos da China afeta uma em cada quatro empresas<br />

industriais brasileiras, alcançando 28% delas. A exposição<br />

à concorrência, observa a entidade, aumenta conforme o<br />

tamanho das empresas. O percentual das pequenas empresas<br />

que afirmam concorrer com produtos chineses no<br />

mercado doméstico é de 24%, enquanto nas médias é de<br />

32% e alcança 41% entre as empresas de grande porte.<br />

A presença chinesa é mais intensa em seis setores industriais,<br />

entre os quais material eletrônico e de comunicação,<br />

têxteis, equipamentos hospitalares e de precisão, calçados<br />

e máquinas e equipamentos. Nos segmentos de material<br />

eletrônico e de comunicação e têxteis, a competição interna<br />

com os chineses é especialmente intensa, atingindo mais<br />

Custo Salarial menor,<br />

juros baixos, boa<br />

infraestrutura e menos<br />

burocracia<br />

de 70% das empresas dos dois setores, detectou<br />

a pesquisa.<br />

Mais acirrada<br />

A Sondagem Especial constata que a competição<br />

com produtos chineses é mais acirrada<br />

no mercado externo do que internamente. Nada<br />

menos do que 67% das empresas brasileiras<br />

exportadoras que concorrem com empresas<br />

chinesas no mercado internacional registraram<br />

perda de clientes.<br />

Exatos 4,2% deixaram de exportar devido<br />

à disputa e apenas 27% mantiveram ou até<br />

aumentaram o número de clientes apesar da<br />

concorrência chinesa. Pesquisa semelhante realizada<br />

pela CNI em 2006 apontava percentual<br />

praticamente idêntico de empresas sujeitas à<br />

concorrência externa com a China – 54%,<br />

contra 55% agora -, mas a perda de clientela<br />

tinha sido significativamente menor, afetando,<br />

há quatro anos, 58% das<br />

indústrias exportadoras, em<br />

oposição aos 67% detectados<br />

em outubro passado.<br />

O levantamento da CNI<br />

constata que metade das empresas<br />

brasileiras já adotou<br />

estratégia para disputar o mercado<br />

com a China, interna e<br />

externamente, priorizando os investimentos na<br />

qualidade ou design dos produtos, mais do que a<br />

redução de custos e ganhos de produtividade.<br />

Conforme a pesquisa, 48% das indústrias<br />

estão investindo na qualidade ou design e 45%<br />

em diminuição de custos e ganhos de produtividade.<br />

No estudo de 2006, tais percentuais<br />

eram de 40% e 48%, respectivamente, demonstrando<br />

haver, hoje, maior preocupação com a<br />

qualidade. A Sondagem Especial China revela<br />

ainda que 10% das grandes empresas brasileiras<br />

têm fábrica própria na China e 5% terceirizam<br />

parte da produção com empresas chinesas,<br />

possivelmente como resposta à concorrência.<br />

Nada menos do que 21% das empresas pesquisadas<br />

importaram matéria-prima da China, 9%<br />

adquiriram lá produtos finais e 8% compraram<br />

máquinas e equipamentos ME


mercado empresarial<br />

BRASIL REJEITA<br />

controLE dE PrEço<br />

dE Matérias-PriMas<br />

O<br />

Brasil quer matar no nascedouro<br />

propostas de criação<br />

de estoques reguladores<br />

internacionais de commodities<br />

agrícolas ou de controle de preços.<br />

O país já avisou o G-20 que não<br />

aceitará limites ou controles. Tam-<br />

O país já avisou o G-20<br />

que não aceitará<br />

limites ou controles<br />

pouco apoiará a criação dos estoques regionais de alimentos, tema<br />

que a França planeja colocar no centro da agenda do grupo, junto<br />

com a questão cambial. Para os franceses, a alta dos alimentos, que<br />

causou revoltas há dois anos e agora ajudou a derrubar o ditador da<br />

Tunísia, exige estrita regulação dos mercados de commodities.<br />

O Brasil sinalizou que concorda com a discussão, por exemplo,<br />

para evitar que especuladores adquiram posição dominante<br />

no mercado. Mas excluiu a possibilidade de controle de cotações.<br />

“Quando os preços estão baixos, ninguém fala disso”, disse uma<br />

fonte brasileira.<br />

No caso dos estoques regionais, que seriam controlados pela<br />

FAO, o Brasil vê problemas de concessão de subsídios em sua formação.<br />

“Achamos que o G-20 deva apenas fazer um diagnóstico<br />

da situação”, afirmou o secretário de Assuntos Internacionais do<br />

Ministério da Fazenda, Carlos Cozendey.<br />

A posição brasileira sobre estoques está em consonância com a<br />

dos Estados Unidos. Ambos acham que cada país deve cuidar de seu<br />

próprio estoque alimentar e não criar uma Conab internacional.<br />

A França quer organizar um encontro de ministros de Agricultura<br />

do G-20 nos dias 22 e 23 de junho, em Paris, para discutir<br />

segurança alimentar. Mas pensa em chamar também os ministros<br />

de Finanças, já que a alta de preços tem impacto na inflação de<br />

vários países.<br />

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, faz pressão na União<br />

Europeia para Bruxelas criar um mecanismo europeu de controle de<br />

preços. Os franceses também tentarão impor alguma regulação no<br />

G-20, para evitar que especuladores causem mais turbulências nos<br />

mercados. O fluxo líquido de investimentos financeiros em índices<br />

de matérias-primas alcançou US$ 60 bilhões em 2010.<br />

O total sob gestão chegou a US$ 360 bilhões, em comparação<br />

com US$ 10 bilhões há dez anos. Essas cifras dão uma ideia do<br />

peso dos investidores no mercado e sua capacidade de influenciar<br />

os preços.<br />

No entanto, estudo da OCDE, mostrou que a volatilidade dos<br />

preços das matérias-primas não é muito diferente da registrada nos<br />

últimos 50 anos para vários produtos ME<br />

A<br />

economia<br />

CHINA LIDERA<br />

inVEstiMEnto<br />

no PaÍs<br />

China liderou em 2010, pela primeira vez,<br />

a lista dos países com maior investimento<br />

direto no Brasil, com um fluxo de capital<br />

de US$ 17 bilhões, pouco menos de um terço do<br />

total de ingressos de US$ 52,6 bilhões.A estimativa<br />

é da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas<br />

Transnacionais e da Globalização (Sobeet).<br />

Em dezembro, o investimento estrangeiro direto<br />

líquido atingiu US$ 15,3 bilhões, volume inflado<br />

pela compra de 40% do capital da Repsol pela<br />

chinesa Sinopec, no valor de US$ 7,1 bilhões.<br />

O presidente da Sobeet, Luis Afonso Lima,<br />

diz que é difícil ter uma ideia exata do valor do<br />

investimento chinês porque as companhias estatais<br />

da China enviam muitas vezes os recursos<br />

a partir de outros países. Os números do Banco<br />

Central, por exemplo, mostram apenas US$ 392<br />

milhões de capital chi-<br />

nês nas operações de<br />

participação de capital Os chineses investem<br />

em todo o ano passa- preferencialmente<br />

do. Só a operação da em commodities<br />

Sinopec com a Repsol<br />

foi de 18 vezes esse<br />

valor, mas os recursos<br />

entraram via Luxemburgo, país que oferece<br />

generosos benefícios fiscais.<br />

Os chineses investem preferencialmente em<br />

commodities. Em maio, a Sinochem comprou,<br />

por US$ 3 bilhões, 40% do campo de Peregrino,<br />

da norueguesa Statoil e a State Grid adquiriu no<br />

país sete companhias de transmissão de energia<br />

da espanhola Plena, por US$ 1,7 bilhão.<br />

As empresas brasileiras também voltaram a<br />

aportar recursos em suas filiais no mercado ex-<br />

terno. O volume de investimento brasileiro direto<br />

no exterior atingiu o valor líquido de US$ 11,5<br />

bilhões no ano passado, com saídas de US$ 34,879<br />

bilhões e retornos de US$ 23,379 bilhões.<br />

Neste ano, segundo o Banco Central, os<br />

investimentos brasileiros no exterior devem chegar<br />

a US$ 16 bilhões. Essa performance marca<br />

reversão “expressiva” em relação a 2009, quando<br />

as companhias, sem liquidez em razão da crise,<br />

repatriaram US$ 10 bilhões. Fonte: Valor ME<br />

27


28<br />

legislação<br />

ENFIM APROVADO<br />

o consELho dE<br />

arQuitEtura E<br />

urBanisMo<br />

Em um de seus últimos atos, o ex-presidente da República,<br />

Luiz Inácio Lula da Silva, fi nalmente sancionou<br />

a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo<br />

(CAU) e a regulamentação da profi ssão de arquiteto e<br />

urbanista. Publicada no Diário Ofi cial da União dia 31 de<br />

dezembro de 2010, a lei federal de número 12.378 determina<br />

que tais profi ssões deixarão de compor os Conselhos<br />

de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do sistema Crea/<br />

Confea.<br />

A sanção do projeto de lei ocorreu dia 30/12 e contou<br />

com a presença de representantes do Instituto de Arquitetos<br />

do Brasil (IAB), da Associação Brasileira dos Escritórios de<br />

Arquitetura (AsBEA), da Federação Nacional dos Arquitetos<br />

(FNA) e da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura<br />

e Urbanismo.<br />

As atuais Câmaras de Arquitetura e Urbanismo dos Creas<br />

terão de 90 a 360 dias para organizar eleições para o CAU<br />

em todos os estados. Arquitetos e urbanistas deverão votar<br />

em conselheiros regionais e nacional, sendo que o voto será<br />

obrigatório para todos os profi<br />

ssionais. Estes representantes<br />

Veja o que muda defi nirão a Mesa de Coordenação<br />

que inclui, entre outros cargos, o<br />

de presidente.<br />

Após a instalação dos conselhos em cada estado, arquitetos<br />

e urbanistas deverão se registrar obrigatoriamente no<br />

CAU para o exercício de sua profi ssão. Os CREAs deverão<br />

repassar aos CAUs todos os documentos dos profi ssionais<br />

registrados. A contribuição anual prevista para o CAU<br />

será de R$ 350 e a Anotação de Responsabilidade Técnica<br />

(ART) passará a se chamar Registro de Responsabilidade<br />

Técnica (RRT). As atribuições profi ssionais, porém, deverão<br />

continuar as mesmas sendo que algumas atividades serão<br />

ofi cialmente divididas com especialistas de outras áreas.<br />

Arquitetos e urbanistas, por enquanto, continuam ligados<br />

ao Confea/Crea, mas 90% do valor das anuidades<br />

e ARTs de 2011 já serão repassadas aos CAUs, que serão<br />

fiscalizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU)<br />

Fonte: Arcoweb ME<br />

MUDANÇAS<br />

no códiGo dE dEFEsa<br />

do consuMidor<br />

Vão ProtEGEr os<br />

EndiVidados<br />

O<br />

Código de Defesa do Consumidor (CDC),<br />

criado há 20 anos e ainda considerado<br />

moderno pela comunidade jurídica, passará<br />

por reformas para abranger um tema que preocupa<br />

as famílias brasileiras: o superendividamento - total<br />

de contas acima da capacidade de pagamento.<br />

Atualmente, de acordo com pesquisa divulgada<br />

pela Confederação Nacional do Comércio de Bens,<br />

Serviços e Turismo (CNC), 59,4% de um total de<br />

17,8 mil famílias entrevistadas estão endividadas.<br />

Desse percentual,<br />

22% estão com<br />

O superendividamento<br />

das famílias brasileiras<br />

é preocupante<br />

contas em atraso<br />

e 7,9% alegam que<br />

não terão como<br />

quitar seus débitos.<br />

Um anteprojeto<br />

com previsões<br />

legais sobre o assunto deve estar pronto em seis<br />

meses, tratando de informações, transparência e o<br />

direito de arrependimento no mercado de créditos,<br />

a exemplo do que já é feito em outros países. O<br />

texto também deve regulamentar melhor outros<br />

temas, como o comércio eletrônico e o papel dos<br />

Procons como meio alternativo de resolução de<br />

confl itos.<br />

Segundo o presidente da comissão que trata do<br />

assunto, ministro do Superior Tribunal de Justiça<br />

(STJ) Herman Benjamin, o ingresso de 50 milhões<br />

de consumidores no mercado de crédito desde a<br />

década de 90 impõe a revisão da lei. Ele participou<br />

da comissão que elaborou o CDC atual, em 1989,<br />

quando atuava como promotor de Justiça. No entanto,<br />

nessa época, segundo o ministro, a infl ação e<br />

o sistema bancário impediam essa discussão sobre<br />

o mercado de crédito ME


mercado empresarial<br />

GOVERNO PAULISTA<br />

ProÍBE a<br />

contratação dE<br />

ProjEtos dE<br />

arQuitEtura PELo<br />

MEnor PrEço<br />

C<br />

ritérios como menor preço ou pregão<br />

estão proibidos de ser adotados para a<br />

contratação de serviços de arquitetura<br />

e engenharia pelo poder público do estado de<br />

São Paulo. É o que determina o Decreto nº<br />

56.565, publicado<br />

no Diário Oficial<br />

estadual do dia 24<br />

de dezembro último.<br />

De acordo com<br />

a medida adotada<br />

pelo ex-governador<br />

Alberto Goldman,<br />

serviços de engenharia<br />

e arquitetura<br />

são de natureza<br />

A decisão é a primeira<br />

do gênero no País e<br />

deverá estabelecer<br />

um novo padrão de<br />

qualidade para obras e<br />

empreendimentos no<br />

estado.<br />

técnica, por isso não podem ser aprovados ou<br />

contratados pelo menor preço ou pregão. A<br />

decisão - primeira do gênero no País - deverá<br />

estabelecer um novo padrão de qualidade para<br />

obras e empreendimentos no estado ME<br />

PROJETO DE LEI<br />

PodE oBriGar construçõEs<br />

a tErEM tELhados Brancos<br />

A ACâmara Municipal de São Paulo votou, em novembro<br />

último, um projeto de lei que pode obrigar as casas que<br />

serão construídas na cidade a terem telhados brancos. A<br />

mudança foi sugerida por cooperar com o combate das ilhas de<br />

calor na cidade.<br />

O vereador Antônio Goulart (PMDB), autor do projeto, explica<br />

que se toda a cidade aderisse à medida, seria possível reduzir 2ºC<br />

da temperatura da capital. O plano de lei foi aprovado na primeira<br />

votação, mas para que realmente<br />

entre em vigor ele deve passar por<br />

mais uma sessão na câmara e ainda<br />

ser aprovado pelo atual prefeito de<br />

São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).<br />

A sugestão do vereador Goulart<br />

acrescentaria um artigo à Lei 11.228,<br />

de 1992, que determina regras<br />

Se toda a cidade aderisse<br />

à medida, seria<br />

possível reduzir 2ºC da<br />

temperatura da capital<br />

para as construções dentro da capital paulista. A mudança na cor<br />

dos telhados é um dos requisitos analisados pelo Green Building<br />

Council Brasil ao certifi car construções com padrões sustentáveis.<br />

Inclusive foi através da instituição certifi cadora que o vereador<br />

conseguiu os dados necessários para comprovar a necessidade da<br />

nova legislação.<br />

Segundo o professor da Universidade de São Paulo Claudio<br />

Furukawa, um carro branco pode ter redução de até 6ºC na temperatura,<br />

em relação a um carro preto. Isso acontece porque o branco<br />

refl ete todas as outras cores, ao contrário do preto, que absorve todas<br />

elas. O mesmo princípio é aplicado aos telhados brancos. Porém,<br />

o professor lembra que também é necessário avaliar o material<br />

usado na construção da casa, para que a redução da temperatura<br />

seja efetivada. Com informações do Estadão ME<br />

29


30<br />

desenvolvimento<br />

PROJETO NOVA LUZ<br />

PODERá DEMOLIR E DESAPROPRIAR<br />

ATÉ 30% DA REGIÃO<br />

A<br />

recuperação de 45 quadras na região central de<br />

São Paulo contempladas pelo Projeto Nova Luz<br />

deverá signifi car a renovação de 30% da área construída<br />

– cerca de 1,2 milhão de m², segundo a Secretaria de<br />

Desenvolvimento Urbano. A informação de que o projeto<br />

prevê demolir 30% da chamada cracolândia foi divulgada<br />

no fi nal de janeiro último em reportagem publicada no<br />

jornal “Folha de S.Paulo”.<br />

A secretaria evita usar o termo “demolição”, preferindo<br />

falar em “renovação”. Segundo a assessoria de imprensa<br />

da pasta, parte dos imóveis será desapropriada e demolida<br />

para a construção de áreas públicas. As demais partes darão<br />

lugar a lançamentos imobiliários que serão construídos pelo<br />

consórcio vencedor.<br />

A Prefeitura deve defi nir o projeto<br />

até julho deste ano e depois disso<br />

abrir licitação para escolher o consórcio<br />

de empresas que terá direito a<br />

investir e explorar comercialmente o<br />

bairro, em um modelo ainda inédito<br />

de parceria público-privada (PPP),<br />

por meio do qual a concessionária<br />

vai gerir o espaço urbano.<br />

A primeira audiência pública foi realizada em 14 de<br />

janeiro último e alvo de grande manifestação por parte dos<br />

comerciantes do local, que já queriam ter sido ouvidos a<br />

respeito do projeto.<br />

Nova Luz deve desapropriar pelo menos 89 imóveis<br />

no Centro de SPPrefeitura coloca em consulta pública 1º<br />

projeto da Nova Luz Ainda de acordo com a Secretaria de<br />

Desenvolvimento Urbano, a proposta veta a retirada de<br />

moradores e comerciantes do local dos imóveis e terrenos<br />

onde serão construídos os futuros lançamentos imobiliá-<br />

Prefeitura quer<br />

recuperar 45 quadras<br />

da região da<br />

cracolândia, em SP<br />

Rua de uso misto de acordo com o<br />

projeto Nova Luz (Imagem: Reprodução)<br />

rios. Só seria permitido, segundo a secretaria,<br />

o remanejamento dos proprietários. Com isso,<br />

caso o consórcio tenha interesse em algum<br />

desses imóveis e terrenos, o proprietário terá<br />

de ser realocado dentro da área da Nova Luz<br />

ou passaria a ter direito a uma parcela do novo<br />

imóvel a ser construído, negociando isso com o<br />

consórcio vencedor do Projeto Nova Luz.<br />

Com o projeto, a região da cracolândia<br />

deverá ganhar 1,9 mil unidades habitacionais,<br />

pondo fi m aos cortiços. Todo o patrimônio<br />

histórico será preservado, mesmo que seja só<br />

as fachadas dos edifícios.<br />

Ao jornal “Folha de S.Paulo”, o secretário<br />

de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem,<br />

disse que 50 mil m² de áreas residenciais e 300<br />

mil m² comerciais sofrerão intervenções.<br />

E durante entrevista à imprensa sobre a reurbanização<br />

da cracolândia, Bucalem disse que as<br />

empresas a serem escolhidas para investir no<br />

Projeto Nova Luz terão de desembolsar cerca<br />

de R$ 150 milhões em novos espaços urbanos.<br />

De acordo com ele, áreas comerciais da Rua<br />

Santa Ifi gênia, por exemplo, serão recuperadas<br />

sem afetar as atividades comerciais.<br />

“Se cumpre uma nova etapa do desenvolvimento<br />

desse projeto no momento em que<br />

se mostra a intervenção que se propõe para as<br />

quadras. O objetivo é propiciar o aumento de<br />

moradores e de atividade econômica na área,<br />

trazendo novos empregos”, disse o secretário<br />

de Desenvolvimento Urbano. Com informações<br />

do portal G1 ME


mercado empresarial<br />

FAZENDAS<br />

VERTICAIS<br />

NO CENTRO DE SÃO PAULO<br />

D<br />

ar uma nova utilidade aos velhos prédios desativados<br />

da cidade de São Paulo, transformando-os em fazendas<br />

verticais. Essa é a ideia do arquiteto paulistano Rafael<br />

Gringberg. Apesar de parecer estranho transformar um monte de<br />

concreto em espaço útil para alguma plantação, o projeto é plausível<br />

e inclusive é praticado em alguns países que possuem difi culdades<br />

com os métodos tradicionais de agricultura.<br />

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o projeto de Gringberg<br />

consiste em revitalizar os edifícios São Vito e Mercúrio, no<br />

centro da capital paulista, e que estão atualmente em processo de<br />

demolição pela Prefeitura de São Paulo. Porém, durante anos eles<br />

passaram, sem sucesso, por processos de revitalização que não<br />

conseguiram transformá-los em<br />

espaço disponível para moradia,<br />

nem para comércio. A proposta<br />

sugere que essa estrutura seja usada<br />

para a produção de alimentos<br />

através do sistema de hidroponia,<br />

no qual as plantas são cultivadas<br />

A ideia é revitalizar<br />

edifícios desativados<br />

em água, aproveitando a luz solar. O jovem estudante vai ainda<br />

mais longe em sua meta e inclui o tratamento das águas do Rio<br />

Tamanduateí, para que elas possam ser usadas no plantio.<br />

As vantagens de uma fazenda vertical são muitas, no entanto,<br />

elas não são muito valorizadas no Brasil porque o país ainda possui<br />

uma grande quantidade de terras férteis e disponíveis para a produção.<br />

O sistema sugerido por Gringberg permitiria que o cultivo<br />

ocorresse em qualquer época do ano e também colaboraria para<br />

a redução dos gases de efeito estufa. O projeto foi apresentado à<br />

Prefeitura e ao Ministério Público e o arquiteto também tem trabalhado<br />

com essa ideia em conferências da área. No entanto, ele<br />

ainda não foi incorporado ou posto em prática por nenhum dos<br />

órgãos públicos. O assunto é debatido mundialmente, tanto que o<br />

professor da Universidade de Columbia, nos EUA, Dickson Despommier,<br />

reuniu diversos projetos de fazenda vertical, em seu livro<br />

Vertical Farms. Essa tecnologia tende a ser uma das soluções para a<br />

produção alimentícia em centros urbanos cada vez mais habitados.<br />

Em seu livro o professor explica que uma base com 30 andares<br />

seria capaz de fornecer alimento para até 10 mil pessoas ME<br />

Foto: Marcio Fernandes/AE<br />

A<br />

prefeitura de São Paulo resolveu transformar<br />

os restos dos edifícios demolidos<br />

São Vito e Mercúrio, no centro<br />

da cidade, em “asfalto ecológico”. As subprefeituras<br />

de Parelheiros e Ermelino Matarazzo<br />

já receberam a pavimentação especial e, agora,<br />

será a vez do Butantã, São Miguel Paulista e da<br />

Freguesia do Ó.<br />

Com investimento de cerca de R$ 2 milhões,<br />

a iniciativa contribui para minimizar o impacto<br />

ecológico que os restos da demolição podem<br />

produzir ao meio<br />

ambiente, quando<br />

não recebem destinação<br />

correta.<br />

O novo material<br />

será utilizado para<br />

asfaltar 19 mil m²<br />

de vias, em uma<br />

extensão de 2,6<br />

km.<br />

desenvolvimento 31<br />

RESTOS DE<br />

PRÉDIOS DEMOLIDOS<br />

VIRAM ASFALTO<br />

ECOLÓGICO EM SP<br />

O novo material será<br />

utilizado para asfaltar<br />

19 mil m 2 de vias, em<br />

uma extensão de<br />

2,6 km<br />

Os resíduos das construções serão utilizados<br />

em duas das camadas que compõem o<br />

pavimento. A sub-base do asfalto, formada por<br />

pequenos pedregulhos, será composta por restos<br />

de construções em geral. Sobre esta camada<br />

será acrescentada mais uma, composta por<br />

restos de fresagem de ruas que estão recebendo<br />

recapeamento. A economia será de até 40% em<br />

relação ao asfalto convencional.<br />

Segundo a assessoria de Comunicação da<br />

prefeitura, as subprefeituras contempladas<br />

foram definidas devido ao cronograma de<br />

pavimentação e características físicas para<br />

pavimentação ME<br />

Divulgação


32<br />

desenvolvimento<br />

SANTOS QUER REDUZIR EM<br />

A<br />

Um dos objetivos é<br />

conter o trânsito, um<br />

problema na cidade,<br />

onde a frota de veículos<br />

cresce de forma<br />

alarmante<br />

30% TAMANHO DE PRÉDIOS<br />

pós um boom imobiliário que resultou em espigões<br />

de mais de 30 andares por toda a cidade de<br />

Santos, a prefeitura enviou à Câmara Municipal<br />

um projeto para reduzir em até 30% o tamanho dos novos<br />

empreendimentos.<br />

Segundo o governo municipal, um dos objetivos é conter<br />

o trânsito, um problema na cidade onde a frota de veículos<br />

cresce de forma alarmante - há um carro para cada 1,6<br />

habitante. O outro é melhorar a “ambiência”, ou seja, evitar<br />

prédios muito grandes em relação ao entorno, que causem<br />

grande impacto visual e prejudiquem a iluminação.<br />

O problema tem sido verificado em algumas vias. A Rua<br />

Clay Presgrave Amaral, por exemplo, área<br />

nobre no bairro do Gonzaga, atraiu várias<br />

torres que formam uma espécie de paredão<br />

em relação a antigas casas da via e pioraram<br />

o trânsito. No José Menino, torres de 33<br />

andares bloqueiam a vista da praia e do<br />

jardim da orla que se tinha desde o Morro<br />

do Itararé. O maior prédio da cidade, que<br />

terá 38 andares, está em construção.<br />

Os espigões surgiram com a revisão<br />

das regras de uso do solo feita em 1998,<br />

quando o limite de altura não passou a ser<br />

mais um parâmetro para autorizar obras. Os limites de<br />

altura de dez andares, de 1968, e de 14 andares, de 1986,<br />

deram origem à maioria dos prédios da cidade.<br />

Agora, a prefeitura quer reduzir o aproveitamento das<br />

áreas de novos empreendimentos, diminuindo a área total<br />

construída em até 30% nas vias mais estreitas da cidade,<br />

que representam metade das ruas de Santos. Isso poderá<br />

reduzir a altura dos novos prédios, mas as construtoras<br />

também poderão reduzir o empreendimento na horizontal,<br />

erguendo prédios estreitos.<br />

O secretário de Planejamento de Santos, Bechara Abdalla<br />

Pestana Neves, afirma que a mudança resultaria em<br />

prédios com menos unidades e menos carros. Essa é uma<br />

alternativa viável, uma vez que a configuração urbanística<br />

já está estabelecida. A porção insular de Santos,<br />

onde vivem 99% dos habitantes, tem apenas 39<br />

quilômetros quadrados, menos que a Subprefeitura<br />

da Lapa, em São Paulo.<br />

Bechara afirma que esse é um aspecto que<br />

vem sendo aperfeiçoado de um modelo que<br />

aponta como positivo. Segundo o secretário, o<br />

solo argiloso de Santos exige que prédios com<br />

mais de dez andares tenham estacas a 50, 60<br />

metros de profundidade para evitar que entortem,<br />

como vários dos antigos.<br />

Prédios mais estreitos reduzem o número<br />

de estacas necessárias e tornam o projeto mais<br />

viável. Segundo ele, os prédios ficam mais altos,<br />

mas a área é a mesma e não ajuda a adensar a população.<br />

“Os prédios atuais são mais distantes<br />

uns dos outros. Há um ganho em iluminação,<br />

ventilação e segurança.”<br />

arranha-céus na orla atrapalham<br />

vista para a praia<br />

Dois espigões de 33 andares em construção<br />

passaram a ocupar um dos principais cartõespostais<br />

de Santos, no litoral de São Paulo,<br />

obstruindo parte da vista que se tinha antes<br />

dos 7 km de praia e dos jardins da orla a partir<br />

do mirante do Morro do Itararé, na divisa com<br />

São Vicente.<br />

As novas construções são polêmicas e<br />

causam estranheza em turistas que vão ao mirante<br />

e nos frequentadores assíduos do morro.<br />

Também há críticas de praticantes de paraglider<br />

porque, segundo eles, os edifícios são um empecilho<br />

dependendo da direção do vento.<br />

As torres, porém, são elogiadas por quem vê<br />

nelas uma manifestação da modernidade e do<br />

desenvolvimento da Baixada Santista.<br />

O terreno escolhido era antes ocupado pelo


mercado empresarial<br />

Caiçara Clube, no pé do morro. O futuro condomínio<br />

Enseada das Orquídeas terá 528 unidades com até 153<br />

m². As torres diferem da maioria dos edifícios da orla,<br />

que em geral têm entre 10 e 15 andares. Quem não mora<br />

nelas tem duas alternativas para uma visão panorâmica<br />

da orla e dos jardins: a Ilha Porchat, em São Vicente, e o<br />

Morro do Itararé.<br />

Uma das frequentadoras, Alessandra do Carmo, de 30<br />

anos, afirma que estranhou o espigão. “Mataram a vista,<br />

que é muito bonita. É exagerado. Poderia ter a metade do<br />

tamanho”, afirmou, ao contemplar o cenário em um dos<br />

banquinhos do mirante.<br />

O instrutor de paraglider Marcelo Calhau explica que,<br />

especialmente quando o vento vem de leste, as torres<br />

podem produzir um fenômeno chamado rotor, que faz<br />

com que o vento gire ao encontrar um obstáculo, sem<br />

continuar o trajeto normal.<br />

Isso prejudica o esporte, tanto que voos em direção à<br />

orla de São Vicente têm sido preferenciais em relação aos<br />

que iam para as praias de Santos. “A vista também ficou<br />

esquisita”, opina o esportista.<br />

O turista paranaense Alcimar Alves dos Santos, de 40<br />

anos, é outro crítico. Ele questionou por que a prefeitura<br />

permitiu a construção em vez de aproveitar a vista como<br />

ponto turístico. “Se ficasse mais alguns quarteirões dentro<br />

da cidade não atrapalharia em nada. Na orla deveriam ficar<br />

os prédios mais baixos.”<br />

aprovação<br />

O secretário de Planejamento de Santos, Bechara<br />

Abdalla Pestana Neves, afirma que o projeto passou<br />

por diversos departamentos e que apenas recebeu aval<br />

após analisados os impactos que teria em infraestrutura,<br />

meio ambiente, trânsito. Admite, contudo, que não foi<br />

analisado um possível impacto visual ou turístico.<br />

A construtora Gafisa diz que o condomínio é desenvolvido<br />

“respeitando todas as exigências necessárias<br />

e tem todas as autorizações para ser construído com<br />

essas características e nessa localização”. A construtora<br />

informou ainda que o bairro passa por revitalização e<br />

incorpora agora o conceito de “condomínio-clube”.<br />

O crescimento da oferta imobiliária retrata o desenvolvimento<br />

da região, impulsionada pelas descobertas do<br />

pré-sal e o crescimento do porto.O m² supera R$ 6 mil<br />

na orla, valor semelhante a áreas nobres de São Paulo.<br />

Por isso, a chegada dos prédios altos é vista com<br />

bons olhos por muitos santistas. “É um sinal de crescimento,<br />

de que o dinheiro está vindo para a região”, diz<br />

Renata Silva, de 25 anos, para quem a arquitetura dos<br />

novos empreendimentos deixa a cidade com mais cara<br />

de “moderna”.<br />

Os espigões do bairro de José Menino refletem essa<br />

nova tendência na orla. Outro prédio, no bairro do<br />

Gonzaga, chama a atenção por seus 29 andares de apartamentos.<br />

Na Ponta da Praia, vários se destacam.<br />

Fonte: O Estado de S. Paulo ME<br />

desenvolvimento<br />

33


34<br />

meio ambiente<br />

GELEIRAS VÃO SE<br />

transForMar EM ÁGua<br />

O<br />

futuro não será nada animador para as próximas<br />

gerações. Estudos publicados na revista científi ca<br />

“Nature Geoscience” apontam que até 2100 as<br />

mudanças climáticas poderão causar o desaparecimento<br />

de pelo menos três quartos das geleiras alpinas. Mais: o<br />

desgelo de parte da Antártida pode provocar o aumento<br />

do nível do mar em 4 metros.<br />

Segundo as pesquisas, as geleiras de montanha poderão<br />

perder entre 15% e 27% de seu volume em 2100, o que<br />

pode ter efeitos substanciais para a hidrografi a regional<br />

e a disponibilidade de água. No caso da Nova Zelândia,<br />

o país poderá perder, em média, 72%<br />

de suas geleiras. Para a Groenlândia, a<br />

diminuição será menor, somente 8%. Já<br />

as altas montanhas asiáticas, 10%.<br />

Os números estão relacionados<br />

às estimativas do Painel Intergovernamental<br />

sobre Mudanças climáticas<br />

(IPCC – em inglês) publicado pelo último relatório da<br />

ONU em 2007, e não levam em conta a dilatação dos<br />

oceanos quando se aquecem. Eles ajudaram cientistas<br />

da Universidade do Alasca a fazer novas previsões, que<br />

também fi zeram cálculos a partir de um modelo informático<br />

com dados coletados em mais de 300 geleiras, em<br />

1961 e 2004.<br />

Além disso, se basearam em um dos panoramas intermediários<br />

propostos pelo IPCC, o “A1B”, que conjuga<br />

crescimento demográfi co, econômico e utilização de recursos<br />

energéticos mais ou menos contaminantes, e que ainda<br />

Estudo prevê que três<br />

quartos do gelo devem<br />

desaparecer até 2100<br />

prevê um aumento da temperatura no planeta<br />

de 2,8°C durante o século XXI.<br />

Só que esse modelo não leva em conta as<br />

calotas polares da Antártica e da Groenlândia,<br />

que conservam 99% da água doce do planeta.<br />

Se uma dessas calotas derreter de maneira signifi<br />

cativa, o nível do mar se elevará em vários<br />

metros, inundando inúmeras cidades costeiras.<br />

Por isso, se for levado em conta o desgelo da<br />

parte Ocidental da Antártida, o nível do mar<br />

aumenta 4 metros.<br />

Para chegar nesses números tão catastrófi -<br />

cos foi preciso fazer um segundo estudo. Cientistas<br />

da Universidade do Canadá investigaram<br />

a inércia dos gases de efeito estufa que, uma<br />

vez emitidos, permanecem durante séculos na<br />

atmosfera. Mesmo se fossem suspensas todas<br />

as emissões de gases de efeito estufa até 2100, o<br />

aquecimento continuaria durante vários séculos,<br />

revelou o estudo a partir desses testes.<br />

Estes resultados se baseiam no panorama<br />

“A2″ do IPCC, bastante mais pessimista que o<br />

primeiro, já que prevêem um aumento da temperatura<br />

de 3,4°C até o fi m do século. Nestas<br />

circunstâncias, o aquecimento das profundidades<br />

intermediárias dos mares austrais poderia<br />

desencadear um “grande desmoronamento”<br />

da parte ocidental da calota antártica até o ano<br />

3000. Com informações do G1 e TV Globo ME


mercado empresarial<br />

O<br />

governo de São Paulo<br />

iniciou os estudos para<br />

construir uma usina<br />

de tratamento de lixo que<br />

produzirá energia elétrica na<br />

Baixada Santista. O projeto<br />

vai benefi ciar 13 municípios<br />

da região e tratar mil toneladas<br />

de resíduos sólidos urbanos<br />

por dia. “Esta é a área mais<br />

complicada do Estado, pois não há espaços<br />

disponíveis para serem licitados”, afi rma Ricardo<br />

Lima, consultor da Andrade & Canellas,<br />

responsável pela estruturação do projeto.<br />

O lixo de muitos municípios da Baixada<br />

Santista percorre até 150 km para ser despejado<br />

em áreas localizadas no planalto. Os resíduos<br />

de São Sebastião são depositados em Jacareí; os<br />

de Mongaguá, em Mauá, na Grande São Paulo.<br />

Nesta rota, as prefeituras chegam a pagar até<br />

R$ 180 por tonelada de lixo. O projeto do Estado<br />

vai tentar eliminar esse problema e ainda<br />

gerar eletricidade. A expectativa é produzir 40<br />

megawatts (MW) com a incineração dos resíduos<br />

- sufi ciente para abastecer uma cidade de<br />

250 mil pessoas. Segundo dados da Empresa<br />

Metropolitana de Águas e Energia (Emae), os<br />

resíduos produzidos por uma família de cinco<br />

pessoas durante um ano são sufi cientes para<br />

gerar energia equivalente ao consumo de quase<br />

Construção da unidade<br />

será na Baixada<br />

Santista; estudos sobre<br />

o custo da obra devem<br />

fi car prontos ainda<br />

em 2011<br />

quatro meses. Além da energia, a usina<br />

produziria vapor, que pode ser vendido<br />

para indústrias localizadas próximas da<br />

unidade. Outra fonte de receita são os<br />

créditos de carbono, já que a central de<br />

tratamento evitará a decomposição dos<br />

resíduos, processo que produz metano<br />

(gás de efeito estufa).<br />

O empreendimento contará com instalações<br />

para transformar o lixo em adubo<br />

orgânico e separar materiais recicláveis. Lima diz que há<br />

700 plantas desse tipo espalhadas pelo mundo. No Brasil,<br />

existem iniciativas para tentar resolver o problema do lixo<br />

e gerar energia, como a usina termelétrica do aterro sanitário<br />

São João, em São Mateus, zona leste da capital.Mas a<br />

tecnologia aplicada é diferente da proposta para a Baixada<br />

Santista. Nesses casos, usa-se o metano para produzir a<br />

energia. Na nova central, a técnica seria de incineração.<br />

O calor resultante da queima é aproveitado para gerar<br />

vapor, que aciona turbogeradores e produz energia.<br />

Cálculos do governo federal mostram que o lixo das 300<br />

maiores cidades brasileiras poderia<br />

gerar 15% da energia elétrica consumida<br />

no País, conforme o Plano<br />

Decenal 2008/2017. Na Baixada<br />

Santista, a ideia é criar uma Parceria<br />

Público-Privada (PPP). O valor dos<br />

investimentos depende da conclusão<br />

dos estudos, em junho de 2011.<br />

Fonte: O Estado de S. Paulo ME<br />

meio ambiente<br />

USINA PARA TRATAR LIXO<br />

PRODUZIRá ELETRICIDADE<br />

40 megawatts podem<br />

abastecer 250 mil pessoas.<br />

Toda essa energia<br />

pode ser obtida<br />

com a incineração dos<br />

resíduos<br />

35


36<br />

meio ambiente<br />

USO DO AGROTÓXICO METAMIDOFÓS<br />

no BrasiL sErÁ ProiBido até 2012<br />

A<br />

Produto pode causar<br />

danos a fetos e<br />

sistemas neurológico,<br />

imunológico,<br />

reprodutor e endócrino<br />

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou<br />

o banimento do agrotóxico metamidofós do Brasil. O<br />

produto, usado nas lavouras de algodão, amendoim, batata,<br />

feijão, soja, tomate e trigo pode provocar prejuízos para o feto,<br />

além de ser prejudicial para os sistemas neurológico, imunológico,<br />

reprodutor e endócrino.<br />

Esse é o quarto agrotóxico cuja comercialização é proibida<br />

pela Anvisa desde 2008, quando a agência preparou uma lista de<br />

reavaliação com 14 produtos suspeitos de provocar danos à saúde.<br />

Além do metamidofós, foram proibidos o cihexatina, o tricloform<br />

e o endossulfam. “Nossa expectativa é avaliar todos os produtos<br />

da lista neste ano. Até porque certamente novos produtos deverão<br />

ser incluídos para reavaliação”, afi rmou Luiz Claudio Meirelles,<br />

gerente geral de toxicologia da Anvisa.<br />

A retirada do metamidofós do mercado brasileiro será feita de<br />

maneira programada. Pela decisão, publicada no Diário Ofi cial da<br />

União, o produto poderá ser comercializado somente até o fi m<br />

do ano. O agrotóxico poderá ser usado nas lavouras até junho<br />

de 2012. Meirelles afi rmou que a retirada programada é feita de<br />

forma a não provocar impacto negativo na agricul-<br />

tura. “É preciso também que haja tempo para os<br />

produtores se adaptarem e terem acesso a produtos<br />

menos tóxicos.”<br />

O metamidofós já foi banido nos países da União<br />

Europeia, na China, Indonésia, Costa do Marfi m,<br />

em Samoa, no Paquistão e Japão. De acordo com<br />

Meirelles, o produto encontra-se em processo de<br />

retirada nos Estados Unidos. O agrotóxico já havia<br />

passado por reavaliação da Anvisa em 2002. Na época, o uso do<br />

produto foi restrito, além de a forma de aplicação ter sido alterada.<br />

No mesmo ano, também foi realizada a primeira reavaliação de<br />

agrotóxicos no Brasil pela Anvisa, com banimento de quatro deles.<br />

A análise da lista de 2008, por sua vez, demorou para ganhar ritmo.<br />

Por pressões políticas, divergências no governo e ações na Justiça,<br />

somente no ano passado as avaliações começaram a ser feitas com<br />

maior rapidez. Para evitar que fabricantes acabem logo com seus<br />

estoques, a comercialização do metamidofós até dezembro não<br />

poderá ultrapassar a média histórica de vendas. “Vamos fi scalizar<br />

o cumprimento dessa determinação”, disse Meirelles.<br />

Com a decisão da Anvisa, também não serão autorizados registros<br />

de novos compostos que levem metamidofós, nem a importação<br />

do produto. Terminado o prazo em que a comercialização<br />

é permitida, os fabricantes fi carão responsáveis pela retirada das<br />

unidades remanescentes do mercado.<br />

Fonte: O Estado de S. Paulo ME


mercado empresarial<br />

LA NIÑA PODE SE<br />

ESTENDER ATÉ MAIO<br />

O<br />

fenômeno climático<br />

conhecido como La<br />

Niña, que esfria o Oceano<br />

Pacífico e é responsabilizado<br />

por enchentes na Austrália<br />

e estiagens em regiões da<br />

América Latina, deve continuar<br />

presente até maio desde<br />

ano, informou a Organização Meteorológica<br />

Mundial (OMM), da ONU, em seu mais recente<br />

relatório.<br />

“Quase todos os modelos de meteorologia<br />

predizem uma continuidade do La Niña atual,<br />

ao longo do primeiro trimestre de 2011 e<br />

possivelmente até o segundo trimestre (abril<br />

ou início de maio),” disse a OMM. “A força<br />

do evento provavelmente diminuirá durante os<br />

próximos quatro meses,” acrescentou.<br />

O La Niña começou em junho passado<br />

depois de um El Niño forte no Oceano Pacífico<br />

- o fenômeno climático natural oposto,<br />

associado a águas mais quentes que o normal.<br />

Em termos de efeitos na atmosfera - pressão<br />

no nível do mar, ventos mais fortes e menos<br />

O<br />

O fenômeno é<br />

associado tanto a<br />

enchentes como a<br />

secas<br />

EMPIRE STATE<br />

FIRMA ACORDO PARA<br />

COMPRA DE ENERGIA<br />

EÓLICA<br />

Empire State Building, em Nova York,<br />

um dos edifícios mais famosos do mundo,<br />

anunciou um acordo com a Green Mountain<br />

Energy Company, que atua no setor de energia<br />

limpa. Pelos termos do contrato, o prédio vai comprar<br />

junto à companhia o equivalente a seu consumo<br />

em certificados de energia eólica. Essa demanda, de<br />

aproximadamente 55 milhões de kWh, é o suficiente<br />

para evitar a emissão de 45 mil toneladas de CO2<br />

por ano. O anuncio acontece logo em seguida a uma<br />

reforma feita pelo edifício para adotar medidas de<br />

eficiência energética, que já havia reduzido em cerca<br />

meio ambiente 37<br />

nuvens -, o La Niña atual é “um dos<br />

mais fortes do século,” de acordo com<br />

a OMM.<br />

No entanto, em termos dos efeitos sobre<br />

os oceanos, o fenômeno é classificado<br />

como entre moderado e forte. Ele provoca<br />

temperaturas na superfície do mar em<br />

média por volta de 1,5 grau Celsius menor<br />

do que o normal no Pacífico tropical central e oriental.<br />

“Sabemos que, mesmo que se o La Niña enfraquecer<br />

nos próximos meses, os impactos provavelmente continuarão<br />

em regiões normalmente influenciadas por esse<br />

fenômeno,” disse o especialista da OMM Rupa Kumar<br />

Kolli num comunicado à imprensa. “O maior impacto que<br />

testemunhamos nas últimas semanas foi o das enchentes<br />

devastadoras na Austrália.”<br />

“O La Niña não é associado apenas a enchentes; é<br />

também associado a secas em algumas regiões do mundo,<br />

em especial na América do Sul, nas regiões costeiras, particularmente<br />

na costa oeste do Peru e do Equador e nas<br />

áreas próximas,” disse Kolli. Alguns impactos, entretanto,<br />

foram incomuns, como as enchentes no Sri Lanka e no<br />

Brasil, onde as condições dos Oceanos Atlântico e Índico<br />

podem ter exercido influência, afirmou ele ME<br />

de 40% o consumo de eletricidade. “Foi natural<br />

para nós combinar o uso de 100% de energia<br />

limpa com nosso recém-completo trabalho de retrofit<br />

para o consumo eficiente”, afirma Anthony<br />

E. Malkin, presidente da Malking Holdings, que<br />

atua no setor de serviços em eficiência energética<br />

para edificações.<br />

O contrato com a Green Mountain, com<br />

duração de dois anos,<br />

foi fechado após um<br />

processo de concorrência<br />

que contou com a<br />

participação de diversas<br />

empresas de serviços de<br />

conservação de energia<br />

(ESCOs). Segundo a administração<br />

do Empire<br />

State, a opção pela empresa<br />

foi tomada devido aos termos favoráveis<br />

do contrato, ao preço competitivo da energia<br />

e à liderança da companhia no mercado. Os<br />

valores da operação não foram divulgados.<br />

Fonte: Jornal da Energia ME<br />

Edifício em Nova York<br />

vai adquirir o equivalente<br />

a seu consumo<br />

em certificados de<br />

energia limpa


Divulgação<br />

38<br />

sustentabilidade<br />

GRUPO BONFIGLIOLI<br />

PARTICIPA DO MAIOR PARQUE<br />

DE ENERGIA SOLAR DA EUROPA<br />

O<br />

desafi o para a indústria é desenvolver produtos cada vez mais<br />

efi cientes e sustentáveis. Portanto, atender as exigências dos<br />

mercados local e internacional demandam soluções criativas<br />

com baixo custo. À frente de grandes projetos em energias renováveis<br />

da Europa, o Grupo Bonfi glioli foi escolhido para fornecer<br />

produtos para a maior instalação fotovoltaica, localizada na cidade<br />

de Rovigo, na Itália.<br />

Os inversores eletrônicos RPS 450, de-<br />

senvolvidos pela unidade de negócios<br />

Bonfi glioli Vectron, são componentes<br />

primários importantes para sistemas<br />

fotovoltaicos, e seu alto nível de efi ciência<br />

permite o uso mais rentável em<br />

termos econômicos. O equipamento<br />

pode ser operado com cada tipo de<br />

módulo solar, mesmo com módulos de<br />

camada fi na que requerem aterramento<br />

no sistema.<br />

Este projeto posiciona o Itália na liderança no setor de energia<br />

A instalação na cidade<br />

de Rovigo, na Itália,<br />

produzirá uma<br />

quantidade de energia<br />

sufi ciente para<br />

abastecer 16.500 casas<br />

fotovoltaica europeu, em termos de geração de energia 100% reno-<br />

vável. A instalação produzirá uma quantidade<br />

de energia sufi ciente para abastecer 16.500 casas<br />

e reduzirá a emissão de quatro mil toneladas de<br />

CO2 na atmosfera, o que representaria menos<br />

oito mil carros circulando por ano.<br />

Para a construção desta planta foram usados<br />

475 inversores, que transformou a energia<br />

contínua produzida por 350 mil paineis em<br />

energia limpa.<br />

“A Bonfi glioli teve um papel fundamental<br />

neste projeto com o fornecimento de 50% dos<br />

inversores utilizados. O trabalho foi realizado<br />

com a SunEdison, que escolheu a empresa<br />

como parceiro nesse desafi o. A capacidade de<br />

superação e de trabalhar em grupo garantiu a<br />

entrega em tempo recorde: apenas 9 meses”,<br />

esclarece Manfredi Ucelli Di Nemi, diretorexecutivo<br />

da Bonfi glioli do Brasil. Atualmente,<br />

o Grupo Bonfi glioli ocupa 10% do mercado de<br />

acionamentos europeu ME


mercado empresarial<br />

Omais novo empreendimento do Grupo<br />

Iguatemi, o Shopping Iguatemi Alphaville<br />

pretende ser não só uma referência<br />

na região mas também no quesito sustentabilidade.<br />

Alphaville tem população estimada de<br />

40 mil habitantes, com alto poder aquisitivo.<br />

Na área de entorno do shopping, localizado<br />

na esquina das Alamedas Xingu e Rio Negro,<br />

próximo a Rodovia Castelo Branco, estimase<br />

que circulam 160 mil pessoas diariamente,<br />

por conta de trabalho e prestação de serviços.<br />

Pelas suas especificações de sustentabilidade<br />

– eficiência energética, controle do consumo<br />

de água potável e da geração de esgotos, entre<br />

outros itens – o empreendimento concorrerá à<br />

certificação LEED (Leadership in Energy and<br />

Environmental Design), selo verde conferido<br />

pelo Green Building Council, dos Estados<br />

Unidos.<br />

O Grupo Iguatemi estima que o shopping<br />

receberá cerca de 32 mil visitantes por dia e mais<br />

de 11,5 milhões por ano, segundo estudo de<br />

mercado realizado pela consultoria Gismarket.<br />

Desse público, 40% serão das classes A e B,<br />

sendo 51% dos visitantes do sexo masculino.<br />

O empreendimento de alto padrão reunirá<br />

mais de 180 lojas, sendo cinco âncoras e sete<br />

megalojas, além de praça de alimentação, oito<br />

restaurantes e sete salas de cinema.<br />

O projeto arquitetônico do shopping Iguatemi<br />

Alphaville é do escritório Botti & Rubin<br />

Arquitetos Associados e privilegia a entrada<br />

de luz natural e a manutenção de áreas verdes<br />

nos corredores. Critérios de sustentabilidade<br />

foram utilizados para minimizar impactos desde<br />

a construção do edifício. Dessa forma, procuraram<br />

trabalhar com materiais certificados e<br />

equipamentos que colaboram para uso racional<br />

sustentabilidade<br />

GRUPO IGUATEMI<br />

inauGura shoPPinG<br />

sustEntÁVEL EM aLPhaViLLE<br />

dos recursos naturais. Por exemplo, os elevadores, escadas<br />

rolantes e ar condicionado contam com sistemas que<br />

contribuem para diminuir o consumo de energia, evitando<br />

desperdício. O edifício é constituído por três pisos de lojas<br />

e um de lazer, além de garagem com 1690 vagas, divididas<br />

em quatro subsolos. Dessas, 37 são para deficientes físicos,<br />

87 para veículos ecoeficientes que consomem menos<br />

combustível, 80 para motos e 122 para bicicletas.<br />

O shopping tem área construída de 119.283 m2, sendo<br />

que 31.930 m2 são destinados a locação. A Iguatemi<br />

Empresa de Shoppings Centers possui 78% do empreendimento<br />

e outros 22% são das empresas Y. Takaoka<br />

Empreendimentos e JAG Participação<br />

e Desenvolvimento. O investimento<br />

total foi de R$ 180,8 milhões e cerca<br />

de 60% desse valor foi financiado pelo<br />

BNDES.<br />

No mesmo complexo localiza-se a<br />

iTower Alphaville, torre corporativa da<br />

Odebrecht Empreendimentos Imobiliários,<br />

parceira do grupo Iguatemi.<br />

A obra está instalada em área de<br />

32 mil m2, que contará com 104 unidades de escritórios,<br />

distribuídos em 26 andares, somando 40,5 mil m2 de área<br />

privativa. Cerca de 87% da obra já está pronta.<br />

A torre será um empreendimento de padrão AAA por<br />

disponibilizar andares de até 1.560 m2 de área privativa,<br />

elevadores com sistema de antecipação de chamada, piso<br />

elevado, além de acesso e climatização automatizados.<br />

Medidas ecológicas adotadas no empreendimento:<br />

maior eficiência energética, controle do consumo de água<br />

potável e da geração de esgotos, assim como da aplicação<br />

e utilização de materiais; baixo nível de impacto ambiental<br />

com a redução das emissões de carbono e resíduos; aumento<br />

de áreas verdes; incremento da qualidade do ambiente<br />

interno, já que o conceito green traz mais satisfação dos<br />

usuários, redução nos problemas de saúde e maior produtividade<br />

da equipe ME<br />

Critérios de<br />

sustentabilidade foram<br />

utilizados para<br />

minimizar impactos<br />

desde a construção do<br />

edifício<br />

Divulgação<br />

39


40<br />

sustentabilidade<br />

COSIL INVESTE NO<br />

A<br />

incorporação de rigorosos procedimentos de<br />

responsabilidade socioambientais em obras de<br />

construção civil fez com que a Cosil passe a fazer<br />

parte do seleto grupo de empresas que terão o selo SustentaX<br />

para construtoras. A chancela, que representou<br />

investimentos e operações ao longo de 12 meses, mostra<br />

que a empresa conseguiu reduzir o consumo de energia, de<br />

água, reduziu a produção de resíduos sólidos e a emissão<br />

de dióxido de carbono. Passou ainda a evitar poeira em<br />

suspensão, entre tantos outros benefícios, em todos os<br />

seus empreendimentos que estão em fase de construção, o<br />

que indica que a companhia já passa a aplicar as melhores<br />

práticas internacionais de sustentabilidade em suas obras.<br />

“A conquista do Selo SustentaX é resultado direto dos<br />

investimentos e da estratégia sustentável que engloba todos<br />

os empreendimentos em construção. Acompanhamos a<br />

evolução do mercado imobiliário verde<br />

e com o Selo permitimos que o setor<br />

identifique, de maneira transparente e<br />

rápida, nossa responsabilidade socioambiental”,<br />

afirma Samara Meneses<br />

Silva, gestora de incorporações e membro<br />

do Comitê de Sustentabilidade da<br />

Cosil, criado em 2008 e que tem por<br />

objetivo discutir, dar andamento e<br />

supervisionar as ações sustentáveis, trazendo inovações<br />

para a organização.<br />

“Já somos signatários do Pacto Global da ONU há quase<br />

dois anos. O Kit Sustentável criado pelo nosso comitê<br />

tem enorme aceitação no mercado. Todas as providências<br />

em nossa cadeia quanto ao gerenciamento de obras que<br />

A empresa faz parte<br />

do seleto grupo que<br />

conquistou o Selo<br />

Sustentax<br />

consuMo consciEntE<br />

primam pelas práticas socioambientalmente<br />

corretas facilita a identificação pelo mercado de<br />

uma postura que visa o bem comum. A empresa<br />

cresceu mais de 100% nos últimos dois anos e,<br />

a conquista desse selo para obras, e a utilização<br />

de produtos sustentáveis certificados do<br />

nosso setor, nos firma no escopo do consumo<br />

consciente e aponta um crescimento que adota<br />

práticas sustentáveis”, ressalta Samara.<br />

obras sustentáveis<br />

Ao gerir empreendimentos em total conformidade<br />

com os critérios e procedimentos<br />

estabelecidos pela consultoria SustentaX, a<br />

Cosil incorporou ao seu cotidiano medidas<br />

mitigatórias de erosão, sedimentação e redutoras<br />

de consumo de água e energia. As obras<br />

também passaram a minimizar os resíduos das<br />

construções, com gerenciamento da destinação<br />

destes materiais, além de estabelecer controle<br />

ambiental da fumaça gerada pelo tabaco e a<br />

priorização dos materiais de baixa toxidade. A<br />

Cosil também passou a estimular ainda mais o<br />

reuso de materiais, o aumento de conteúdo dos<br />

reciclados, o uso de produtos regionais, bem<br />

como de madeira legalizada. A construtora terá<br />

suas obras auditadas pelo Grupo Sustentax, de<br />

forma não programada, confirmando a adoção<br />

pelos canteiros da empresa dos mesmos procedimentos<br />

para a construção de Green Buildings<br />

(prédios verdes) ME


mercado empresarial<br />

ONDULINE EM VIAS DE<br />

rEcEBEr o sELo EcoLóGico<br />

FaLcão BauEr<br />

E<br />

m um cenário de mudanças climáticas inesperadas e modifi cações<br />

no meio ambiente, a palavra sustentabilidade e as ações<br />

para torná-la realidade, despertam o interesse de todos os setores<br />

do mercado, principalmente no segmento de construção civil.<br />

A Onduline, multinacional francesa e maior fabricante mundial de<br />

telhas de fi bra vegetal, atua no mercado de construção com telhas<br />

ecológicas e acessórios para telhados, em um processo de desenvolvimento<br />

que não agride o meio ambiente.<br />

A chamada construção verde tem o objetivo de atender as necessidades<br />

das demandas atuais sem comprometer as gerações futuras.<br />

Com esse pensamento, grandes empreendimentos imobiliários, por<br />

exemplo, têm a consciência de que um projeto, desde o mais simples<br />

ao mais complexo, deve atender aos requisitos sustentáveis para<br />

ser ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente<br />

responsável. No processo de produ-<br />

ção dos produtos, a Onduline utiliza<br />

recursos que são reaproveitados e<br />

recicláveis, unindo tecnologia e sustentabilidade.<br />

Na fábrica, o consumo<br />

total de energia é de 2,8 kwh por m²<br />

de telha (energia elétrica e gás natural).<br />

A água utilizada é reaproveitada<br />

através do circuito fechado, sendo<br />

feita a reposição apenas do que é<br />

evaporado.<br />

Empresa atua no<br />

mercado de<br />

construção verde e<br />

está em processo para<br />

receber a ISO 14001 e<br />

o selo Falcão Bauer<br />

As telhas são fabricadas a partir da fi bra de celulose extraída do<br />

papel em um processo de reciclagem, sem que nenhuma árvore seja<br />

derrubada. Uma tonelada de celulose equivale evitar o corte de 30<br />

árvores para a produção de 300 telhas, ou seja, produzindo em um<br />

ano cinco milhões de telhas, a Onduline em sua fabricação consegue<br />

evitar o corte de 500 mil árvores. Além disso, as telhas passam por<br />

impermeabilização com cimento asfáltico, que por não ser queimado,<br />

evita a liberação de gás carbônico.<br />

“Mantendo todas as medidas necessárias, inclusive escolhendo<br />

parceiros e fabricantes idôneos, que trabalham em processos legais,<br />

estamos em busca de certifi cações ambientais, como o selo Falcão<br />

Bauer, que desenvolve serviços voltados para o controle do Meio<br />

Ambiente com os mais rígidos padrões ecológicos”, explica Ricardo<br />

Bressiani, diretor geral da Onduline na América Latina.<br />

O Selo Ecológico Falcão Bauer foi lançado em novembro de<br />

2007 com o objetivo de certifi car, comprovar e garantir produtos<br />

e tecnologias sustentáveis. Outra certifi cação importante na qual a<br />

Onduline está em processo de obtenção é a ISO 14001, uma série<br />

de normas desenvolvidas para padronizar os processos de gestão<br />

ambiental dentro de grandes empresas ME<br />

sustentabilidade<br />

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO<br />

dE Lixo Vira Pista dE<br />

EsQui na dinaMarca<br />

Obra deverá estar<br />

concluída até 2016<br />

Com um projeto que transforma um depósito<br />

de lixo em uma pista de esqui, o estúdio dinamarquês<br />

BIG venceu o concurso internacional<br />

de arquitetura para uma estação de tratamento<br />

de resíduos em Copenhague.<br />

Prevista para estar construída até 2016, a proposta<br />

foi escolhida por unanimidade pelo júri da<br />

competição, que teve entre os fi nalistas os escritórios<br />

de Wilkinson Eyre e Dominique Perrault.<br />

A cobertura da edifi cação será transformada<br />

em uma pista de esqui de 31 mil metros quadrados<br />

com diferentes níveis de difi culdade e mais<br />

de 100 metros de altura em seu ponto mais alto,<br />

tornando-se, assim, em uma área de lazer e um<br />

ponto turístico local.<br />

“Este projeto é um exemplo daquilo que chamamos<br />

no BIG de Sustentabilidade Hedonista – a<br />

ideia de que a sustentabilidade não é um fardo, e<br />

que uma cidade sustentável pode de fato melhorar<br />

nossa qualidade de vida”, pondera Bjarke Ingels,<br />

sócio-fundador do escritório.<br />

“Uma estação de tratamento combinada com<br />

uma estação de esqui é o melhor exemplo de uma<br />

cidade e um edifício que são ambos sustentáveis<br />

ecológica, econômica e socialmente”, conclui.<br />

A pista será feita de material sintético reciclado<br />

e, em sua área coberta terá aquecimento fornecido<br />

pela energia produzida pela própria estação de<br />

tratamento. O acesso ao local, aliás, será feito a<br />

partir de um elevador que acompanhará a chaminé<br />

onde será gerado esse calor. Panorâmico, ele permitirá<br />

que os visitantes observem todas as etapas<br />

de tratamento dos resíduos e a geração de energia<br />

dentro da estação cujo nome, em dinamarquês, é<br />

Amagerforbraending. Fonte: Arcoweb ME<br />

41<br />

Imagens: © BIG


42<br />

acessibilidade<br />

ACESSIBILIDADE<br />

R<br />

A adaptação dos espaços<br />

públicos e também privados<br />

é cada vez mais comum e<br />

uma conquista daqueles que<br />

lutam pelo direito de todos<br />

os cidadãos de ir e vir<br />

UNIVERSAL<br />

*Rafael Villar<br />

ecentemente, a Câmara dos Deputados, em<br />

Brasília, instalou uma plataforma elevatória<br />

para garantir o acesso de parlamentares<br />

portadores de necessidades especiais, como usuários<br />

de cadeira de rodas. O equipamento vence os<br />

obstáculos para se chegar com autonomia à tribuna<br />

da Câmara, onde os deputados discursam.<br />

O exemplo mostra que a adaptação dos espaços<br />

públicos e também privados é cada vez mais<br />

comum e uma conquista daqueles que lutam pelo<br />

direito de todos os cidadãos de ir e vir.<br />

Os dados indicam, porém, que o desafi o ainda é muito<br />

maior. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística<br />

(IBGE), o Brasil possui 24 milhões de cidadãos com<br />

defi ciência física, o que equivale a 15% da população.<br />

Além disso, o perfi l da população brasileira está mudando<br />

e impondo uma nova realidade para o País. A cada<br />

ano que passa, os brasileiros<br />

estão vivendo mais e melhor.<br />

Segunda dados da Organização<br />

Mundial de Saúde (OMS), a expectativa<br />

de vida no Brasil é de<br />

73 anos, uma das mais altas do<br />

mundo. Em 2008, a população<br />

com 60 anos ou mais era de 21<br />

milhões de pessoas, superando<br />

os dados de países europeus,<br />

como a França, a Inglaterra<br />

e a Itália, segundo o Instituto Brasileiro de Geografi a e<br />

Estatística (IBGE).<br />

Para atender as necessidades desse novo perfi l da população<br />

brasileira, espaços públicos e privados estão tendo<br />

de rever conceitos ultrapassados. A arquitetura inclusiva<br />

que prevê projetos adequados para todos, respeitando o<br />

direito de ir e vir das pessoas com segurança e qualidade<br />

de vida, é a base dessa transformação. Seja em casa, no<br />

trabalho, no cinema, restaurante, enfi m, em todos os locais<br />

que frequentamos, temos que criar condições adequadas<br />

para o livre acesso de todos.<br />

A boa notícia é que a indústria vem acompanhando<br />

essa evolução e está preparada para atender<br />

as necessidades da população brasileira.<br />

Há mais de 60 anos no mercado de transporte<br />

vertical, atuando na fabricação, instalação,<br />

conservação e modernização de elevadores,<br />

escadas e esteiras rolantes, a ThyssenKrupp<br />

Elevadores criou uma Divisão de Acessibilidade<br />

para atender com exclusividade este mercado.<br />

Os produtos atendem às necessidades das<br />

pessoas com mobilidade reduzida temporária<br />

ou permanente, contempladas pela NBR<br />

9050:2004, norma técnica que estabelece os<br />

parâmetros para o projeto, construção, instalação<br />

e adaptação de edifi cações, mobiliário,<br />

espaços e equipamentos urbanos às condições<br />

de acessibilidade.<br />

Elaborada pelo Comitê Brasileiro de Acessibilidade<br />

e pela Comissão de Edifi cações e Meio,<br />

a norma tem por objetivo garantir o direito de ir<br />

e vir de todas as pessoas, independente de suas<br />

condições físicas. Por isso, lugares públicos e<br />

privados precisam adaptar as edifi cações para<br />

tornar os espaços acessíveis para todos.<br />

A linha de acessibilidade da ThyssenKrupp<br />

Elevadores é composta por dois modelos de<br />

plataformas: Easy Vertical e Easy Inclined; as<br />

cadeiras elevatórias Levant e o elevador para


mercado empresarial<br />

uso residencial, Levità. Além da produção e<br />

comercialização, a empresa oferece manutenção<br />

dos equipamentos, garantindo total cobertura<br />

aos clientes em todo o País.<br />

Elevadores para residências, por exemplo, já<br />

são uma opção real e concreta para aqueles que<br />

residem em casas com até quatro andares. Com<br />

a mesma tecnologia disponível em elevadores<br />

convencionais, os home lifts vêm ganhando<br />

espaço junto à população que busca conforto<br />

e segurança sem precisar mudar de casa.<br />

A demanda crescente por condomínios<br />

horizontais também ampliou o mercado de<br />

elevadores residenciais. Compacto e de fácil<br />

instalação, o home lift pode transportar até<br />

três pessoas ou 225 quilos, possui itens de<br />

segurança como iluminação de emergência,<br />

sistema opcional de no break que garante o<br />

deslocamento do elevador até o andar térreo<br />

quando há falta de energia e sistema de telefone<br />

dentro da cabina para facilitar a comunicação<br />

com as demais dependências da casa, ou para<br />

uma ligação telefônica normal.<br />

Outro produto que atende o mercado residencial<br />

é a cadeira elevatória, equipamento ideal<br />

acessibilidade<br />

para quem precisa vencer lances de escadas<br />

retas, sem ter que fazer reformas na casa.<br />

Com design ergonômico e assentos mais<br />

largos, que medem 64 centímetros, a cadeira<br />

é ideal para o transporte confortável de uma<br />

pessoa sentada com até 138 quilos.<br />

Ir ao teatro, ao banco, ao laboratório, a<br />

uma clínica de saúde ou ao shopping, entre<br />

outros lugares, também pode ser mais fácil<br />

e seguro com a instalação de plataformas<br />

verticais, equipamentos que garantem o<br />

acesso com segurança em locais com dois e<br />

três andares.<br />

O modelo vertical foi projetado para<br />

transportar até 250 kg e comporta uma<br />

pessoa em cadeira de rodas com acompanhante. Já a plataforma<br />

inclinada é ideal para solucionar problemas de<br />

acessibilidade em locais onde há escadas retas ou curvas. A<br />

plataforma pode ser instalada junto à estrutura já existente,<br />

facilitando sua aplicação em qualquer ambiente e possui<br />

capacidade para transportar até 225 Kg.<br />

Com a oferta dessas novas tecnologias é possível por fi m às<br />

barreiras que hoje limitam o acesso da população. No futuro,<br />

esperamos que estejam integradas à nossa realidade, como<br />

itens comuns e indispensáveis para a vida nas cidades ME<br />

* Rafael Villar é<br />

Gerente da Divisão de<br />

Acessibilidade da ThyssenKrupp<br />

Elevadores<br />

43


CURSOS CIESP/FIESP 2010<br />

O CIESP O CIESP – Centro – Centro das das Indústrias do do Estado Estado de de São São Paulo Paulo<br />

desenvolve regularmente programas de de cursos, seminários<br />

e palestras e palestras com com formatos diferenciados de de capacitação<br />

para para seus seus associados.<br />

VENHA SE SE ATUALIZAR COM COM A GENTE A GENTE<br />

Ï<br />

Ï<br />

Ï<br />

Ï<br />

Administração Ï Administração Geral Geral<br />

Comércio Ï Comércio Exterior Exterior<br />

Compras<br />

Ï Compras<br />

Custos Ï Custos<br />

Cursos Cursos Abertos Abertos<br />

Ministrados por por profi profi ssionais ssionais<br />

especializados, são são realizados<br />

no Edifício no Edifício Sede Sede e nas e nas 42 Diretorias 42 Diretorias<br />

do CIESP. do CIESP.<br />

Cursos Cursos Modulares<br />

Programas divididos divididos<br />

em módulos, em módulos, realizados<br />

quinzenalmente, às sextas às sextas<br />

e sábados. e sábados.<br />

Ï<br />

Ï<br />

Ï<br />

Ï<br />

Finanças<br />

Ï Finanças<br />

Logística<br />

Ï Logística<br />

Marketing<br />

Ï Marketing<br />

Produção<br />

Ï Produção<br />

Cursos Cursos Especiais<br />

Voltado Voltado para para os empresários os empresários e e<br />

dirigentes, são são realizados em parceria em parceria<br />

com com Universidades e/ou e/ou Instituto Instituto de de<br />

Ensino Ensino Superior. Superior.<br />

Cursos Cursos In Company In Company<br />

Programas dirigidos dirigidos e formatados e formatados<br />

de acordo de acordo com com as necessidades<br />

as necessidades<br />

da empresa. da empresa.<br />

A indústria A indústria a serviço a serviço do Brasil do Brasil<br />

Centro Centro das das Indústrias Indústrias do Estado do Estado de São de São Paulo Paulo - CIESP - CIESP<br />

Av. Paulista, Av. Paulista, 1313 1313 - 12º - andar 12º andar - São - Paulo/SP São Paulo/SP<br />

Tel.: Tel.: 11 3549-3258/3233/3288 11 3549-3258/3233/3288 - Fax: - Fax: 11 3251-2625 11 3251-2625 - e-mail: - e-mail: cursos@ciesp.org.br<br />

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www.ciesp.com.br/redessociais - www.fi - www.fi esp.com.br/redessociais<br />

IESP 2010


Fascículo<br />

1<br />

AQualidade de Vida é um conceito<br />

ligado ao desenvolvimento humano.<br />

Num sentido amplo, não implica apenas<br />

em que o indivíduo tenha saúde<br />

física e mental, mas que esteja bem<br />

com ele mesmo, com a vida, o mundo e as pessoas<br />

que o cercam. Ter qualidade de vida é estar em<br />

equilíbrio. Equilíbrio que, num ponto ideal, signifi caria<br />

ter controle sobre aquilo que acontece a nossa<br />

volta, o que nem sempre é possível, mas que, num<br />

limite realista, pode ser alcançado pela maneira com<br />

que reagimos a acontecimentos e ações.<br />

Assim, qualidade de vida tem a ver com a forma<br />

como as pessoas vivem, sentem e compreendem<br />

o seu cotidiano. Abrange aspectos como a saúde,<br />

a educação, o transporte, a moradia, o trabalho e a<br />

participação nas decisões, em situações muito variadas,<br />

como o atendimento digno em caso de doença<br />

e de acidente, o nível de escolaridade, o conforto e<br />

a pontualidade nas deslocações, a alimentação em<br />

quantidade sufi ciente e em qualidade.


Habitação saudável<br />

Aexpressão qualidade de vida foi utilizada pela primeira<br />

vez associada à economia por Lyndon<br />

Johnson, em 1964, data em que começou o seu<br />

mandato de presidente dos EUA, ao afi rmar que<br />

os objetivos da economia não podiam ser medidos através do<br />

balanço dos bancos, mas através da qualidade de vida que proporcionam<br />

às pessoas. Mais tarde, em 1976, Augus Campbell<br />

considerava que a qualidade de vida é “… uma vaga e etérea<br />

entidade, algo sobre a qual muita gente fala, mas que ninguém<br />

sabe claramente o que é.”.<br />

Com o passar dos tempos a qualidade de vida passou a ser<br />

cada vez mais alvo de estudo e refl exão, e a partir dos anos<br />

80 começou a ser encarada numa perspectiva multidimensional:<br />

biológica, psicológica, econômica e cultural, uma vez que a qualidade<br />

de vida depende destes fatores e é subjetiva.<br />

necessidade para<br />

se viver bem<br />

Assim, estudiosos entendem por Qualidade de Vida, QV, a<br />

percepção do indivíduo tanto de sua posição na vida, no contexto<br />

da cultura e nos sistemas de valores nos quais se insere,<br />

como em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e<br />

preocupações. É um amplo conceito de classifi cação, afetado de<br />

modo complexo pela saúde física do indivíduo, pelo seu estado<br />

psicológico, por suas relações sociais, por seu nível de independência<br />

e pelas suas relações com as características mais relevantes<br />

do seu meio ambiente.<br />

É, portanto, um termo amplo que concentra as condições que<br />

são fornecidas ao indivíduo para viver como ele pretende.<br />

QV envolve fatores relacionados com a saúde, tais como, o<br />

bem-estar físico, psicológico, emocional e mental, mas também<br />

elementos não relacionados, como a família, amigos, emprego<br />

ou outras circunstâncias da vida. Os conceitos bem-estar e de


saúde incluem a maximização da qualidade de vida de qualquer<br />

indivíduo através do desenvolvimento do total potencial<br />

humano.<br />

A organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu um instrumento<br />

(questionário) para aferir a Qualidade de Vida. Tratase<br />

do WHOQOL (World Health Organization Quality of Life),<br />

que possui duas versões validadas para o português, o Whoqol<br />

- 100 (composto por 100 questões) e o Whoqol-Breve, composto<br />

por 26 questões. O Whoqol-100 é composto por seis<br />

domínios: o físico, o psicológico, o do nível de independência,<br />

o das relações sociais, o do meio ambiente e o dos aspectos<br />

religiosos. O Whoqol-Breve é composto por quatro domínios:<br />

o físico, o psicológico, o das relações sociais e o do meio ambiente.<br />

No Brasil, a Associação Brasileira de Qualidade de Vida<br />

(ABQV) tem como missão promover a integração e desenvolvimento<br />

de profi ssionais multidisciplinares voltados para atuação<br />

em Qualidade de Vida, divulgando tendências, provocando discussões<br />

/ refl exões e formando opiniões balizadoras de estilo de<br />

vida, padrões e ambiente saudáveis.<br />

Habitação Saudável, um dos pilares<br />

da saúde e do bem-estar<br />

Evidências científi cas apontam que a saúde está diretamente<br />

ligada ao modo de viver das pessoas e sua relação com o meio<br />

ambiente, e não somente a determinismos biológicos e genéticos.<br />

Neste cenário, a habitação traduz-se como um dos primeiros<br />

e mais vulneráveis espaços de promoção da saúde.<br />

Para a arquiteta Simone Cynamon Cohen, pesquisadora da<br />

Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) da<br />

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coordenadora da Rede<br />

“Qualidade de vida<br />

envolve fatores direta-<br />

mente relacionados com<br />

a saúde, como o bem-<br />

estar físico, psicológico,<br />

emocional e mental, mas<br />

também outros elemen-<br />

tos, como a família, ami-<br />

gos, emprego ou outras<br />

circunstâncias da vida.”<br />

Brasileira de Habitação Saudável, a Habitação Saudável é hoje<br />

um dos fundamentos para a garantia do bem-estar e da qualidade<br />

de vida, mas para isso dois campos de ação necessitam<br />

ser trabalhados: a criação de ambientes favoráveis à saúde e a<br />

implementação de políticas públicas saudáveis.<br />

No âmbito da criação de ambientes favoráveis, a habitação<br />

é o espaço principal da promoção da saúde na comunidade.<br />

Sobretudo em formações sociais com alta desigualdade sociossanitária<br />

é importante que sejam mostrados movimentos que<br />

concretizem, por meio de fundamentos e práticas, a ideia da<br />

promoção da saúde.<br />

O que é uma moradia saudável<br />

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde<br />

(Opas), o conceito de habitação saudável se aplica ao desenho<br />

da moradia, ao território geográfi co e social em que a habitação<br />

se assenta, aos materiais usados para sua construção, à segurança<br />

e qualidade dos elementos, ao processo construtivo, à<br />

composição espacial, à qualidade dos acabamentos, ao contexto<br />

global do entorno (comunicações, energia, vizinhança) e à educação<br />

ambiental e em saúde de seus moradores sobre estilos e<br />

condições de vida.<br />

A Opas e a Organização Mundial da Saúde (OMS) consideram<br />

que o conceito de ambiente e entorno saudável incorporam a<br />

necessidade de se ter equipamentos urbanos com saneamento<br />

básico, espaços físicos limpos e estruturalmente adequados,<br />

além de redes de apoio para se conseguir hábitos psicossociais<br />

sãos e seguros. Ressaltam também que a carência e as defi ciências<br />

na habitação e a falta de saneamento são questões diretamente<br />

relacionadas aos níveis de pobreza. Analogamente, o<br />

conceito de município saudável é uma proposta de promoção<br />

1<br />

Vol.


“Enquanto 80% dos mais ricos<br />

no País têm saneamento básico,<br />

32% dos 40% mais pobres não<br />

têm esse benefício.”<br />

da saúde que só é viável se houver uma política de habitação<br />

saudável.<br />

Segundo a Opas, o município saudável é uma estratégia que<br />

permite fortalecer a execução das atividades de saúde como a<br />

mais alta prioridade em uma agenda política local, desenvolvendo<br />

planos de ação pautados em princípios de saúde para todos.<br />

Em termos globais, a introdução do conceito de municípios saudáveis<br />

aumenta a cada ano, embora não na mesma proporção<br />

da expansão das metrópoles. A atual população urbana de 1,8<br />

bilhão de pessoas crescerá para 3,8 bilhões em 2015 e para 5,5<br />

bilhões em 2025. O surgimento de megacidades criará uma demanda<br />

de água gigantesca da mesma forma que acumulará uma<br />

quantidade imensa de resíduos poluentes.<br />

Falta de políticas públicas<br />

Já no âmbito das políticas públicas saudáveis, no Brasil a situ-<br />

ação está em contínuo processo de degradação, marcada por<br />

péssimos índices de morbimortalidade, que é a relação entre o<br />

número de doentes e o número de pessoas que morrem em<br />

um determinado local e época – no parecer da pesquisadora<br />

Simone Cohen.<br />

Esta condição, bem como a ocorrência de doenças infectoparasitárias,<br />

ocorrem devido à falta de infra-estrutura e a ausência<br />

de saneamento básico, principalmente. A precariedade<br />

habitacional, a deterioração da qualidade de vida, o impacto na<br />

saúde de ambientes e o distanciamento da comunidade científi<br />

ca da realidade - pela falta de estudos e incentivos a pesquisas<br />

nessa área - comprovam a necessidade de aumentar a efi ciência<br />

das políticas públicas de saúde.<br />

As cifras de desigualdade assustam. Enquanto 80% dos mais<br />

ricos no País têm saneamento básico, 32% dos 40% mais pobres<br />

não têm esse benefício, segundo dados recentes do Ministério<br />

da Saúde. E embora a população urbana represente 80% do total<br />

do País, 50% deste contingente vive em áreas de favela, sem<br />

as mínimas condições de saneamento ou saúde. Isso faz hoje do<br />

saneamento básico um problema que só poderia ser solucionado<br />

com a cooperação entre diversos atores sociais como as<br />

instituições acadêmicas, ONGs, movimentos sociais e governamentais<br />

que interajam na intenção de implementar um conceito<br />

abrangente de políticas para a habitação saudável.<br />

Fontes: estudos desenvolvidos pela arquiteta Simone Cynamon Cohen, pesquisadora da<br />

Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),<br />

coordenadora da Rede Brasileira de Habitação Saudável e apoiadora do Instituto<br />

Trata Brasil; pela médica Ana Cláudia Garabeli Cavalli Kluthcovsky, Professora Assistente do<br />

Depto de Enfermagem da Universidade Estadual do Centro-Oeste; e pela enfermeira Angela<br />

Maria Magosso Takayanagui, Professora Assistente do Depto Materno-Infantil e de Saúde<br />

Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP; Wikipedia, OPAS, OMS.<br />

Próximo<br />

Módulo:<br />

Saúde e<br />

bem-estar


SESI e SENAI de São Paulo<br />

há mais de 65 anos contribuem<br />

para o desenvolvimento e a<br />

competitividade da indústria.<br />

O SENAI-SP e o SESI-SP oferecem educação prossional e melhorias na qualidade<br />

de vida para os prossionais da indústria e seus dependentes.<br />

Da criança ao adulto, do lazer à formação prossional em novas tecnologias,<br />

a indústria paulista investe continuamente na sua principal força: as pessoas.<br />

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SESI-SP*<br />

• 53 CENTROS DE ATIVIDADES<br />

• 215 UNIDADES ESCOLARES: ENSINO<br />

FUNDAMENTAL, MÉDIO E INTEGRAL<br />

• 19 TEATROS<br />

• 37 UNIDADES ODONTOLÓGICAS<br />

• 41 COZINHAS DIDÁTICAS<br />

Informações: (11) 3528-2000 – Grande São Paulo / 0800-55-1000 – outras localidades<br />

WWW.SP.SENAI.BR WWW.SP.SENAI.BR/REDESSOCIAIS<br />

WWW.SESISP.ORG.BR WWW.SESISP.ORG.BR/REDESSOCIAIS<br />

SENAI-SP*<br />

• 159 UNIDADES ESCOLARES<br />

• CURSOS DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, TÉCNICO,<br />

FORMAÇÃO CONTINUADA, TECNÓLOGO,<br />

PÓS-GRADUAÇÃO E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA<br />

• SERVIÇOS TÉCNICOS E TECNOLÓGICOS<br />

• ATUAÇÃO EM 28 ÁREAS TECNOLÓGICAS<br />

* Dados 2009


50<br />

inovação<br />

NOVO SISTEMA DE RESFRIAMENTO<br />

noturno Para Prédios corPoratiVos<br />

Estação de<br />

sensores<br />

U<br />

ma nova maneira de resfriar ambientes internos de<br />

prédios corporativos, com base no uso de energias<br />

passivas, está chegando ao mercado brasileiro.<br />

Trata-se do resfriamento noturno promovido por meio<br />

da abertura programada e automatizada das janelas de um<br />

edifício, fazendo o ar circular e resfriar os ambientes.É<br />

através da fachada dos edifícios que ocorre a troca de luz<br />

e calor entre os ambientes interior e exterior. Assim, a<br />

engenharia de materiais e sistemas tem buscado cada vez<br />

mais o desenvolvimento de produtos de alta tecnologia<br />

visando a efi ciência energética das edifi cações. Entre eles<br />

está a operação dos sistemas móveis das<br />

fachadas, por meio de controle motorizado<br />

de janelas maxim-ar, cortinas e persianas<br />

internas, persianas externas, toldos<br />

e brises. Com o uso desses elementos é<br />

possível, por exemplo, acionar janelas<br />

do tipo maxim-ar automaticamente, de<br />

acordo com parâmetros ambientais medidos em tempo<br />

real e com as necessidades de cada prédio.<br />

No Brasil, esse sistema está sendo oferecido pela Somfy,<br />

multinacional francesa que fabrica motores e componentes<br />

automatizados para fechamentos e proteção solar de ambientes<br />

residenciais e comerciais, aplicáveis em persianas,<br />

brises, cortinas, toldos, e também janelas dos tipos maximar<br />

ou de tombar. Segundo o engenheiro Fábio Xavier,<br />

gerente técnico da Somfy, a empresa produz sistemas<br />

modulares que podem ser confi gurados de acordo com as<br />

necessidades de cada edifício, com os produtos instalados<br />

em cada fachada. A composição do sistema tem como base<br />

um controlador central, uma caixa com seus respectivos<br />

sensores estrategicamente posicionados no topo do edifício<br />

(próximo das janelas) e controladores de motores, aos quais<br />

A novidade está<br />

chegando ao<br />

mercado brasileiro<br />

podem ser conectados os diferentes tipos de<br />

equipamentos. O motor pode receber comandos<br />

individuais, através de controle remoto, ou<br />

responder ao controlador central. A instalação<br />

requer fi os para ligar motores e controladores à<br />

corrente elétrica. Já o comando individual pode<br />

ser por radiofrequência, pois o controle remoto<br />

emite ordens a distância sem necessidade de fi o<br />

elétrico ou conexão.<br />

Para implantar o sistema de resfriamento noturno<br />

passivo são necessários ainda sensores de<br />

temperatura, vento e chuva, aciona-<br />

dos para comandar a abertura ou o<br />

fechamento das janelas maxim-ar.<br />

O sensor de temperatura determina<br />

quando as janelas devem ser abertas<br />

e os de chuva e vento servem<br />

para proteger o ambiente interno<br />

em caso de ocorrência de qualquer uma dessas<br />

condições climáticas adversas. Também existe<br />

a opção de promover a abertura das janelas por<br />

programação horária ou associar a abertura e<br />

o fechamento das janelas com a automatização<br />

de cortinas, persianas ou brises, que potencializam<br />

a proteção solar. Os sensores comandam<br />

esses elementos de acordo com a variação da<br />

intensidade solar ao longo do dia. As janelas<br />

são abertas segundo uma estratégia de controle<br />

baseada na diferença de temperatura - interna<br />

e externa - ou por meio de horários estabelecidos.<br />

São acionadas por motores fi xados no<br />

marco, que atuam linearmente, empurrando e<br />

recolhendo a folha móvel. O edifício precisa


mercado empresarial<br />

ser dotado de janelas maxim-ar e de infraestrutura<br />

de comunicação elétrica, específi ca para<br />

o sistema. A Somfy dá suporte total desde a<br />

elaboração do projeto.<br />

O arquiteto Cláudio Marraccini, gerente de<br />

especifi cação da Somfy, afi rma que os ganhos<br />

com a economia de energia elétrica podem variar<br />

muito de um prédio para outro, de acordo com<br />

determinados parâmetros de projeto, tais como<br />

localização, orientação das fachadas e tamanho<br />

das aberturas. “Mas basicamente o ganho será<br />

tanto maior quanto maior for a inércia térmica<br />

do edifício, ou seja, sua capacidade de acumular<br />

calor durante o dia, que é geralmente alta no<br />

Brasil, devido à grande quantidade de concreto<br />

utilizada nas construções”, ele explica.<br />

Segundo Marraccini, estudos realizados<br />

por consultores independentes em projetos na<br />

cidade de São Paulo mostraram resultados da<br />

ordem de 2% a 3% de economia no consumo<br />

de energia do edifício - considerando que o<br />

ar-condicionado representa 40% do consumo<br />

total do prédio. “Isso pode ser muito signifi -<br />

cativo durante a vida útil da edifi cação. Mas o<br />

Imagens Divulgação<br />

Controlador de motores, que é<br />

comandado pelas informações<br />

dos sensores<br />

inovação<br />

Caixa de conexão dos sensores de<br />

temperatura, vento e chuva, que<br />

acionam comandos de abertura ou<br />

fechamento das janelas maxim-ar<br />

ideal é incluir essa estratégia nas simulações de efi ciência<br />

energética realizadas na fase de projeto, para cada obra<br />

em particular, a fi m de obter o melhor resultado”, ele<br />

recomenda. “No Brasil, ainda não há nenhum edifício<br />

em funcionamento que tenha adotado o sistema, uma vez<br />

que a construção sustentável e as simulações prévias de<br />

desempenho energético ainda são relativamente novas no<br />

país”, explica. Mas a Somfy já conta com alguns projetos<br />

cujos arquitetos se interessaram em especifi car o sistema.<br />

Fonte: Finestra/Arcoweb ME<br />

51


52<br />

E<br />

inovação<br />

Quando uM<br />

ROBÔ ROBÔFotos: é sEu ViZinho dE MEsa<br />

ntre o desaquecimento econômico mundial e o persistente<br />

desemprego, os anos recentes não foram amenos para<br />

os trabalhadores. Agora, paira uma nova ameaça. Com<br />

apenas 1,5 metro de altura e 39 quilos, o PRH-4 poderá ser o<br />

alvo de lamúrias nos escritórios do futuro. O robô humanoide<br />

desenvolvido pela Kawada Industries, de Tóquio, e pelo Instituto<br />

Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada do<br />

Japão, está programado para entregar correspondência, servir<br />

café e reconhecer os rostos de seus colegas de trabalho. No<br />

fi nal de janeiro último, a Kawada começou a vendê-los para<br />

instituições de pesquisa e universidades<br />

Chegam ao escritório<br />

autômatos capazes de<br />

tarefas como abrir<br />

portas e entregar<br />

correspondência<br />

em todo o mundo, por cerca de US$ 350<br />

mil. Embora o preço possa parecer alto, é<br />

preciso levar em conta que o PRH-4 não<br />

fi ca navegando no Facebook, não passa<br />

horas atualizando a escalação ideal de seu<br />

time de futebol, nem exige uma parada<br />

para o almoço. Noriyuki Kanehira, gerente<br />

de sistemas robóticos na Kawada, acredita<br />

que o PRH-4 poderá facilmente assumir<br />

um “papel de secretário, num futuro próximo”. Mais<br />

cedo ou mais tarde, diz ele, “robôs humanoides poderão<br />

começar a atuar nos escritórios”.<br />

Trabalhadores robóticos não são inteiramente novos.<br />

A General Motors, empregou um deles numa linha de<br />

montagem em 1961, e segundo o World Robotics, um<br />

relatório anual produzido pela Federação Internacional<br />

de Robótica, com sede em Frankfurt, existem atualmente<br />

8,6 milhões de robôs em uso em todo o mundo.<br />

Muitos deles vêm fazendo trabalhos que os humanos<br />

não podem fazer, em lugares onde não podem ir, como<br />

obstruir vazamentos de petróleo no Golfo do México.<br />

Como resultado de avanços tecnológicos, porém, uma<br />

nova geração de máquinas poderá em breve arquivar<br />

documentos e empurrar carrinhos de correspondência.<br />

Numa edição da revista “Scientifi c American” de 2007,<br />

Bill Gates previu que o futuro colocaria “um robô em<br />

cada casa”. Em um futuro previsível, porém, poderá haver<br />

um robô em cada área de trabalho - ou, pelo menos,<br />

a cada três delas.<br />

Existem Existem 8,6 8,6 milhões milhões de de robôs robôs em em uso uso<br />

no mundo, muitos deles fazendo trabalhos<br />

perigosos demais para humanos<br />

Empresas industriais e de tecnologia em<br />

todo o mundo já estão trabalhando com afi nco<br />

para tentar tornar isso uma realidade. O QB, um<br />

“robô de presença remota”, criado pela Anybots,<br />

de Mountain View, Califórnia, é basicamente um<br />

sistema de videoconferência sobre rodas. O QB,<br />

que se assemelha um pouco ao (personagem de<br />

animação) Wall-E, é controlado remotamente por<br />

meio de um programa de navegação na web e um<br />

teclado, permitindo que os gerentes visitem em<br />

modo virtual quaisquer escritórios remotos de<br />

uma organização sem deixar o conforto de suas<br />

próprias salas. Ao preço de US$ 15 mil, o QB foi<br />

apresentado em maio passado, e de acordo com o<br />

fundador da Anybots, Trevor Blackwell, as vendas<br />

estão na casa de centenas. “Todo mundo já tem<br />

videoconferência”, diz Blackwell. “No entanto, os<br />

aviões continuam repletos de pessoas que viajam<br />

a negócios. Nós estamos tentando encontrar uma<br />

maneira de resolver esse problema.”<br />

Por aproximadamente o mesmo preço, a Smart<br />

Robots, de Dalton, Massachusetts, oferece um robô<br />

para escritórios mais ambicioso, chamado SR4.<br />

Os modelos variam do SR4 Professional, por US$<br />

7.495, ao SR4 Offi ce, que custa US$ 18.950 mil e se<br />

assemelha ao R2-D2 [o robozinho de “Star Wars”]<br />

com um tampo de vidro transparente. Joe Bosworth,<br />

executivo-chefe da Smart Robots, diz que o SR4 é<br />

tão inteligente como o amiguinho de C-3PO. “Eu<br />

o descreveria como sendo um ‘contínuo’”, diz ele.<br />

“Um robô ponto a ponto deve ser capaz de ir de<br />

uma mesa a outra num prédio de escritórios. Deve<br />

ser capaz de levar correspondência até a sala de<br />

expedição e, depois, atravessar a rua para apanhar<br />

um cappucino”. Bosworth, que está envolvido com<br />

a Smart Robots desde 2002, prevê críticas dos que<br />

Fotos: Divulgação


mercado empresarial<br />

afi rmarão que o SR4 é apenas uma maneira extravagante<br />

de substituir funcionários humanos. “Existem<br />

humanoides, desculpe, seres humanos, que fazem<br />

esse tipo de tarefa em grandes escritórios? Sem<br />

dúvida”, admite Bosworth. “Isso tem por objetivo<br />

eliminá-los inteiramente? Na realidade, não. Mas (os<br />

robôs) economizam, efetivamente, alguma mão de<br />

obra, em determinadas circunstâncias? Sim.”<br />

Personal robô<br />

Para empresas mais ricas, há o PR2, um “personal<br />

robô”, desenvolvido pela Willow Garage, um<br />

grupo de pesquisas em robótica de Menlo Park,<br />

Califórnia, fundada por Scott Hassan, um dos<br />

arquitetos originais do mecanismo de buscas do<br />

Google. O PR2 chegou ofi cialmente ao mercado em<br />

setembro, por US$ 400 mil, e a Samsung tornou-se<br />

um de seus primeiros clientes. Ao contrário de robôs<br />

Raciocínios usados na gestão de empresas<br />

já podem ser decompostos em<br />

fórmulas fáceis de reproduzir<br />

mais baratos para escritórios, o PR2 - com 1,5 metro<br />

de altura, dois braços e capaz de deslocar-se sobre<br />

rodas - pode solucionar problemas simples, abrir<br />

portas sem ser orientado para isso e conectar-se<br />

a uma tomada quando sua bateria estiver fraca. E<br />

como pode ser visto em vídeos de demonstração da<br />

Willow Garage, ele consegue apanhar uma cerveja<br />

na geladeira e joga sinuca muito bem. Em breve, as<br />

pessoas não vão precisar nem de amigos reais...<br />

No que diz respeito ao receio das pessoas quanto<br />

à chegada de robôs aos locais de trabalho, Tim<br />

Smith, porta-voz da Willow Garage, assume uma<br />

perspectiva histórica. “As pessoas parecem sempre<br />

ter medo de novas tecnologias”, diz. “Desconfi o que<br />

muitos lamentaram quando Benjamin Franklin criou<br />

os correios e, de uma hora para outra, o governo<br />

passou a saber onde cada pessoa morava”. Goste-se<br />

ou não, a Willow Garage está apostando que depois<br />

que os robôs entrarem no mercado de trabalho, as<br />

empresas não vão ignorar a tecnologia. “Quando<br />

você incorpora um robô capaz de manipulação<br />

móvel, como o PR2, as coisas fi cam emocionantes<br />

de verdade”, diz Joshua Smith, um professor associado<br />

de ciência e engenharia na Universidade de<br />

Washington, em Seattle. “Um robô torna possível<br />

que programas de computador movam objetos e<br />

modifi quem o estado físico de um prédio.” Smith,<br />

da Willow Garage, diz: “Se os EUA querem participar<br />

desse mercado, agora não é o momento para<br />

restringir os robôs, com base em receios tolos e<br />

injustifi cados”.<br />

inovação<br />

segunda espécie inteligente<br />

Hyoun Park, analista do Aberdeen Group, companhia<br />

de Boston especializada em pesquisa de mercado<br />

na área de tecnologia, concorda não haver nada a temer<br />

dos robôs, a não ser o próprio medo. “O estado atual da<br />

robótica é menos apropriado a substituir funcionários<br />

em meio a uma recessão”, afi r- ma, “e mais adequado ao<br />

clichê de ‘fazer mais com me- nos’”. Nem todo mundo<br />

acredita que mão de obra basea- da em porcas e parafusos<br />

seja algo inteiramente benigno. O empresário Marshall<br />

Brain, diz que os robôs vão se tornar amplamente<br />

disponíveis em 2030 e poderão acabar absorvendo quase<br />

metade de todos os empregos<br />

nos Estados Unidos. “Estamos<br />

bastante ocupados criando a segunda<br />

espécie inteligente”, diz<br />

ele. Brain, que vendeu seu site<br />

HowStuffWorks para o Discovery<br />

Channel por US$ 250<br />

milhões em 2007, sugere que<br />

os robôs são uma ameaça aos<br />

trabalhadores em todos os níveis de uma empresa. Até mesmo<br />

raciocínios de nível sofi sticado - a qualidade que, dizem muitos<br />

gerentes, os distinguem de seus subordinados e da inteligência<br />

artifi cial - podem ser decompostos em fórmulas fáceis de reproduzir.<br />

“Gestão de organizações é uma área na qual um robô<br />

imparcial, capaz de distribuir tarefas e avaliar desempenhos de<br />

funcionários de uma forma perfeitamente racional, pode realizar<br />

um trabalho melhor que o de um ser humano”, diz ele.<br />

O robô para escritórios está se aproximando, a uma velocidade<br />

surpreendente, de competências de gestão de nível superior.<br />

Na universidade Georgia Tech, o engenheiro pesquisador Alan<br />

Wagner vem colaborando com o professor Ronald Arkin na quebra<br />

do código de inteligência de robôs. De acordo com Wagner,<br />

sua pesquisa tem como objetivo “construir robôs em condições<br />

de não apenas interagir com seres humanos, mas também de<br />

representar, raciocinar e desenvolver relações com outros”. Eles<br />

desenvolveram um algoritmo que, segundo afi rmam, permite<br />

aos robôs, assim fazem altos executivos, “examinar uma situação<br />

e determinar se [ela] exige iludir, fornecer informações falsas,<br />

em benefício próprio”. Basicamente, eles ensinaram os robôs a<br />

mentir. Essa capacidade para fi ngir pode ser ainda mais alarmante<br />

para os trabalhadores humanos, que poderiam um dia perder<br />

seus empregos para um bando de sósias do Wall-E. No entanto,<br />

Bosworth, da Smart Robots, insiste que a ascensão de robôs cada<br />

vez mais sofi sticados oferece um pouco de esperança a pessoas<br />

em posições mais baixas, em todos os lugares. “A tecnologia cria<br />

postos de trabalho, ela não destrói empregos”, diz ele. Bosworth<br />

cita a invenção da televisão, que criou um novo setor de consertos<br />

de televisores. Ele prevê que há uma fortuna a ser ganha<br />

com a manutenção preventiva de robôs. Essa não é a melhor<br />

das notícias para os que têm ambições de carreira superiores às<br />

de ser mecânico de robôs. Mas, em um mercado onde os robôs<br />

podem tomar os bons empregos, qualquer trabalho é trabalho,<br />

certo? Fonte: Bloomberg Businessweek (Tradução de Sergio Blum) ME<br />

Para os entusiastas, a adoção<br />

dos robês pode criar novos<br />

empregos, como os de<br />

mecânicos especializados<br />

53


Divulgação<br />

54<br />

opinião<br />

CONSTRUÇÃO<br />

SUSTENTáVEL,<br />

coMProMisso QuE sE<br />

tornarÁ oBriGação<br />

Por Luiz Henrique Correa Ferreira*<br />

A<br />

plicar o conceito de sustentabilidade<br />

nas construções está passando de um<br />

compromisso das organizações para<br />

uma obrigação, pois as questões de preservação<br />

ambiental e sustentabilidade estão cada<br />

vez mais presentes no dia a dia, e a construção<br />

civil interfere diretamente nessa rotina, sendo<br />

responsável por grande parte do consumo de recursos<br />

naturais e geração de resíduos. Uma das<br />

formas de sistematizar a aplicação desse conceito<br />

é por meio das certifi cações, que garantem<br />

o cumprimento de normas e<br />

Para obter a certifi cação, procedimentos, contribuindo<br />

o empreendedor deve<br />

para tornar a sustentabilidade<br />

nas construções uma realidade<br />

estabelecer o controle total<br />

nas empresas. Além de garantir<br />

do projeto em todas as suas que o empreendimento é sus-<br />

fases: programa; concepção tentável, a certifi cação de Alta<br />

(projeto); realização Qualidade Ambiental (AQUA)<br />

(execução da obra) e viabiliza a redução dos impac-<br />

operação (fase de uso) tos da organização no meio<br />

ambiente por meio da escolha<br />

de materiais, da determinação<br />

de processos e na busca de soluções que tornam<br />

Casa Natura Santo André também recebeu a possível obter e medir os resultados.<br />

certifi cação AQUA (Alta Qualidade Ambientral) O Processo AQUA para certificação de<br />

empreendimentos sustentáveis já conta com


mercado empresarial<br />

31 processos iniciados e 14 empreendimentos<br />

certificados. Criado em 2008, esse processo foi<br />

desenvolvido e adaptado à realidade brasileira<br />

pela maior certificadora nacional, a Fundação<br />

Vanzolini, e é voltado à gestão total do projeto.<br />

O AQUA atende todo tipo de construção: comercial,<br />

residencial ou industrial, e é concedida<br />

com base em auditorias presenciais independentes.<br />

Um empreendimento com essa certificação<br />

conta com reconhecimento internacional através<br />

da SBAlliance, entidade internacional para<br />

avaliação da sustentabilidade nas construções,<br />

da qual o Brasil é membro fundador.<br />

Para obter a certificação, o empreendedor<br />

deve estabelecer o controle total do projeto em<br />

todas as suas fases: programa; concepção (projeto);<br />

realização (execução da obra) e operação<br />

(fase de uso). Isso é feito por meio do Sistema<br />

de Gestão do Empreendimento (SGE), que<br />

garante que sejam atendidos os 14 critérios<br />

de desempenho da Qualidade Ambiental do<br />

Edifício (QAE). A certificação é concedida<br />

ao final de cada fase, mediante verificação de<br />

atendimento ao Referencial Técnico, adaptado<br />

à realidade brasileira a partir da “Démarche<br />

HQE”, da França, que contém os requisitos<br />

para o SGE e os critérios de desempenho nas<br />

categorias da QAE. Os requisitos do SGE<br />

exigem o comprometimento com o perfil de<br />

QAE estabelecido, além de acompanhamento,<br />

análise e avaliação ao longo da construção do<br />

empreendimento. Os critérios de desempenho<br />

do QAE abrangem a eco-construção, a ecogestão<br />

e a criação de condições de conforto e<br />

saúde para o usuário.<br />

Entre os benefícios de um empreendimento<br />

certificado pelo Processo AQUA estão a qualidade<br />

de vida do usuário; economia de água e<br />

de energia; menores custos operacionais e de<br />

manutenção; maior valor patrimonial ao longo<br />

do tempo; e gerenciamento da disposição de<br />

resíduos. A certificação garante ainda redução<br />

das emissões de gases do efeito estufa; redução<br />

da poluição; melhores condições de salubridade<br />

nas edificações; melhor aproveitamento<br />

da infra-estrutura local; menor impacto na<br />

vizinhança; melhores condições de trabalho;<br />

redução da produção de resíduos, entre outros<br />

resultados que começam a ser vistos como<br />

práticas comuns para uma organização.<br />

Além disso, a certificação mantém auditorias<br />

exigentes e presenciais em todas as fases,<br />

que têm como objetivo validar as soluções do<br />

projeto, respeitando as características da região,<br />

do clima, da vegetação e principalmente a comunidade<br />

local onde ela foi adotada.<br />

opinião<br />

O Processo AQUA também se diferencia<br />

por considerar soluções passivas e ativas para<br />

a redução de impactos ambientais e custos<br />

operacionais da construção, durante a fase<br />

de projeto.<br />

Entre as soluções passivas, que podem<br />

ser empregadas sem custo adicional, estão<br />

a orientação das fachadas para obtenção de<br />

iluminação natural; cobertura destacada do<br />

forro, para melhora da ventilação natural;<br />

e sombreamento das faces ensolaradas<br />

com utilização de vegetação para reduzir<br />

o calor no interior do imóvel. Se forem<br />

adotadas já na fase do projeto arquitetônico,<br />

as soluções passivas podem levar a<br />

construção sustentável a um custo similar<br />

à convencional. Já as soluções ativas podem<br />

incluir adoção de vasos sanitários com descarga<br />

de duplo fluxo (3 ou 6 litros), torneiras<br />

e chuveiros economizadores, sistemas de<br />

aproveitamento de água da chuva e reuso de água, lâmpadas<br />

de alta eficiência energética, uso de energia solar para<br />

aquecimento da água, entre outros recursos. Estes itens<br />

podem requerer um investimento maior. Porém, quanto<br />

mais alto o desempenho ambiental, menores serão os<br />

custos operacionais da edificação.<br />

Levando em consideração cerca de 30 anos, o custo<br />

total de construção e operação de um edifício, cerca de<br />

20%, correspondem à construção e 80% à operação. Se<br />

uma edificação for sustentável e, consequentemente, existirem<br />

custos operacionais mais baixos, os investimentos<br />

adicionais realizados na fase de construção terão rápido<br />

retorno.<br />

Já existem diversos empreendimentos certificados<br />

AQUA no Brasil, entre eles as unidades da Leroy Merlin de<br />

Niterói (RJ) e Taguatinga (DF), duas escolas estaduais da<br />

Fundação para o Desenvolvimento<br />

*O engenheiro Luiz<br />

Henrique Correa<br />

Ferreira é diretor da<br />

Inovatech Engenharia,<br />

empresa especializada<br />

em soluções sustentáveis<br />

para a construção<br />

civil, que detém hoje<br />

55% dos empreendimentos<br />

certificados<br />

pelo processo AQUA.<br />

da Educação do Estado de São Paulo<br />

(FDE), um empreendimento certificado<br />

na fase de operação e uso,<br />

um empreendimento certificado<br />

na fase Programa de sua reforma,<br />

entre outros.<br />

Para que um empreendimento<br />

seja certificado AQUA, é muito importante<br />

que o empreendedor tenha<br />

a seu lado um parceiro experiente<br />

e tecnicamente competente, que o<br />

levará às soluções mais adequadas do ponto de vista de<br />

sustentabilidade, economizando tempo e dinheiro, além de<br />

conduzir o projeto para os melhores resultados. Além disso,<br />

quando apoiada por um parceiro especializado, a equipe<br />

técnica do projeto poderá antecipar problemas e soluções,<br />

além de ter a certeza que os resultados estipulados serão<br />

atendidos, fato que inclusive pode ser comprovado através<br />

de simulação computacional de resultados ME<br />

Para que um empreendimento<br />

seja certificado<br />

AQUA, é muito importante<br />

que o empreendedor tenha<br />

a seu lado um parceiro<br />

experiente e tecnicamente<br />

competente<br />

55


56<br />

F<br />

tendência<br />

lexível, podendo ser usado em qualquer ambiente, o<br />

tom de amarelo esverdeado é a tendência em matéria<br />

de cores para 2011. Esse é o resultado do Colour<br />

Futures 2011, estudo global de cores da AkzoNobel, que<br />

indica o “toque de limão” como a cor do ano. O livro,<br />

publicado no Brasil pela Coral, é o espelho de pesquisas<br />

mundiais sobre tendências, previsões e desenvolvimento<br />

de cores.<br />

De acordo com o estudo, o “Toque de Limão” tem as<br />

características de simplicidade, tranquilidade, criatividade. É<br />

uma cor que surpreende e refl ete esse renovado entusiasmo<br />

pela vida, que corresponde perfeitamente à palavra-chave<br />

“Apreciação” – tema central do estudo para 2011. O ano de<br />

2011 será de apreciação. É o momento de<br />

nos satisfazermos com o que temos, com<br />

a vida cotidiana e as pequenas alegrias.<br />

Paola Vieira, Gerente Global de<br />

Colour Marketing, explica o porquê da<br />

escolha: “o azul de 2010 era um tom claro<br />

que simbolizava a renovação da energia.<br />

Agora, para 2011, temos o “Toque de<br />

Limão”, cor que representa o resultado<br />

desse entusiasmo. É um tom imaginativo,<br />

lúdico, otimista. Remete-nos a uma ‘raspadinha de<br />

limão’”. E completa: “o azul é uma cor etérea aberta e<br />

cheia de esperança. Como continuidade, temos o ‘Toque de<br />

Limão’, que é brilhante e ao mesmo tempo aconchegante,<br />

surpreendente”.<br />

O tema “Apreciação” ressalta um momento mais<br />

sereno e feminino vivido atualmente pela sociedade:<br />

“Podemos encontrar significado em objetos simples e<br />

na própria atmosfera familiar. É a serenidade do chá<br />

em oposição à cultura frenética do café”, ressalta a<br />

especialista, complementando que “depois de renovar<br />

as esperanças, a busca agora é pelo caminho para uma<br />

vida mais descontraída, de estarmos contentes com o<br />

É uma cor que<br />

surpreende e refl ete<br />

um renovado<br />

entusiasmo pela<br />

vida<br />

que temos e acalentar o que nos pertence,<br />

com carinho e orgulho.”<br />

A cor pode ser usada tanto para combinações<br />

contrastantes quanto harmônicas. Essas<br />

associações podem ser feitas com tons neutros<br />

frios, violetas profundos, azuis bem defi nidos<br />

e tons pastéis (como tons encontrados em<br />

sorvetes de frutas).<br />

Ainda segundo o estudo, a “Apreciação” é<br />

o momento de as pessoas deixarem um pouco<br />

de lado tudo o que é superinovador, superfashion,<br />

e aproveitar os momentos simples e<br />

as coisas naturais. “A sociedade busca o que é<br />

essencial e relevante. Se atualmente é possível<br />

manipular e melhorar tudo digitalmente, vemos<br />

uma busca pelo verdadeiro, real e honesto. O<br />

Colour Futures é a tradução desse comportamento”,<br />

completa Benito Berretta, diretor de<br />

marketing da AkzoNobel para América Latina.<br />

Nesse contexto, o Colour Futures desenvolveu<br />

cinco temas para 2011: “A Beleza do cotidiano”,<br />

“Buscando o caminho”, “Alegria instantânea”,<br />

“Feito com amor”, “Magia molecular”.<br />

a Beleza do cotidiano<br />

Está relacionado com a ideia de apreciação e<br />

satisfação com o que já temos, englobando a aceitação<br />

da vida real e procurando canalizar a energia no<br />

que é essencial e relevante. A base da casa se torna<br />

simples e informal, focada no aqui e agora.<br />

“A Beleza do cotidiano” representa um<br />

retorno a um sentido universal de verdade,<br />

honestidade e harmonia. O lar é o lugar onde<br />

fi camos à vontade e podemos ser nós mesmos.<br />

Por isso conforto e “domesticidade” são as<br />

palavras-chave.


mercado empresarial<br />

A paleta é reminiscente de todas as coisas<br />

simples e cotidianas que conhecemos, como<br />

o céu, um vaso com fl ores, frutas e legumes<br />

maduros, temperos e especiarias.<br />

Buscando o caminho<br />

Estamos à procura de uma maneira mais<br />

clara, simples e ordenada de se viver. Como<br />

indivíduos, devemos compreender qual é nossa<br />

identidade cultural e global. Tentar arrumar a<br />

desordem de nossas mentes, lares e atitudes<br />

nos ajuda a entender o sentido de nossa comunidade<br />

local e do mundo como um todo.<br />

Ao mapearmos internamente nosso dia a dia,<br />

tornamos possível a simplifi cação e estruturação<br />

das coisas.<br />

A paleta é inspirada por sinais, mapas e<br />

arquitetura urbana. Neutros mais puros são<br />

realçados por tons pastéis de mapas antigos e<br />

cores brilhantes, provenientes das sinalizações<br />

de rua. O mapeamento feito com o uso de cores<br />

é um jeito efi caz de decodifi car nosso meio<br />

ambiente. Tons mais primários são muito úteis<br />

na defi nição de espaços, contrastando com os<br />

neutros em combinações que podem variar de<br />

calmante a vibrante.<br />

alegria instantânea<br />

Este tema mostra um enfoque mais jovem<br />

e descontraído ao sentido que a palavra prazer<br />

pode representar em nossas vidas. Trata-se de<br />

um estado de leveza que é de fácil acesso e nos<br />

cativa por sua temporalidade e animação.<br />

“Alegria instantânea” é surpreendente a<br />

medida em que destaca o mesmo espírito de<br />

restaurantes, lojas e galerias “pop-up” – ou<br />

seja, que não tem a intenção de<br />

permanecer para sempre.<br />

Aqui se brinca com o ato de criar por<br />

simples divertimento, e vemos que é possível<br />

encontrar magia a partir de coisas rotineiras.<br />

A paleta refl ete o frescor de sorvetes, sucos<br />

e vitaminas – são tons pastéis com um fundo<br />

marrom como o papel craft.<br />

tendência<br />

Feito com amor<br />

Realçamos nesse tema o respeito pelo<br />

simples trabalho artesanal, espírito de honestidade,<br />

retidão e autenticidade que são característicos<br />

de uma nova ética do design. Cada<br />

vez mais, buscamos conhecer o ciclo de vida<br />

dos materiais e produtos que compramos,<br />

bem como sua procedência. Permitir que a<br />

qualidade e o valor dos materiais transpareçam<br />

promove um sentido mais democrático ao design.<br />

A paleta para o “Feito com amor” é formada por tons<br />

de madeira, argila, barro e brim. Cores eternas que são<br />

reavivadas por um tom de amarelo que é inspirador e otimista.<br />

Os tons são harmônicos e podem ser misturados e<br />

combinados tranquilamente.<br />

Magia molecular<br />

Este tema nos leva a olhar sob o microscópio, e perceber<br />

que podemos nos surpreender muito com o resultado.<br />

Trata-se de um lugar estimulante e colorido que exerce<br />

fascínio também sobre designers e artistas.<br />

Aqui os materiais são inteligentes e animados, adaptando<br />

e modifi cando-se. O foco não é somente na forma, no<br />

invólucro, mas sim sobre o produto que está por baixo da<br />

embalagem e pode nos trazer de benefício. A inspiração é<br />

proveniente de bactérias e organismos do fundo do mar.<br />

A paleta microscópica e computadorizada é forte e viva<br />

– tons que pulsam com muita vitalidade. Verdes, turquesas<br />

e púrpuras são colocados lado a lado a cores sutis e subliminares.<br />

Tons muito profundos são reavivados por cores<br />

extremamente saturadas ME<br />

AkzoNobel – considerada<br />

a maior companhia global<br />

de tintas e revestimentos<br />

e uma das principais<br />

fabricantes de especialidades<br />

químicas, a empresa<br />

inclui em seu portfólio<br />

marcas como Coral, Eka,<br />

Wanda, Dulux, Sikkens e<br />

International. Com sede<br />

em Amsterdã, na Holanda,<br />

opera em mais de 80<br />

países e emprega 55 mil<br />

pessoas.<br />

57<br />

Fotos: Divulgação


58<br />

tendência<br />

ESTILO MINIMALISTA, a noVa tEndência<br />

na dEcoração dE Escritórios<br />

O<br />

s escritórios surgiram com a revolução industrial<br />

em meados do século XVIII. Porém, foi com a<br />

criação e o aperfeiçoamento dos departamentos de<br />

recursos humanos que as empresas começaram a se questionar<br />

a respeito do como o ambiente físico de trabalho<br />

influi no clima e no desempenho dos trabalhadores. Com<br />

o passar do tempo, as tendências no desenvolvimento do<br />

mobiliário criaram conceitos que priorizam ambientes<br />

de trabalho que não provoquem estresse, mas que tenham<br />

poder de energia e vibração e, ao mesmo tempo,<br />

de tranquilidade. Esses ambientes devem ser combinar<br />

um visual moderno, leve, clean, voltado para o futuro, e,<br />

principalmente, um lugar onde todos<br />

O design é importante<br />

para criar um<br />

ambiente que seja<br />

acolhedor, sem<br />

tensões<br />

os seus ocupantes tenham prazer em<br />

estar e trabalhar.<br />

O design é importante para criar<br />

um ambiente que seja acolhedor,<br />

sem tensões, propício para o bom<br />

desenvolvimento e execução de<br />

projetos. Por isso, muitas empresas<br />

vêm, atualmente, optando por um estilo<br />

minimalista nos escritórios, onde<br />

menos é mais e onde se pretende combinar funcionalidade<br />

com conforto.<br />

Uma das primeiras medidas é que o ambiente siga<br />

uma determinada cartela de cores que se conjugue com os<br />

acessórios e os móveis. A iluminação, por sua vez, tem um<br />

papel fundamental, não só propiciando a melhor visibilida-<br />

de aos funcionários mas, também, otimizando<br />

os objetivos da ambientação. Os elementos<br />

decorativos, assim como as plantas, também<br />

são muito importantes, já que dão o contraste<br />

com o design minimalista.<br />

Os módulos devem manter um espaço<br />

respeitável para que os trabalhadores possam<br />

realizar suas tarefas comodamente, sem sentirse<br />

aprisionados. De preferência, devem ser de<br />

cor clara, que dá uma sensação de maior espaço,<br />

uma das grandes virtudes do estilo minimalista.<br />

Lâminas de vidro ajudam a ampliar os ambientes.<br />

Por fim, uma grande quantidade de luz<br />

natural é indispensável.<br />

animal Print<br />

O denominado animal print (ou seja, as<br />

estampas que imitam pele de animais) é outra<br />

das tendências atuais e que cria um contraponto<br />

com o estilo minimalista, enriquecendo visualmente<br />

os espaços. Os estampados de tigre<br />

e zebra já estão chegando não só nas roupas<br />

mas também nos ambientes das pessoas e dos<br />

empresários mais atrevidos.<br />

Por outro lado, nos escritórios de gente<br />

mais jovem e dinâmica as cores mais fortes e<br />

a pop art continuam sendo elementos inspiradores<br />

ME<br />

Foto: Divulgação


mercado empresarial<br />

a casa da noVa<br />

CLASSE MÉDIA BRASILEIRA<br />

Nos bairros de classe média das grandes<br />

cidades brasileiras é comum nos depararmos<br />

com imensos edifícios dividindo<br />

espaço com casas simples, até mesmo sem<br />

reboco. Mas a discrepância, em muitos casos,<br />

fi ca principalmente da porta para fora. “A nova<br />

classe média está muito mais preocupada com<br />

conforto do que com status”, afi rma Luciana<br />

Aguiar, antropóloga e sócia da empresa de<br />

consultoria e pesquisa Plano CDE.<br />

“As prioridades são outras. São pessoas que<br />

geralmente gastam o que restou do salário com<br />

eletrodomésticos de última geração. A casa é<br />

colorida e arrumada por dentro, mas quem<br />

passa na frente nem imagina”, afi rma.<br />

Mercado imobiliário<br />

Hoje com mais posses, a classe C exige<br />

segurança e se protege em condomínios fechados,<br />

sendo que 25% dessa camada vive de<br />

aluguel. O tipo de apartamento mais procurado<br />

contempla dois dormitórios, que comportam<br />

famílias multinucleares e todo tipo de bens de<br />

consumo.<br />

Recuperadas da crise econômica mundial<br />

ocorrida entre o fi m de 2008 e início de 2009,<br />

as construtoras e incorporadoras atentaram<br />

para essa preferência e, em 2010, focaram seus<br />

lançamentos em imóveis dentro desse perfi l.<br />

tendência<br />

Só na cidade de São Paulo, maior mercado do País, as<br />

unidades de dois quartos representaram, aproximadamente,<br />

40% do total das vendas entre janeiro e novembro de 2010,<br />

segundo dados do Sindicato da Habitação do Estado de<br />

SP (Secovi). O destaque fi cou para os imóveis de 46 m²<br />

a 65 m², com 39% de participação do total de unidades<br />

vendidas. Em seguida, vieram as unidades de 66 m² a 85<br />

m², com 22%, e as de 86 m² a 130 m², com 17%.<br />

O aumento do emprego formal, a queda das taxas de<br />

juros e o Minha Casa, Minha Vida – progra-<br />

ma do Governo Federal que enquadra imóveis<br />

de até R$ 130 mil e benefi cia famílias<br />

com renda de três a dez salários mínimos<br />

– estão entre os fatores que facilitaram a<br />

compra de imóveis nos últimos anos.<br />

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro<br />

de Geografi a e Estatística), a classe<br />

C é formada por famílias que recebem<br />

mensalmente de cinco a dez salários mínimos, o que hoje<br />

corresponde a 33% do total de brasileiros, ou seja, 57 milhões<br />

de pessoas. Em 2002, esse grupo era composto por 13<br />

milhões de habitantes (26% da população). Fonte: IG ME<br />

ParEdEs VErdEs dão toM sustEntÁVEL<br />

ao aMBiEntE<br />

Tendência que vem crescendo nos centros urbanos, a Parede Verde, a exemplo<br />

do telhado verde, foi criada para amenizar a falta de áreas verdes nesses<br />

espaços. Também chamada de jardim vertical, quadro verde, painel verde,<br />

fachada verde e ecoparede, trata-se de um sistema que pode revestir qualquer tipo<br />

de parede, interna ou externamente. A estrutura metálica que sustenta a parede<br />

verde é instalada com dispositivos pré-vegetados, que podem ser retirados por<br />

partes, sem a necessidade de ser removido todo o painel. O sistema contempla<br />

irrigação automatizada por gotejo.<br />

No caso de paredes internas, a parede verde pode purifi car e limpar o ar,<br />

pois retém voláteis, material particulado, fumaça de cigarro, além de manter o<br />

conforto térmico ME<br />

Classe C prefere<br />

imóveis de dois<br />

quartos e prioriza<br />

conforto a status<br />

A fachada externa verde é<br />

uma ótima forma de revitalizar<br />

edifícios e combater as<br />

ilhas de calor urbano.<br />

59


60<br />

planejamento<br />

o ParadiGMa do<br />

PLANEJAMENTO<br />

ESTRATÉGICO<br />

*Paulo Ancona Lopez<br />

P<br />

lanejar não é adivinhar e sim construir uma ponte<br />

segura ente o presente e o futuro. Muitas são as razões<br />

alegadas para não se planejar. Esta visão parte de<br />

premissas erradas, que consideram o planejamento como<br />

uma sofisticação desnecessária que pouco podem ter.<br />

O erro fundamental é ver o planejamento como algo<br />

que deva ser feito como “a mais”, sem saber que o ato de<br />

planejar deve fazer parte da rotina da empresa.<br />

É simples: como uma empresa pode saber se está na<br />

direção certa se ela não sabe onde quer chegar ? Como<br />

alguém pensaria em escalar uma montanha, sem planejar<br />

as paradas, a alimentação e a roupa que deve ser levada<br />

para a caminhada?<br />

A vida de uma empresa é uma caminhada contínua e<br />

é preciso saber quais são as possíveis dificuldades a serem<br />

encontradas pelo caminho, para poder se planejar como<br />

passar por elas. “Na hora eu vejo e dou um jeito”, não<br />

cabe mais.<br />

Um princípio do planejamento estratégico diz que se “<br />

alguém na sua empresa demora mais de um minuto para<br />

definir claramente o negócio da empresa,<br />

é porque ele deve ser redefinido” .<br />

Se partirmos do conhecimento do<br />

negócio, podemos ir definindo todas as<br />

etapas posteriores: missão da empresa (de<br />

que forma ela quer atender seu mercado),<br />

estratégias e táticas (para encaminhar as<br />

definições acima), processos operacionais<br />

(para sairmos do discurso e implantarmos<br />

na prática as ações que atenderão às definições<br />

acima ) e finalmente estrutura funcional através<br />

de pessoas com o perfil e competências adequadas para<br />

gerenciarem cada um dos processos.<br />

Este simples exercício de definição ou revisão é capaz<br />

de orientar qualquer empresa a ser uma empresa focada e<br />

orientada para seus objetivos.<br />

Isso é suficiente? Sim para o inicio ou redirecionamento<br />

das atividades, mas não para manter a empresa aprumada<br />

dentro de um mercado competitivo.<br />

A caminhada exige vigilância constante e existem dois<br />

grandes cenários a serem observados.<br />

Planejar estrategicamente<br />

é a ação<br />

mais importante<br />

que um executivo<br />

deve fazer<br />

O cenário externo composto pelos concorrentes,<br />

clientes, variações econômicas e<br />

políticas, legislação, tendências de consumo e<br />

tantos outros fatores.<br />

O cenário interno composto por desempenho<br />

e eficácia, indicadores gerenciais, motivação<br />

e comprometimento do pessoal, recursos<br />

disponíveis e qualquer outro fator que possa<br />

influir nos resultados.<br />

Na verdade, planejar estrategicamente é a<br />

ação mais importante que um executivo deve<br />

fazer. O planejamento e suas revisões é o próprio<br />

ato de gerenciar, no dia a dia e por isso<br />

que não se trata de algo a mais para ser feito,<br />

além da rotina.<br />

Trata-se fundamentalmente de entender<br />

uma cultura empresarial onde o planejamento<br />

de cada ação futura deve estar alinhado e interligado<br />

com todas as decisões fundamentais,<br />

ou seja, alinhado com o negócio e suas possíveis<br />

variações, com as estratégias que devem<br />

acompanhar as mudanças de cenários, com as<br />

possibilidades de melhorias em cada processo<br />

operacional e finalmente com as pessoas.<br />

Não existe hipótese de se trabalhar com<br />

um destes fatores e não atentar para demais.<br />

Todos só podem existir se bem alinhados<br />

e integrados e esta integração só pode ser<br />

garantida através da cultura do planejamento<br />

estratégico ME<br />

*Paulo Ancona Lopez é diretor da Vecchi & Ancona,<br />

consultoria especializada em estratégia e gestão.<br />

www.vecchiancona.com.br


mercado empresarial<br />

61


destaque


destaque


64<br />

P<br />

dicas<br />

coMo EstÁ a sua<br />

CAIXA D’áGUA?<br />

ouco vale investir em um bom material e produto na<br />

hora da construção ou reforma da casa, se ele não<br />

for bem instalado e mantido. E com as caixas d’água<br />

não é diferente. Por estarem, muitas vezes, expostas às<br />

condições climáticas, cuidados devem ser tomados desde<br />

a compra até a instalação e manutenção.<br />

A má utilização pode levar a sérios contratempos. Se<br />

mal fechada, por exemplo, pode desencadear a proliferação<br />

de mosquito da dengue, entrada ou acúmulo de impurezas<br />

na caixa, deixando a água imprópria para consumo humano.<br />

Manter a caixa d’água devidamente<br />

Manter a integridade da<br />

caixa e boas condições da<br />

água auxilia no combate<br />

às doenças que podem<br />

ser transmitidas pela má<br />

conservação do produto.<br />

Atenção especial deve<br />

ser conferida às tampas<br />

fechada e limpa não só reduz a<br />

chance da proliferação de insetos,<br />

como proporciona saúde e qualidade<br />

de vida aos consumidores.<br />

Por isso, preparamos algumas<br />

dicas para auxiliar o consumidor.<br />

Confi ra:<br />

Escolha do material<br />

Engana-se quem pensa que<br />

toda caixa d’água é igual. A primeira<br />

diferença e que muitas vezes<br />

passa despercebido é o material.<br />

Antigamente as caixas eram produzidas em amianto, o<br />

mesmo utilizado na fabricação de telhas.<br />

Com a evolução dos processos, passou-se a fabricar caixas<br />

em fi bra de vidro, material mais resistente aos efeitos do<br />

tempo e que possibilita melhor armazenamento de água.<br />

Atualmente, segundo a engenheira química Cláudio<br />

Muñoz, coordenadora de engenharia de aplicação da FortLev,<br />

maior produtora de soluções para armazenamento de<br />

água do Brasil, as caixas feitas em polietileno tem ganhado<br />

espaço na preferência dos consumidores por ser um dos<br />

sintéticos mais duráveis e leves disponíveis. “O polietileno<br />

já é a matéria-prima mais utilizada.<br />

A caixa é ainda mais fl exível, resistente, de fácil manutenção<br />

e com excelente custo benefício. Nos modelos<br />

tradicionais, as tampas vêm com trava, diminuindo a chance<br />

de a tampa se deslocar, e nos modelos de tanque as tampas<br />

são rosqueáveis, o que garante vedação total.<br />

Aliás, esse o modelo mais utilizado em todo<br />

mundo”, explica.<br />

No Brasil já existe também uma tecnologia<br />

que permite armazenar milhares de litros, de<br />

forma totalmente vedada.<br />

Esse tipo de reservatório é fabricado em<br />

resinas de poliéster reforçado com fi bra de<br />

vidro, tecnologia conhecida como SMC e produzida<br />

de forma pioneira pela Fortlev. É mais<br />

utilizado por empresas e empreendimentos de<br />

grande porte.<br />

Escolha do tamanho<br />

Mas e qual a litragem ideal? Como calcular?<br />

A escolha da caixa d’água deve sempre se<br />

basear no número de pessoas da residência ou<br />

empresa.<br />

Como a média do consumo de água no Brasil<br />

por pessoa é de 150 litros/dia, a referência<br />

de cálculo segue o raciocínio abaixo:<br />

Nesse caso, deve-se optar por uma caixa<br />

de 2.000 litros.


mercado empresarial<br />

capacidade de armazenamento e<br />

tamanho:<br />

como instalar e limpar a caixa d’água?<br />

As caixas d’água são acompanhadas de manuais de<br />

instalação que devem ser seguidos à risca.<br />

Há erros comuns, como instalar em locais desnivelados<br />

ou sem ventilação, enterrá-las, usar base gradeada, entre<br />

outros, que comprometem a vida útil do produto.<br />

Para ajudar nessa tarefa, siga o passo a passo abaixo e<br />

lembre-se: nunca utilize objetos abrasivos, como esponja de<br />

aço, vassouras, escovas na limpeza, pois isso torna as paredes<br />

internas ásperas, facilitando a fixação de impurezas.<br />

1 - Escolha um fim de semana para que possa fazer o trabalho<br />

com o maior cuidado possível.<br />

2 - Posicione bem a escada.<br />

3 - Amarre a boia.<br />

4 - Esvazie a caixa cuidadosamente, guardando a água para<br />

usar durante a limpeza (tampe a saída quando a água chegar<br />

a um palmo).<br />

5 - Esfregue as paredes e o fundo da caixa com escova de<br />

fibra vegetal ou de fio plástico macio. Não use escova de<br />

aço, nem vassoura. Não use sabão, nem detergente.<br />

6 - Retire a água suja com balde e a sujeira com pá de<br />

plástico.<br />

7 - Use um pano seco para secar o fundo, evitando passá-lo<br />

nas paredes.<br />

8 - Ainda com a saída fechada, desamarre a bóia e deixe<br />

entrar outro palmo de água.<br />

9 - Coloque 2 litros de água sanitária e deixe durante 2<br />

horas.<br />

10 - Amarre a boia novamente.<br />

11 - Com uma borracha, balde ou caneca plástica, molhe as<br />

paredes internas da caixa com essa mistura de água sanitária<br />

e depois jogue o restante fora.<br />

12 - A cada 30 minutos verifique se as paredes internas da<br />

caixa estão secas. Se estiverem, molhe-as novamente.<br />

13 - Após 2 horas, ainda com a boia amarrada, esvazie a<br />

caixa abrindo a saída.<br />

14 - Abra todas as torneiras e acione as descargas. Com isso<br />

você estará desinfetando os canos de sua casa.<br />

15 - Desamarre a boia. Tampe adequadamente a caixa para<br />

que não entrem pequenos animais, aves ou sujeira. Isso evita<br />

a contaminação e transmissão de doenças ME<br />

Você tEM<br />

FINANCIAMENTO<br />

IMOBILIáRIO?<br />

I<br />

NCC, CUB, IGP-M. Essas<br />

siglas são familiares<br />

para você? Se você está<br />

financiando um imóvel e a<br />

sua resposta for negativa,<br />

é melhor começar a prestar<br />

dicas 65<br />

Entenda como as<br />

parcelas do<br />

financiamento são<br />

corrigidas<br />

mais atenção nelas. Isso porque, segundo informa a<br />

Tibério Construções e Incorporações, estes são alguns<br />

dos índices utilizados para corrigir as parcelas do<br />

financiamento imobiliário; lembrando que correção<br />

monetária é diferente de juros.<br />

Os juros que compõem as parcelas são referentes<br />

ao valor que se paga pelo empréstimo do montante<br />

que o comprador não quita à vista e opta por financiar,<br />

enquanto a correção monetária atualiza o valor<br />

do bem para recuperar os efeitos da inflação.<br />

Entendendo cada índice<br />

O INCC (Índice Nacional da Construção Civil),<br />

calculado todos os meses pela FGV (Fundação Getulio<br />

Vargas), corrige as parcelas de imóveis na planta ou<br />

em construção, até que estejam prontos. Este índice<br />

atualiza o valor pago pelo cliente conforme a variação<br />

dos preços dos Materiais de construção e os salários<br />

pagos para os trabalhadores da construção civil.<br />

O CUB (Custo Unitário Básico), assim como o<br />

INCC, é outro índice que pode ser utilizado para atualizar<br />

as parcelas de imóveis não prontos. Calculado<br />

pelo Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção)<br />

de cada estado, o índice considera o preço dos<br />

materiais, equipamentos, despesas administrativas,<br />

entre outros itens.<br />

Já o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado),<br />

calculado também pela FGV, é usado somente nos<br />

financiamentos direto com a construtora para corrigir<br />

os valores das prestações de imóveis prontos.<br />

O índice considera o IPA (Índice de Preços por<br />

Atacado), o IPC (Índice de Preços ao Consumidor)<br />

e o INCC.<br />

Por fim, há a TR (Taxa Referencial), definida todo<br />

mês pelo Banco Central, segundo a remuneração<br />

média das aplicações bancárias, e utilizada pelos<br />

bancos para corrigir as parcelas do financiamento.<br />

Fonte: Acomac ME


66<br />

dicas<br />

FINANCIAMENTO<br />

Muitos têm essa dúvida: em quanto tempo fi nanciar<br />

um imóvel, em 15, 20 ou 30 anos? Se você,<br />

leitor, faz parte dos que estão se decidindo por<br />

fi nanciamento no prazo de 25 a 30 anos, por exemplo, você<br />

fará parte dos 55,1% que escolheram esse limite ao contraírem<br />

empréstimo na Caixa – instituição que detém 70%<br />

dos fi nanciamentos imobiliários no País –, pelo Sistema<br />

Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).<br />

Esse número representa a consolidação do fenômeno<br />

que surgiu em 2007, quando o tempo de fi nanciamento<br />

imobiliário se estendeu até 30 anos. Segundo o gerente<br />

regional de Habitação e Construção Civil da Caixa, Nedio<br />

Henrique Filho, desde então um número cada vez maior de<br />

pessoas vem optando por ampliar o prazo de pagamento.<br />

Dados do banco – que fi nanciou mais de R$ 70 bilhões em<br />

imóveis em 2010 – mostram que, em 2005, o prazo médio<br />

dos optantes pelo SBPE (famílias de renda média alta e alta<br />

ren da) era de 180 meses, ou 15 anos. Já em 2010, o prazo<br />

médio subiu para 25 anos.<br />

O mesmo fenômeno ocorreu para quem usou o Fundo<br />

de Garantia do Tempo de Serviço, o FGTS (famílias de<br />

baixa e média renda), com fi nanciamento pelo Sistema<br />

Financeiro de Habitação (SFH). Em 2005, o prazo médio<br />

para compra a prazo era de 10 anos. Em 2010, pulou para<br />

20 anos. Pelo FGTS, 73,8% dos que obtiveram crédito<br />

optaram por quitá-lo no período de 20 a 25 anos.<br />

“Há forte tendência de ampliação do prazo médio de<br />

amortização dos imóveis”, diz Henrique Filho. “O cenário<br />

começou a mudar em 2007/2008 com o aumento da oferta<br />

de crediário, da produção de imóveis e a extensão do prazo<br />

de fi nanciamento para até 30 anos. Outro fato importante é<br />

a crescente participação de mutuários abaixo dos 35 anos no<br />

número de contratos de compra.” Se em 2000 esse grupo<br />

adquiriu pela Caixa apenas 0,1% dos imóveis com valores<br />

entre R$ 200 mil e R$ 500 mil, o número pulou para 3,5%<br />

entre janeiro e maio de 2010.<br />

Já na faixa dos imóveis com valores de R$ 80mil a R$<br />

130mil, o porcentual dos fi nanciamentos subiu 15 vezes:<br />

em 2000, esses clientes somavam 1,2% e, no ano passado,<br />

atingiram 16%. No total dos imóveis fi nanciados, a participação<br />

dos mutuários de até 35 anos passou de 51% em2000<br />

para 56,9% em 2010.<br />

dE 25 a 30 anos é<br />

O MAIS PROCURADO<br />

O grupo dos acima de 35 anos, por sua vez,<br />

sofreu queda de participação, embora não tenha<br />

ocorrido de maneira ininterrupta.<br />

Desde 2001, sua participação (49%) passou<br />

a registrar queda até 2006 (45%). No ano seguinte,<br />

recuperou-se e foi para 46,2%. Em 2008,<br />

porém, voltou a cair e, no ano passado, foi para<br />

43,1%. “Numa economia estável e boa oferta<br />

de crediário, pessoas mais jovens criam coragem<br />

e fazem fi nanciamento”, diz. A escolha por<br />

prazos maiores para a amortização da dívida,<br />

conclui o executivo da Caixa, tem relação direta<br />

com o valor das prestações.<br />

Quanto mais anos para pagar, mais diluído<br />

fi ca o pagamento e, por consequência, as prestações<br />

são mais baixas. “Em uma comparação<br />

livre, o mesmo se dá quando as pessoas escolhem<br />

comprar uma geladeira, TV ou automóvel<br />

em muitas prestações”, diz o gerente regional<br />

da Caixa. “No caso da nossa instituição, a taxa<br />

de juros é a mesma tanto para quem faz um<br />

fi nanciamento em cinco anos quanto para quem<br />

faz em 30 anos. Em compensação, os juros vão<br />

rolando em cima do valor da dívida, e a pessoa<br />

acaba pagando mais quanto maior o número de<br />

anos de fi nanciamento”, diz o executivo.<br />

Quitar o mais rápido possível<br />

Em novembro, o casal Janice Soares Fernandes<br />

Filho, de 32 anos, e Roberto Paiva Leite,<br />

de 33, adquiriu um apartamento na Bela Vista,<br />

zona central de São Paulo, depois de economizar<br />

por quatro anos, quando se casaram. A<br />

entrada foi de cerca de 30% do valor do imóvel.<br />

Os jovens proprietários, no entanto, poderiam<br />

ter dado uma entrada maior, mas optaram por<br />

um fi nanciamento de 360 meses, ou 30 anos.<br />

“Escolhemos o prazo mais longo para fi car com<br />

uma prestação mais baixa”, diz Janice, consultora<br />

de vendas de materiais cirúrgicos.<br />

“Preferimos não usar todo o dinheiro que<br />

tínhamos guardado para a entrada. Separamos


mercado empresarial<br />

uma parte e fizemos uma reforma geral no<br />

apartamento de 60 metros quadrados que<br />

compramos.” As obras se iniciaram no mesmo<br />

mês em que fecharam o contrato da compra,<br />

renovaram os sistemas elétrico e hidráulico,<br />

quebraram paredes e diminuíram o tamanho<br />

de um dos dois quartos para ampliar o living.<br />

Optar por uma entrada e prestações menores<br />

também possibilitou a Janice e Roberto continuar<br />

pagando o aluguel no apartamento em<br />

que vivem há oito anos, enquanto a reforma<br />

não fica pronta.<br />

“As obras vão terminar em breve, e quando<br />

nos mudarmos, o dinheiro que estamos pagando<br />

de aluguel vai servir para fazer uma outra<br />

reserva”, conta Janice. “Vamos economizar e<br />

daqui a um ano amortizaremos outra parte da<br />

dívida.”<br />

Pesquisa<br />

Segundo o economista e planejador financeiro<br />

Francis Hesse, na hora de escolher um<br />

prazo de financiamento, é importante que a<br />

prestação imobiliária sempre se encaixe no orçamento.<br />

“O ideal é quitar a dívida o mais rápido<br />

possível, mas se o prazo de financiamento é<br />

dicas<br />

curto e a prestação alta, vale a pena repensar o cálculo do<br />

financiamento.”<br />

“Normalmente, consegue-se juros um pouco mais<br />

baixos com um prazo menor de financiamento, por isso<br />

recomendo realizar pesquisa extensa junto aos bancos para<br />

obter uma taxa de juros mais favorável.”<br />

Há outra razão para tanto. Nem todas as instituições,<br />

como Caixa e Bradesco, condicionam suas taxas de juros<br />

ao número de anos do financiamento. Em outras palavras,<br />

os juros de alguns bancos são os mesmos tanto para quem<br />

faz um financiamento de cinco quanto de 30 anos.<br />

“As taxas mudam de um banco para outro, dependendo<br />

de quanto a instituição arrecadou em recursos na poupança.<br />

Se receberam um volume grande de depósitos precisam<br />

fazer mais financiamentos, e vice-versa. Faz parte das regras<br />

da poupança”, informa Hesse.<br />

O economista aponta uma característica atual do mercado<br />

imobiliário. “O cliente chega ao estande de vendas e<br />

recebe o pacote completo da incorporadora: que banco é<br />

associado da empresa para fazer o financiamento, de quanto<br />

será a prestação, qual deverá ser a renda do interessado para<br />

a compra do imóvel etc.”, diz.<br />

“Os cálculos já estão todos prontos e as pessoas não<br />

procuram outros bancos para comparar taxas distintas.<br />

Com isso, poderiam conseguir taxa mais favorável.<br />

Fonte: O Estado de S. Paulo ME<br />

67


68<br />

C<br />

cases&cases<br />

RMA ENGENHARIA VENCE<br />

PrêMio PBQP-h 2010<br />

Da esq. p/ a dir., Cesar Curi e<br />

Fernando Resende, da RMA;<br />

Márcio Fontes, MInistro das Cidades;<br />

Renato Auriemo e<br />

Guilherme M. Auriemo,<br />

Diretores da RMA<br />

om a conquista do prêmio PBQP-H<br />

2010 (Programa Brasileiro da Qualidade<br />

e Produtividade do Habitat), a<br />

RMA Engenharia Integrada acaba de ser<br />

reconhecida como a empresa detentora do<br />

melhor sistema de gestão de qualidade do<br />

setor da construção na categoria de Edificações<br />

- destinada a construtoras que têm<br />

por finalidade a construção de edifícios<br />

residenciais, comerciais e industriais.<br />

Segundo César Curi, Gestor de Qualidade<br />

da RMA Engenharia Integrada, ganhar este prêmio<br />

mostra que a empresa está no caminho certo e ressalta a<br />

excelência e qualidade de tudo o que a construtora faz e<br />

oferece ao mercado. “Fazer com qualidade é garantir que<br />

fazemos da melhor forma para poder entregar aos nossos<br />

clientes um produto confiável, atendendo todas as suas<br />

expectativas”, comenta Curi. “Receber este prêmio reafirma<br />

o compromisso da companhia com a melhoria continua,<br />

com seus clientes, com os colaboradores, acionistas, investidores,<br />

fornecedores, e com a sociedade como um todo”,<br />

complementa.<br />

O sistema de gestão da qualidade da RMA está estruturado<br />

de forma integrada com a segurança do<br />

trabalho e o meio ambiente, além de possuir<br />

indicadores de desempenho estratégico –<br />

operacionais e gerenciais – fundamentais<br />

para tomada de decisões e planejamento. “A<br />

responsabilidade tanto da direção como de<br />

cada área da empresa e de cada colaborador<br />

está muito bem definida e clara dentro dos<br />

processos, e é papel fundamental na conquista<br />

deste Prêmio”, ressalta o executivo.<br />

Para o exercício de 2011 o objetivo da<br />

RMA Engenharia Integrada é melhorar<br />

ainda mais a qualidade de seu sistema de<br />

gestão, sempre atendendo as expectativas dos<br />

clientes. Por isso, a construtora reforça o seu<br />

Em sua primeira edição,<br />

o Prêmio PBQP-H<br />

2010 distingue as<br />

empresas do setor da<br />

construção com os<br />

melhores sistemas de<br />

gestão de qualidade<br />

Fotos: Rodrigo Nunes / Ministério das Cidades<br />

perfil de buscar a melhora dos<br />

seus índices de desempenho<br />

nas edificações e de estimular<br />

a modernização da construção<br />

civil. Com mais de uma<br />

década de atuação, o Programa<br />

Brasileiro da Qualidade<br />

e Produtividade do Habitat<br />

(PBQP-H), desenvolvido pelo<br />

Ministério das Cidades do<br />

Governo Federal, tem como<br />

objetivo organizar o setor da construção civil<br />

em torno de duas questões principais: a melhoria<br />

da qualidade do habitat e a modernização<br />

produtiva.<br />

O PBQP – H, na especialidade técnica<br />

Execução de Obras, está dividido em três<br />

subsetores: Obras de Edificações, Obras de<br />

Saneamento Básico e Obras Viárias e Obras de<br />

Arte Especiais. Estes subsetores são divididos<br />

em A, B, C e D, de acordo com os níveis de<br />

requisitos da norma atendidos pela construtora.<br />

A RMA Engenharia Integrada possui<br />

a certificação PBQP – H – Siac Nível A (na<br />

categoria Obras de Edificações), além de ter o<br />

ISO 9001:2008, ambas as certificações referentes<br />

ao sistema de gestão de qualidade.<br />

Em sua primeira edição, o Prêmio PBQP-H<br />

reconhece as empresas da área de construção<br />

que possuem os melhores sistemas de gestão<br />

de qualidade nas categorias Edificações, Saneamento<br />

e Obras Viárias, Vias Urbanas e Obras<br />

de Arte Especiais. Para a escolha das melhores<br />

empresas, foram avaliados os critérios: responsabilidade<br />

da direção da empresa, gestão de<br />

recursos, execução da obra e medição, análise<br />

e melhoria. Concorreram ao prêmio mais de<br />

60 construtoras de todo o país ME


mercado empresarial<br />

Osistema Hidráulico EMMETI integra o<br />

projeto vencedor do Prêmio Eco 2010,<br />

promovido pelo Sindicado da Indústria<br />

da Construção do Estado do Espírito Santo<br />

(Sinduscon-ES), na categoria Uso Racional da<br />

Água (para construções até 3 mil m2). O projeto<br />

é o da Ecasa Brasil (modelo), construída<br />

em Manguinhos (Serra- ES), em 2009, pela<br />

Ecasa Construções Sustentáveis, do arquiteto<br />

e urbanista Augusto Alvarenga.<br />

Os produtos Emmeti que compõem o<br />

sistema hidráulico utilizado na casa ecológica<br />

incluem o Tubo Multicamadas Água (quente e<br />

fria), conexões e a Válvula Misturadora.<br />

A arquiteta Líliam Araújo, contratada pelo<br />

Sinduscon para coordenar a avaliação dos inscritos<br />

ao Prêmio, destacou, entre as qualidades<br />

do Tubo Multicamadas Água Emmeti, o potencial<br />

de reciclagem do alumínio (camada interna<br />

do tubo) e o fato de ser uma boa alternativa<br />

ao uso dos tubos de PVC, devido à toxicidade<br />

desse material.<br />

O produto é em alumínio revestido interna<br />

e externamente por polietileno reticulado<br />

(PE-X), um tipo de plástico de engenharia<br />

extremamente resistente e atóxico, unidos por<br />

camadas de cola especial, compondo o total de<br />

cinco camadas (PEX-AL-PEX).<br />

Alvarenga, autor do projeto da Ecasa,<br />

ressaltou outros benefícios decorrentes do<br />

uso do produto, como a efi ciência do sistema<br />

hidráulico e consequente economia. Como o<br />

tubo é fl exível, faz trajetos com curvas, precisamos<br />

usar bem poucas conexões. Isso gera<br />

menos atrito e mantém boa pressão na rede, o<br />

que deixa o consumidor satisfeito com menor<br />

quantidade de água.<br />

O uso de um mesmo tubo tanto para água<br />

cases&cases<br />

HIDRáULICA EMMETI INTEGRA<br />

ProjEto VEncEdor dE PrêMio do<br />

sinduscon-Es Por uso racionaL da ÁGua<br />

quente quanto fria também é importante, pois permite um<br />

sistema mais enxuto e efi ciente”, explica ele.<br />

Lilíam também destacou a Válvula Misturadora Emmeti,<br />

que mistura água quente e fria para que a água dos<br />

banhos já saia dos chuveiros na temperatura certa, evitando<br />

desperdício, comum em sistemas com regulagem manual<br />

da temperatura (através dos registros de abertura de água<br />

quente e fria).<br />

Essa Válvula é programada previamente para que a<br />

água de consumo já saia na temperatura desejada, o que<br />

gera economia de água e também da<br />

energia utilizada para aquecer a água<br />

(solar, gás, elétrica), uma vez que todo<br />

o líquido é aproveitado.<br />

Na avaliação de Alvarenga, entre<br />

outras características do Ecasa que<br />

viabilizaram o Prêmio estão os sistemas<br />

de aquecimento solar de água e de reutilização<br />

de água de chuvas e também<br />

proveniente de ralos de pias e banhos<br />

(após tratamento) para rega de plantas<br />

e descarga. Alvarenga comemorou a<br />

premiação de seu projeto, que defi ne<br />

como “uma proposta 100% pensada<br />

em construção ambiental”. A Emmeti é parceira no Ecasa<br />

Brasil, o que garante o uso exclusivo do seu Sistema<br />

Hidráulico.<br />

Neste ano, as Ecasas (projeto e construção) estão<br />

sendo comercializadas no Espírito Santo, em São Paulo<br />

e em Brasília, mas os planos são de expansão para outros<br />

estados. Nesta primeira edição do Prêmio Eco, concluída<br />

em dezembro de 2010, o Sinduscon-ES premiou seis dos<br />

dezesseis projetos inscritos, todos já aprovados ou executados<br />

no Espírito Santo ou por empresas daquele estado.<br />

O objetivo foi premiar as melhores práticas e soluções de<br />

projeto e técnicas construtivas que possam reduzir, a curto,<br />

médio e longo prazo, os impactos ambientais e que tenham<br />

potencial de repetição e senso comercial ME<br />

Premiação na categoria<br />

“ Uso racional da<br />

água “ foi pela Ecasa<br />

modelo, construída em<br />

Manguinhos (Serra-ES).<br />

O projeto é da Ecasa<br />

Construções<br />

Sustentáveis, do arquiteto<br />

Augusto Alvarenga<br />

69


70<br />

RIO:<br />

MAIS DE<br />

cases&cases<br />

10 MIL<br />

UNIDADES DO<br />

‘MINHA CASA,<br />

MINHA VIDA’<br />

Mesmo sem o anúncio ofi cial da presidenta Dilma Rousseff<br />

sobre a segunda fase do ‘Minha Casa, Minha Vida’, os lançamentos<br />

pelo programa do governo federal continuam<br />

a tomar conta da cidade do Rio de Janeiro. Neste ano, estão sendo<br />

lançados mais de 10 mil imóveis, e a maioria fi ca em bairros como<br />

Campo Grande e na Baixada Fluminense. A construtora Mudar, por<br />

exemplo, anuncia o lançamento de quase 10 mil unidades no País.<br />

Somente no Rio, serão 3.600.<br />

Segundo o presidente da empresa focada no segmento econômico,<br />

Augusto Martínez de Almeida, os empreendimentos serão construídos<br />

nos bairros de Campo Grande, Vargem Pequena, Jacarepaguá e<br />

nos municípios de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Itaboraí, Macaé<br />

e São Gonçalo. “Os imóveis vão custar entre R$ 98 mil e R$ 102 mil<br />

e estão totalmente enquadrados no modelo atual do programa do<br />

governo”, adianta. A Rossi vai ofertar 420 apartamentos, em parceria<br />

com a construtora Enes, em Campo Grande. “Serão unidades de<br />

dois quartos, que vão variar de R$ 96 mil a R$ 115 mil, em um dos<br />

melhores pontos. Próximo ao condomínio da Michelin, na Estrada<br />

da Cachamorra”, anuncia o gerente regional da empresa, Rafael<br />

Furtado.<br />

à espera de nova fase<br />

De acordo com o diretor da Basimóvel, Mario Amorim, os projetos<br />

que estão na faixa de R$ 100 mil têm a melhor liquidez. “Agora, os<br />

imóveis acima desse valor aguardam nova fase do programa que deve<br />

elevar de R$ 130 mil a R$ 150 mil o preço da unidade”, diz Amorim.<br />

Ele lembra que, neste segmento, os interessados na compra da casa<br />

própria querem saber se têm condições de adquirir a tão sonhada<br />

moradia. Escolha do local e do empreendimento passa a pesar menos<br />

na opção de compra. Para esse público, o importante é saber se eles<br />

têm direito ao subsídio (desconto) que chega a R$ 23 mil e a outros<br />

benefícios do programa, como taxas de juros menores e prestação<br />

garantida em até 36 meses no caso de perda de emprego. A Comasa<br />

também vai lançar pela primeira vez projetos do ‘Minha Casa, Minha<br />

Vida’. O Condomínio Estrelas da Vila, em Vila Isabel,terá 14 unidades<br />

das 50 enquadradas no programa.<br />

Lazer completo e segurança<br />

Os empreendimentos do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’<br />

estão cada vez mais completos. Isso porque os construtores têm feito<br />

projetos que incluem guarita de segurança e lazer completo. Diretor<br />

da Percepttiva, Rafael Duarte ressalta que são levados em conta o<br />

custo de manutenção do condomínio para que não pese tanto no<br />

orçamento das famílias.<br />

“Os lançamentos estão por toda parte. Temos mais de 1 mil<br />

unidades para o início de ano. A maioria também fi cará em Campo<br />

Grande”, diz Duarte. Ele ressalta que os terrenos encareceram muito<br />

por conta do boom imobiliário. Por isso, a conta de imóveis até R$<br />

130 mil não fecha. Para ele, os valores de avaliação deveriam variar<br />

entre R$ 150 mil e R$ 160 mil. A construtora Fernandes Araujo<br />

contará com cinco empreendimentos em Bangu, Campo Grande e<br />

Freguesia, totalizando 756 unidades. Já a Arte a Metro terá 772 imóveis<br />

espalhados por Campo Grande, São Cristóvão e Duque de Caxias, na<br />

Baixada. A AG Prima vai ofertar 740 unidades, das quais 490 até R$<br />

1.395 e as restantes até R$ 4.900. Os bairros escolhidos são Campo<br />

Grande, Santa Cruz e o município de Araruama. Fonte: O Dia ME


mercado empresarial<br />

Aformação de mão de obra para o mercado<br />

imobiliário evoluiu na mesma<br />

medida do crescimento do setor no<br />

Brasil. “É um mercado cíclico. No momento, o<br />

aquecimento está provocando um aumento na<br />

procura por formação”, conta o vice-presidente<br />

do Sindicato da Habitação (Secovi), Claudio<br />

Bernardes, que é também pró-reitor da universidade<br />

mantida pelo sindicato.<br />

Funcionando há mais de 20 anos, a Universidade<br />

Secovi acaba de assinar uma nova parceria<br />

para o curso de pós-graduação em Gestão em<br />

Negócios Imobiliários, desta vez com a Escola<br />

Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).<br />

“A nova parceria inclui conteúdos ligados à marketing<br />

que não estavam previstos no programa<br />

da Faap, nossa antiga parceira”, conta.<br />

Voltado para formar gestores de negócios<br />

na área, este curso também é oferecido pelas<br />

demais instituições voltadas para a área de<br />

economia e administração, como a Fundação<br />

Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e<br />

Fundação Getúlio Vargas, que também se valem<br />

de parcerias para disseminar o curso pelo País.<br />

Graduação.<br />

As pós-graduações na área são oferecidas há<br />

mais de uma década no Brasil, mas a graduação<br />

de nível superior só surgiu coma introdução<br />

dos cursos de tecnólogos. “Estamos nos organizando<br />

para oferecer um curso de tecnólogo<br />

em negócios imobiliários também. Se der certo,<br />

poderemos partir para o bacharelado”, conta<br />

Bernardes.<br />

Os cursos de tecnólogos, não apenas na<br />

área de construção e negócios imobiliários,<br />

foram implantados recentemente e permitem<br />

a formação de nível superior em tempo menor<br />

– dois anos– e com currículos voltados para<br />

cases&cases<br />

AUMENTAM<br />

oPçõEs dE ForMação<br />

NO SETOR<br />

as disciplinas técnicas e de aplicação<br />

direta na respectiva profi ssão. “Ele não Aquecimento está<br />

dá o título de bacharel e portanto, não provocando um<br />

permite o acesso à pós-graduação”,<br />

explica Bernardes.<br />

aumento na procura<br />

O Ministério da Educação e Cultura por cursos e<br />

(MEC) tem mais de 47 cursos de tecnó- treinamentos<br />

logo em negócios imobiliários em seu<br />

cadastro (E-Mec), 19 deles no Estado<br />

de São Paulo. Destes, apenas cinco estão realmente funcionando.<br />

Segundo Bernardes, eles também formam gestores<br />

para o setor, que sofre com a falta de mão de obra treinada.<br />

“É uma formação mais prática, que pode dar ao estudante<br />

as condições de chegar a postos de gerência”, afi rma.<br />

corretor<br />

Para quem pretende atuar como corretor imobiliário,<br />

no entanto, basta uma formação de nível médio (segundo<br />

grau), oferecida tradicionalmente pela rede pública e privada<br />

de escolas técnicas, como as Etecs do Estado, por<br />

exemplo. Os cursos são chamados Técnico em Transações<br />

Imobiliárias e estão bem disseminados por todo o País.<br />

Para exercer a profi ssão, o candidato deve se registrar<br />

no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci)<br />

e, para isso, precisa apresentar o diploma deste curso. A<br />

lei que regula o exercício da profi ssão é a de n° 6.530, de<br />

12 de maio de 1978, Construção. No setor da construção,<br />

ainda não há a oferta de cursos formais, de nível técnico,<br />

superior ou de pós-graduação, que forme profi ssionais<br />

como pedreiros, eletricistas, encanadores ou marceneiros.<br />

Existem apenas programas de treinamento, oferecidos<br />

por instituições do setor. Para melhorar a qualidade<br />

do serviço prestado por estes profi ssionais, o Senai está<br />

desenvolvendo, desde o ano 2000, o Projeto Estratégico<br />

Nacional Certifi cação Profi ssional Baseada em Competências.<br />

O objetivo é criar um selo que qualidade, obtido<br />

pelo trabalhador por meio de programas de treinamento.<br />

Fonte: Agência Estado ME<br />

71


72<br />

cases&cases<br />

BRASILEIROS ENTRE OS<br />

VENCEDORES do PrêMio<br />

intErnacionaL 2010<br />

GOOD DESIGN<br />

Divulgação<br />

Lavadora de alta<br />

pressão Facile<br />

Q<br />

uatro equipes brasileiras<br />

fazem parte da lista dos<br />

vencedores do 2010<br />

Good Design, prêmio organizado<br />

pelo The European Centre<br />

for Architecture Art Design<br />

and Urban Studies e The Chicago<br />

Athenaeum: Museum of<br />

Architecture and Design.<br />

Filtro de<br />

mesa Twin<br />

Luminária Bauhaus 90<br />

O Good Design premia<br />

anualmente<br />

500 designers de<br />

todo mundo<br />

Na categoria iluminação, o designer Fernando Prado<br />

foi premiado com a luminária Bauhaus 90, fabricada pela<br />

Lumini, de São Paulo.<br />

Na categoria saúde, o vencedor foi Marcio Mussi, autor<br />

de um trinco do tipo puxe-empurre, ideal para edifícios<br />

hospitalares, e fabricado pela Yale La Fonte, também da<br />

capital paulista.<br />

Entre os ganhadores na categoria acessórios para cozinha,<br />

há duas equipes vencedoras do Brasil. Ana Lúcia de<br />

Lima, Pontes Orlovitz e Luis Moquiutti Morales são os<br />

responsáveis pela linha de torneiras e filtros de mesa Twin,<br />

da paulista Deca. E o time de designers da Electrolux, do<br />

Paraná, venceu com a lavadora de alta pressão Facile.<br />

Criado em 1950 pelos arquitetos Eero Saarinen, Charles<br />

e Ray Eames, e Edgar Kaufmann Jr., o Good Design premia<br />

anualmente 500 designers de todo mundo. Além das<br />

categorias vencidas pelas equipes brasileiras, ele reconhece<br />

autores de produtos de robótica, têxtil, robótica, transporte,<br />

infantil, ferramentas, artes gráficas e meio ambiente ME<br />

Imagem de Nelson Kon<br />

Oforte crescimento do mercado imobiliário<br />

brasileiro, com uma grande oferta<br />

de lançamentos, concorrência cada vez<br />

mais acirrada e margens de lucros apertadas,<br />

onde não há espaço para erros, está levando<br />

o setor a buscar formas de otimizar custos e<br />

reduzir riscos na concepção de um empreendimento.<br />

Hoje grandes construtoras como Tecnisa,<br />

Cyrela, Odebrecht, Camargo Corrêa, entre<br />

outras, buscam apoio em novas tecnologias e<br />

passaram dos intermináveis arquivos e planilhas<br />

– mais suscetíveis ao erro-, para o sistema<br />

Viabil da BDK Solutions, software para análise<br />

da viabilidade econômica financeira de projetos<br />

imobiliários.<br />

A ferramenta é uma das únicas no mercado<br />

capaz de analisar as principais variáveis de<br />

empreendimentos como compra do terreno,<br />

investimento com propaganda, definição do<br />

produto, estruturação financeira, ritmos de<br />

venda, tipo de solo, ofertas de terreno, pesquisa<br />

de mercado, entre outros, utilizando gráficos e<br />

relatórios para ilustração.<br />

Segundo Eli Wolf, diretor da BDK Solutions,<br />

desenvolvedora do software, o Viabil é<br />

uma ferramenta de apoio à decisão, contemplando<br />

todas as variáveis críticas para o negócio.<br />

“O sistema é capaz de analisar e participar<br />

de todos os processos de um empreendimento<br />

imobiliário, por meio de relatórios, gráficos,<br />

indicadores que auxiliam os clientes nas decisões<br />

desde a aquisição de terrenos, aprovação<br />

dos projetos e por todo o ciclo de vida do<br />

negócio. Com esses recursos, minimiza erros,<br />

agiliza e padroniza processos, garantindo assim<br />

otimização de tempo e energia da equipe”,<br />

afirma Eli.<br />

O aplicativo analisa os cenários possíveis,<br />

faz simulações e avalia diferentes possibilidades,<br />

projetando resultados e apontando riscos de<br />

investimentos em projetos. “O Viabil possui recursos<br />

que possibilitam o acompanhamento dos<br />

resultados (planejado x realizado) e re-projeção


mercado empresarial<br />

dos cenários em todas as etapas, minimizando<br />

as surpresas ao longo do caminho, muito<br />

comuns em se tratando de projetos de longo<br />

prazo e com muitas variáveis envolvidas”, diz<br />

o diretor da BDK.<br />

Além de incorporadoras e construtoras,<br />

o software também pode ser utilizado para<br />

outros segmentos envolvidos com os projetos<br />

imobiliários, como empresas de arquitetura,<br />

imobiliárias, fundos de investimento, bancos<br />

e consultorias.<br />

novidades<br />

Com a expectativa de crescimento de 40<br />

a 50% em 2011, a BDK pretende diversifi car<br />

e ampliar ainda mais em produtos e serviços<br />

para o mercado. A empresa pretende lançar<br />

um módulo da ferramenta para negócios de<br />

locação corporativa, shoppings e hotéis. Ainda<br />

no próximo ano, está previsto o lançamento<br />

do Viabil Lite, uma versão para pequenas e<br />

novas empresas que necessitam de estudos mais<br />

simplifi cados.<br />

Parceria com a coopercon-cE<br />

A BDK acaba de fechar parceria com a<br />

CooperCon-CE (Cooperativa da Construção<br />

Civil do Estado do Ceará), a primeira no mercado<br />

do Brasil a organizar uma compra conjunta<br />

para seus associados do software Viabil.<br />

Com essa parceria, as empresas envolvidas<br />

tiveram redução no valor das licenças e os custos<br />

de treinamentos fi caram mais acessíveis aos<br />

participantes. A primeira rodada de treinamento<br />

ocorreu no início de janeiro de 2011 na sede da<br />

CooperCon-CE.<br />

No total, cinco empresas associadas à<br />

cooperativa fecharam para a utilização do<br />

aplicativo: Diagonal Engenharia, CDR Engenharia,<br />

C.Rolim Engenharia, Construtora Mota<br />

Machado e BS Participações.<br />

Segundo o presidente da CooperCon-CE,<br />

Otacílio Valente, a aquisição do software faz<br />

parte de uma política de desenvolvimento<br />

contínuo da Construção Civil cearense. “Além<br />

da aquisição de insumos a preços mais vantajosos,<br />

a cooperativa também assume como um<br />

de seus principais compromissos<br />

a constante modernização das<br />

empresas associadas. Com isso,<br />

buscamos oferecer os mais atuais<br />

equipamentos e treinamentos para<br />

sua melhoria contínua. Certamente<br />

o Viabil irá contribuir para que a<br />

Construção Civil siga ocupando<br />

posição de destaque entre as mais<br />

importantes atividades econômicas<br />

do país”, avalia.<br />

tecnologia<br />

SOFTWARE AUXILIA NA GESTÃO E<br />

SEGURANÇA DE PROJETOS IMOBILIáRIOS<br />

Em épocas de crescimento,<br />

análise<br />

de viabilidade de<br />

empreendimentos<br />

ganha importância<br />

ainda maior para<br />

construtoras e<br />

incorporadoras<br />

Para o diretor executivo da BDK o mercado de construção<br />

civil sente a necessidade de se aprimorar e buscar<br />

o desenvolvimento. “Atualmente essa é uma tendência<br />

do setor, além de compras de materiais de construção, as<br />

cooperativas perceberam a necessidade em ampliar a atuação<br />

com aquisição conjunta de softwares e capacitação,<br />

buscando benefícios que aprimoram a profi ssionalização<br />

e desenvolvimento dos negócios para seus associados”,<br />

comenta Eli ME<br />

Divulgação<br />

73


74<br />

A<br />

mundo<br />

Alemanha viveu sua maior<br />

expansão econômica em<br />

duas décadas, no ano passado,<br />

quando as exportações cresceram,<br />

impulsionando a contratação<br />

de pessoal e os gastos do consumidor. Isso contrasta com<br />

a situação delicada de outras economias europeias, como<br />

Portugal, Espanha e Grécia, que estão estagnadas ou continuam<br />

em recessão.<br />

O Produto Interno Bruto (PIB) saltou de 3,6%, o<br />

maior desde que os dados de uma Alemanha unifi cada<br />

começaram a ser compilados, em 1992, após uma queda<br />

de 4,7% em 2009, disse o Birô Federal de Estatísticas.<br />

O número é coerente com a mediana das previsões em<br />

uma pesquisa da Bloomberg News com 28 economistas.<br />

O PIB provavelmente cresceu 0,5% no quarto trimestre<br />

em relação ao terceiro, segundo o Birô. O relatório ofi -<br />

cial do quarto trimestre deverá ser divulgado em 15 de<br />

fevereiro.<br />

O Bundesbank (BC alemão) acredita que a maior<br />

economia na Europa expandirá 2% neste ano e 1,5% em<br />

2012, enquanto a dívida soberana amortece a demanda na<br />

zona do euro, seu principal mercado importador. A alemã<br />

Continental, segunda maior fabricante de pneus na Europa,<br />

aunciou ontem que suas vendas e lucros superaram suas<br />

metas para 2010.<br />

“O impulso de crescimento persistiu no primeiro trimestre,<br />

e as atuais previsões podem se revelar pessimistas demais”,<br />

disse Klaus Baader, economista-chefe para a zona do euro<br />

no Société Générale, em Londres. “No terceiro trimestre, a<br />

economia alemã provavelmente voltou ao nível pré-crise.”<br />

A demanda interna foi a principal contribuinte para o<br />

crescimento do PIB, acrescentando 2,5 pontos percentuais.<br />

O consumo privado cresceu 0,5%, os gastos do Estado cresceram<br />

2,2% e os investimentos de capital saltaram 5,5%.<br />

ECONOMIA ALEMÃ<br />

DISPARA E ExPõE UE<br />

a duas VELocidadEs<br />

Alemanha teve em<br />

2010 o seu maior<br />

crescimento em<br />

20 anos<br />

O saldo comercial líquido contribuiu<br />

com 1,1 ponto percentual para<br />

o crescimento, com um crescimento<br />

de 14,2% das exportações e de 13%<br />

das importações.<br />

O desemprego caiu, com a ocupação<br />

de 262 mil postos de trabalho<br />

em 2010, o que aqueceu os gastos<br />

domiciliares no segundo semestre do<br />

ano passado. O ânimo empresarial melhorou, subindo<br />

para um patamar recorde, no mês passado,<br />

e a confi ança dos consumidores está perto de seu<br />

nível mais elevado em mais de três anos.<br />

“A demanda doméstica está em alta, na<br />

Alemanha - isso não está acontecendo em<br />

praticamente nenhum outro lugar na zona do<br />

euro”, disse Nick Kounis, diretor de pesquisa<br />

macroeconômica do ABN Amro Bank, em<br />

Amsterdã. “Estamos no início de um período<br />

em que veremos uma demanda bem mais vigorosa<br />

na Alemanha.”<br />

Isso está ampliando as divergências no bloco<br />

de 17 países que adotam o euro, num momento<br />

em que alguns países enfrentam uma crise da dívida,<br />

tornando mais difícil para o Banco Central<br />

Europeu (BCE) defi nir uma política adequada<br />

para todos os seus membros.<br />

Em dezembro, o BCE prorrogou a vigência<br />

de medidas emergenciais de liquidez, benefi ciando<br />

os bancos para além do primeiro trimestre,<br />

depois que o pacote de ajuda à Irlanda não<br />

convenceu os investidores de que os governos<br />

tinham condições de reduzir os défi cits orçamentários<br />

e evitar uma ruptura da zona do euro.<br />

Alemanha registrou um défi cit orçamentário<br />

de 3,5% do PIB ano passado. Em contrapartida,<br />

a Comissão Europeia (CE) estima que o buraco<br />

orçamentário irlandês estourou, chegando a<br />

32,3% do PIB. Fonte: Bloomberg ME


mercado empresarial<br />

A<br />

agência de classificação de crédito<br />

Standard & Poor´s (S&P) rebaixou<br />

novamente a nota dada à dívida da<br />

Irlanda. Desta vez, o rating soberano de longo prazo do<br />

país saiu de “A” para “A-” e o de curto prazo foi de “A-1”<br />

para “A-2”, na escala da empresa. As classificações já tinham<br />

sido cortadas em novembro de 2010 e, a exemplo daquela<br />

ocasião, continuam em observação para um possível novo<br />

rebaixamento.<br />

A decisão de reduzir novamente a nota de crédito soberana<br />

se seguiu à revisão do perfil de risco da indústria bancária<br />

irlandesa. Segundo explica nota da S&P, a estimativa é de que<br />

a dívida externa dos bancos da Irlanda atinja 170% do PIB e<br />

eles dependem quase inteiramente do Banco Central Euro-<br />

A<br />

Grand Avenue, principal avenida do<br />

centro de Los Angeles, terá até 2013<br />

um novo museu projetado pelos arquitetos<br />

Diller Scofidio + Renfro. O edifício,<br />

cuja obra é estimada em US$ 130 milhões,<br />

abrigará o acervo da Broad Foundation, que<br />

conta com mais de duas mil obras de arte<br />

contemporânea e está avaliado em cerca de US$ 2 bilhões.<br />

A equipe de arquitetos inspirou-se em esponjas e lava<br />

para criar a cobertura e fachada de formas curvas e superfícies<br />

perfuradas, sob a qual estará a estrutura independente<br />

onde funcionarão as dependências do museu.<br />

Com 11,2 mil metros quadrados, o edifício de três andares<br />

terá estrutura metálica enquanto a pele, comparada<br />

pelos arquitetos a uma “colméia”, será feita de concreto<br />

estrutural. No térreo, o museu contará com hall monumental,<br />

cafeteria, livraria e espaço multimídia. Escadas<br />

rolantes levarão os visitantes à grande galeria localizada<br />

na cobertura, cruzando túneis de onde será possível visualizar<br />

os andares intermediários que abrigarão as áreas<br />

administrativas e arquivos.<br />

A estimativa é de que<br />

a dívida externa dos<br />

bancos da Irlanda<br />

atinja 170% do PIB<br />

mundo<br />

s&P rEBaixa noVaMEntE ratinG<br />

soBErano da irLanda<br />

peu para refinanciamento dos débitos que<br />

vencem. Além disso, o crescente desemprego<br />

no país pode elevar a inadimplência em<br />

financiamentos imobiliários no mercado<br />

doméstico, o que aumentaria a necessidade<br />

de injeção de capital para evitar a quebra<br />

das instituições. Tudo isso levanta dúvidas<br />

sobre o perfil de risco do país.<br />

A perspectiva para o rating do país permanece negativa,<br />

segundo a agência, devido às incertezas quanto à necessidade<br />

de financiamento do setor bancário, agora em boa parte<br />

estatizado. A S&P espera encerrar a avaliação do cenário em<br />

abril, quando deve ter uma ideia melhor do impacto dessas<br />

necessidades sobre a dinâmica do endividamento público. No<br />

entanto, a agência diz esperar que, mesmo após a análise, a<br />

Irlanda continue com um rating soberano no grupo do grau<br />

de investimento - ou seja, indicando que o país ainda é uma<br />

opção segura. Fonte: Valor ME<br />

coBErtura indEPEndEntE E PErFurada dEFinE<br />

noVo MusEu dE diLLEr scoFidio nos Eua<br />

Escritório é o vencedor do<br />

concurso para o Museu da<br />

Imagem e do Som (MIS) do<br />

Rio de Janeiro, já em<br />

construção em Copacabana<br />

A grande galeria de 3,8 mil metros quadrados de área<br />

será totalmente livre - sem colunas ou vigas - e receberá luz<br />

natural proveniente das aberturas na cobertura.<br />

Baseado em Nova York, Diller Scofidio + Renfro é o<br />

escritório vencedor do concurso para o Museu da Imagem<br />

e do Som (MIS) do Rio de Janeiro, já em construção na orla<br />

da praia de Copacabana. Fonte: Arcoweb ME<br />

Imagens: © Diller Scofidio + Renfro<br />

75


76<br />

curtas<br />

Construtoras esperam<br />

demanda alta em 2011<br />

Depois de manter o ritmo de atividade em alta ao longo de todo<br />

ano de 2010, a indústria da construção civil deve repetir o forte desempenho<br />

em 2011. O otimismo pode ser medido pela expectativa<br />

positiva dos empresários do setor. De acordo com sondagem da<br />

Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador de nível de<br />

atividade para os próximos seis meses atingiu 61,9 pontos. Números<br />

acima de 50 indicam aumento. Fonte: Valor Econômico<br />

Geração de emprego deve superar a<br />

marca de 3 milhões em 2011<br />

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afi rmou no início do ano<br />

que apesar da perspectiva de desaceleração da economia neste ano, a<br />

geração de empregos formais deve superar a marca de 3 milhões. Segundo<br />

Lupi, em 2010 ultrapassou 2,550 milhões, o que deve confi rmar<br />

um resultado histórico. No acumulado do ano até novembro já foram<br />

criados 2.544.457 empregos formais.<br />

“O ciclo virtuoso vai continuar este ano com o aumento dos investimentos<br />

em obras de infraestrutura e nas obras para a Copa do<br />

Mundo e Olimpíadas”, disse o ministro.<br />

Procura de imóvel em<br />

SP aumenta: usados<br />

valorizaram até 269%<br />

O Conselho Regional de Corretores de<br />

Imóveis (Creci-SP) consultou 509 imobiliárias,<br />

e constatou que as mesmas alugaram em<br />

dezembro 938 imóveis na capital, o que fez o<br />

índice de locação crescer 10,66% naquele mês.<br />

Os apartamentos foram os preferidos, representando<br />

51,71% das locações contratada no<br />

mês. Segundo o Creci-SP, os imóveis usados<br />

valorizaram até 269,09% no ano passado.<br />

BC prevê alta de 2,9%<br />

em telefonia e 2,8% em<br />

energia<br />

Segundo a Agencia Estado, o Banco Central<br />

(BC) manteve a previsão de que os preços da gasolina<br />

e do gás de cozinha não serão reajustados<br />

em 2011, conforme a ata da reunião de janeiro<br />

do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada<br />

em 27/1 último. A estimativa já aparecia<br />

na ata da reunião de dezembro. Para a telefonia<br />

fi xa e a eletricidade, o BC manteve a previsão de<br />

alta das tarifas de 2,9% e 2,8%, respectivamente.<br />

Para o conjunto de preços administrados, a estimativa<br />

de aumento dos valores no acumulado<br />

de 2011 foi mantida em 4,0%, mesmo índice da<br />

reunião de dezembro. Para 2012, a estimativa<br />

de alta permaneceu em 4,4%.


mercado empresarial<br />

Argalit comemora<br />

sucesso<br />

Em 95º posição no ranking das<br />

200 Maiores Empresas do Espírito<br />

Santo, o Grupo Argalit fechou 2010<br />

com muito a comemorar. Com 711<br />

novos clientes conquistados somente<br />

no ano passado, de um total de 4 mil,<br />

a indústria manteve os 2% do share<br />

nacional no ramo de tintas, com destaque<br />

para expansão de negócios significativa<br />

especialmente nos estados<br />

do Rio de Janeiro e da Bahia, além de<br />

nas terras capixabas. Os dois pontos<br />

fortes do ano que se encerrou foram<br />

os lançamentos do Sistema Life Color<br />

e o esmalte à base de água. Para 2011,<br />

a expectativa do diretor executivo da<br />

Argalit, Raphael Cassaro Machado, é<br />

positiva, e os principais investimentos<br />

serão em automação da produção<br />

e reaproveitamento de resíduos, e<br />

nos lançamentos de tinta para telhas<br />

e cerâmicas, selador para madeira,<br />

novas cores e argamassas especiais<br />

para porcelanatos, pastilhas de vidro<br />

e projetada.<br />

curtas<br />

Lopes é dona de 60% da paranaense Thá<br />

A paulista Lopes acaba de adquirir 60% da imobiliária paranaense Thá Pronto,<br />

sediada em Curitiba, conquistando, assim, a exclusividade, por meio de sua<br />

unidade CrediPronto! nos financiamentos de imóveis comercializados pela Thá,<br />

especializada na venda de imóveis de médio e alto padrão. O valor da negociação<br />

foi estimado em R$ 20,9 milhões.<br />

Tok&Stok Compact chega a<br />

Curitiba<br />

A Tok&Stok, maior rede de móveis e acessórios<br />

para casa e escritório do país, inaugurou no piso L1<br />

do Shopping Curitiba a Tok&Stok Compact, novo<br />

conceito em loja da marca. Com um investimento<br />

de R$ 2,5 milhões, ela faz parte do plano de expansão<br />

da empresa, tem projeto arquitetônico assinado por<br />

Felippe Crescenti e traz um sistema inovador de compra,<br />

desenvolvido especialmente para unidades de shopping centers<br />

com até 1.000 m².<br />

Cerca de seis mil itens estão à disposição para a compra na unidade, organizados<br />

estrategicamente conforme os ambientes e necessidades da casa. Segundo<br />

Flávia Lucena, gerente de comunicação e marketing de relacionamento da<br />

Tok&Stok, a loja conta com uma luminotécnica diferenciada, propiciando maior<br />

destaque aos produtos.<br />

Salão do Móvel de Milão consagra-se<br />

como principal evento mundial de design<br />

O Salão do Móvel de Milão, na Itália, consolida-se como o principal evento<br />

do design mundial. Antes restrita à produção local, a exibição inclui atualmente a<br />

exibição de produtos e protótipos realizados em escala global. O evento acontece<br />

entre os dias 12 e 17 de abril em uma série de centros de exposição da cidade.<br />

Veja a programação completa: www.nuovosistemafieramilano.it<br />

77


78<br />

dicas de leitura<br />

EXERCÍCIOS DE TOPOGRAFIA<br />

A terceira edição revisada e ampliada<br />

apresenta exercícios que podem ser<br />

usados como questões de provas. São<br />

152 exercícios propostos e 57 exercícios<br />

com respostas.<br />

Autor: ALBERTO DE CAMPOS BORGES<br />

Editora: Edgard Blucher / 2001 – 3ª. edição<br />

Número de páginas: 192<br />

PLANEJAMENTO E CON-<br />

TROLE DA PRODUÇÃO<br />

PARA EMPRESAS DE CONS-<br />

TRUÇÃO CIVIL<br />

O livro tem como público-alvo<br />

alunos de cursos de graduação e<br />

pós-graduação em engenharia civil,<br />

engenharia de produção, arquitetura e design (que trabalhem<br />

com sistemas de produção), bem como profi ssionais que<br />

executam obras civis. Este livro procura introduzir práticas<br />

da engenharia de produção na construção civil, como também<br />

utilizar práticas que vêm sendo aplicadas pelo IGLC<br />

(International Group of Lean Construction). Traz discussões<br />

interessantes sobre análise de fl uxos físicos em canteiro<br />

de obras e apresenta diretrizes para que os profi ssionais que<br />

atuam no ramo da construção civil possam desenvolver seus<br />

sistemas de planejamento e controle da produção de acordo<br />

com as particularidades das empresas ou empreendimentos<br />

em que atuam.<br />

Autor: MAURICIO MOREIRA E SILVA BERNARDES<br />

Editora: LTC / 2003<br />

Número de páginas: 208<br />

CIDADES DE AMANHÃ<br />

Nesta história do planejamento urbano no<br />

século XX, Peter Hall - não só um conhecido<br />

teórico americano, mas um criador de<br />

projetos inovadores - traça um panorama<br />

abrangente e detalhado, levando-nos dos<br />

inquietantes cortiços londrinos do século<br />

XIX à solidão geométrica de Brasília, passando por Nova York e<br />

Chicago, Nova Delhi e Paris, da utopia à depredação. A partir de<br />

projetos históricos ou abandonados - assim como obras literárias<br />

e artigos de jornais -, o autor rastreia de maneira instigante os<br />

sonhos e pesadelos que integram hoje o cotidiano das grandes<br />

cidades. Cidades do Amanhã é uma obra fundamental que a<br />

Editora Perspectiva traz não só a arquitetos e sociólogos, mas a<br />

todos os que buscam uma possível chave de compreensão para<br />

o mundo contemporâneo.<br />

Autor: PETER HALL<br />

Editora: Perspectiva /2005<br />

Número de páginas: 600<br />

ILUMINAÇÃO, SIMPLIFICANDO O<br />

PROJETO<br />

O Projeto de Iluminação, explicado de forma<br />

didática, sempre foi algo muito procurado<br />

pelos que trabalham com a luz. Totalmente<br />

colorido, este livro fornece, em linguagem<br />

acessível, dicas, orientações e muitas informações<br />

de como fazer um bom projeto de iluminação. Consulta<br />

recomendável para estudiosos e profi ssinais que buscam conhecimento<br />

sobre a luz e seus efeitos.<br />

Autor: MAURI LUIZ DA SILVA<br />

Editora: Ciência Moderna /2009<br />

Número de páginas: 176


mercado empresarial<br />

ESPAÇO INTRA URBANO NO BRASIL<br />

A obra é essencialmente um estudo da localização<br />

urbana - apresentada como um grande valor de<br />

uso produzido pelas aglomerações, embora não<br />

específico delas. Esse valor de uso se caracteriza<br />

pelas possibilidades que as diferentes classes sociais<br />

apresentam de comandar os deslocamentos<br />

intra-urbanos. Revela que o espaço regional é estruturado pelo controle<br />

de tempo de deslocamento dos seres humanos enquanto consumidores.<br />

No caso intra-urbano, as possibilidades desse controle faz com que as<br />

classes sociais disputem as localizações e isso se dá tanto por ocasião<br />

da sua produção como de seu consumo. Nasce então a segregação<br />

sócio-espacial, como mecanismo necessário ao controle, pela sociedade<br />

dominante, pela produção e consumo das localizações, ou seja, ao<br />

controle dos tempos de deslocamento dos componentes das diferentes<br />

classes sociais. Esse controle se apresenta, então como uma forma de<br />

dominação necessária para que haja a apropriação diferenciada das<br />

vantagens do espaço.<br />

Dentre essas vantagens, o controle dos tempos de deslocamento ou o<br />

controle das localizações domina as demais representadas pela infraestrutura<br />

urbana. Isso ocorre porque essa é reproduzível pelo trabalho<br />

humano, enquanto aquelas não são. Todas essas idéias são desenvolvidas<br />

a partir da análise empírica da formação histórica do espaço infra-urbano<br />

de seis metrópoles brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,<br />

Porto Alegre, Recife e Salvador. Essa análise retrata como a segregação<br />

urbana se desenvolveu nessas metrópoles por um período de mais de<br />

um século e como ela permitiu que a classe dominante controlasse o<br />

processo de produção e consumo das localizações intra-urbanas. Dentre<br />

as localizações, especial em destaque é dado à do Centro Principal<br />

daquelas metrópoles e às transformações que eles vêm experimentando<br />

nas décadas recentes.<br />

Autor: FLAVIO VILLACA<br />

Editora: Studio Nobel /2001 – 2ª. edição<br />

Número de páginas: 373<br />

dicas de leitura<br />

ABC DO DESENVOLVI-<br />

MENTO URBANO<br />

O que faz, afinal, de uma cidade<br />

uma cidade? O que tem<br />

sido comum a todas as cidades<br />

através dos tempos? Será<br />

que a causa básica dos graves<br />

problemas das maiores cidades brasileiras é o seu<br />

tamanho, como teima o senso comum em insistir?<br />

Como podem esses problemas ser adequadamente<br />

enfrentados? Oferecer respostas para essas e outras<br />

perguntas, de forma acessível a um público leigo, é<br />

o objetivo deste livro.<br />

Autor: MARCELO LOPES DE SOUZA<br />

Editora: Bertrand Brasil / 2003<br />

Número de páginas: 190<br />

OBRAS E GESTÃO DE<br />

PORTOS E COSTAS<br />

Os autores tratam dos avanços<br />

nas construções marítimas,<br />

originados com a evolução<br />

de outras disciplinas da<br />

Engenharia. Particularmente,<br />

focam a abordagem que o engenheiro de construções<br />

marítimas tem em relação aos efeitos exercidos<br />

sobre suas obras pelas solicitações do mar para<br />

melhorar a resposta da concepção estrutural.<br />

Autores: PAOLO ALFREDINI & EMILIA ARASAKI<br />

Editora: Edgard Blucher / 2009 – 2ª. edição<br />

Número de páginas: 804<br />

79


80<br />

vitrine<br />

EMPaLux traZ ao<br />

MErcado nacionaL<br />

rEFLEtorEs coM<br />

tEcnoLoGia LEd<br />

A Empalux traz para o mercado brasileiro de iluminação<br />

o refl etor LED. Ideal para iluminação de túneis, avenidas,<br />

outdoors, jardins, decoração, entre outras aplicações, substitui<br />

os refl etores que utilizam lâmpadas halógenas. O produto<br />

conta com LED plano, que melhora a efi ciência de facho de<br />

luz direcionado, aumentando o seu alcance e não emite calor.<br />

Com vida mediana de 30 mil horas o produto se destaca pela<br />

durabilidade e pela economia.<br />

Feito de alumínio fundido sobre pressão, com revestimento<br />

eletrostático, lente protetora e com grau de proteção<br />

IP54, o Refl etor LED possui grande durabilidade e alto grau<br />

de resistência as ações de intempéries.<br />

O Refl etor LED Empalux pode ser encontrado em dois<br />

modelos, o RL31015 – com 10 W de potência, substitui um<br />

refl etor com lâmpada halógena- de 150 W – e RL330015<br />

– com 30 W de potência, substitui um sistema de lâmpada<br />

halógena de 450 W, aproximadamente. Ambos com alimentação<br />

bivolt e com luz clara, com temperatura de cor de 5.500<br />

K, possuem IRC maior que 80.<br />

Devido ao LED plano, o facho de luz possui grande<br />

alcance, chegando a 12 metros para o modelo 31015 e de 18<br />

metros para o 330015.<br />

O LED é considerado o futuro da iluminação, pois<br />

é constituído de um<br />

dispositivo eletrônico<br />

Ideal para iluminação<br />

de túneis, avenidas,<br />

outdoors, jardins e para<br />

decoração<br />

que emite luz de forma<br />

natural, possibilitando<br />

maior economia e durabilidade.<br />

KnÜrr E GruPo<br />

PoLicoM dEsEnVoLVEM<br />

noVo racK Para data<br />

cEntEr<br />

A Knürr – uma empresa<br />

da Emerson Network<br />

Power, líder na produção e<br />

desenvolvimento de racks –,<br />

em conjunto com o Grupo<br />

Policom®, desenvolveu e<br />

está lançando o rack Mira-<br />

Novo processo<br />

dispensa o uso de<br />

ferramentas para<br />

ajustes ou instalação<br />

cel G3 com diferenciais importantes para ambientes onde<br />

espaço é fundamental e precisa ser muito bem aproveitado<br />

e otimizado.<br />

Segundo Gilmar Miralha, presidente do Grupo Policom, “o<br />

Miracel G3 é um rack voltado à acomodação de equipamentos<br />

de suporte de rede, servidores, que pretende principalmente<br />

dar vazão à grande demanda de cabos no caso de aplicações de<br />

terminações de redes, sem abrir mão da segurança de acesso.<br />

Ou seja, ele oferece as mesmas características de organização de<br />

cabos do Top Solution G3, rack aberto amplamente utilizado<br />

por nossos clientes, só que com a vantagem de se apresentar<br />

como um rack fechado”.<br />

Thais Schleiffer, diretora de vendas e marketing da Knürr,<br />

destaca que “o principal diferencial entre a nova geração dos<br />

racks Miracel e seus concorrentes, é o conceito quick-fi x®,<br />

ou seja, a utilização de componentes construtivos e acessórios<br />

que dispensam o uso de ferramentas para ajustes ou<br />

instalação, movimentação de perfi s 19”, remoção de tampas<br />

laterais, instalação de passa-cabos, bandejas, enfi m, uma série<br />

de elementos manuseados rapidamente e de maneira muito<br />

fl exível que poupam tempo do usuário”.<br />

Entre as características<br />

construtivas do novo produto<br />

está a porta frontal com<br />

design renovado, com chapa<br />

perfurada para circulação do<br />

ar em formato arredondado<br />

e chanfros decorativos. A isso<br />

se somam a porta bipartida<br />

traseira também com chapa<br />

perfurada para circulação do<br />

ar, que otimiza o espaço no<br />

Data Center e facilita o acesso<br />

para manutenção, a estrutura<br />

em perfilados de alumínio<br />

natural e os fechamentos com<br />

pintura a pó texturizada na cor<br />

Preto RAL9011.


mercado empresarial<br />

noVos Produtos<br />

da EMMEti<br />

Divulgação Emmeti Brasil os<br />

Principais características<br />

dos novos produtos são<br />

segurança e economia<br />

A Emmeti também traz novidades para o mercado: lança na<br />

<strong>Feicon</strong> 2011 a Válvula Misturadora Termostática com Trava de<br />

Segurança Contra Queimadura e o Kit Chuveiro Emmeti.<br />

Válvula Misturadora - Destinada a residências com Sistema<br />

de Aquecimento Central de Água (solar e/ ou a gás). Instalada<br />

na saída do reservatório de água quente (boiler), este equipamento<br />

compacto (apenas 16,3 cm de altura por 13 cm de<br />

largura) recebe água quente (do boiler) de uma lado e água fria<br />

(da rede) do outro, mistura as duas até atingir a temperatura<br />

ideal de consumo (previamente programada, manualmente,<br />

através do registro existente na própria válvula).<br />

Isso é possível porque a Válvula contém um sensor interno<br />

(termostato) que mede a temperatura da água. Assim, quando<br />

um chuveiro ou torneira (ligado ao sistema de água quente) é<br />

acionado (registro aberto), a água já sai naquela temperatura<br />

que foi programada.<br />

Além do conforto térmico imediato, a grande vantagem<br />

que esse produto agrega ao sistema é que não há desperdício<br />

de água, comum em sistemas de aquecimento central convencionais,<br />

decorrente da regulagem da temperatura através do<br />

acionamento simultâneo dos registros de água quente e fria,<br />

em que a água é dispensada até atingir a temperatura desejada<br />

pelo consumidor.<br />

Outro ponto importante desta Válvula é a Trava de Seguran-<br />

vitrine<br />

ça, mecanismo que garante que a água não saia com temperatura<br />

superior a 38º C, evitando queimaduras.<br />

Kit Chuveiro Emmeti - Destinado a atender demandas<br />

de construtoras, que requerem kits hidráulicos pré montados<br />

na fábrica/ fornecedor. O objetivo é ganhar tempo e reduzir<br />

custos com mão de obra. Além disso, a responsabilidade por<br />

eventuais problemas passa a ser do fabricante, já que a construtora<br />

é responsável apenas pela colocação do Kit no espaço<br />

reservado no banheiro (shaft).<br />

O produto é montado sob encomenda, conforme a demanda<br />

da construtora, mas inclui, basicamente, um ponto de ligação<br />

de água para o chuveiro, dois registros de gaveta (para água<br />

quente e fria) e dois registros de pressão (para regular a mistura<br />

de água quente e fria) ou um registro monocomando (um<br />

mesmo registro regula a mistura). O ponto de ligação de água<br />

dos chuveiros, registros de gaveta e de pressão são interligados<br />

com o Tubo Multicamadas Emmeti (água quente e fria).<br />

A direção da empresa afi rma que o seu Kit Chuveiro pode<br />

ser instalado em apenas alguns minutos, o que corresponde a<br />

uma surpreendente economia de tempo diante de uma instalação<br />

convencional, que pode chegar a um dia de trabalho.<br />

Outra vantagem com a utilização do produto é que já é<br />

entregue em medidas adequadas ao perfeito alinhamento dos<br />

registros e altura do chuveiro.<br />

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vitrine<br />

ELGin inoVa EM ar condicionado<br />

coM o coMPact inox<br />

A Elgin está agregando ao portfólio novidades que aumentam a<br />

performance dos condicionadores de ar e ampliam a relação custobenefício<br />

para os consumidores. Na linha Hi-Wall, por exemplo, a<br />

empresa apresenta o Elgin Compact Inox. Com a base e o gabinete<br />

em inox, o modelo é instalado na parte externa de residências e<br />

edifícios e pode ser submetido às mais diferentes condições climáticas,<br />

tendo maior durabilidade que os modelos tradicionais.<br />

O produto pode ser encontrado somente na versão Frio e com<br />

220V. O aparelho também é indicado para regiões litorâneas, pois<br />

a maresia que geralmente acelera o processo de deterioração dos<br />

aparelhos não deverá afetar a estrutura das peças em inox, proporcionando<br />

maior durabilidade e melhor desempenho.<br />

Outra vantagem do Elgin Compact Inox é que permite ao usuário<br />

que quiser trocar o tradicional condicionador de ar tipo Janela<br />

pela tecnologia Split adquirir esse aparelho, já que as dimensões<br />

da condensadora são similares às dos tradicionais, assim, ele pode<br />

ser instalado no mesmo local.<br />

O modelo pode ser encontrado nas versões 7.000, 9.000 e<br />

12.000 BTU/hs;<br />

Todos os produtos da linha<br />

Hi-Wall possuem design<br />

moderno, display digital com a<br />

exclusiva função duplo swing,<br />

sendo os mais silenciosos e<br />

eficazes para climatização. O destaque do Compact Inox fica<br />

para sua versatilidade e economia, além do aspecto decorativo,<br />

trazendo bem-estar e conforto aos usuários. Essa linha possui<br />

também certificação em consumo de energia elétrica, quatro opções<br />

de funcionamento – resfria, *aquece (somente para modelos<br />

Q/F), ventila e desumidifica -, filtro de ar bio blue, que dificulta<br />

a proliferação de vírus e<br />

bactérias, e três anos de<br />

garantia total, além das<br />

funções, turbo, tecla<br />

para travamento do<br />

controle remoto e operação<br />

nos modos sleep<br />

e timer.<br />

Com base e gabinete em inox,<br />

o modelo Elgin Compact Inox<br />

pode ficar exposto à maresia e<br />

às intempéries climáticas


mercado empresarial<br />

duratEx Lança MdFs<br />

FEitos dE EucaLiPto E<br />

Pinus coM triPLa<br />

ProtEção<br />

Os painéis estão protegidos<br />

contra umidade e bactérias e<br />

efi cácia de até 5 anos contra<br />

o ataque de cupins<br />

No segmento de painéis de madeira ecológica, a Duratez<br />

traz ao mercado dois produtos inovadores: o MDF Ultra e o<br />

MDF BP Ultra, este último revestido com laminado melamínico<br />

de baixa pressão.<br />

Os painéis são fabricados com fi bras selecionadas de Pinus<br />

e Eucalipto e compostos com tripla proteção contra umidade,<br />

cupins e bactérias. Os lançamentos contam com tecnologia<br />

que apresenta um composto de inseticida aprovado pelo Ibama<br />

para tratamento de madeiras e painéis, Microban, agente<br />

líder mundial em proteção contra bactérias e resina melamina<br />

formadeildo, que combate a umidade.<br />

Todo esse processo resulta em um nível de proteção<br />

superior ao painel de MDF tradicional, conferindo maior<br />

durabilidade ao móvel, total conforto por ser inodoro, melhor<br />

desempenho e o mais importante, evitando danos nocivos à<br />

saúde do seu consumidor.<br />

Os dois produtos apresentam coloração verde, obrigatória<br />

em todo item que tem como objetivo principal ser imune à<br />

umidade, e certifi cado FSC, do Conselho Brasileiro de Manejo<br />

Florestal.<br />

E seguindo as especifi cações de manuseio, confecção e<br />

instalação, os lançamentos possuem durabilidade e efi cácia de<br />

até 5 anos contra o ataque de cupins. Fonte: Painel Florestal<br />

Divulgação / Argalit<br />

vitrine<br />

arGaLit<br />

aPrEsEnta Linha dE<br />

tintas dE tELhas<br />

EcoLoGicaMEntE<br />

corrEta<br />

A Argalit inova com a Tinta Telha Ecológica, da linha<br />

Ecos, que está disponível em seis cores (vermelho óxido,<br />

cerâmica ônix, cerâmica telha, pérola, champagne e incolor).<br />

Com sua fórmula à base de água e resistente à ação<br />

do sol e da chuva, a tinta forma um fi lme impermeabilizante<br />

que dá brilho e evita a deterioração e a formação<br />

de limo na superfície de telhas cerâmicas, de cimento e<br />

fi brocimento.<br />

O produto não contém adição de solventes, o que lhe<br />

confere baixo odor e reduz os danos ao meio ambiente.<br />

De acordo com o diretor executivo da Argalit, Raphael<br />

Cassaro Machado, o objetivo da empresa é oferecer ao<br />

mercado um produto de qualidade e durabilidade, que<br />

permita ao consumidor optar por uma solução ecologicamente<br />

correta. “Investimentos em modernas tecnologias<br />

de produção, desenvolvimento de cores inovadoras e diversifi<br />

cadas, mas sem perder o foco na sustentabilidade”.<br />

A Argalit produz cerca de 60 mil toneladas de tinta ao<br />

ano para abastecer o mercado brasileiro.<br />

Além de não causar danos ao<br />

meio ambiente, a nova linha<br />

atua como impermeabilizante<br />

e não contém solventes, o que<br />

lhe confere baixo odor<br />

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release<br />

coMProMisso coM a QuaLidadE<br />

Distribuidora das principais usinas, localizada<br />

em São Bernardo do Campo/ SP, a Aldifer<br />

comercializa produtos de excelente qualidade.<br />

Atuando no mercado desde 2002, possui<br />

sede e caminhões próprios, bem como, estoque<br />

variado e permanente.<br />

Efetua entregas no dia seguinte à aprovação<br />

do orçamento, para a região do grande ABC<br />

e sob consulta, para a gran-de São Paulo. Na<br />

retirada pelo cliente, atende a qualquer quantidade,<br />

limitada somente à disponibilidade em<br />

estoque.<br />

Linha de produtos:<br />

• Tubos redondos, quadrados e retangulares<br />

(pretos e galvanizados);<br />

• Laminados (cantoneira, ferro tee, redondo,<br />

chato e quadrado);<br />

• Perfi s laminados (I, U, H e W);<br />

• Perfi s U dobrados;<br />

• Chapas (pretas, galvanizadas e xadrez);<br />

• Perfi lados (cadeirinha, baguete, batente,<br />

tira de porta, fachada coml., entre outros);<br />

• Telhas e cumeeiras galvanizadas (onduladas<br />

e trapezoidais);<br />

• Patamares e degraus para escada reta<br />

e caracol;<br />

• Kits de elevação e motores para portõesbasculantes,<br />

deslizantes e pivotantes;<br />

• Corte e dobra de chapas, sob encomenda;<br />

• Máquinas de solda e seus acessórios;<br />

• Completa linha de acessórios (discos de<br />

corte e desbaste, eletrodos, rodízios, roldanas,<br />

fechaduras, brocas, entre outros).<br />

www.aldifer.com.br<br />

(11) 4342-1614 / 9152-2318<br />

Estr. dos alvarengas, 5338 - sBc - sP


mercado empresarial<br />

a Maior VariEdadE EM coFrEs E MóVEis<br />

A A.M. Cofres e Móveis, explora o ramo de<br />

comércio de cofres e móveis para escritório em<br />

geral, com atuação em todo o Brasil, especializada<br />

em uma linha completa de cofres para guardar<br />

documentos, armas, joias, objetos de valor e<br />

outros bens.<br />

O seu elevado nível de experiência, alcançado<br />

durante 30 anos (desde 1980) de atividades, aliado<br />

a uma adequada política de valores e credibilidade,<br />

permite a A.M. Cofres e Móveis participar de<br />

licitações de órgãos públicos, fornecer cofres e<br />

móveis para escritório desde residências, empresas,<br />

instituições financeiras, transportadoras de valor,<br />

e tantas outras atividades.<br />

Hoje a A.M. Cofres e Móveis possui em seu<br />

cadastro mais de 50.000 clientes, dos quais já<br />

realizaram inúmeras compras de pequeno, médio<br />

e grande porte ao longo destes anos e assim<br />

conquistou o respeito merecido dos seus cliente,<br />

parceiros e concorrentes, sentindo-se assim muito orgulhosa<br />

em ter seu esforço reconhecido.<br />

Atendemos todo o Brasil. Estamos a vossa inteira<br />

disposição, consulte-nos.<br />

a.M. cofres e Móveis Ltda<br />

tel: (11) 3311-8702<br />

www.amcofres.com.br<br />

release<br />

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release<br />

tuBoniL: ExPEriência aLiada à ModErnidadE<br />

A Tubonil está no mercado desde<br />

2006. Trata-se de uma empresa nova,<br />

mas com profissionais com muitos anos<br />

de experiência no mercado de tubos de<br />

aço carbono sem costura e com costura,<br />

de pequenos e grandes diâmetros. A<br />

empresa comercializa também a linha de<br />

Tubos Especiais de 12” a 24” SCH 40<br />

A SCH 160, Tubos Mecânicos ST52 de<br />

50,00mm a 650,00mm paredes grossas,<br />

padrão e fora de padrão.<br />

Localizada no município de Guarulhos<br />

– SP, numa área de 2.500m2, tem<br />

instalações modernas e funcionais que lhe<br />

permitem atender, com alto nível de qualidade,<br />

todas as demandas de seus clientes<br />

e fornecedores em todo o Brasil.<br />

A maior preocupação da empresa é com<br />

a satisfação de seus clientes e com o cumprimento<br />

qualitativo de suas atividades: assim,<br />

dedica-se à melhoria contínua de seus produtos<br />

e serviços.<br />

Tudo isso faz da Tubonil mais que um<br />

distribuidor de tubos de aço, um parceiro de<br />

negócios preocupado em atender seus clientes<br />

de forma diferenciada, orientando e prestando<br />

suporte técnico.<br />

tubonil comercial de tubos de aço Ltda.<br />

Fone/Fax: (11) 2406-7494<br />

www.tubonil.com.br • vendas@tubonil.com.br


mercado empresarial<br />

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índice de anunciantes<br />

ACMW Indústria e Comércio Ltda ...........................................5<br />

Aços Lapefer .......................................................................... 29<br />

Acro Cabos de Aço Indústria e Comércio Ltda ................... 29<br />

Aldifer Distribuidora de Ferro e Aço Ltda EPP .................... 82<br />

AM Cofres e Móveis para Escritório Ltda ............................ 85<br />

Anuário das Indústrias .......................................................... 89<br />

Cabos de Aço São José Ltda ................................................. 61<br />

CIESP ....................................................................................... 44<br />

Confortomax .......................................................................... 67<br />

De Carlo Usinagem e Componentes Ltda ........................... 87<br />

Demolidora Sacoman ........................................................... 67<br />

Detetive Gama ...................................................................... 33<br />

Eleko Parafusos ..................................................................... 78<br />

Epil .......................................................................................... 62<br />

Feital ....................................................................................... 85<br />

Fonte Mirante ........................................................................ 61<br />

Furoexpress ............................................................................ 35<br />

Getrat Ipiranga Conexões e Mangueiras Ltda .................Capa<br />

Hidraufort Comércio de Tubos e Conexões Ltda ................ 76<br />

Histec Comercial Ltda ........................................................... 84<br />

Império dos Metais Comercial Ltda ..................................... 35<br />

L G Comércio de Equip. de Segurança Ltda ME ................. 82<br />

LG EPI’s - Equipamentos de Proteção Individual ............... 86<br />

MercoSul Refratários Ltda .................................................... 76<br />

Metalúrgica Lopes Ltda......................................................... 79<br />

Minelli Andaimes .................................................................. 77<br />

Novoaço Especial .................................................................. 77<br />

P Tendas e Barracas .............................................................. 82<br />

Partel Parafusos Ltda ............................................. 79, 3ª Capa<br />

Regional Compressores ........................................................ 78<br />

Rental Bus .............................................................................. 86<br />

Rental Equipamentos ............................................. 17, 2ª Capa<br />

REP Comércio e Assist. Técnica de Relógio de Ponto ........ 84<br />

Sesi-SP / Senai-SP ................................................................ 49<br />

Tekno S/A Indústria e Comércio .......................................... 88<br />

Tellure Rota ............................................................................ 43<br />

Tercabo Cintas e Cabos de Aço ............................................ 34<br />

Tubonil Comercial de Tubos de Aço Ltda ............................ 87<br />

União Com. e Manutenção de Guinchos e Equip. .............. 88<br />

Vences Mix ............................................................................. 33<br />

Vent Norte Sistemas & Equipamentos ........................4º Capa<br />

Wimaq Industrial ................................................................... 51

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