Um relato extraordinário a respeito da regressão através da hipnose ...
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em uma sessão bastante complica<strong>da</strong>, que nascera<br />
asfixia<strong>da</strong> pelo cordão umbilical que a impedira de<br />
respirar, tendo sido coloca<strong>da</strong> em um balão de oxigênio<br />
para que se recuperasse.<br />
Essa passagem ocorri<strong>da</strong> com o cordão umbilical<br />
explicava pelo menos em parte a sensação de<br />
sufocamento que Helena sentia e depois dessa sessão<br />
ela melhorou bastante nesse particular mas, ain<strong>da</strong><br />
permanecia a sensação de queimadura no estômago,<br />
que resistia a qualquer técnica que utilizasse.<br />
Algumas consultas depois, resolvi recorrer<br />
novamente à <strong>hipnose</strong> para ver se resolvíamos de uma<br />
vez por to<strong>da</strong>s essa questão e quando lhe <strong>da</strong>va sugestões<br />
para recuar no tempo - estávamos na vi<strong>da</strong> intra-uterina<br />
- ela extrapolou para o que se acreditou ser uma vi<strong>da</strong><br />
passa<strong>da</strong>.<br />
Interrompi a sessão, trazendo-a de volta à<br />
consciência, sem dificul<strong>da</strong>des.<br />
Havia me utilizado <strong>da</strong> técnica hipnoterápica de<br />
Torres Norry, que era uma variante <strong>da</strong> <strong>hipnose</strong><br />
processual de Davis & Husband - tudo bastante<br />
tradicional e acadêmico; nenhuma chance para deslizes<br />
e erros - havendo interesse o leitor poderá obter<br />
detalhes sobre essa técnica nos capítulos seguintes e na<br />
bibliografia que incluí no final.<br />
Três sessões depois, resolvi recorrer novamente<br />
à <strong>hipnose</strong> e mais uma vez se manifestaram os mesmos<br />
efeitos.<br />
Desta vez segui em frente e os resultados,<br />
obtidos a nível terapêutico, foram excepcionais,<br />
progressivos e sólidos, como relatarei logo a seguir.<br />
Reagi de maneira bem céptica às manifestações<br />
que ocorriam durante as sessões de <strong>hipnose</strong> e as atribuí<br />
à metáfora do inconsciente coletivo de Jung.<br />
Anos mais tarde quando vim a conhecer o Dr.<br />
Brian Weiss, descobri que ele também <strong>da</strong>va muita<br />
relevância à teoria Junguiana.<br />
Na época ain<strong>da</strong> não havia nenhum livro seu em<br />
português, mas numa edição em castelhano, publica<strong>da</strong><br />
pelo Javier Vergara Editor, <strong>da</strong> Argentina, lê-se:<br />
"Quando um fato<br />
contraria uma teoria<br />
dominante, abandone<br />
a teoria e conserve o<br />
fato, mesmo que ela<br />
seja apoia<strong>da</strong> pelas<br />
maiores mentali<strong>da</strong>des<br />
<strong>da</strong> época."<br />
Claude Bernard<br />
“Por pertencer a uma<br />
família protestante,<br />
Jung não partiu em<br />
seus estudos de uma<br />
visão reencarnatória,<br />
mas, sendo ele próprio<br />
um ‘sensitivo’, e<br />
portanto, apresentando<br />
fenômenos que<br />
absolutamente não<br />
poderiam ser<br />
explicados por aquilo<br />
que havia aprendido<br />
com Freud, partiu<br />
para novos conceitos.<br />
O mais importante foi<br />
a percepção de que,<br />
por mais que uma<br />
pessoa fosse<br />
psicanalisa<strong>da</strong>, o<br />
inconsciente freudiano<br />
não se esgotava.<br />
Partiu então para a<br />
conceituação de um<br />
inconsciente coletivo e<br />
dos arquétipos, o que<br />
parecia ser uma forma<br />
de ver bastante<br />
razoável para to<strong>da</strong><br />
uma vasta<br />
fenomenologia<br />
rejeita<strong>da</strong> quase que<br />
apriorísticamente pela<br />
filosofia freudiana.”<br />
Livio Tulio Pincherle<br />
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