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68 a Geração que Queria Mudar o Mundo: relatos - DHnet

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A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, desde o ano de 2007, por sua incumbência<br />

constitucional, passou a empreender diversas ações inovadoras com fundamento no<br />

conceito global de “reparação”.<br />

A reparação devida aos perseguidos políticos extrapola a dimensão eminentemente<br />

econômica, nos termos da Lei nº 10.559/2002 e compreende também fornecer um<br />

ressarcimento moral satisfatório aos atingidos por atos de exceção. A retratação não se<br />

esgota na dinâmica individual, sendo ampliada também socialmente, num processo de<br />

coletivização de medidas reparatórias. Tudo isso fez com <strong>que</strong> passássemos a empreender<br />

aquilo <strong>que</strong> diversas diretivas internacionais definem como um “programa de reparação”,<br />

<strong>que</strong> se insere num marco mais amplo <strong>que</strong> a simples restituição de direitos ou compensação<br />

econômica às vítimas, contribuindo também para a revelação da verdade, a afirmação da<br />

memória social, a reabilitação moral dos prejudicados por atos de exceção e, especialmente,<br />

o fomento à não-repetição do autoritarismo.<br />

É neste contexto <strong>que</strong> se edita a presente obra, publicada pela Comissão de Anistia.<br />

O livro “<strong>68</strong> – a geração <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria mudar o mundo” é composto por <strong>relatos</strong> de uma<br />

centena de ex-militantes políticos, organizados e sistematizados ao longo dos anos por<br />

Eliete Ferrer, do grupo “Os Amigos de <strong>68</strong>”. Trata-se de contribuição ímpar para a difusão<br />

da memória da<strong>que</strong>les <strong>que</strong> combateram o regime militar por descrever, sob diversos<br />

matizes, as percepções e concepções de vida <strong>que</strong> eles sustentaram, o modo como lutaram<br />

contra a ditadura, bem como as interrupções <strong>que</strong> tiveram em suas vidas e os recomeços<br />

<strong>que</strong> puderam construir. Nesse sentido, a publicação da obra é ato de reparação moral,<br />

pois contribui para a conexão da geração de 19<strong>68</strong> com a história do país, permitindo <strong>que</strong><br />

suas lutas e memórias constituam efetivamente parte da identidade nacional brasileira.<br />

O livro <strong>que</strong> agora editamos não tem o objetivo de constituir-se em “a verdade oficial”<br />

sobre qual<strong>que</strong>r fato mas <strong>que</strong>r apenas viabilizar às novas gerações e aos estudiosos do<br />

período a leitura de depoimentos pessoais sobre uma série de fatos por demais narrados<br />

tanto na história dos “arquivos oficiais”, quanto em outros <strong>relatos</strong> indiretos, para <strong>que</strong><br />

estes possam ser avaliados e compreendidos hoje, dentro de um novo contexto social e<br />

político.<br />

Divulgando estes textos, <strong>que</strong> são escritos em primeira pessoa dos perseguidos, a Comissão<br />

de Anistia contribui para pluralizar as fontes de pesquisa sobre a ditadura no Brasil, num<br />

exercício <strong>que</strong> estimula a tolerância e o respeito às diversas formas de ver e viver o mundo.<br />

<strong>68</strong> a geraçao <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria mudar o mundo: <strong>relatos</strong> aPreSeNTação 13

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