Lourenço Filho - AYRTON BECALLE
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lado por João Hipólito, assumiu, na Escola Normal Pedro II, a<br />
cadeira de psicologia e, depois, a de pedagogia e didática.<br />
Então, o Estado do Ceará possuía um aparelho de instrução<br />
pública diversificado, mas aquém das exigências reais. Três meses<br />
após a chegada de <strong>Lourenço</strong> <strong>Filho</strong>, quando os oposicionistas começaram<br />
a defender mudanças mais amplas na instrução<br />
cearense, Serpa nomeou-o diretor geral da instrução, com a responsabilidade<br />
de idealizar e executar um plano de reforma. Ao<br />
“Dr. Bergström”, “paulista progressista, no molde americano”,<br />
segundo um articulista d’O Diário do Ceará, coube a condução da<br />
reforma do ensino.<br />
Inspetor escolar, professor, jornalista e autor de João Pergunta:<br />
livro de leitura destinado às crianças do Nordeste brasileiro, Newton<br />
Craveiro elaborou a interpretação matricial da reforma. Em diversos<br />
textos, registrou em detalhes as ações deflagradas. Em “A<br />
evolução do ensino no Ceará e a Reforma de 1922” sumariou o<br />
clima intelectual e político reinante.<br />
Quando o professor <strong>Lourenço</strong> <strong>Filho</strong> chegou ao Ceará, a situação era<br />
essa. Acefalia completa, e a administração do ensino um pandemônio.<br />
A politiquice tudo havia contaminado. Assumindo a chefia da nova<br />
repartição, o professor paulista tomou logo duas ou três medidas<br />
que mostravam a consolidação do aparelho do ensino, pela inauguração<br />
de um governo próprio.<br />
Compreendeu logo o Sr. Justiniano de Serpa, presidente do Estado,<br />
que não tinha a seu lado apenas um técnico, mas o homem de que<br />
precisava para realizar seu grande sonho de estadista e de patriota. E<br />
apenas inteirado disso, isolou a instrução da influência dos políticos,<br />
entregando ao professor paulista, armado com poderes discricionários,<br />
toda a máquina administrativa do ensino.<br />
Escrevia:<br />
As lições do professor <strong>Lourenço</strong> <strong>Filho</strong> apaixonaram os espíritos. Assistiam-nas,<br />
diariamente, assim os alunos da Escola Normal, como<br />
professores públicos e particulares, inspetores escolares, deputados,<br />
literatos, advogados e jornalistas. O próprio senhor presidente do<br />
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