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Reunião de abertura: “Herdeiras de um grande passado - Jufem Brasil

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(Os próprios gregos perverteram o eros, abusando <strong>de</strong> suas<br />

características, elevando-o acima <strong>de</strong> Deus e tornando todas as outras<br />

forças que vem do céu secundárias.) Nas religiões, esta posição<br />

traduziu-se nos cultos da fertilida<strong>de</strong>, aos quais preten<strong>de</strong> a prostituição<br />

“sagrada” que prosperava em muitos templos. O eros foi pois celebrado<br />

como força divina...<br />

A esta forma <strong>de</strong> religião que contrasta como <strong>um</strong>a fortíssima tentação<br />

com a fé no único Deus, o Antigo testamento opôs-se com a maior<br />

firmeza. Ao fazê-lo, porém, não rejeitou <strong>de</strong> modo alg<strong>um</strong> o eros enquanto<br />

tal, mas <strong>de</strong>clarou guerra à sua subversão <strong>de</strong>vastadora, porque a falsa<br />

divinização do eros, como aí se verifica, priva-o da sua dignida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>s<strong>um</strong>aniza-o. (...) Fica assim claro que o eros necessita <strong>de</strong> disciplina, <strong>de</strong><br />

purificação para dar ao homem, não o prazer <strong>de</strong> <strong>um</strong> instante, mas <strong>um</strong>a<br />

certa amostra daquela beatitu<strong>de</strong> (bem-aventurança) para a que ten<strong>de</strong><br />

todo o nosso ser.<br />

5. (...)Hoje não é raro ouvir censurar o cristianismo do <strong>passado</strong> por ter<br />

sido adversário da corporeida<strong>de</strong>; a realida<strong>de</strong> é que sempre houve<br />

tendências neste sentido. Mas o modo <strong>de</strong> exaltar o corpo a que<br />

assistimos hoje é enganador. (... o homem) agora consi<strong>de</strong>ra o corpo e a<br />

sexualida<strong>de</strong> como a parte meramente material <strong>de</strong> si mesmo a usar e<br />

explorar com proveito. Uma parte, aliás, que ele não vê como <strong>um</strong> âmbito<br />

da sua liberda<strong>de</strong>, mas antes como algo que, ao seu modo, procura tornar<br />

simultaneamente agradável e inócuo (inocente).<br />

6. Concretamente, como se <strong>de</strong>ve configurar esse caminho <strong>de</strong> ascese e<br />

purificação (do amor)? Em contraposição ao amor in<strong>de</strong>terminado e ainda<br />

em fase <strong>de</strong> procura, este vocábulo (ágape) exprime a experiência do<br />

amor que agora se torna verda<strong>de</strong>iramente <strong>de</strong>scoberta do outro,<br />

superando assim o caráter egoísta que antes prevalecia. Agora o amor<br />

torna-se cuidado do outro e pelo outro. Já não se busca a si próprio, não<br />

busca a imersão no inebriamento da felicida<strong>de</strong>; procura, ao invés, o bem<br />

do amado: torna-se renúncia, está disposto ao sacrifício, antes procurao.<br />

(...)e isto n<strong>um</strong> duplo sentido: no sentido da exclusivida<strong>de</strong> (apenas esta<br />

única pessoa) e no sentido <strong>de</strong> ser para sempre.<br />

7. (...) Na realida<strong>de</strong>, eros e agape nunca se <strong>de</strong>ixam separar<br />

completamente <strong>um</strong> do outro. Quanto mais os dois encontrarem a justa<br />

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