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A inclusão de crianças com deficiência na educação infantil

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© Gabriel Lordêllo<br />

matéria <strong>de</strong> capa<br />

séries, o currículo é organizado por discipli<strong>na</strong>s e o conteúdo é selecio<strong>na</strong>do<br />

pelas coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ções pedagógicas, pelos livros didáticos, enfim,<br />

por uma ‘inteligência’ que <strong>de</strong>fine os saberes úteis e a seqüência em<br />

que <strong>de</strong>vem ser ensi<strong>na</strong>dos”, a<strong>na</strong>lisa. “A divisão do currículo em discipli<strong>na</strong>s<br />

fragmenta e especializa o conhecimento e faz do conteúdo <strong>de</strong><br />

cada uma <strong>de</strong>ssas matérias um fim em si mesmo e não um meio para<br />

esclarecer o mundo em que vivemos e para enten<strong>de</strong>rmos a nós mesmos”,<br />

argumenta. “Com esse perfil organizacio<strong>na</strong>l, dá para imagi<strong>na</strong>r o<br />

impacto da <strong>inclusão</strong> <strong>na</strong> maioria das escolas, esta é uma prática que<br />

tem <strong>de</strong> ser banida”, aconselha.<br />

Resistência ao novo<br />

Para Mantoan, todas as estratégias e argumentos pelos quais a escola<br />

tradicio<strong>na</strong>l resiste à <strong>inclusão</strong> refletem a sua incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuar<br />

diante da <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong>, diversida<strong>de</strong>, do que é real nos seres e nos grupos<br />

humanos. “Estes não são virtuais, categorizáveis, mas existem <strong>de</strong><br />

fato, são pessoas que provêm <strong>de</strong> contextos culturais os mais variados;<br />

representam diferentes segmentos sociais, que produzem e ampliam<br />

conhecimentos e que têm <strong>de</strong>sejos, aspirações, valores, sentimentos e<br />

costumes <strong>com</strong> os quais se i<strong>de</strong>ntificam”, frisa.<br />

Maria Tereza vai mais longe. Ela acredita que ”o <strong>de</strong>safio da <strong>inclusão</strong><br />

está <strong>de</strong>sestabilizando as cabeças dos que sempre <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram<br />

a seleção, a divisão do ensino <strong>na</strong>s modalida<strong>de</strong>s especial e regular, as<br />

especializações e especialistas, o po<strong>de</strong>r das avaliações, da visão clínica<br />

do ensino e da aprendizagem”. Ela também acha “difícil manter resguardados<br />

e imunes às mudanças todos os que colocam nos alunos<br />

a incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r”, referindo-se a membros da <strong>com</strong>unida<strong>de</strong><br />

escolar resistentes às mudanças.<br />

Direito humano à <strong>inclusão</strong><br />

A garantia <strong>de</strong> acesso e permanência <strong>com</strong> sucesso <strong>na</strong>s escolas<br />

<strong>com</strong>uns regulares significa um patamar imprescindível <strong>de</strong> cidadania<br />

para pessoas <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência, <strong>na</strong> opinião <strong>de</strong> especialistas. A sua <strong>inclusão</strong><br />

nos ambientes <strong>com</strong>uns <strong>de</strong> aprendizagem, oferecendo todas<br />

as condições <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>, possibilita o preparo para a inserção<br />

nos espaços sociais, incluindo o mercado <strong>de</strong> trabalho. “A <strong>inclusão</strong> é<br />

extremamente favorável à elimi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> posturas exclu<strong>de</strong>ntes, pois<br />

a partir da convivência <strong>na</strong> heterogeneida<strong>de</strong>, as <strong>crianças</strong> apren<strong>de</strong>m,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo, a não discrimi<strong>na</strong>r. Estudos <strong>com</strong>provam o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> práticas colaborativas e valores <strong>com</strong>o a solidarieda<strong>de</strong> e o<br />

respeito à diferença”, alerta Denise Alves, do MEC.<br />

revista criança 23

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