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A inclusão de crianças com deficiência na educação infantil

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© Tasso Leal<br />

Léa Tiriba<br />

entrevista<br />

Consciência ecológica<br />

se apren<strong>de</strong> <strong>com</strong> o<br />

pé no chão<br />

Angélica Miranda | Rio <strong>de</strong> Janeiro/RJ<br />

Não é difícil imagi<strong>na</strong>r a ce<strong>na</strong>:<br />

uma creche em uma cida<strong>de</strong> qualquer<br />

da zo<strong>na</strong> rural brasileira; do<br />

lado <strong>de</strong> fora, árvores, montanhas,<br />

animais <strong>na</strong>dando em um lago.<br />

Dentro da sala <strong>de</strong> aula, a professora<br />

se esforça para ensi<strong>na</strong>r noção<br />

<strong>de</strong> conjunto a uma turma <strong>de</strong><br />

<strong>educação</strong> <strong>infantil</strong>. Alguma coisa<br />

está fora da or<strong>de</strong>m, <strong>na</strong> concepção<br />

da professora Léa Tiriba, já que a<br />

<strong>na</strong>tureza é a matéria-prima mais<br />

importante no processo <strong>de</strong> formação<br />

das <strong>crianças</strong>. Segundo ela,<br />

por razões históricas e culturais,<br />

os estudantes crescem acreditando<br />

que existe separação entre<br />

seres humanos e <strong>na</strong>tureza. Esta<br />

seria a origem da <strong>de</strong>gradação do<br />

planeta, que está nos levando a<br />

um processo <strong>de</strong> auto<strong>de</strong>struição.<br />

Um caminho sem volta, se as<br />

<strong>crianças</strong> não <strong>com</strong>eçarem, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

muito cedo, a interagir <strong>com</strong><br />

a <strong>na</strong>tureza e, assim, apren<strong>de</strong>r a<br />

respeitá-la. Doutora em <strong>educação</strong><br />

e professora do Curso <strong>de</strong> Especialização<br />

em <strong>educação</strong> <strong>infantil</strong> da<br />

PUC/RJ, Léa Tiriba propõe, em<br />

sua tese <strong>de</strong> doutorado, a reinvenção<br />

das relações entre seres humanos<br />

e <strong>na</strong>tureza nos espaços <strong>de</strong><br />

<strong>educação</strong> <strong>infantil</strong>.<br />

Segundo Léa, é preciso dar mais<br />

liberda<strong>de</strong> às <strong>crianças</strong>, oferecer o<br />

que elas gostam. E o que a gente<br />

percebe é que criança gosta <strong>de</strong><br />

estar em contato <strong>com</strong> a <strong>na</strong>tureza.<br />

Muitas vezes, elas passam o dia<br />

todo fechadas <strong>de</strong>ntro da escola.<br />

É <strong>com</strong>o se a realida<strong>de</strong> se reduzisse<br />

às áreas entre os muros. Esquecemos<br />

que as <strong>crianças</strong> <strong>na</strong>sceram<br />

para o mundo e não para a creche.<br />

Revendo conceitos<br />

O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio do professor <strong>de</strong><br />

<strong>educação</strong> <strong>infantil</strong>, preocupado <strong>com</strong><br />

os temas da atualida<strong>de</strong>, é educar<br />

<strong>na</strong> perspectiva <strong>de</strong> uma nova socieda<strong>de</strong><br />

sustentável. E isso, segundo<br />

Tiriba, implica em “rever as concepções<br />

<strong>de</strong> mundo e <strong>de</strong> conhecimento<br />

que orientam as propostas<br />

curriculares em que a <strong>na</strong>tureza não<br />

tem valor em si mesma. Ela serve<br />

ape<strong>na</strong>s <strong>com</strong>o matéria-prima para a<br />

economia industrial”.<br />

E prossegue: “se a vida transcorre<br />

no cotidiano das instituições,<br />

é aí que ela se afirma <strong>com</strong>o<br />

potência ou impotência, <strong>de</strong> corpo<br />

e <strong>de</strong> espírito.” Assim, autoconstituição<br />

e aprendizagem não são<br />

revista criança 5

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