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junta DOIS MIL - Associação de Fuzileiros

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MENSAGEM AOS FUZILEIROS<br />

FUZILEIROS<br />

Foi no rescaldo do <strong>de</strong>sastre da guerra<br />

<strong>de</strong> 1939-1945, que custou cinquenta<br />

milhões <strong>de</strong> mortos, que inspirou<br />

a utilização da arma atómica,<br />

que reduziu a Europa a escombros,<br />

que inscreveu a solução final no<br />

passivo europeu, que também por<br />

fim se fez a mais clara i<strong>de</strong>ntificação<br />

do activo do Canon oci<strong>de</strong>ntal, ao<br />

mesmo tempo que a privatização<br />

da <strong>de</strong>fesa recebeu um novo perfil,<br />

articulado com o predomínio da<br />

economia <strong>de</strong> mercado.<br />

A Carta da ONU e a Declaração dos<br />

Direitos do Homem foram exclusivamente<br />

escritas por oci<strong>de</strong>ntais; o<br />

diálogo em substituição da subida<br />

aos extremos da guerra, apelou à<br />

razão, colocada no lugar das cóleras<br />

armadas; o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>mocrático<br />

dos regimes, <strong>de</strong> matriz oci<strong>de</strong>ntal,<br />

foi apontado como o paradigma<br />

<strong>de</strong> excelência <strong>de</strong> governo; a igual<br />

dignida<strong>de</strong> dos homens, sem distinção<br />

excluente <strong>de</strong> etnias, <strong>de</strong> crenças,<br />

<strong>de</strong> culturas, ficou consignada<br />

como matriz dos direitos naturais e<br />

inalienáveis; o respeito pelo direito<br />

internacional, sendo este uma criação<br />

oci<strong>de</strong>ntal, foi ten<strong>de</strong>ncialmente<br />

confiado a jurisdições transnacionais;<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento humano<br />

sustentado, assumiu-se como um<br />

<strong>de</strong>ver da comunida<strong>de</strong> mundial; o<br />

Conferência<br />

Professor Adriano Moreira em Conferência<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Instituto <strong>de</strong> Altos Estudos da Aca<strong>de</strong>mia das Ciências <strong>de</strong> Lisboa<br />

Professor Emérito da Universida<strong>de</strong> Técnica <strong>de</strong> Lisboa<br />

A 27 <strong>de</strong> Março passado, na se<strong>de</strong> da <strong>Associação</strong> dos<br />

<strong>Fuzileiros</strong>, no Barreiro, a propósito do 32º aniversário<br />

da nossa instituição, o professor doutor Adriano Moreira,<br />

como convidado <strong>de</strong> honra, proferiu uma palestra<br />

sobre geo-estratégia, que intitulou “Mensagem aos <strong>Fuzileiros</strong>”,<br />

que reproduzimos na íntegra.<br />

Perante numerosa assistência, e tendo na mesa <strong>de</strong> honra<br />

o vice-almirante Saldanha Lopes, comandante naval,<br />

em presentação do almirante Chefe <strong>de</strong> Estado-Maior<br />

da Armada, Melo Gomes, o Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, dr. Ilídio Neves, que abriu a sessão, relevou<br />

a importância da efeméri<strong>de</strong> e <strong>de</strong>stacou a importância<br />

da conferência que iria ser proferida aten<strong>de</strong>ndo<br />

ao impacto intelectual do palestrante.<br />

O antigo Chefe do Estado-Maior da Armada almiran-<br />

direito à liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os povos<br />

foi proclamado e prosseguido;<br />

as intervenções a cargo das organizações<br />

especializadas, <strong>de</strong>senvolveram<br />

um tecido <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> do género<br />

humano, numa casa comum<br />

que é a Terra. Tudo foi escrito por<br />

mãos oci<strong>de</strong>ntais, <strong>de</strong>cididas a libertar<br />

do jugo colonial aquilo que no<br />

passado foi consi<strong>de</strong>rado – o resto<br />

do mundo.<br />

Mas na Carta ficaram as sementes<br />

da falta <strong>de</strong> autenticida<strong>de</strong> que durante<br />

séculos <strong>de</strong>u actualida<strong>de</strong> à informação<br />

do marinheiro do Roteiro<br />

te Vieira Matias fez a apresentação do conferencista,<br />

refere-nciando a sua accção como académico e político<br />

ao longo <strong>de</strong> muitas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> anos da sua vida.<br />

O Presi<strong>de</strong>nte da Mesa da Assembleia Geral da <strong>Associação</strong><br />

contra-almirante Leiria Pinto encerrou a cerimónia,<br />

realçando o brilhantismo da exposição, que - disse -<br />

certamente toco fundo nos fuzileiros presentes.<br />

No final, foi servido um Porto <strong>de</strong> Honra, que reforçou a<br />

amiza<strong>de</strong> e a camaradagem dos presentes, que fizeram<br />

questão <strong>de</strong> relembrar o lema <strong>de</strong>ste corpo <strong>de</strong> tropas<br />

especiais da Armada:<br />

“Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre”.<br />

5<br />

<strong>de</strong> Vasco da Gama. No Conselho <strong>de</strong><br />

Segurança, on<strong>de</strong> cinco países assumiram<br />

um estatuto privilegiado, foi<br />

acolhido o princípio maquiavélico<br />

professado pelos <strong>de</strong>mónios interiores<br />

que dinamizaram as duas guerras<br />

mundiais, um princípio com<br />

uma formulação simples: quem<br />

tem força, joga-a; na Assembleia<br />

Geral, que não toma <strong>de</strong>cisões obrigatórias,<br />

mas apenas Resoluções,<br />

a maioria dos Estados que foram<br />

chegando, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> libertados do<br />

estatuto colonial, <strong>de</strong>senvolveram<br />

uma atitu<strong>de</strong> reivindicativa, frequentemente<br />

con<strong>de</strong>natória, dos oci<strong>de</strong>n-<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2009

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