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Relatório Parte 2 - Câmara Municipal de Porto Santo

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A praia apresenta máxima exposição aos rumos contidos entre SSW e ESE, casos em que a protecção<br />

oferecida pelos Ilhéus é virtualmente nula, e os efeitos do empolamento anulam os da refracção, pelo que as<br />

características energéticas <strong>de</strong>stas ondas se mantêm. Nestas condições, po<strong>de</strong> ocorrer mesmo ligeira<br />

amplificação nos extremos da baía, particularmente para períodos superiores a 10 s. A baía apresenta<br />

exposição crescente para oci<strong>de</strong>nte face a ondas com rumos das bandas <strong>de</strong> leste, embora a janela <strong>de</strong>finida<br />

pelo Boqueirão <strong>de</strong> Cima permita a passagem <strong>de</strong> ondas difractadas que afectam o extremo oriental da baía. As<br />

incidências do quadrante oeste produzem efeito simétrico, com exposição crescente para nascente. Nestas<br />

condições, o Boqueirão <strong>de</strong> Baixo é facilmente atravessado pelas ondas que se difractam em torno da Ponta da<br />

Calheta, expondo este troço costeiro até ao Cabeço da Ponta (Fig. 63 B) e dando origem a condições <strong>de</strong> mar<br />

cruzado com a agitação que se propaga <strong>de</strong> sul.<br />

O estudo da distribuição anual do fluxo <strong>de</strong> energia sugere que a resultante longitudinal anual <strong>de</strong>ve ser nula ou<br />

pequena e muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do balanço sazonal entre as componentes (condições) <strong>de</strong> leste e oeste. A existir<br />

um resíduo longitudinal mais frequente, terá, na generalida<strong>de</strong> da baía, rumo preferencial para sudoeste. A<br />

potência dissipada nesta baía é porém suficiente para manter trocas sedimentares transversais e longitudinais<br />

importantes, <strong>de</strong> natureza sazonal a inter-anual.<br />

4.2.4 Evolução da linha <strong>de</strong> costa<br />

A posição da linha <strong>de</strong> costa num dado instante <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um equilíbrio (dinâmico) entre três factores<br />

fundamentais: o nível relativo do mar, a activida<strong>de</strong> das ondas e o fornecimento sedimentar. A intensida<strong>de</strong><br />

relativa <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>stes factores não é constante no tempo, sendo útil consi<strong>de</strong>rar a respectiva variabilida<strong>de</strong><br />

a diferentes escalas temporais: micro-escala (sazonal), meso-escala (inter-anual) e macro-escala (secular).<br />

A variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> micro-escala está essencialmente relacionada com a variação sazonal do forçamento<br />

oceânico a que correspon<strong>de</strong> um reajuste permanente da configuração <strong>de</strong> equilíbrio entre a solicitação imposta<br />

pelas ondas e a forma do perfil <strong>de</strong> praia. Esta variabilida<strong>de</strong> é conseguida à custa <strong>de</strong> transferências sazonais <strong>de</strong><br />

areias entre os segmentos superior (subaéreo) e inferior (submarino) da praia, a que correspon<strong>de</strong>m<br />

perdas/ganhos líquidos virtualmente nulos quando são consi<strong>de</strong>radas escalas temporais superiores a um ano.<br />

As observações <strong>de</strong> terreno confirmam que, regra geral e ao longo da totalida<strong>de</strong> da praia do <strong>Porto</strong> <strong>Santo</strong>, todo o<br />

perfil <strong>de</strong> praia (até ao sopé da duna frontal ou da escarpa do afloramento <strong>de</strong> eolianito, quando presente) é<br />

actuado em preia mar <strong>de</strong> águas vivas equinociais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a agitação marítima exceda 1 m <strong>de</strong> altura na<br />

rebentação. Tal configura activação sazonal do perfil da praia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fecho estimada em<br />

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