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Relatório Parte 2 - Câmara Municipal de Porto Santo

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período <strong>de</strong> maior estabilida<strong>de</strong> registado neste trabalho, a erosão (ainda que mo<strong>de</strong>sta) predomina no sector<br />

oeste, enquanto o sector leste experimenta acreção. Entre 1966 e 1995 o sinal das variações inverte-se, com<br />

acreção nos sectores oeste e central (principalmente no primeiro) e erosão a leste. No intervalo 1995 - 2001<br />

toda a praia sofre erosão pronunciada (mais intensa no sector oeste e principalmente na região da Calheta) e<br />

entre 2001 e 2006 assiste-se a acreção generalizada em toda a praia. Des<strong>de</strong> 2006 até ao presente ocorre<br />

acreção no sector oeste, encontrando-se os dois restantes sectores em erosão.<br />

O sector oeste é o que mostra maior amplitu<strong>de</strong> nas variações <strong>de</strong> meso-escala (da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 25-30 m) em<br />

todas as comparações efectuadas. Esta característica, que também foi <strong>de</strong>tectada em levantamentos<br />

separados por apenas um mês (Verão <strong>de</strong> 2008, Fig. 65 H), po<strong>de</strong> estar associada ao carácter mais dissipativo<br />

da configuração da praia.<br />

A evolução global da baía <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1842 até ao presente sugere uma tendência erosiva, <strong>de</strong> reduzida magnitu<strong>de</strong><br />

(0.15 m/ano) a que correspon<strong>de</strong> um recuo médio <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 25 m em 166 anos (Fig. 67). Para este valor<br />

contribuem períodos <strong>de</strong> relativa estabilida<strong>de</strong> (e.g. 1937-1966, 8 cm/ano), outros <strong>de</strong> forte acreção (e.g. 2001-<br />

2006, 3.72 m/ano) e ainda outros erosivos (e.g. 1995-2001, 2.47 m/ano). Se se consi<strong>de</strong>rar o período posterior<br />

a 1937, extrai-se outra tendência, também <strong>de</strong> pequena intensida<strong>de</strong> (0.16 m/ano), mas <strong>de</strong> sinal oposto<br />

(acreção). Estes resultados não permitem confirmar a existência <strong>de</strong> uma tendência erosiva <strong>de</strong> macro-escala,<br />

que a existir, será certamente <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> reduzida.<br />

Não é fácil compatibilizar estes resultados com a memória <strong>de</strong> muitos dos habitantes do <strong>Porto</strong> <strong>Santo</strong>, que<br />

associa aos anos 40-70 uma extensão transversal <strong>de</strong> areal superior à actual. Todavia, esta informação <strong>de</strong>ve<br />

ser avaliada com prudência, uma vez que po<strong>de</strong> reflectir a influência da variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> micro- e meso-escala,<br />

que mascara e domina a tendência secular, e também pela natureza subjectiva da memória, que filtra os<br />

acontecimentos passados, retendo selectivamente experiências mais positivas e construindo o cenário familiar<br />

dos “bons velhos tempos”.<br />

A análise <strong>de</strong> documentação fotográfica (imagens <strong>de</strong> terreno) respeitante à primeira meta<strong>de</strong> do séc. XX<br />

(Photographia Museu Vicentes, Funchal, cedida por J. Baptista em 2008) sugere uma configuração do<br />

dispositivo morfológico costeiro muito semelhante ao que se observa hoje, nomeadamente no que respeita à<br />

largura da praia (a variação da largura visível nas fotografias é compatível com a actual), à actuação da base<br />

da duna frontal pelas ondas, à presença <strong>de</strong> substrato rochoso aflorante na parte baixa da praia, à existência <strong>de</strong><br />

um cordão dunar frontal estreito e vegetado na região central da baía, à presença <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> <strong>de</strong>flação<br />

eólica com exposição <strong>de</strong> cascalheiras (perto da Calheta) e à ocupação por edificado no limite superior da praia<br />

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