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ba, granitóides de miguel calmon e mirangaba. - Universidade ...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS<br />

CURSO DE GEOLOGIA<br />

CARLOS EMANOEL TRIGUEIROS DE SANTANA<br />

ESTUDO SOBRE AS POTÊNCIALIDADES E ESPECIALIZAÇÕES<br />

METALOGENÉTICAS DOS GRANITÓIDES<br />

PALEOPROTEROZÓICOS DA REGIÃO CENTRO-SUL DA<br />

SERRA DE JACOBINA – BA,<br />

GRANITÓIDES DE MIGUEL CALMON E MIRANGABA.<br />

Salvador<br />

2008


CARLOS EMANOEL TRIGUEIROS DE SANTANA<br />

ESTUDO SOBRE AS POTÊNCIALIDADES E<br />

ESPECIALIZAÇÕES METALOGENÉTICAS DOS<br />

GRANITÓIDES PALEOPROTEROZÓICOS DA REGIÃO<br />

CENTRO-SUL DA SERRA DE JACOBINA – BA,<br />

GRANITÓIDES DE MIGUEL CALMON E MIRANGABA.<br />

Monografia apresentada ao Curso <strong>de</strong> Geologia,<br />

Instituto <strong>de</strong> Geociências, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da<br />

Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau<br />

<strong>de</strong> Bacharel em Geologia.<br />

Orientador: Prof. Dr. José Haroldo da Silva Sá<br />

Salvador<br />

2008<br />

ii


TERMO DE APROVAÇÃO<br />

CARLOS EMANOEL TRIGUEIROS DE SANTANA<br />

ESTUDO SOBRE AS POTÊNCIALIDADES E<br />

ESPECIALIZAÇÕES METALOGENÉTICAS DOS<br />

GRANITÓIDES PALEOPROTEROZÓICOS DA REGIÃO<br />

CENTRO-SUL DA SERRA DE JACOBINA – BA,<br />

GRANITÓIDES DE MIGUEL CALMON E MIRANGABA.<br />

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau <strong>de</strong> Bacharel<br />

em Geologia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, pela seguinte <strong>ba</strong>nca examinadora:<br />

Prof. Dr. José Haroldo da Silva Sá - Orientador<br />

Doutor em Geologia pela USP<br />

UFBA<br />

Ernesto Alves da Silva<br />

Bacharel em Geologia pela UFBA<br />

Companhia Baiana <strong>de</strong> Pesquisa Mineral - CBPM<br />

Profª. Drª. Ângela Beatriz Leal<br />

Doutora em Geologia pela USP<br />

UFBA<br />

Salvador, 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2008<br />

iii


"Simplesmente à Minha Família"<br />

iv


AGRADECIMENTOS<br />

Esta monografia é parte final <strong>de</strong> uma longa trilha em que os obstáculos foram muitos,<br />

mas o esforço conjunto e o espírito fraternal da família, amigos, professores, funcionários e<br />

colegas, foram imensamente superior. Sinceros agra<strong>de</strong>cimentos:<br />

A Deus por me dar força, saú<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> para sempre prosseguir evoluindo na<br />

vida pessoal, profissional e social. Por ter mim concedido uma família abençoada por Ele, e<br />

principalmente por ter enviado seu único filho pra nos conce<strong>de</strong>r a eterna salvação.<br />

A minha família, pelo amor, compreensão, união, atenção, patrocínio, incentivo e<br />

principalmente estímulo para começar e terminar essa jornada. Agra<strong>de</strong>ço em especial a meus<br />

pais Leonidio Santana Filho e Irail<strong>de</strong>s Trigueiros; e a meus irmãos Tiago, Mateus, Noemi e<br />

Taiane.<br />

Ao meu orientador Prof. Dr. José Haroldo da Silva Sá, pela atenção, paciência e por<br />

compartilhar seus conhecimentos e experiência ao longo das matérias Campo I e Prospecção,<br />

assim como na elaboração <strong>de</strong>sta monografia.<br />

A Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia (UFBA), em especial o Instituto <strong>de</strong> Geociências<br />

(IGEO), que mesmo com todas as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> infra-estrutura e corpo docente, foi <strong>de</strong><br />

fundamental importância na minha formação acadêmica.<br />

A Companhia Baiana <strong>de</strong> Pesquisa Mineral (CBPM), em particular a Gerência <strong>de</strong><br />

Geologia Básica e Aplicada (GEBAP), na pessoa do Diretor Geólogo Ernesto Alves da Silva,<br />

pelo apoio material, logístico e financeiro em todas as etapas <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

Aos professores, Castro, Doneivan, Felix, Flávio, Geraldo, Iracema, Joaquim Xavier,<br />

Johildo Barbosa, Lamarck (in memoriam), Lour<strong>de</strong>s, Marcos, Marcelo, Misi, Osmario,<br />

Reginaldo, Sergio, Silvania, Simone, Télesforo e Vilton. Dentre outros que tiveram<br />

contribuição fundamental para a minha formação.<br />

A profª Ângela Leal, pela <strong>de</strong>dicação frente ao colegiado do curso, por te me ensinado<br />

em petrologia metamórfica a gostar <strong>de</strong> petrografia e pelo auxilio nas <strong>de</strong>scrições das lâminas<br />

<strong>de</strong>sta monografia.<br />

v


Aos funcionários do IGEO, em especial a Alberto, André, Caetano, Carlos (Bossal),<br />

Deraldo, Jairo, Joceane e Mércia.<br />

A meus amigos e colegas: André, Andresa, Ana Carolina, Ana Maciel, Carlito, Carla,<br />

Carlos Amorim, Cristiane, Denis, Diego, Eraldo, Fabiano, Gilcimar, Jofre, Joilma, Jailma,<br />

Manoel, Manoel Palmas, Natanael, Natali, Patrícia, Portugal, Ramille, Rodrigo, Rose, Sâmia<br />

e Uyara. Peço perdão se me esqueci <strong>de</strong> alguém e sintam-se agra<strong>de</strong>cidos.<br />

A minha equipe <strong>de</strong> Campo II - Ana Maciel, Jailma e Joilma - que em um semestre<br />

difícil que pensei em <strong>de</strong>sistir me mostrou a alegria e o prazer <strong>de</strong> ser estudante <strong>de</strong> geologia.<br />

A todos que <strong>de</strong> maneira direta e indiretamente contribuíram para que me torna-se<br />

Bacharel em Geologia.<br />

A Todos Muito Obrigado<br />

“Eu pensei em dizer tantas coisas, mas pra que se eu tenho a música” (Roupa Nova)<br />

“Cui<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem corre do seu lado<br />

E quem te quer bem, essa é a coisa mais pura...”<br />

“Dê o seu melhor, isso é o que Deus quer<br />

Faça alguém feliz, e alguém também, fará você”<br />

Charlie Brown Jr.<br />

Raiz Coral<br />

vi


RESUMO<br />

Os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> paleoproterózoicos em estudo localizam-se na porção centro-sul da<br />

Serra <strong>de</strong> Jacobina, compreen<strong>de</strong>ndo os Granitói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Miguel Calmon (GMC) e Miranga<strong>ba</strong><br />

(GMR). São corpos intrusivos no Complexo Mairi, estando associados ao Complexo<br />

Itapicuru, Grupo Jacobina e a Formações Superficiais.<br />

Constituem-se <strong>de</strong> corpos alongados, muito homogêneos, on<strong>de</strong> predominam<br />

granodioritos e monzonitos <strong>de</strong> coloração rosa a cinza, em geral porfiríticos, sendo a<br />

paragênese principal constituída <strong>de</strong> plagioclásio, quartzo, microclina, biotita, moscovita e<br />

minerais opacos.<br />

Os dados geoquímicos posicionaram-nos como granitos pós-orogênicos, sendo o GMC<br />

tipo I e o GMR do tipo S. São fracamente peraluminosos, do tipo subsolvs da serie cálcio-<br />

alcalina.<br />

Através <strong>de</strong> parâmetros geológicos, petrográficos, geoquímicos e geotectônicos foi<br />

possível classificar e comparar a especialização e o potencial metalogênetico dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>,<br />

on<strong>de</strong> o Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon apresenta-se com <strong>ba</strong>ixo potencial metalogenético,<br />

enquanto o Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> classifica-se como <strong>de</strong> bom potencial metalogenético,<br />

particularmente para mineralizações <strong>de</strong> wolfrâmio.<br />

Palavras Chave: Granitói<strong>de</strong>s, Potencialida<strong>de</strong>s e Metalogênese.<br />

vii


ABSTRACT<br />

The granitoi<strong>de</strong>s Paleoproterozoic study can be found in the central-southern Sierra <strong>de</strong><br />

Jacobina, including Granitói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Miguel Calmon (GMC) and Miranga<strong>ba</strong> (GMR). They are<br />

intrusive bodies in Mairi Complex, state associated with the Complex Itapicuru, Jacobina<br />

Group and Surface Formations.<br />

It is elongated bodies, uniforns, which dominate monzonitos and granodiorite pink to<br />

gray in color, generally porfhyritic, and the main paragenesis consists of plagioclásio, quartz,<br />

microclina, biotite, muscovite and opaque minerals.<br />

The geochemical data positioned as post-granite origin, and the GMC as type I and<br />

GMR as type S. They are weakly peraluminosos, subsolvs the type of calcium-alkaline series.<br />

Through geological parameters, petrographic, geochemical and geotectônicos could<br />

classify and compare the especialisition and potential metalogenetic of granitoi<strong>de</strong>s, where the<br />

Granitoi<strong>de</strong> of Miguel Calmon presents with low potential metalogênetico, while the<br />

Granitói<strong>de</strong> of Miranga<strong>ba</strong> classifies itself as the good metalogenetic potential.<br />

Key words: Granitoi<strong>de</strong>, Potential and Metalogenetic.<br />

viii


SUMÁRIO<br />

DEDICATÓRIA iv<br />

AGRADECIMENTOS v<br />

RESUMO vii<br />

ABSTRACT viii<br />

LISTA DE FIGURAS xii<br />

LISTA DE TABELAS xiv<br />

LISTA DE FOTOGRAFIAS xiv<br />

LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS xv<br />

LISTA DE ABREVIATURAS xv<br />

CAPITULO I - INTRODUÇÃO 16<br />

1.1. APRESENTAÇÃO 16<br />

1.2. OBJETIVOS 17<br />

1.3. METODOLOGIA DE TRABALHO<br />

18<br />

1.3.1. Levantamento Bibliográfico<br />

18<br />

1.3.2. Analises e Interpretações dos Dados<br />

18<br />

1.4. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO 19<br />

1.5. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 21<br />

1.6. TRABALHOS ANTERIORES 22<br />

CAPITULO II - GEOLOGIA REGIONAL 25<br />

2.1. ARQUEANO A PALEOPROTEROZÓICO 25<br />

2.1.1. Complexo Mairi 25<br />

2.1.2. Complexo Saú<strong>de</strong> 26<br />

2.1.3. Greenstone Belt <strong>de</strong> Mundo Novo 26<br />

2.1.4. Complexo Itapicuru 29<br />

2.1.5. Grupo Jacobina 30<br />

2.1.6. Rochas Intrusivas Máficas e Ultramáficas 30<br />

2.1.7. Granitos Intrusivos 31<br />

2.2. MESO A NEOPROTEROZÓICO 31<br />

2.2.1 Grupo Chapada Diamantina 31<br />

2.2.2 Grupo Una 32<br />

2.3. COBERTURAS TÉRCIO-QUATERNARIAS 32<br />

2.3.1. Formações Superficiais 32<br />

ix


CAPITULO III - CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS,<br />

PETROGRAFICAS E GEOQUÍMICAS DOS GRANITÓIDES. 34<br />

3.1. GRANITÓIDE DE MIGUEL CALMON<br />

3.1.1. Petrográfia<br />

3.1.1.1. Fácies Granítica<br />

3.1.1.2. Enclave Máfico<br />

3.1.2. Geoquímica<br />

3.2. GRANITO DE MIRANGABA<br />

3.2.1. Petrográfia<br />

3.2.1.1. Fácies Granítica<br />

3.2.2. Geoquímica<br />

3.3. ANALISE COMPARATIVA ENTRE O GMC E O GMR 57<br />

CAPITULO IV - AMBIÊNCIA GEOTECTÔNICA E<br />

NATUREZA DOS GRANITÓIDES 58<br />

4.1. AMBIENTE GEOTECTÔNICO DE GERAÇÃO DOS<br />

GRANITÓIDES DE MIGUEL CALMON E MIRANGABA<br />

4.1.1. Características <strong>de</strong> <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> relacionados aos respectivos<br />

ambientes geotectônicos <strong>de</strong> formação<br />

4.1.1.1. Granitos Orogênicos<br />

a) Granitos <strong>de</strong> Arcos <strong>de</strong> Ilhas<br />

b) Granitos <strong>de</strong> Margens Continentais Ativas<br />

c) Granitos <strong>de</strong> Áreas <strong>de</strong> Colisão Continental<br />

d) Granitos Pós-Orogênicos.<br />

4.1.1.2. Granitos Anorogênicos<br />

a) Granitos associados com Rifts<br />

b) Granitos associados com Soerguimentos Continentais<br />

Epirogênicos<br />

c) Granitos <strong>de</strong> Fundos <strong>de</strong> Oceanos<br />

4.1.2. Caracterização dos Granitói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Miguel Calmon e<br />

Miranga<strong>ba</strong> quanto ao Ambiente Geotectônico em que foram<br />

gerados.<br />

4.2 FONTES GERADORAS DOS GRANITÓIDES DE MIGUEL<br />

CALMON E MIRANGABA.<br />

4.2.1. Características (Critérios) Indicativas da Fonte Geradora <strong>de</strong><br />

Granitói<strong>de</strong>s<br />

4.2.2. Características dos Granitói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Miguel Calmon e<br />

Miranga<strong>ba</strong> quanto à fonte geradora dos mesmos<br />

34<br />

37<br />

37<br />

39<br />

41<br />

46<br />

46<br />

46<br />

52<br />

58<br />

58<br />

59<br />

59<br />

59<br />

59<br />

59<br />

60<br />

60<br />

60<br />

60<br />

61<br />

61<br />

61<br />

63<br />

x


CAPITULO V - PADRÕES GEOFÍSICOS DOS<br />

GRANITÓIDES 66<br />

5.1. GEOFÍSICA DO GRANITÓIDE DE MIGUEL CALMON<br />

5.1.1. Mapas Magnéticos (Campo Total e 1º DV do Campo Total)<br />

5.1.2. Mapas Radiométricos (Concentração Potássio, Tório, Urânio<br />

e Contagem Total)<br />

5.2. GEOFÍSICA DO GRANITÓIDE DE MIRANGABA<br />

5.2.1. Mapas Magnéticos (Campo Total e 1º DV do Campo Total)<br />

5.2.2. Mapas Radiométricos (Concentração <strong>de</strong> Potássio, Tório,<br />

Urânio e Contagem Total)<br />

CAPITULO VI - MINERALIZAÇÕES ASSOCIADAS ÀS<br />

ROCHAS GRANÍTICAS (MODELOS E TIPOS<br />

METALOGÉNETICOS) 78<br />

6.1. DEPÓSITOS PLUTOGÊNICOS APICAIS DISSEMINADOS DE Cu<br />

+ Mo; Cu, Mo, Cu + Au, Sn E W 79<br />

6.2. GREISENS 82<br />

6.3. DEPÓSITOS PERIFÉRICOS – FILÕES HIDROTERMAIS,<br />

PNEUMATOLÍTICOS E PEGMATITOS 84<br />

6.4. CONCENTRAÇÕES PLUTOGÊNICAS PERIFÉRICAS<br />

RELACIONADAS AO METAMORFISMO E/OU<br />

METASSOMATISMO TÉRMICO 85<br />

CAPITULO VII - POTENCIALIDADES<br />

METALOGENÉTICAS DOS GRANITÓIDES 87<br />

7.1. POTENCIALIDADE METALOGENÉTICA DO GRANITÓIDE DE<br />

MIGUEL CALMON.<br />

7.1.1. Indicadores Geotectônicos<br />

7.1.2. Indicadores Petrográficos<br />

7.1.3. Indicadores Geoquímicos<br />

7.1.3. Indicadores Geofísicos<br />

7.2. POTENCIALIDADE METALOGENÉTICA DO GRANITÓIDE DE<br />

MIRANGABA.<br />

7.2.1. Indicadores Geotectônicos<br />

7.2.2. Indicadores Petrográficos<br />

7.2.2. Indicadores Geoquímicos<br />

7.2.3. Indicadores Geofísicos<br />

7.3. POTENCIALIDADE DO GMC E GMR, ESPECIALMENTE PARA<br />

WOLFRÂMIO, SEGUNDO A EQUAÇÃO GCI. 94<br />

CAPITULO VIII - CONCLUSÃO 95<br />

CAPITULO IX - BIBLIOGRAFIA 98<br />

66<br />

66<br />

69<br />

73<br />

73<br />

73<br />

87<br />

87<br />

88<br />

89<br />

91<br />

91<br />

91<br />

92<br />

92<br />

94<br />

xi


LISTA DE FIGURAS<br />

Figuras Descrição Pg<br />

Figura 1 Mapa <strong>de</strong> localização e vias <strong>de</strong> acesso à área <strong>de</strong> estudo. Em<br />

zoom os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon e Miranga<strong>ba</strong>. 20<br />

Figura 2 Coluna estratigráfica da região da Serra <strong>de</strong> Jacobina,<br />

modificada por Mascarenhas et al. (1994). 27<br />

Figura 3 A) Esboço geológico do Cráton do São Francisco. B) Mapa<br />

geológico simplificado da área <strong>de</strong> estudo 28<br />

Figura 4 Mapa Geológico do Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon. 36<br />

Figura 5 Amostras do GMC plotadas no diagrama <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong><br />

rochas plutônicas - QAP. 37<br />

Figura 6 Diagramas <strong>de</strong> Harker para o Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon. 43<br />

Figura 7 Diagrama K2O x Na2O, (LeMaitre, 1989). 44<br />

Figura 8 Diagrama <strong>de</strong> Série Magmática K2O x SiO2. 44<br />

Figura 9 9.a) Diagrama para <strong>de</strong>terminação do tipo <strong>de</strong> granito e<br />

composição. 9.b) Diagrama para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> álcalis. 44<br />

Figura 10 Diagrama Na2O x K2O para o GMC, White & Chappell<br />

(1983). 45<br />

Figura 11 Diagrama Si2O x Rb/Zr para rochas graníticas dos grupos I, II<br />

e III (Harris et AL. 1986), amostras do GMC mostrando <strong>ba</strong>ixa<br />

razão Rb/Zr. 45<br />

Figura 12 Diagrama <strong>de</strong> saturação <strong>de</strong> alumina, indica que o GMC são<br />

rochas levemente peraluminosas. 45<br />

Figura 13 Diagrama ternário RbxSrxBa, para o GMC. El Bouseily &<br />

Sokkary. 45<br />

Figura 14 Efeitos <strong>de</strong> alteração exibidos no “contexto ígneo” (Hughes<br />

1972 apud Backer 1985) on<strong>de</strong> as rochas ígneas inalteradas<br />

<strong>de</strong>finem uma área restrita. No diagrama estão plotadas as<br />

amostras do GMC. 45<br />

Figura 15 Mapa Geológico do Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong>. 47<br />

Figura 16 Amostras do GMR plotadas no diagrama <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong><br />

rochas plutônicas - QAP. 48<br />

Figura 17 Diagramas <strong>de</strong> Harker para o Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong>. 54<br />

Figura 18 Diagrama K2O x Na2O, (LeMaitre, 1989). 55<br />

Figura 19 Diagrama <strong>de</strong> Série Magmática K2O x SiO2. 55<br />

Figura 20 20.a) Diagrama para <strong>de</strong>terminação do tipo <strong>de</strong> granito e<br />

composição. 20.b) Diagrama para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> álcalis. 55<br />

Figura 21 Diagrama Na2O x K2O para o GMR, White & Chappell<br />

(1983). 56<br />

Figura 22 Diagrama Si2O x Rb/Zr para rochas graníticas dos grupos I, II<br />

e III (Harris et AL. 1986), amostras do GMR mostrando <strong>ba</strong>ixa<br />

razão Rb/Zr. 56<br />

Figura 23 Diagrama <strong>de</strong> saturação <strong>de</strong> alumina, indica que o GMR são<br />

rochas levemente peraluminosas. 56<br />

Figura 24 Diagrama ternário RbxSrxBa, para o GMR. El Bouseily &<br />

Sokkary. 56<br />

xii


Figura 25 Efeitos <strong>de</strong> alteração exibidos no “contexto ígneo” on<strong>de</strong> as<br />

rochas ígneas inalteradas <strong>de</strong>finem uma área restrita. No<br />

diagrama estão plotadas as amostras do GMR. 56<br />

Figura 26 Diagramas discriminantes (A-F) utilizados para a<br />

caracterização <strong>de</strong> granitos GAI, GMA, GCC, GPO, GR, GE e<br />

GO. Segundo Maniar & Piccoli, 1989. 62<br />

Figura 27 Mapa do Campo Magnético Total do GMC, mostrando áreas<br />

com anomalias mais significativas. 68<br />

Figura 28 Mapa da 1º DV do Campo Magnético Total do GMC,<br />

mostrando áreas com anomalias mais significativas 68<br />

Figura 29 Mapa <strong>de</strong> Contagem Total do GMC, mostrando áreas com<br />

anomalias mais significativas 70<br />

Figura 30 Mapa da Concentração <strong>de</strong> Potássio do GMC, mostrando áreas<br />

com anomalias mais significativas 70<br />

Figura 31 Mapa <strong>de</strong> Concentração <strong>de</strong> Tório do GMC, mostrando áreas<br />

com anomalias mais significativas 72<br />

Figura 32 Mapa <strong>de</strong> Concentração <strong>de</strong> Urânio do GMC, mostrando áreas<br />

com anomalias mais significativas 72<br />

Figura 33 Mapa Magnético do Campo Total – GMR 74<br />

Figura 34 Mapa da 1 DV do Magnético do Campo Total – GMR 74<br />

Figura 35 Mapa da contagem total – GMR 75<br />

Figura 36 Mapa da concentração <strong>de</strong> potássio – GMR 75<br />

Figura 37 Mapa da concentração <strong>de</strong> tório – GMR 77<br />

Figura 38 Mapa da concentração <strong>de</strong> urânio – GMR 77<br />

Figura 39 Mo<strong>de</strong>lo esquemático da distribuição zonada dos minerais<br />

metálicos e da zonalida<strong>de</strong> dos silicatos hidrotermais<br />

hipogênicos nas jazidas apicais disseminadas. 81<br />

Figura 40 Esquema mostrando o produto final obtido após o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da seqüência <strong>de</strong> diferenciação. Ambiente<br />

greisenizado e a influência das rochas encaixantes na<br />

composição do greisen. 83<br />

Figura 41 Mo<strong>de</strong>lo metalogenético para mineralizações associadas a<br />

rochas carbonatadas. 86<br />

Figura 42 Diagramas elementos traços vs SiO2. 90<br />

Figura 43 Diagrama ternário <strong>de</strong> Juniper e Kleeman, 1979. No diagrama<br />

amostras do GMC. 91<br />

Figura 44 Diagrama ternário ACF <strong>de</strong> Barth, 1962 No diagrama amostras<br />

do GMC. 91<br />

Figura 45 Diagramas elementos traços vs SiO2. 93<br />

Figura 46 Diagrama ternário <strong>de</strong> Juniper e Kleeman, 1979. No diagrama<br />

amostras do GMR. 93<br />

Figura 47 Diagrama ternário ACF <strong>de</strong> Barth, 1962 No diagrama amostras<br />

do GMR. 93<br />

Figura 48 Índice <strong>de</strong> Caracterização Geoquímica para granitos mineralizados e<br />

granitos estéreis da Índia e do Mundo. 94<br />

Figura 49 Índice <strong>de</strong> Caracterização Geoquímica (GCI). Analise<br />

comparativa entre o GMC e o GMR. 94<br />

xiii


LISTA DE TABELAS<br />

Tabelas Descrições Pg.<br />

Tabela 1 Dados geoquímicos das analises <strong>de</strong> 9 amostras do Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Miguel Calmon. 42<br />

Tabela 2 Norma CIPW do GMC. 42<br />

Tabela 3 Dados geoquímicos das analises <strong>de</strong> 10 amostras do Granitói<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong>. 52<br />

Tabela 4 Norma CIPW do GMR. 53<br />

Tabela 5 Analise comparativa dos principais parâmetros entre o GMC e o<br />

GMR. 57<br />

Tabela 6 Características dos granitos tipo I e tipo S, (Biondi, 1986). 63<br />

Tabela 7 Principais características dos granitos M, I – Cordilheiranos, I –<br />

Caledonianos, S e A. Segundo Pitcher, 1983. 64<br />

Tabela 8 Parâmetros utilizados na i<strong>de</strong>ntificação do tipo <strong>de</strong> granito. 65<br />

Tabela 9 Principais minerais magnéticos 67<br />

Tabela 10 Susceptibilida<strong>de</strong> magnética das rochas 67<br />

Tabela 11 Mapas geofísicos e os principais níveis <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>s<br />

presentes para o GMC 71<br />

Tabela 12 Mapas geofísicos e os principais níveis <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>s<br />

presentes para o GMR 76<br />

Tabela 13 Mineralizações e tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos associados às séries<br />

graníticas, observadas em diferentes locais (Biond, 1986). 79<br />

Tabela 14 Valores encontrados no GMC para as razões Rb/Sr, Li/K, Ba/Sr,<br />

K/Rb, Ba/Rb e Mg/Li. 90<br />

Tabela 15 Valores encontrados no GMR para as razões Rb/Sr, Li/K, Ba/Sr,<br />

K/Rb, Ba/Rb e Mg/Li. 92<br />

Tabela 16 Comparação através <strong>de</strong> parâmetros/indicadores <strong>de</strong> potencial<br />

metalogenéticos entre o GMC e o GMR. 97<br />

LISTA DE FOTOGRAFIAS<br />

Fotografias Descrições Pg.<br />

Fotografia 1 Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon, afloramento em lajedo<br />

mostrando à fácies porfiritica. 35<br />

Fotografia 2 Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon, afloramento da fácies <strong>de</strong><br />

coloração rosada. 35<br />

Fotografia 3 Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon, afloramento em corte <strong>de</strong> estrada<br />

da fácies mais escura. 35<br />

Fotografia 4 Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> afloramento em forma <strong>de</strong> lajedo,<br />

mostrando-se <strong>ba</strong>stante fraturado. 48<br />

Fotografia 5 Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> afloramento em pedreira. 48<br />

Fotografia 6 Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong>, fácies porfiritica. 48<br />

xiv


Abreviatura Significado Abreviatura Significado<br />

ACF<br />

LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS<br />

Fotomicrografias Descrições Pg.<br />

Fotomicrografia 1 Aspecto geral da orientação da biotita no GMC. Amostra PG-<br />

43A. 40<br />

Fotomicrografia 2 Associação entre plagioclásio e microclina, mostrando o<br />

processo <strong>de</strong> albitização. Plagioclásio encontra-se<br />

saussuritizado e sericitizado. GMC. Amostra PG-49. 40<br />

Fotomicrografia 3 Textura mirmequitíca e plagioclásio saussuritizado e<br />

sericitizado. GMC. Amostra PG-47. 40<br />

Fotomicrografia 4 Associação entre microclina e plagioclásio mostrando o<br />

processo <strong>de</strong> feldspatização potássica. GMC. Amostra PG-54. 40<br />

Fotomicrografia 5 Enclave máfico no GMC, mostrando a parte máfica e a parte<br />

félsica. GMC. Amostra PG-42B. 40<br />

Fotomicrografia 6 Aspecto geral da orientação da biotita. GMR. Amostra PG-<br />

61A. 51<br />

Fotomicrografia 7 Associação entre plagioclásio e microclina, mostrando o<br />

processo <strong>de</strong> albitização, o plagioclásio encontra-se<br />

saussuritizado e sericitizado. GMR. Amostra PG-59. 51<br />

Fotomicrografia 8 Textura mirmequitíca e associação entre plagioclásio e a<br />

microclina mostrando a feldspatização potássica. GMR.<br />

Amostra PG-59. 51<br />

Fotomicrografia 9 Associação entre plagioclásio e a microclina mostrando a<br />

feldspatização potássica. GMR. Amostra PG-59. 51<br />

Fotomicrografia 10 Associação entre biotita, moscovita e minerais opacos. GMR.<br />

Amostra PG-58B. 51<br />

LISTA DE ABREVIATURAS<br />

A (Al2O3+Fe2O3 – (Na2O+K2O);<br />

C (CaO) e F (FeO+MgO+MnO)<br />

Bt Biotita QAP<br />

Plag Plagioclásio<br />

Q (Quartzo); A (Kfeldspato)<br />

e P<br />

(plagioclásio)<br />

CIPW<br />

Cross, Iddings, Pirsson e<br />

Washington<br />

Qtz Quartzo<br />

GMC Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon Saus Saussuritização<br />

GMR Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> Ser Seritização<br />

ICP Inductively Coupled Plasma Tex Mirm Textura Mirmequítica<br />

Mcr Microclina TTG<br />

Tonalito-trondhjemitogranodiorítico<br />

Mos Moscovita<br />

xv


1.1. APRESENTAÇÃO<br />

CAPITULO I - INTRODUÇÃO<br />

Gran<strong>de</strong> parte do território da Bahia é formado por terrenos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s arqueana e<br />

paleoproterozóica, expostos principalmente nas regiões centro-oriental, centro-sul e norte do<br />

Estado. Nesses terrenos <strong>de</strong>stacam-se os corpos <strong>de</strong> composições graníticas, aqui referidos<br />

como <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>, formados principalmente durante a intensa e extensa granitogênese da era<br />

paleoproterozóica. Suas áreas <strong>de</strong> exposições variam entre <strong>de</strong>zenas até muitas centenas <strong>de</strong><br />

quilômetros quadrados e exibem características associadas a ambientes sin, tardi ou pós-<br />

tectônicos. Também apresentam diversos tipos <strong>de</strong> texturas (equigranular fina a grossa,,<br />

porfirítica, pegmatói<strong>de</strong> etc..) e variações composicionais que incluem monzonitos,<br />

granodioritos, tonalitos, granitos até sienitos.<br />

A escassez <strong>de</strong> mineralizações econômicas até agora comprovadas em associação com<br />

os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> aqui abordados, possivelmente explique a ausência <strong>de</strong> estudos sistemáticos<br />

sobre seus aspectos metalogenéticos. Outro fator diz respeito ao atual nível <strong>de</strong> erosão, que já<br />

expôs vários <strong>de</strong>sses <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> em gran<strong>de</strong>s extensões, consi<strong>de</strong>rados como <strong>de</strong>sfavorável à<br />

preservação das mineralizações formadas nas zonas apicais das suas cúpulas. Entretanto,<br />

várias “exceções” mostram a existência <strong>de</strong> mineralizações econômicas preservadas em<br />

<strong>ba</strong>tólitos graníticos <strong>de</strong>ntre os quais são relevantes citar: a) os <strong>de</strong>pósitos da província estanífera<br />

<strong>de</strong> Rondônia alojados em greisens encaixados em <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> com mais <strong>de</strong> 20 km <strong>de</strong> diâmetro<br />

e intrusivos em gnaisses do complexo Xingú (Veiga et. al., 1988); b) os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong><br />

tungstênio <strong>de</strong> Nova Trento, em Santa Catarina, estão associados a veios <strong>de</strong> quartzo-<br />

16


pegmatói<strong>de</strong>s mineralizados com volframita, conectados com <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> e encaixados em<br />

xistos e gnaisses (Silva & Misi, 1988); c) os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> esmeralda (com molib<strong>de</strong>nita),<br />

associados ao granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Carnaí<strong>ba</strong> e os <strong>de</strong> esmeralda no granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo Formoso,<br />

ambos na região centro-norte da Bahia (Grifon, 1967, Couto et. al. 1991).<br />

O conhecimento sobre a metalogenêse dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> - exemplificada nos muitos<br />

<strong>de</strong>pósitos distribuídos em todos os continentes – mostra que essas rochas tem estreita relação<br />

com mineralizações <strong>de</strong> Sn, Mo, Cu, Ta, Nb, F, Li, Be, Cs, Au além <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

pedras preciosas e semi-preciosas.<br />

Estudos comparativos entre <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> estéreis e mineralizados, mostram que estes<br />

últimos apresentam um conjunto <strong>de</strong> características que po<strong>de</strong>m ser utilizadas como critérios<br />

para a seleção <strong>de</strong> corpos mais favoráveis à prospecção. Dentre essas características <strong>de</strong>stacam-<br />

se a presença <strong>de</strong> anomalias radiométricas, a associação espacial com <strong>ba</strong>ixos gravimétricos<br />

(anomalias gravimétricas negativas) e com zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> estrutural e a relação <strong>de</strong><br />

discordância com as rochas encaixantes (Taylor & McLennan, 1985).<br />

Como já mencionado, a intensa e extensa granitogênese ocorrida durante o<br />

paleoproterozóico no território <strong>ba</strong>iano, carece <strong>de</strong> estudos e pesquisas voltadas para a<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> processos metalogenéticos favoráveis as mineralizações típicas <strong>de</strong>sse<br />

ambiente geológico. É <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse contexto que se faz importante o estudo sobre as<br />

potencialida<strong>de</strong>s e especializações metalogéneticas dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon e<br />

Miranga<strong>ba</strong>.<br />

1.2. OBJETIVOS<br />

Este tra<strong>ba</strong>lho tem como objetivo o estudo sobre as potencialida<strong>de</strong>s e especializações<br />

metalogenéticas dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> Paleoproterozóicos da região centro-sul da Serra <strong>de</strong><br />

Jacobina/Ba – Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon (GMC) e Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> (GMR),<br />

i<strong>de</strong>ntificando e caracterizando parâmetros geológicos, geoquímicos, petrográficos, geofísicos<br />

e geotectônicos, que possam ser correlacionados com as potencialida<strong>de</strong>s e especializações<br />

metalogenéticas <strong>de</strong>sses <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>.<br />

17


1.3. METODOLOGIA DE TRABALHO<br />

1.3.1. Levantamento Bibliográfico<br />

Como ponto <strong>de</strong> partida se fez um levantamento bibliográfico <strong>de</strong> livros, teses,<br />

dissertações, artigos e revistas sobre todos os aspectos geológicos da área em estudo na escala<br />

regional e local. Posteriormente buscou-se na bibliografia características e proprieda<strong>de</strong>s<br />

geológicas, geotectônicas, estruturais, petrográficas, geoquímicas e geofísicas, que possam ser<br />

correlacionáveis às potencialida<strong>de</strong>s e especializações metalogenéticas dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> em<br />

estudo.<br />

1.3.2. Analises e Interpretações dos Dados<br />

Nessa etapa foram analisados, integrados, interpretados e comparados os parâmetros<br />

geológicos referentes aos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> em estudo, tais como:<br />

Características petrográficas (paragêneses, texturas, alterações e etc)<br />

Foram confeccionadas 23 lâminas <strong>de</strong>lgadas, sendo 14 lâminas do GMC e 09 laminas<br />

do GMR. Para o estudo petrográfico dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>, observou-se principalmente a<br />

mineralogia, texturas e alterações minerais. Nomeando assim através do QAP o granitói<strong>de</strong> em<br />

questão. Para isso utilizou-se o microscópio binocular do Laboratório <strong>de</strong> Mineralogia Óptica e<br />

Petrografia do Instituto <strong>de</strong> Geociências da UFBA.<br />

Características geoquímicas relativas às concentrações <strong>de</strong> elementos maiores e traços,<br />

particularmente aqueles afins com a metalogênese típica dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong><br />

Foram analisadas geoquimicamente 19 amostras, sendo 9 amostras do GMC e 10<br />

amostras do GMR. As analises foram realizadas pela empresa Geosol, utilizando o método <strong>de</strong><br />

fluorescência <strong>de</strong> raio-X para elementos maiores (SiO2, Al2O3, FeO, Fe2O3, MgO, Na2O, K2O,<br />

CaO, MnO TiO2 e P2O5) e para elementos traços (Ba, Cl, Ga, Hf, Nb, P, Rb, S, Sc, Sn, Sr, Ta,<br />

Th, U, V, Y, Zr, W). Utilizou-se também o método ICP para: Ag, B, Be, Cr, Cu, Li, Mo, Ni,<br />

Pb, Sb, Zn, F, Cs, La.<br />

Posteriormente, esses dados foram tratados através do programa Minpet 2.02 (Richard,<br />

1994) e assim analisados para estabelecer o potencial metalogenético dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>.<br />

18


Padrões geofísicos dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong><br />

Com o intuito <strong>de</strong> estabelecer o padrão geofísico dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>, assim como a<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> possíveis anomalias, foram confeccionados para cada granitói<strong>de</strong> 06 mapas<br />

geofísicos: (1) Mapa Magnético do Campo Total; (2) Mapa da 1º Derivada do Campo<br />

Magnético Total; (3) Mapa da Contagem Total; (4) Mapa da Concentração do Potássio; (5)<br />

Mapa da Concentração do Tório e (6) Mapa da Concentração do Urânio.<br />

Os mapas geofísicos dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon e Miranga<strong>ba</strong> foram plotados<br />

aproximadamente na escala <strong>de</strong> 1:143.000. Superpuseram-se os mapas geofísicos com o<br />

geológico <strong>de</strong>tectando assim possíveis anomalias.<br />

Relatório Final<br />

Através dos dados, análises e interpretações, obtidas na utilização <strong>de</strong> vários programas<br />

(word, excel, power point corel draw, arcgis, minpet e outros), integrou-se em forma <strong>de</strong><br />

monografia a metodologia utilizada assim como os resultados obtidos e por fim elaborou-se<br />

uma apresentação pública para divulgação dos resultados.<br />

Monografia com o objetivo <strong>de</strong> obter o grau em <strong>ba</strong>charel em Geologia pela<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia – UFBA.<br />

1.4. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO<br />

A área <strong>de</strong> estudo situa-se na região centro-sul da Serra <strong>de</strong> Jacobina entre os municípios<br />

<strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> e Miguel Calmon, ambos situados no Estado da Bahia. São objetos <strong>de</strong> pesquisa<br />

os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong>sta região, são eles: Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon e Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Miranga<strong>ba</strong>.<br />

O acesso à região e feita a partir <strong>de</strong> Salvador pela BR-324 até Feira <strong>de</strong> Santana,<br />

seguindo pela BR-116 e BR-324 até Jacobina. A partir <strong>de</strong> Jacobina seguem-se dois rumos<br />

para chegar à área <strong>de</strong> estudo: 1) Pela BA-373 até Miranga<strong>ba</strong> (totalizando 350 km <strong>de</strong><br />

Salvador). 2) Pela BA-421 até Miguel Calmon (totalizando 360 km <strong>de</strong> Salvador) (Figura 1).<br />

19


Figura 1 – Mapa <strong>de</strong> localização e vias <strong>de</strong> acesso à área <strong>de</strong> estudo. Em zoom os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon e Miranga<strong>ba</strong>. Fonte: Adaptado do Mapa Rodoviário do Estado<br />

da Bahia, (1990) e Mapa Geológico do Estado da Bahia, (1978).<br />

20


1.5. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS<br />

As áreas <strong>de</strong> estudo como já foi mencionado se encontra inserida no contexto da<br />

Serra <strong>de</strong> Jacobina, on<strong>de</strong> as altitu<strong>de</strong>s variam entre 800 a 1200 metros (terrenos altos e<br />

montanhosos) e altitu<strong>de</strong>s entre 400 a 600 metros (terrenos mais <strong>ba</strong>ixos e aplainados).<br />

O tipo climático é semi-árido e seco a subúmido, com precipitação média anual<br />

entre 1000 a 1250 mm nos terrenos altos e montanhosos e em torno <strong>de</strong> 650 mm nos<br />

terrenos <strong>ba</strong>ixos e aplainados. A área esta sujeita a passar longos períodos <strong>de</strong> estiagem.<br />

Os solos, em sua maioria, são dos tipos: argissolo eutrófico, latossolo distrófico,<br />

cambiossolo, latossolo ácrico e neossolo litólico distrófico. Os solos <strong>de</strong>rivados das<br />

rochas graníticas apresentam uma coloração esbranquiçada e são pouco <strong>de</strong>senvolvidos.<br />

A separação das feições geomorfologicas foi <strong>ba</strong>seada no Projeto Radam Brasil<br />

(1983) e no Projeto Jacobina (Couto et. al., 1978). Os aspectos paisagísticos atuais da<br />

Serra <strong>de</strong> Jacobina foram implantados, durante a ação dos processos erosivos, atuantes a<br />

partir do Cretácio Superior que mo<strong>de</strong>laram os arranjos lito-estrutural da área, feições<br />

geomorfológicas contrastantes. A área <strong>de</strong> estudo está inserida no domínio do “Escudo<br />

Exposto”. Esse domínio está dividido em duas regiões geomorfológicas: Região dos<br />

planaltos residuais que englo<strong>ba</strong> as unida<strong>de</strong>s Relevo Montanhoso e Cristas Residuais e a<br />

Região das Depressões Interplanalticas, englo<strong>ba</strong>ndo as unida<strong>de</strong>s Morros Ondulados,<br />

Planície Aluvionar e Depósitos <strong>de</strong> Talus.<br />

A distribuição do sistema fisionômico ecológico segundo o Projeto Radam<br />

Brasil (1981), esta dividida em: cerrado, cerrado/caatinga, mata <strong>de</strong> galeria, mata ciliar,<br />

além <strong>de</strong> áreas antropizadas (cultivo permanente e agricultura <strong>de</strong> subsistência). A<br />

vegetação varia <strong>de</strong> floresta estacional e cerrado arbóreo aberto até os contatos cerrado-<br />

floresta ombrófila, cerrado-floresta estacional e caatinga-floresta estacional.<br />

O Município <strong>de</strong> Miguel Calmon está parcialmente inserido na <strong>ba</strong>cia do rio<br />

Itapicuru, enquanto que sua porção sul possui drenagens que correm para a <strong>ba</strong>cia do<br />

médio Paraguaçu e a porção noroeste drena as águas para a <strong>ba</strong>cia do rio Salitre. Tem<br />

como principais drenagens os riachos Olho d’Água, Angelim, Forjos, Cabeceiras e rio<br />

Jacuípe. O Município <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> possui gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong>ntro da <strong>ba</strong>cia do<br />

rio Salitre, embora a sua se<strong>de</strong> esteja <strong>de</strong>ntro da <strong>ba</strong>cia do rio Itapicuru. O município tem<br />

como principais drenagens os rios Salitre, Preto e Itapicuru-Açu.<br />

21


1.6. TRABALHOS ANTERIORES<br />

A historia cientifica da região da Serra <strong>de</strong> Jacobina mostra a gran<strong>de</strong> evolução do<br />

conhecimento geológico na área, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras referências feitas pelo Padre<br />

Manuel Ayres do Cazal (1817) apud Couto et. al 1978. Branner (1910a e b) menciona a<br />

presença <strong>de</strong> manganês nessa serra e em 1910, <strong>de</strong>screve diversas seções geológicas na<br />

região. A seguir são apresentados resumidamente os principais tra<strong>ba</strong>lhos na região.<br />

Kegel (1963) consi<strong>de</strong>rou a Bacia <strong>de</strong> Jacobina como formada por camadas<br />

<strong>de</strong>positadas sobre um anticlinal erodido da “Série Pré-Minas” e dos gnaisses do<br />

Precambriano Inferior.<br />

Leo et al. (1964) estabeleceram a primeira coluna estratigráfica para a Serra <strong>de</strong><br />

Jacobina, com isso foi elaborado várias cartas geológicas e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los geodinâmicos e<br />

metalogenéticos para a geologia da região. Definiram a estratigrafia básica da Serra <strong>de</strong><br />

Jacobina: Formação Bananeiras, Serra do Córrego, Rio do Ouro e Cruz das Almas.<br />

Griffon (1967) em mapeamento da parte central da Serra, unificou as Formações<br />

Rio do Ouro e Serra do Córrego <strong>de</strong> Leo et al. (1964) sob a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Formação<br />

Rio do Ouro, <strong>de</strong>sdobraram a Formação Cruz das Almas (<strong>ba</strong>sal) em formações Serra do<br />

Meio e Água Branca. Griffon (1967) e Mascarenhas (1969a e b) interpretam para a serra<br />

<strong>de</strong> Jacobina um estilo <strong>de</strong> dobramento isoclinal com escamas tectônicas, imputando ao<br />

Grupo Jacobina uma espessura sedimentar em torno <strong>de</strong> 4.000 metros.<br />

Jordan (1971) consi<strong>de</strong>rou o Grupo Jacobina Inferior <strong>de</strong> Griffon como parte do<br />

flanco leste do Sinclinorio <strong>de</strong> Curaçá <strong>de</strong> modo que o Grupo Jacobina propriamente dito<br />

seria o flanco oeste. Em 1972 este mesmo autor dividiu o Grupo Jacobina no extremo<br />

norte da serra nas Formações Oliveira, Serra da Alegria e Varginha.<br />

Couto et al. (1978) ao mapearem a região da Serra <strong>de</strong> Jacobina individualizaram<br />

três compartimentos litoestruturais: Complexo Metamórfico-Migmatítico, Complexo<br />

Saú<strong>de</strong>, e Complexo Itapicuru. Eles incluíam principalmente no Complexo Itapicuru as<br />

Formações Cruz das Almas, Serra do Meio e Água Branca. Couto et al. (1978) e Melo<br />

et. al. (1995) <strong>de</strong>screveram o Complexo Saú<strong>de</strong> como sendo constituído principalmente<br />

por paragnaisses aluminosos que incluem os kinzigitos, anfibolitos, rochas<br />

calcissilicáticas e quartzitos, ocorrem <strong>de</strong> forma subordinada. Formam uma faixa quase<br />

22


que contínua que <strong>ba</strong>liza o limite leste da Seqüência Jacobina e Greenstone Belt <strong>de</strong><br />

Mundo Novo.<br />

Mascarenhas (1979) consi<strong>de</strong>rou a existência <strong>de</strong> um cráton catarqueano a oeste<br />

do meridiano <strong>de</strong> 41° W. No período pré-Guriense, formaram-se, <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong><br />

protocrátons (Serrinha, Gavião-Riachão do Jacuípe-Ipecaetá); áreas gnáissico-<br />

migmatíticas; e greenstone belts nas regiões <strong>de</strong> Serrinha e Jacobina. Já por ocasião do<br />

ciclo Guriense-Jequié (± 2,7Ga) ter-se-ia formado o complexo granulítico <strong>de</strong> Jequié.<br />

Entre 2,0 Ga e 2,7 Ga ocorreu a formação <strong>de</strong> rochas granulíticas, charnockíticas e<br />

migmatitos, havendo áreas on<strong>de</strong> as remobilizações geraram cinturões móveis.<br />

Horscroft et al. (1989) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram a idéia <strong>de</strong> que o Grupo Jacobina foi formado<br />

em um ambiente <strong>de</strong> rift com sedimentação do tipo fining upward, tendo origem em<br />

ambiente fluvial, passando a transicional (<strong>de</strong>ltaico) e marinho fraco. Melo (1991)<br />

<strong>de</strong>finiu o ambiente do Complexo Itapicuru e Serra <strong>de</strong> Jacobina como <strong>de</strong> uma <strong>ba</strong>cia o<br />

tipo “pull apart” <strong>de</strong> fundo siálico, não consi<strong>de</strong>rando a existência <strong>de</strong> ultramáficas<br />

intercaladas nos quartzitos da Serra <strong>de</strong> Jacobina em seu mo<strong>de</strong>lo.<br />

Segundo Mascarenhas & Silva (1994), a formação dos primeiros protólitos teve<br />

início após 2,4 Ga. Nesta época admite-se o aparecimento <strong>de</strong> uma protocrosta oceânica<br />

(Complexo São José do Jacuípe <strong>de</strong> Melo, 1991 ou equivalente ultrabásico) entre o<br />

Bloco Gavião e o Cráton <strong>de</strong> Serrinha, ambos provavelmente arqueanos. Segundo o<br />

mo<strong>de</strong>lo evolutivo <strong>de</strong> <strong>ba</strong>cia pós-arco, na extensão pós-arco formou-se uma <strong>ba</strong>cia com<br />

<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> rochas vulcanoclásticas e sedimentos grauváquicos e presença <strong>de</strong><br />

vulcanismo máfico-ultramáfico e <strong>de</strong> vulcanismo intermediário a félsico; a<br />

reaproximação do Bloco do Gavião e do Cráton <strong>de</strong> Serrinha provocou a obducção da<br />

crosta oceânica por sobre o prisma acrecional representado pelo Complexo Ipirá e sobre<br />

as litologias vulcânicas do arco-<strong>de</strong>-ilhas. A seguir ocorreu a colisão entre o<br />

microcontinente (Cráton <strong>de</strong> Serrinha) e o arco-<strong>de</strong>-ilhas (2,1-2,0 Ga) acarretando a<br />

<strong>de</strong>formação da seqüência vulcanossedimentar com vergência para oeste. Nesta ocasião,<br />

geraram-se diversos TTG’s (tonalito-trondhjemito-granodioritos).<br />

Na margem oriental do Bloco Gavião <strong>de</strong>senvolveu-se uma <strong>ba</strong>cia intracratônica<br />

com alta taxa <strong>de</strong> subsidência, e sedimentação inicialmente continental passando a<br />

fluviomarinha com formação <strong>de</strong> níveis mineralizados auríferos. A tectônica tangencial<br />

prossegue após a colisão continente-continente, originando empurrões <strong>de</strong> leste para<br />

23


oeste com o aparecimento <strong>de</strong> escamas <strong>de</strong> rochas ultramáficas da seqüência<br />

vulcanossedimentar. Finalmente verificou-se a intrusão <strong>de</strong> diques máficos tardios<br />

cortando toda a seqüência.<br />

Os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> tardi a pós-tectônicos têm sido objeto <strong>de</strong> estudo (Marinho et. al.,<br />

1979, 1980, 1992; Sa<strong>ba</strong>té et. al., 1989-1990; Barbosa et al., 2003; Couto et. al., 1978 e<br />

outros), com ênfase maior nos aspectos petrográficos e na evolução geotectônica, o que<br />

propiciou a aquisição <strong>de</strong> um enorme volume <strong>de</strong> dados sobre as características<br />

geológicas, petrográficas, estruturais, litogeoquímicas, isotópicas e geocronológicas<br />

<strong>de</strong>sses corpos. Contudo, nota-se que muitos dos estudos já realizados privilegiaram<br />

alguns <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>, o que estabelece diferentes níveis <strong>de</strong> conhecimento e dificulta as<br />

comparações e correlações entre eles, particularmente na busca parâmetros indicativos<br />

<strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong>s e especializações metalogenéticas.<br />

Couto et. al. (1978) <strong>de</strong>finiram que os granitos consi<strong>de</strong>rados intrusivos da área<br />

exibem composição mineralógica e aspectos texturais bem homogêneos, típicos <strong>de</strong><br />

rochas plutônicas. O posicionamento <strong>de</strong>sses corpos, sempre próximos a zonas <strong>de</strong> intensa<br />

<strong>de</strong>formação das unida<strong>de</strong>s adjacentes, as apófises graníticas injetadas nas encaixantes, e<br />

os xenólitos e autólitos observados, atestam claramente o seu caráter intrusivo. O autor<br />

<strong>de</strong>screve sucintamente o granito <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong>, relatando que este exibe um contorno<br />

grosseiramente elipsoidal, com eixo maior colíquo ao “trend” regional.<br />

Mascarenhas (1979) menciona o granito tipo Miguel Calmon em seu tra<strong>ba</strong>lho, e<br />

<strong>de</strong>screve como constituídos por quatro corpos alongados na direção meridiana, dois<br />

<strong>de</strong>les localizados em Piriti<strong>ba</strong>, um em Miguel Calmon e o outro em Itapicuru.<br />

Rudowski et al. (1987) caracterizam do ponto <strong>de</strong> vista petrológico, químico e<br />

metalogenético o maciço <strong>de</strong> Campo Formoso e Carnaí<strong>ba</strong> evi<strong>de</strong>nciando mecanismos<br />

metassomáticos a partir dos fluidos responsáveis pelas mineralizações <strong>de</strong> Be e Mo,<br />

sugerindo intrusões múltiplas e séries diferenciadas entre si.<br />

Sa<strong>ba</strong>té et al. (1989) proporcionam uma análise mais apurada através <strong>de</strong> estudos<br />

isotópicos Rb-Sr e Nd-Sm, caracterizando os granitos geoquimicamente, além <strong>de</strong><br />

sugerir possíveis fontes e idéias <strong>de</strong> dinâmica <strong>de</strong> colocação <strong>de</strong>stes corpos.<br />

São poucos os estudos geológicos referentes aos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon e<br />

Miranga<strong>ba</strong>, principalmente nos aspectos petrográficos, geoquímicos e metalogéneticos.<br />

24


CAPITULO II - GEOLOGIA REGIONAL<br />

A estratigrafia estabelecida para a região em estudo é alvo <strong>de</strong> muitas discussões<br />

entre pesquisadores. Des<strong>de</strong> que Leo et al. (1964) estabeleceram a primeira coluna<br />

estratigráfica para a Serra <strong>de</strong> Jacobina, tem proliferado uma série <strong>de</strong> cartas geológicas e<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los geodinâmicos/metalogenéticos para a geologia da região. Por ser uma<br />

região <strong>de</strong> evolução tectônica complexa, a gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> publicações existentes<br />

contém as mais variadas contradições <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m temática e geocientífica.<br />

Os componentes litológicos foram organizados nas seguintes unida<strong>de</strong>s<br />

litoestratigráficas: Arqueano a Paleoproterozóico – Complexo Mairi, Complexo Saú<strong>de</strong>,<br />

Greenstone Belt <strong>de</strong> Mundo Novo, Complexo Itapicuru, Grupo Jacobina e granitos<br />

intrusivos; Meso a Neoproterozóico – Grupo Chapada Diamantina, e Grupo Una; e<br />

Coberturas Tercio-Quaternárias – Formações Superficiais. A figura 2 mostra a coluna<br />

estratigráfica regional e a figura 3 o mapa geológico simplificado da região.<br />

2.1. ARQUEANO A PALEOPROTEROZÓICO<br />

2.1.1. Complexo Mairi<br />

O Complexo Mairi (Loureiro, 1991) <strong>de</strong>signa um fragmento cratônico arqueano,<br />

que compreen<strong>de</strong> uma associação bimodal on<strong>de</strong> os termos félsicos têm composição<br />

tonalito-trondhjemito-granodiorítica (TTG) e os termos máficos são diorito-gabróicos,<br />

estando o conjunto metamorfizado na fácies anfibolito alto e exibindo estruturas<br />

migmatíticas. Designa uma associação ortognáissica bimodal, <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> supostamente<br />

25


arqueana. No projeto Folha <strong>de</strong> Jacobina (Couto et. al., 1978) foi <strong>de</strong>limitada e englo<strong>ba</strong>da<br />

no Complexo Mairi uma expressiva área <strong>de</strong> paragnaisses kinzigíticos até então<br />

<strong>de</strong>sconhecida, além <strong>de</strong> corpos lenticulares <strong>de</strong> rochas metabásicas-metaultrabásicas. Esse<br />

conjunto ocupa uma faixa com direção aproximada norte-sul, situada entre a Serra <strong>de</strong><br />

Jacobina e a borda oriental da Chapada Diamantina (escarpa do Tom<strong>ba</strong>dor), segundo<br />

Melo (1991), constituí o em<strong>ba</strong>samento do Greenstone Belt <strong>de</strong> Mundo Novo e da<br />

seqüência <strong>de</strong>tritica da Serra <strong>de</strong> Jacobina. Sobrejacentes ao Bloco Mairi ocorrem três<br />

conjuntos litológicos <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> Complexo Saú<strong>de</strong> (Couto et. al., 1978; o qual<br />

englo<strong>ba</strong> o Complexo Ipirá <strong>de</strong> Lima et al. (1981), Itapicuru (Couto et. al., 1978) e o<br />

Grupo Jacobina (Leo et al.,1964), ver figura 3B.<br />

Datações realizadas na parte oriental da Serra <strong>de</strong> Jacobina, em migmatitos e<br />

granitos forneceram ida<strong>de</strong> Rb-Sr <strong>de</strong> 2,66 Ga, (Sato, 1986), enquanto que, na região <strong>de</strong><br />

Piriti<strong>ba</strong> – Largo, uma isócrona Rb-Sr em afloramento <strong>de</strong> gnaisse migmatítico indica<br />

ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração em torno <strong>de</strong> 3,0 Ga (Neves et al., 1980; Melo, 1991).<br />

2.1.2. Complexo Saú<strong>de</strong><br />

Marginal a Serra <strong>de</strong> Jacobina, o Complexo Saú<strong>de</strong> (Couto et al. 1978 e Melo et<br />

al. 1995) é constituído principalmente por paragnaisses aluminosos que incluem os<br />

Kinzigitos (rochas metamórfica <strong>de</strong> composição pelitica), leptitos, quartzitos, quartzo-<br />

biotita-xistos e conglomerados além <strong>de</strong> rochas calcissilicáticas. O Projeto Serra <strong>de</strong><br />

Jacobina (Couto et. al., 1978) caracteriza este complexo, por uma associação litológica<br />

composta, principalmente, <strong>de</strong> biotita gnaisses, granada leptitos, metaconglomerados,<br />

quartzo-sericita xistos, cianita xistos e tremolita-clorita-xistos (Figura 3A).<br />

Este complexo é encaixado tectonicamente entre as rochas charnoen<strong>de</strong>rbíticas <strong>de</strong><br />

alto grau do Bloco Jequié por seu lado leste, e os TTG’s do Complexo Mairi – Bloco<br />

Lenções, a oeste (Cordani, 1973). Para norte, o Complexo Saú<strong>de</strong> situa-se sobre o<br />

Complexo Mairi e entra em contato tectônico por transpressão sinistral com o<br />

Complexo Itapicuru a oeste e o Orógeno Curaçá-Ipirá a leste (Melo et al., 1993).<br />

2.1.3. Greenstone Belt <strong>de</strong> Mundo Novo<br />

O Greenstone Belt <strong>de</strong> Mundo Novo ocupa uma área estreita e <strong>de</strong>scontínua em<br />

Ruy Barbosa, Mundo Novo e Piriti<strong>ba</strong>, com não mais que dois quilômetros <strong>de</strong> largura,<br />

que se alarga a partir da região entre Novilha Morta e Palmeirinha para cerca <strong>de</strong> 15 a 20<br />

quilômetros, prosseguindo para norte até o fim da serra <strong>de</strong> Jacobina, em Flamengo.<br />

26


ERA<br />

F<br />

A<br />

N<br />

E<br />

R<br />

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Z<br />

Ó<br />

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N<br />

A<br />

IDADE<br />

PERIODO<br />

QUATER-<br />

NÁRIO<br />

QUAT /<br />

TER<br />

TERCIÁRIO<br />

MESO A<br />

NEOPROTE-<br />

ROZÓICO<br />

MESO<br />

PROTERO-<br />

ZÓICO<br />

PALEO A<br />

MESO<br />

PROTERO-<br />

ZÓICO<br />

PALEO<br />

PROTERO-<br />

ZÓICO<br />

COMPLEXO GRUPO FORMAÇÃO<br />

ITAPICURU<br />

XISTOS E SERPENTINITOS<br />

COMPLE-<br />

XO<br />

BÁSICO<br />

/ULTRA-<br />

BÁSICO<br />

DE<br />

CAMPO<br />

FORMOSO<br />

SAÚDE<br />

METAM.<br />

-<br />

MIGMAT<br />

UNA<br />

SUPERIOR<br />

INTRUSIVAS BÁSICAS A INTERMEDIÁRIAS<br />

GRANITOS INTRUSIVOS<br />

GREENSTONE BELT<br />

DE MUNDO NOVO<br />

JACOBINA<br />

ALUVIÕES<br />

CAATINGA<br />

CAPIM GROSSO<br />

LATERITAS<br />

(DEPOSITOS<br />

DETRÍTICOS)<br />

SALITRE<br />

BEBEDOURO<br />

MORRO DO<br />

TOMBADOR<br />

RIO DO OURO<br />

SERRA DO CORREGO<br />

Figura 2 – Coluna estratigráfica da região da Serra <strong>de</strong> Jacobina, modificada por Mascarenhas et al. (1994).<br />

27


Figura 3 – A) Esboço geológico do Cráton do São Francisco. B) Mapa geológico simplificado da área <strong>de</strong> estudo. Fonte: Mapa Geológico do Estado da Bahia, (1978),<br />

adaptado por Rudowski et al., 1989.<br />

28


Na atual concepção, o greenstone belt é constituído pelos seguintes elementos:<br />

Seqüência <strong>de</strong> <strong>ba</strong>saltos, rochas calcissilicáticas, cherts e grafita xistos aflorantes a cerca<br />

<strong>de</strong> seis quilômetros a norte <strong>de</strong> Ruy Barbosa;<br />

Seqüência <strong>de</strong> dacitos, riodacitos, exalitos, rochas piroclásticas e sedimentos da região<br />

<strong>de</strong> Mundo Novo;<br />

Basaltos, an<strong>de</strong>sitos e sedimentos da região <strong>de</strong> Piriti<strong>ba</strong>, aí incluídos os quartzo xistos da<br />

<strong>ba</strong>se do Grupo Jacobina;<br />

Rochas ultramáficas do Grupo Jacobina;<br />

Formação Bananeiras (Leo et al., 1964);<br />

Formação Água Branca (Griffon, 1967); Unida<strong>de</strong>s Mundo Novo e Itapura do<br />

Complexo Itapicuru (Loureiro, 1991);<br />

Complexo Saú<strong>de</strong> (Couto et al., 1978);<br />

Complexo Brejo dos Paulos (Couto et. al., 1978);<br />

Metassedimentos do flanco oriental do Sinclinório <strong>de</strong> Curaçá (Jordan, 1972);<br />

Filitos vermelhos da borda leste da serra <strong>de</strong> Jacobina, na Seção Antônio Gonçalves -<br />

Campo Formoso, incluídos por Mascarenhas (1969) na Formação Água Branca;<br />

Parte dos filitos atribuída à Formação Cruz das Almas, a leste da serra da Paciência, e<br />

que se prolonga para norte pelo contato <strong>ba</strong>sal da Formação Água Branca<br />

2.1.4. Complexo Itapicuru<br />

O Complexo Itapicuru (Melo et al. 1993) compõe um cinturão <strong>de</strong> rochas vulcano-<br />

sedimentares <strong>de</strong> <strong>ba</strong>ixo grau metamórfico, <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> presumivelmente arqueana a<br />

paleoproterozóica. Mascarenhas & Silva (1994) incluíram o Complexo Itapicuru no que<br />

<strong>de</strong>nominaram Greenstone Belt <strong>de</strong> Mundo Novo, a esse conjunto atribuíram ida<strong>de</strong> mínima<br />

paleoproterozóica.<br />

O Complexo Itapicuru foi <strong>de</strong>finido por Couto et al. (1978), que nele englo<strong>ba</strong>ram as<br />

Formações Bananeiras e Cruz das Almas (Leo et. al., 1964), Serra do Meio e Água Branca<br />

(Griffon, 1967), atribuindo-lhe uma posição estratigráfica inferior ao Grupo Jacobina.<br />

Segundo Couto (1978), esse complexo compreen<strong>de</strong> filitos/filonitos, xistos a sericita-<br />

moscovita, clorita e biotita, silexitos, meta<strong>ba</strong>sitos, metaultra<strong>ba</strong>sitos, formações ferríferas e<br />

manganesíferas, metassiltitos e quartzitos, às vezes, com níveis meta-conglomeráticos, com<br />

afinida<strong>de</strong>s litoestruturais <strong>ba</strong>stantes intricadas. Todo este conjunto litológico se encontra<br />

fortemente <strong>de</strong>formado e fraturado, metamorfizada na fácies xisto-ver<strong>de</strong> (Figura 3B).<br />

29


2.1.5. Grupo Jacobina<br />

A estratigrafia básica do Grupo Jacobina, <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> paleoproterozóica, foi <strong>de</strong>finida por<br />

Leo et al. (1964), sendo que as principais formações são: Formação Serra do Córrego e<br />

Formação Rio do Ouro. Esses sedimentos preencheram <strong>ba</strong>cia tipo rift ensiálico, implantada<br />

sobre o Complexo Itapicuru, e são relacionados a sistemas <strong>de</strong> leques e planícies aluviais e a<br />

sistema litorâneo. O limite oci<strong>de</strong>ntal do Grupo Jacobina com o Complexo Mairi, com os<br />

<strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon, e com o Complexo Itapicuru, está marcado por uma zona <strong>de</strong><br />

cisalhamento contracional.<br />

A Formação Serra do Córrego é formada por uma seqüência <strong>de</strong> quartzitos e<br />

conglomerados, esses últimos com mineralizações auríferas, segregadas em dois membros<br />

com horizontes conglomeráticos, cujas espessuras variam <strong>de</strong> poucos centímetros a <strong>de</strong>zoito<br />

metros, alcançando extensões quilométricas. Essa formação po<strong>de</strong> alcançar espessuras da<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> mil metros. A <strong>de</strong>posição da Formação Serra do Córrego está relacionada a sistemas<br />

<strong>de</strong> leques aluviais e planícies aluviais, com as paleocorrentes fluindo <strong>de</strong> leste para oeste.<br />

A Formação Rio do Ouro é constituída por uma seqüência <strong>de</strong> ortoquartzitos puros <strong>de</strong><br />

granulação fina a média, brancos, cinza e esver<strong>de</strong>ados, recristalizados e raramente friáveis,<br />

ocorrem na sua parte <strong>ba</strong>sal, níveis <strong>de</strong>lgados e <strong>de</strong>scontínuos <strong>de</strong> metaconglomerado. Estruturas<br />

primárias preservadas tipo estratos normais, estratificação cruzada bidirecional (espinha-<strong>de</strong>-<br />

peixe) e marcas <strong>de</strong> onda normais e assimétricas ocorrem com freqüência na <strong>ba</strong>se do pacote e<br />

diminuem em direção ao topo. Esses elementos indicam que a sedimentação <strong>de</strong>sses<br />

ortoquartzitos se processou em ambiente marinho raso, dominado por marés. Veios <strong>de</strong> quartzo<br />

pouco espessos, alguns <strong>de</strong>les com concentrações auríferas, cortam essas rochas quartzíticas<br />

(Figura 3B).<br />

2.1.6. Rochas Intrusivas Máficas e Ultramáficas<br />

Ocorrem também, rochas máficas a ultramáficas associadas ao Grupo Jacobina, que<br />

segundo o Projeto <strong>de</strong> Jacobina (Couto et al., 1978), essas rochas ocupam os vales<br />

longitudinais nas seqüências do Grupo Jacobina, ocorrem ultramafitos, hidrotermal e<br />

tectonicamente alteradas. Os vales apresentam-se como um relevo <strong>de</strong>primido entre a Serra <strong>de</strong><br />

Jacobina. Os tipos petrográficos mais comuns são: serpentina-talco-cloritito, clorita talcito,<br />

antigorita-clorita-tremolita-serpentinito, talco-clorita xisto e enstatita.<br />

30


2.1.7. Granitos Intrusivos<br />

A configuração senoidal da Serra <strong>de</strong> Jacobina é ressaltada por vários corpos graníticos<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong> Transamazônica, consi<strong>de</strong>rados intrusivos no Grupo Jacobina, no Complexo Itapicuru<br />

e no Complexo Mairi. São <strong>de</strong> notável homogeneida<strong>de</strong> mineralógica, constituídos em or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>crescente por microclínio, quartzo e/ou oligoclásio, biotita e moscovita. Regionalmente<br />

foram i<strong>de</strong>ntificados os seguintes granitos: Flamengo, Campo Formoso, Jaguarari, Brejão das<br />

Grotas, Boqueirão, Carnaí<strong>ba</strong>, Miranga<strong>ba</strong>, Miguel Calmon, Campestre e Cachoeira Gran<strong>de</strong><br />

(Figura 3B).<br />

2.2. MESO A NEOPROTEROZÓICO<br />

2.2.1. Grupo Chapada Diamantina<br />

O Grupo Chapada Diamantina, segundo Mascarenhas et. al. (1979), compreen<strong>de</strong> uma<br />

seqüência metassedimentar dividida da <strong>ba</strong>se para o topo nas formações Tom<strong>ba</strong>dor, Caboclo e<br />

Morro do Chapéu, metamorfizadas na fácies xisto-ver<strong>de</strong>. Possuindo uma espessura <strong>de</strong> 1.060m<br />

(Pedreira et al., 1975).<br />

A Formação Tom<strong>ba</strong>dor esta <strong>de</strong>positada em discordância angular sobre gnaisses e<br />

migmatitos do Complexo Metamórfico-Migmatítico, complexos vulcanossedimentares Rio<br />

Salitre e Barreiro, além <strong>de</strong> granitos transamazônicos. A <strong>ba</strong>se da formação é constituída por<br />

camadas métricas <strong>de</strong> conglomerados grosseiramente estratificados, interacamadados com<br />

arenitos <strong>de</strong> granulação grossa a conglomeratica, com estratificações plano-paralelas e<br />

cruzadas. A unida<strong>de</strong> acima é formada por extensas associações <strong>de</strong> arenitos e quartzitos claros,<br />

com estratificações cruzadas, espinha-<strong>de</strong>-peixe e outras. As litologias do topo são formadas<br />

por quartzitos <strong>de</strong> cor escura, com estratificações e ondulas <strong>de</strong> interferência, que indica<br />

variações nos sentidos das paleocorrentes. Constatando-se pontualmente, filmes milimetricos<br />

<strong>de</strong> malaquita ao longo <strong>de</strong> fraturas e também disseminações <strong>de</strong> sulfetos <strong>de</strong> cobre. A Formação<br />

Tom<strong>ba</strong>dor é composta por um trato <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong>posicionais que se inicia por leques aluviais<br />

(zona proximal), passando a um sistema <strong>de</strong>sértico (zona mediana), a zona distal é<br />

representada pelos quartzitos do topo da formação.<br />

A Formação Caboclo encontra-se sobreposta sobre a Formação Tom<strong>ba</strong>dor, datações<br />

pelo método Rb-Sr efetuadas por Neves et al. (1980) indicam para a formação a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

1.290 + 52 Ma, que aqueles autores interpretaram como uma época <strong>de</strong> reomogeneização<br />

isotópica ligada a um evento tectonotermal muito posterior à sua <strong>de</strong>posição. Foram<br />

reconhecidas seis associações <strong>de</strong> litofácies, a seguir relacionadas, da <strong>ba</strong>se para o topo, são<br />

31


elas: 1) Laminito Algal, Calcarenito, Estromatólito Colunar. 2) Siltito Lenticular. 3)<br />

Lamito/Arenito. 4) Arenito Conglomerático. 5) Laminito Algal, Calcarenito Oolítico. 6)<br />

Laminito Algal, Estromatólito Colunar.<br />

As estruturas sedimentares predominantes na sua parte inferior são estratificações<br />

onduladas, na parte superior a estratificação passa a ser do tipo ondulada-lenticular. As<br />

diversas litofácies da Formação Caboclo mostram claramente as variações do nível relativo do<br />

mar durante a sua <strong>de</strong>posição. Interpretações das litofácies <strong>de</strong>ssa formação indicam que sua<br />

<strong>de</strong>posição começou em zona litorânea com águas rasas, em ambiente calmo e propicio ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> vida, ocorrendo pequenos pulsos turbidíticos. Ocorrem <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong><br />

ambientes transicionais, as litofácies do topo indicam ambientes <strong>de</strong> águas profundas do<br />

ambiente plataformal para mais rasas, <strong>de</strong> ambiente litorâneo (Figura 3B).<br />

2.2.2. Grupo Una<br />

O Grupo Una correspon<strong>de</strong> a uma espessa seqüência carbonático-pelítica,<br />

Neoproterozóico, fazendo parte do Supergrupo São Francisco. Este grupo esta subdividido em<br />

duas formações: Formação Bebedouro e Formação Salitre.<br />

A Formação Bebedouro compreen<strong>de</strong> os sedimentos terrígenos <strong>de</strong>positados entre as<br />

rochas sedimentares do Supergrupo Espinhaço e do em<strong>ba</strong>samento cristalino e os carbonatos<br />

da Formação Salitre. A ida<strong>de</strong> da Formação Bebedouro, <strong>de</strong> aproximadamente 900Ma (Macedo<br />

e Bonhomme, 1984). Litologicamente, a Formação Bebedouro consiste <strong>de</strong> diamictitos<br />

arenitos e pelitos, silti os e folhelhos interacamados. A origem atribuída para os<br />

conglomerados da formação Bebedouro é gracial.<br />

A Formação Salitre é constituída dominantemente por um conjunto <strong>de</strong> rochas<br />

carbonáticas calcíferas, <strong>de</strong> cores variando <strong>de</strong> cinza a lilás, intercalados com brancos<br />

dolomíticos e finas lâminas pelito-carbonáticas. Bem estratificados em espessos <strong>ba</strong>ncos,<br />

laminada, paralela e subparalela (Figura 3A).<br />

2.3. COBERTURAS TERCIO-QUATERNÁRIAS<br />

2.3.1. Formações Superficiais<br />

As formações superficiais cenozóicas têm ampla distribuição na região,<br />

principalmente no âmbito da Chapada Diamantina (Rocha, 1993). Foram individualizadas as<br />

seguintes unida<strong>de</strong>s: Formação Capim Grosso, Coberturas Detríticas, Depósitos Coluvionares<br />

e Depósitos Aluvionares.<br />

32


A Formação Capim Grosso é representada por sedimentos inconsolidados, mal<br />

selecionados, predominantemente arenosos, sendo localmente na forma <strong>de</strong> cascalho. Esses<br />

sedimentos foram uma superfície em tabuleiro. O material é geralmente argiloso, contendo<br />

<strong>de</strong>tritos quartizosos e fragmentos <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> ferro e manganês que em maior ou menor<br />

concentração emprestam cores avermelhadas a amareladas ao conjunto.<br />

As coberturas <strong>de</strong>tríticas englo<strong>ba</strong>m os sedimentos inconsolidados amarelos e<br />

vermelhos, areno-argilosos com níveis <strong>de</strong> cascalho que ocorrem principalmente nos domínios<br />

das rochas gnáissicas e <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>, com extensões nos sedimentos do Grupo Chapada<br />

Diamantina. Constituem uma superfície <strong>de</strong> aplainamento, sob forma <strong>de</strong> tabuleiros elevações<br />

<strong>de</strong> topo plano e vales escarpados. Ocorrem quase sempre entre as cotas <strong>de</strong> 700 e 850m (King,<br />

1956). A su<strong>de</strong>ste, na região <strong>de</strong> Duas Barras do Morro, são constituídas por intercalações <strong>de</strong><br />

arenitos, siltitos e argilitos, em camadas com geometria tabular, <strong>de</strong> espessura média <strong>de</strong> 30cm e<br />

evidência <strong>de</strong> laterização. A análise dos mapas aerogamaespectrométricos mostra que essas<br />

coberturas são radioativas, localmente apresentando níveis <strong>de</strong> radiação maiores que 1.600cps<br />

(Gomes, 1993).<br />

Os <strong>de</strong>pósitos coluvionares compõem-se <strong>de</strong> seixos e matacões, <strong>de</strong> arenitos, argilitos,<br />

conglomerados e rochas do em<strong>ba</strong>samento, envolvidos em matriz areno-argilosa. No extremo-<br />

nor<strong>de</strong>ste da escarpa do Tom<strong>ba</strong>dor, os <strong>de</strong>pósitos coluvionares incluem abundantes matacões <strong>de</strong><br />

conglomerado polimítico da Formação Tom<strong>ba</strong>dor. Na borda oeste da Chapada Diamantina<br />

são freqüentes <strong>de</strong>pósitos coluvionares, o mesmo acontece ao longo da borda oeste da serra <strong>de</strong><br />

Jacobina e na região <strong>de</strong> Piriti<strong>ba</strong> e França, leste da área, on<strong>de</strong> são freqüentes <strong>de</strong>pósitos<br />

coluvionares nos flancos <strong>de</strong> cristas <strong>de</strong> quartzitos do Grupo Jacobina e do Complexo Itapicuru.<br />

Os <strong>de</strong>pósitos aluvionares areno-argilosos ocorrem ao longo das principais drenagens,<br />

<strong>de</strong>stacando-se aqueles entre Miguel Calmon e Jacobina, e na região <strong>de</strong> Volta Gran<strong>de</strong>,<br />

Palmeiral e Duas Barras do Morro, na parte su<strong>de</strong>ste da área. Constituem <strong>de</strong>pósitos areno-<br />

argilosos, por vezes com concentrações <strong>de</strong> cascalho. No rio do Ventura, a su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Morro<br />

do Chapéu, os <strong>de</strong>pósitos aluvionares são diamantíferos, e foram intensamente garimpados no<br />

passado. Os <strong>de</strong>pósitos argilosos são utilizados na fabricação <strong>de</strong> tijolos e telhas (Figura 3B).<br />

33


CAPITULO III - CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS,<br />

PETROGRÁFICAS E GEOQUÍMICAS DOS GRANITÓIDES<br />

Os plutões graníticos paleoproterozóico da região estudada alinham-se em posição<br />

meridiana, interpretados por Sa<strong>ba</strong>té et al. (1989-1990) como um magmatismo crustal,<br />

produzido pela colisão <strong>de</strong> blocos continentais que estruturam o Cinturão Contendas-Jacobina.<br />

O presente tra<strong>ba</strong>lho foi <strong>de</strong>senvolvido na região centro-sul da Serra <strong>de</strong> Jacobina, com ênfase<br />

para os plutões <strong>de</strong> Miguel Calmon e Miranga<strong>ba</strong>.<br />

Os granitos <strong>de</strong> Miguel Calmon e Miranga<strong>ba</strong> exibem composição mineralógica e<br />

aspectos texturais bem homogêneos, típicos <strong>de</strong> rochas plutônicas. O posicionamento <strong>de</strong>sses<br />

corpos, sempre próximos a zonas <strong>de</strong> intensa <strong>de</strong>formação das unida<strong>de</strong>s adjacentes, as apófises<br />

graníticas injetadas nas encaixantes, e os xenólitos e autólitos observados, atestam claramente<br />

o seu caráter intrusivo (Couto et. al., 1978).<br />

3.1. GRANITÓIDE DE MIGUEL CALMON<br />

Os Granitói<strong>de</strong>s Tipo Miguel Calmon são constituídos por quatro corpos alongados na<br />

direção meridiana, localizados nas imediações <strong>de</strong> Piriti<strong>ba</strong>, em Miguel Calmon e Itapicuru,<br />

adjacentes a Serra <strong>de</strong> Jacobina. O objeto do presente estudo restringe-se a corpo localizado na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon, on<strong>de</strong> esse granitói<strong>de</strong> apresenta boas exposições, como no riacho<br />

Cabeceiras, a nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>. Nesse local existem gran<strong>de</strong>s lajedos <strong>de</strong> granodiorito<br />

porfirítico fracamente foliado (Fotografia 1), bem como uma fácies rosada (fotografia 2) e<br />

uma fácies mais escura (Fotografia 3), com xenólitos centimétricos a métricos <strong>de</strong> ortognaisses<br />

migmatíticos <strong>ba</strong>ndados e anfibolitos do Complexo Mairi. O granito <strong>de</strong> Miguel Calmon<br />

apresentam, <strong>de</strong> uma maneira geral, cor cinza, granulação média, quase sempre com pórfiros<br />

subeudrais e euedrais <strong>de</strong> feldspato branco com tamanho máximo <strong>de</strong> 3cm, na figura 4 está<br />

representado o mapa geológico local.<br />

34


O GMC é um corpo intrusivo no Complexo Mairi, constituído por uma associação <strong>de</strong><br />

ortognaisses bimodal <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> arqueana e metamorfizado na fácies anfibolito alto (Loureiro,<br />

1991). No projeto Folha <strong>de</strong> Jacobina, foi <strong>de</strong>limitada e englo<strong>ba</strong>da no Complexo Mairi uma<br />

expressiva área <strong>de</strong> paragnaisses kinzigíticos até então <strong>de</strong>sconhecida, além <strong>de</strong> corpos<br />

lenticulares <strong>de</strong> rochas metabásicas-metaultrabásicas.<br />

Faz contato através <strong>de</strong> zona <strong>de</strong> cisalhamento contracional (este contato está bem<br />

exposto próximo ao povoado Cabral, su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Miguel Calmon), com os metassedimentos do<br />

Grupo Jacobina: Formação Serra do Córrego – constituído por seqüência <strong>de</strong> quartzitos e<br />

conglomerados estes relacionados a sistemas <strong>de</strong> leques aluviais e planícies aluviais, com as<br />

paleocorrentes fluindo <strong>de</strong> leste para oeste; Formação Rio do Ouro - constituída por uma<br />

seqüência <strong>de</strong> quartzitos estes relacionados a ambiente marinho raso, dominado por marés.<br />

Este granito também esta em contato por falhas com rochas vulcano-sedimentares do<br />

Complexo Itapicuru.<br />

Fotografia 1 – Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon, afloramento<br />

em lajedo mostrando à fácies porfiritica. Ponto PG-45<br />

(UTM 328069/8733438).<br />

Fotografia 3 – Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon, afloramento<br />

em corte <strong>de</strong> estrada da fácies mais escura. Ponto PG-54<br />

(UTM 329008/8731716).<br />

Fotografia 2 – Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon, afloramento<br />

da fácies <strong>de</strong> coloração rosada. Ponto PG-42 (UTM<br />

326395/873541).<br />

35


Figura 4 – Mapa Geológico do Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon. Fonte: Mapa Geológico do Estado da Bahia,<br />

(1978), adaptado por Rudowski et al., 1989.<br />

36


3.1.1. Petrográfia<br />

As análises petrográficas do Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon possibilitaram a<br />

i<strong>de</strong>ntificação da mineralogia e texturas, constituinte <strong>de</strong>ssas rochas, estabelecendo assim a<br />

nomenclatura das mesmas e processos metassomáticos registrados pelas alterações minerais.<br />

Foram coletadas 14 amostras para análise em lâminas <strong>de</strong>lgadas, 10 <strong>de</strong>ssas amostras<br />

foram do corpo granítico, 1 amostra <strong>de</strong> uma fácies mais pegmatítica e 3 amostras <strong>de</strong> enclaves,<br />

as quais serão <strong>de</strong>scritas a<strong>ba</strong>ixo:<br />

3.1.1.1. Fácies Granítica<br />

O Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon é constituído <strong>ba</strong>sicamente por granodiorito,<br />

ocorrendo subordinadamente monzogranitos (Figura 5). São rochas em geral <strong>de</strong> coloração<br />

rosada a cinza, composta predominantemente por plagioclásio, quartzo, k-feldspato e biotita.<br />

(Fotografias 2 e 3). I<strong>de</strong>ntificam-se fácies <strong>de</strong> granulação fina a média e fácies porfiriticas, em<br />

alguns lugares, apresentando certo magnetismo. Observa-se na fácies porfiritica certa lineação<br />

no fluxo magmático, marcado pela leve orientação da biotita (Fotomicrografia 1). Também<br />

apresenta textura fanerítica inequigranular, porfiritica, seus grãos apresentam-se<br />

allotriomórfico, sendo constituída pelos seguintes minerais: quartzo, moscovita, biotita,<br />

microclina, plagioclásio, clorita, sericita, epidoto e minerais opacos. Esse granito é<br />

caracterizado como do tipo subsolvus (Tuttle & Bowen, 1958), pois apresenta<br />

simultaneamente feldspato potássico e plagioclásio. Ocorrem processos tardi a pós-<br />

magmáticos como feldspatização potássica e sódica (albitização), além <strong>de</strong> saussuritização e<br />

sericitização.<br />

Figura 5 – Amostras do GMC plotadas no diagrama <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> rochas<br />

plutônicas - QAP.<br />

37


O quartzo (~ 35%) apresenta cristais <strong>de</strong> diversos tamanhos (milimétricos a<br />

centímetricos), subédricos a anédricos, sem orientação, com exceção da lamina PG-45 on<strong>de</strong> o<br />

quartzo encontra-se um pouco alongado e mostrando certa orientação. Seus contatos com os<br />

<strong>de</strong>mais minerais são curvos, sendo que entre quartzos também apresenta contato poligonal.<br />

O feldspato alcalino (microclina ~ 10%) se apresenta em cristais com geminação bem<br />

<strong>de</strong>finida, seus cristais são subédricos a anédricos. Em geral estão associados ao plagioclásio.<br />

A microclina em processo <strong>de</strong> alteração, esta quase toda consumida pelo processo <strong>de</strong><br />

albitização (Fotomicrografia 2). O contato da microclina com o plagioclásio e o quartzo, são<br />

curvos, apresentando contatos retos com a biotita e moscovita.<br />

O Plagioclásio (~ 37%) possui cristais subédricos a anédricos, alguns com a<br />

geminação polissintética preservada, seus contatos com os <strong>de</strong>mais minerais em geral são<br />

curvos. Gran<strong>de</strong> parte dos plagioclásios encontra-se saussuritizado e sericitizado<br />

(Fotomicrografias 1 a 4), além da presença da textura mirmequítica (Fotomicrografia 3).<br />

Outro processo <strong>de</strong> alteração presente nos plagioclásios é a fedspatização potássica, on<strong>de</strong><br />

observa-se o plagioclásio sendo substituído pela microclina (Fotomicrografia 4).<br />

Biotita (~ 9%) <strong>de</strong> cor marrom, seus grãos são subédricos e seus contatos com os<br />

<strong>de</strong>mais minerais são em geral retos. A biotita encontra-se orientada apenas na amostra PG-45,<br />

não ocorrendo nas <strong>de</strong>mais. Encontra-se freqüentemente associada à moscovita, a clorita e a<br />

opacos, em alguns cristais ocorre à transformação da biotita em: clorita, opacos (ilmenita ou<br />

magnetita) e hidróxidos <strong>de</strong> ferro. A moscovita (~ 4%) ocorre associada à biotita, em geral<br />

seus cristais são subédricos a anédricos.<br />

A clorita (~ 2%) é produto da alteração da biotita através do processo <strong>de</strong> cloritização,<br />

apresenta-se em cristais anédricos, está em contato, em geral, retos com o plagioclásio e<br />

quartzo. Gran<strong>de</strong> parte dos minerais opacos (~3%) são produtos da alteração da biotita, que<br />

libera principalmente Fe para formação do mineral opaco, este provavelmente é a ilmenita ou<br />

a magnetita. Os minerais traços são representados pelo: epidoto - presente como mineral <strong>de</strong><br />

alteração nos plagioclásio, em pequenos cristais aciculares; sericita - presente como mineral<br />

<strong>de</strong> alteração nos plagioclásios, em forma <strong>de</strong> uma mancha sobre os plagioclásios; e pelo zircão<br />

– presente em pouca quantida<strong>de</strong>, em cristais pequenos bem formados e zonados.<br />

Observa-se ainda uma faciologia mais pegmatítica (PG-46), constituída por quartzo,<br />

plagioclásio, biotita, moscovita e/ou sericita, e minerais opacos. Essa fácies apresenta em<br />

lâmina uma textura inequigranular, em geral com contatos curvos entre os minerais.<br />

38


O quartzo ocorre em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> apresentando contatos curvos com os <strong>de</strong>mais<br />

minerais e em alguns locais os contatos entre quartzos são poligonais. Os plagioclásios<br />

formam cristais subédricos exibindo a geminação polissintética, contudo em alguns cristais<br />

essa geminação está alterada <strong>de</strong>vido a processos hidrotermais (sericitização e saussuritização).<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> biotita e minerais opacos na rocha são poucos.<br />

3.1.1.2. Enclave Máfico<br />

O Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon é um corpo intrusivo em rochas do Complexo Mairi,<br />

este segundo Loureiro (1991) constituído por uma associação <strong>de</strong> ortognaisses bimodal <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> arqueana e metamorfizado na fácies anfibolito alto.<br />

Análises petrograficas das amostras <strong>de</strong> enclaves coletadas no granito indicaram ser<br />

uma rocha máfica constituída por: diopsídio, hornblenda, quartzo, clorita, biotita, microclina,<br />

plagioclásio, sericita e minerais opacos.<br />

O diopsídio (~ 64%) apresenta-se em forma <strong>de</strong> cristais subédricos a anédricos, estando<br />

alterado (oxidação) em alguns cristais e associados a opacos, na amostras PG-42B os cristais<br />

<strong>de</strong> piroxênio apresentam certa orientação.<br />

A hornblenda (~15%) é <strong>de</strong> coloração ver<strong>de</strong>, seus cristais subédricos, em geral<br />

associado ao diopsídio, A biotita (~ 5%) é pouco abundante na rocha além <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte<br />

estar cloritizada. A clorita (~ 8%) está com inclusões <strong>de</strong> opacos, sendo oxidada tanto a clorita<br />

como o mineral opaco. A clorita apresenta “pedaços” <strong>de</strong> biotita que indica que a clorita é<br />

proveniente <strong>de</strong> alteração da biotita. O Quartzo (5%) apresenta com forma anedricas e com<br />

textura poligonal, seus contatos em geral são em geral curvos. Os minerais opacos (~3%) são<br />

em geral provenientes da alteração da biotita e po<strong>de</strong>m ser a ilmenita e/ou a magnetita.<br />

Em uma das amostras o enclave é penetrado por fluidos provenientes do granitói<strong>de</strong><br />

(Fotomicrografia 5), este constituído essencialmente por: quartzo, biotita, clorita e minerais<br />

opacos, os quais estão <strong>de</strong>scritos a<strong>ba</strong>ixo:<br />

O quartzo (82%) apresenta granulometria <strong>ba</strong>stante variada, predominando os<br />

fenocristais, estes com inclusões <strong>de</strong> opacos, seus contatos em geral com os <strong>de</strong>mais minerais<br />

são curvos. A clorita (9%) está presente principalmente no contato entre a parte granítica e a<br />

máfica, provavelmente é oriunda da alteração da biotita. A biotita (5%) <strong>de</strong> cor marrom esta<br />

sendo transformada em clorita. Os minerais opacos (4%) ocorrem inclusos no quartzo e<br />

associados à biotita e a clorita.<br />

39


3.1.2. Geoquímica<br />

As análises químicas feitas no Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon possibilitaram a sua<br />

caracterização geoquímica. As amostras foram analisadas pela Geosol, cujos métodos<br />

utilizados estão discriminados no capitulo I. Foram analisadas 9 amostras e estas revelaram<br />

semelhanças muito gran<strong>de</strong>s entre si, como mostra a tabela 1. Posteriormente foram feitos<br />

diagramas discriminatórios através do programa Minpet 2.02 e feitas as <strong>de</strong>vidas interpretações<br />

A norma CIPW do granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon (Tabela 2), mostra que o granitói<strong>de</strong><br />

tem composição mineralógica constituído principalmente por plagioclásio albita, quartzo e k-<br />

feldspato (ortoclásio), nota-se também a presença da magnetita e da ilmenita.<br />

Utilizaram-se diagramas discriminantes para classificações geoquímicas do GMC,<br />

fazendo as <strong>de</strong>vidas interpretações. Analisando os elementos maiores, através dos diagramas<br />

<strong>de</strong> Harker (Harker, 1909), (Figura 6), constatou-se que com o aumento <strong>de</strong> SiO2 (a variação <strong>de</strong><br />

SiO2 é pequena, ficando entre 70,1 a 75%), ocorre uma correlação levemente negativa para os<br />

óxidos (F2O3, Al2O3, MgO, TiO2,CaO, MnO, Na2O e P2O5) indicando empobrecimento<br />

<strong>de</strong>sses, durante os processos <strong>de</strong> diferenciação magmática. Contudo para o K2O acontece o<br />

inverso, com o aumento do SiO2 ocorre também um leve aumento <strong>de</strong>sse óxido, ou seja, nos<br />

processos <strong>de</strong> diferenciação houve um leve enriquecimento <strong>de</strong> K2O no magma.<br />

A razão dos óxidos K2O/Na2O indica serem rochas sódicas a fracamente sódica e<br />

fracamente potássica (Figura 7), com razões entre 0,29 a 1,79. Contudo gran<strong>de</strong> parte dos<br />

valores são a<strong>ba</strong>ixo <strong>de</strong> 1, revelando que ocorreu um leve enriquecimento em sódio. O diagrama<br />

K2O vs. SiO2 mostra que o GMC pertence a serie cálcio-alcalina <strong>de</strong> alto potássio à série<br />

cálcio-alcalina (Figura 8).<br />

Através do diagrama discriminante <strong>de</strong> Lan<strong>de</strong>nberger & Colins (1996), foi possível<br />

classificar o tipo <strong>de</strong> granito em granito tipo S, <strong>de</strong> composição ferro-magnesiano (Figura 9), da<br />

série cálcio-alcalina a alcalina-cálcica. O diagrama da figura 10, extraído <strong>de</strong> White &<br />

Chappell (1983), foi elaborado a partir <strong>de</strong> resultados analíticos das razões Na2O/K2O <strong>de</strong><br />

granitos tipos I, S e A proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Lachlan Fold Belt (Austrália). Ao plotar os dados do<br />

GMC neste diagrama todos se encontram no campo dos granitos tipo I, com exceção <strong>de</strong> uma<br />

amostra que caiu no campo dos granitos tipo A-I.<br />

41


Amostras PG - 42-A PG-43-A PG-43-B PG-45 PG-47 PG-50 PG-51 PG-52 PG-54<br />

Óxidos (%)<br />

SiO2 75 70,1 71,8 72,3 73,6 72,9 73,9 71,2 72,5<br />

TiO2 0,06 0,45 0,23 0,27 0,2 0,2 0,18 0,28 0,2<br />

Al2O3 13,7 15,8 15,2 14,6 14,8 14,5 14,2 15 14,5<br />

Fe2O3 0,51 1,98 0,68 0,85 0,47 0,51 0,3 0,65 0,51<br />

FeO 1,2 2 1,79 1,84 1,77 1,85 2,15 2,07 1,7<br />

MnO < 0.01 0,06 0,03 0,04 0,04 0,05 0,04 0,05 0,03<br />

MgO 0,19 0,85 0,46 0,51 0,41 0,48 0,34 0,84 0,33<br />

CaO 0,51 2,81 1,92 1,57 1,92 1,93 1,21 1,44 1,86<br />

Na2O 3,3 5,2 4,7 4,7 4,7 5,1 4,7 4,4 4,5<br />

K2O 5,9 1,5 3,4 3,2 3,1 2,2 3,2 4 3,3<br />

P2O5 0,014 0,15 0,072 0,077 0,066 0,063 0,057 0,088 0,056<br />

Total 100,384 100,9 100,282 99,957 101,076 99,783 100,277 100,018 99,486<br />

Elementos Traços (ppm)<br />

Li 3 33 14 13 29 7,9 7,6 17 13<br />

Be < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1<br />

V 5,6 24 12 12 10 12 8,2 11 8,8<br />

Cu 18 19 19 15 15 16 16 14 15<br />

Zn 3,8 73 33 47 27 33 36 42 38<br />

Rb 90 57 69 59 71 58 107 114 65<br />

Sr 227 514 507 559 481 281 279 249 417<br />

Y 14 21 14 13 24 19 33 22 16<br />

Zr 134 352 252 284 263 212 224 229 239<br />

Nb 10 13 < 5 < 5 8 8 11 28 < 5<br />

Mo < 1 4,5 2,4 3,1 2,5 1,2 2,6 2,5 2,5<br />

Sn 10 < 5 < 5 11 < 5 < 5 19 < 5 < 5<br />

Ta < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10<br />

W 24 29 46 21 18 12 23 43 27<br />

Bi < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10<br />

Ag < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1<br />

Ni 3,4 7,7 2,2 1,6 1,1 5,7 1,3 2,5 1,1<br />

Pb 6,1 6,4 8,9 7,2 6 6,8 17 6,9 8,6<br />

Th < 5 < 5 < 5 < 5 < 5 < 5 < 5 < 5 < 5<br />

Tabela 1 – Dados geoquímicos <strong>de</strong> elementos maiores (% em peso) e traços (ppm) para o GMC.<br />

Amostras<br />

Minerais<br />

PG - 42<br />

A<br />

PG - 43<br />

A<br />

PG - 43<br />

B<br />

PG - 45 PG - 47 PG - 50 PG - 51 PG - 52 PG - 54<br />

Quartzo 31,01 26,37 25,70 27,79 28,39 28,99 29,74 24,89 28,44<br />

Ortoclásio 34,76 8,79 20,05 18,94 18,14 13,04 18,88 23,66 19,62<br />

Albita 27,78 43,56 39,61 39,74 39,30 43,20 39,61 37,18 38,23<br />

Anortita 2,44 12,95 9,08 7,34 9,05 9,23 5,66 6,63 8,95<br />

Coríndon 0,97 0,82 0,44 0,70 0,35 0,34 0,91 0,99 0,25<br />

En<strong>de</strong>rbita 0,47 2,11 1,15 1,28 1,01 1,20 0,85 2,10 0,83<br />

Ferrossalita 1,69 1,39 2,39 2,30 2,57 2,74 3,46 2,89 2,43<br />

Magnetita 0,74 2,85 0,98 1,23 0,67 0,74 0,43 0,94 0,74<br />

Ilmenita 0,11 0,85 0,44 0,51 0,38 0,38 0,34 0,53 0,38<br />

Apatita 0,03 0,32 0,16 0,17 0,14 0,14 0,12 0,19 0,12<br />

Tabela 2 – Norma CIPW do GMC.<br />

42


Figura 6 – Diagramas <strong>de</strong><br />

Harker para o Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Miguel Calmon.<br />

43


Harris et. al. (1986) propôs uma subdivisão em quatro grupos <strong>de</strong> intrusões, cada qual<br />

associada a um estágio da evolução tectônica <strong>de</strong> uma zona <strong>de</strong> colisão e com características<br />

geoquímicas que as distinguem uma das outras. O grupo I é formado por intrusões pré-<br />

colisionais cálcio-alcalinas (em arco vulcânico); o grupo II é formado por intrusões<br />

peraluminosas sin-colisionais; o grupo III, por intrusões cálcio-alcalinas tardi a pós-<br />

colisionais; e o grupo IV, por intrusões alcalinas pós-colisionais.<br />

As amostras do Granito <strong>de</strong> Miguel Calmon exibem <strong>ba</strong>ixa razão Rb/Zr, o que é<br />

característico das intrusões dos grupos I e III (Figura 11). No entanto, a possibilida<strong>de</strong> do<br />

GMC, ser pré-colisional fica <strong>de</strong>scartada pela ausência <strong>de</strong> foliação (apresenta estrutura<br />

isotópica) e pela presença <strong>de</strong> metamorfismos <strong>de</strong> contato nas encaixantes. Portanto por suas<br />

características estruturais e geoquímicas, o GMC pertenceria ao grupo III, granitos tardi a pós-<br />

colisionais <strong>de</strong> Harris et al. (1986).<br />

São granitos levemente peraluminosos, (Figura 12), segundo o diagrama <strong>de</strong> saturação<br />

<strong>de</strong> alumina (Shand, 1947), e também, supersaturados em sílica.<br />

Figura 7 – Diagrama K2O vs. Na2O, para o GMC.<br />

(LeMaitre, 1989).<br />

Figura 8 – Diagrama <strong>de</strong> Série Magmática K2O vs. SiO2,<br />

apara o GMC<br />

Figura 9 – a) Diagrama para <strong>de</strong>terminação do tipo <strong>de</strong> granito e composição. b) Diagrama para<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> álcalis (a), alcalino-cálcico (a-c), cálcio-alcalino (c-a) e cálcico (c). Lan<strong>de</strong>nberger &<br />

Colins (1996).<br />

44


Figura 10 - Diagrama Na2O vs. K2O<br />

para o GMC. White & Chappell (1983).<br />

Figura 12 – Diagrama A/CNK vs. A/NK (Shand,<br />

1947) para o GMC.<br />

Através do diagrama ternário Rb-Ba-Sr, estabelecido por El Bouseily & Sokkary<br />

(1975) classificou-se o GMC como um granodioritos, dioritos a granitos anômalos (Figura<br />

13), <strong>de</strong>vido a <strong>ba</strong>ixo valores <strong>de</strong> Rb e a médios valores <strong>de</strong> Sr e Ba, revelando um <strong>ba</strong>ixo<br />

potencial metalogênetico.<br />

Figura 11 - Diagrama Si2O vs. Rb/Zr para rochas<br />

graníticas dos grupos I, II e III (Harris et al. 1986),<br />

amostras do GMC mostrando <strong>ba</strong>ixa razão Rb/Zr.<br />

Figura 13 – Diagrama ternário RbxSrxBa,<br />

para o GMC. El Bouseily & Sokkary<br />

(1975).<br />

Hughes (1982) apud Barker (1985), estudando os efeitos químicos produzidos pela<br />

albitização no Granito Bastfallshoj<strong>de</strong>n (Suécia), propôs a utilização do diagrama K2O + Na2O<br />

vs. K2O/(Na2O + K2O) x 100. Plotando-se as amostras do GMC neste diagrama todas as<br />

amostra se posicionaram no campo dos granitos inalterados, exceto três amostras (Figura 14).<br />

Figura 14 – Efeitos <strong>de</strong> alteração<br />

exibidos no “contexto ígneo” (Hughes<br />

1972 apud Backer 1985) on<strong>de</strong> as rochas<br />

ígneas inalteradas <strong>de</strong>finem uma área<br />

restrita. No diagrama estão plotadas as<br />

amostras do GMC.<br />

45


3.2. GRANITO DE MIRANGABA<br />

O Granito <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> (GMR) situa-se no bordo oeste da Serra <strong>de</strong> Jacobina, nas<br />

folhas (IBGE, 1:100.000) <strong>de</strong> Campo Formoso e Miranga<strong>ba</strong>, aflorando quase em sua totalida<strong>de</strong><br />

nessa última. Exibe um contorno grosseiramente elipsoidal, com eixo maior colíquo ao<br />

“trend” regional <strong>de</strong> direção geral NNE.<br />

O granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong>, assim como o <strong>de</strong> Miguel Calmon, é um corpo intrusivo em<br />

ortognaisses do Complexo Mairi, este como já foi referido é constituído por uma associação<br />

<strong>de</strong> ortognaisses bimodal (Loureiro, 1991). Segundo Couto et. al. (1978), o posicionamento<br />

<strong>de</strong>sses corpos, sempre próximos a zonas <strong>de</strong> intensa <strong>de</strong>formação das unida<strong>de</strong>s adjacentes, as<br />

apófises graníticas injetadas nas encaixantes, e os xenólitos e autólitos observados, atestam<br />

claramente o seu caráter intrusivo.<br />

Seus contatos a leste é por zonas <strong>de</strong> falhamentos com rochas vulcano-sedimentares do<br />

Complexo Itapicuru, a norte, também por zonas <strong>de</strong> falhamentos apresenta uma pequena área<br />

<strong>de</strong> contato com os quartzitos da Formação Rio do Ouro, a oeste associa-se a outros<br />

<strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> (Lagoa D’anta e Miguel Calmon). A figura 15 representa o mapa geológico local,<br />

on<strong>de</strong> este granitói<strong>de</strong> está inserido.<br />

3.2.1. Petrografia<br />

A petrografia do Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> procurou i<strong>de</strong>ntificar a composição<br />

mineralógica e texturas, constituintes <strong>de</strong>ssas rochas, estabelecendo assim a nomenclatura das<br />

mesmas e processos metassomáticos registrados pelas alterações minerais.<br />

Foram coletadas no GMR, 9 amostras para análise em lâminas <strong>de</strong>lgadas, todas com<br />

características semelhantes, tendo pequenas variações <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> minerais máficos,<br />

félsicos e opacos, além <strong>de</strong> variações na relação porfiroclastos e matriz, apresentando também<br />

uma fácies fanerítica média. A<strong>ba</strong>ixo estão <strong>de</strong>scritos as análises petrográficas:<br />

3.2.1.1. Fácies Granítica<br />

A analise modal da mineralogia das amostras classificou o Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong><br />

como predominantemente constituído por monzogranitos a granodioritos (Diagrama QAP,<br />

Figura 16). São rochas em geral <strong>de</strong> coloração cinza a rosa, com fácies <strong>de</strong> granulometria fina a<br />

média, contudo predominam a fácies porfirítica, são constituídos essencialmente por<br />

plagioclásio, quartzo, k-feldspato, biotita e moscovita (Fotografias 4 e 5), além <strong>de</strong> minerais<br />

traços: clorita, sericita, epidoto, titanita, zircão e minerais opacos.<br />

46


Figura 15 – Mapa Geológico do Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong>. Fonte: Mapa Geológico do Estado da Bahia, (1978),<br />

adaptado por Rudowski et al., 1989.<br />

47


Fotografia 4 – Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> afloramento em<br />

forma <strong>de</strong> lajedo, mostrando-se <strong>ba</strong>stante fraturado. Ponto<br />

PG-59 (UTM 333680/8800780).<br />

Fotografia 6 – Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong>, fácies porfirítica.<br />

Ponto PG-63 (UTM 332763/8800134).<br />

Fotografia 5 – Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> afloramento em<br />

pedreira. Ponto PG-64.<br />

Figura 16 – Amostras do GMR plotadas no diagrama <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> rochas<br />

plutônicas QAP.<br />

48


Esta fácies apresenta, em lâmina textura fanerítica média inequigranular porfirítica<br />

(Fotografia 6). Verificou-se uma orientação incipiente dada pela biotita (Fotomicrografia 6).<br />

Esse granito é caracterizado como do tipo subsolvus (Tuttle & Bowen, 1958), pois apresenta<br />

simultaneamente feldspato potássico e plagioclásio. Ocorrem processos tardi a pós-<br />

magmáticos como feldspatização potássica e sódica, além <strong>de</strong> saussuritização, seritização e da<br />

textura mimerquita, que na lâmina PG-59 ocorre em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> (Fotomicrografias 7 e<br />

8).<br />

O quartzo (~ 23%) participa da composição tanto da matriz quanto como<br />

porfiroclastos, formando cristais <strong>de</strong> tamanhos <strong>ba</strong>stante variados, subédricos a anédricos, sem<br />

orientação, exceto nas lâmina PG-59 e PG-61B, on<strong>de</strong> encontra-se um pouco alongado e<br />

mostrando certa orientação. Seus contatos com os <strong>de</strong>mais minerais são em geral curvos, sendo<br />

que entre si apresenta também contato poligonal. Associa-se principalmente com o<br />

plagioclásio, on<strong>de</strong> em alguns cristais <strong>de</strong> plagioclásio o quartzo está incluso.<br />

O feldspato alcalino (microclina ~ 25%) apresenta cristais com geminação bem<br />

<strong>de</strong>finida, seus cristais são subédricos a anédricos. A microclina esta presente tanto como<br />

porfiroclastos quanto na composição da matriz, <strong>de</strong> tamanho <strong>ba</strong>stante variado (milimétricos a<br />

centimetricos), subédricos a anédricos, formando contatos com os <strong>de</strong>mais minerais em geral<br />

curvos, tendo contato reto com a biotita e moscovita. Encontra-se associado ao quartzo e<br />

principalmente ao plagioclásio, por processos <strong>de</strong> feldspatização sódica (albitização) e<br />

potássica (Fotomicrografias 8 e 9).<br />

O plagioclásio (~ 35%) com germinação polissintética <strong>ba</strong>stante preservada, apresenta-<br />

se em cristais <strong>de</strong> tamanhos <strong>ba</strong>stante variados, subédricos a anédricos fazendo parte da<br />

composição da matriz e como porfiroclastos. Seus contatos com os <strong>de</strong>mais minerais em geral<br />

são curvos, e retos com a biotita e moscovita. As alterações hidrotermais nos plagioclásios<br />

(sericitização e saussuritização) em geral são mo<strong>de</strong>radas a fracas, com exceção da amostra<br />

PG-58C que está <strong>ba</strong>stante sericitizada (Fotomicrografia 7). Associa-se ao quartzo, moscovita<br />

e principalmente a microclina, associações essas <strong>de</strong>scritas acima.<br />

A biotita (~ 9% a 12%) é <strong>de</strong> coloração marrom, cristais subédricos fazendo contatos<br />

retos com os <strong>de</strong>mais minerais. A principal variação modal na rocha é da biotita, on<strong>de</strong> em<br />

algumas lâminas observa-se pouca biotitas e espalhadas, em outras, gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> e com<br />

certa orientação (Fotomicrografia 6) ou aglomerações <strong>de</strong> cristais <strong>de</strong> biotitas pontuais e/ou<br />

alinhadas. Associa-se principalmente com a moscovita (caracterizando granitos a duas micas),<br />

clorita (biotita se cloritizando) e minerais opacos (biotita sendo transformada em minerais<br />

49


opacos, ilmenita e/ou magnetita), associações essas observadas na fotomicrografia 10. A<br />

moscovita (~ 3%) em algumas lâminas é pouco expressiva, apresenta-se em cristais<br />

subédricos, como já foi <strong>de</strong>scrito ocorre associada à biotita, além <strong>de</strong> estar inclusa em alguns<br />

cristais <strong>de</strong> plagioclásio. A clorita (~ 1%) apresenta-se em cristais anédricos, com contatos<br />

irregulares, sendo produto da alteração da biotita, em alguns cristais a clorita está sendo<br />

transformada em opacos. Os minerais opacos (~ 2%) são em geral produtos da alteração da<br />

biotita, pela associação mineralógica este opaco é formado pelo Fe proveniente da alteração<br />

da biotita, formando provavelmente a ilmenita e/ou a magnetita.<br />

Os minerais traços são representados pelo: epidoto – em geral esse mineral ocorre<br />

como produto da alteração do plagioclásio (estes não se encontram muito saussuritizados);<br />

sericita - presente como mineral <strong>de</strong> alteração nos plagioclásios, apresenta-se em forma <strong>de</strong> uma<br />

mancha sobre os plagioclásios; zircão – presente em pouca quantida<strong>de</strong>, em cristais pequenos<br />

bem formados e zonados; titanita ou esfeno – ocorre em pouca quantida<strong>de</strong>, apresentado<br />

cristais pequenos e arredondados ou agregados; turmalina – <strong>de</strong> coloração acinzentada, cristais<br />

prismático bem formado, associado a biotita e ao plagioclásio.<br />

Ainda observa-se uma fácies faneritica média, <strong>de</strong> composição semelhante à fácies<br />

porfíritica, se distinguindo pelo aumento da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> minerais máficos e os<br />

porfiroclastos são escassos.<br />

50


3.2.2. Geoquímica<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> caracterizar a geoquímica do Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong>, foram<br />

coletadas 10 amostras do GMR para análises químicas. As amostras foram analisadas pela<br />

Geosol, cujos métodos utilizados estão discriminados no capítulo I. As 9 amostras mostram<br />

gran<strong>de</strong>s semelhanças entre si, como mostra a tabela 3.<br />

A norma CIPW do granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> (Tabela 4), mostra que o granitói<strong>de</strong> é<br />

constituído principalmente por plagioclásio albita, quartzo e k-feldspato (ortoclásio). Nota-se<br />

também a presença da magnetita e da ilmenita e em uma das amostras apresentou hematita.<br />

Amostras PG-58-A PG-58-B PG-58-C PG-59 PG-60-A PG-60-B PG-61-A PG-61-B PG-62 PG-63<br />

Óxidos (%)<br />

SiO2 76,7 74 73,2 74,3 73,8 73,9 75,2 77,3 76 74,1<br />

TiO2 0,12 0,15 0,11 0,14 0,15 0,14 0,06 0,19 0,17 0,15<br />

Al2O3 13,6 13,9 14,3 14,3 14,3 14,4 13,8 11,5 12,9 14,5<br />

Fe2O3 0,38 0,48 0,79 0,56 0,5 0,45 0,34 3,18 0,49 0,55<br />

FeO 1,07 1,35 1,49 1,06 1,35 1,34 1,06 1,21 1,13 1,15<br />

MnO 0,02 0,02 0,03 0,04 0,02 0,04 0,04 0,05 0,02 0,04<br />

MgO 0,32 0,53 0,23 0,19 0,28 0,26 < 0.1 < 0.1 0,23 0,2<br />

CaO 1,44 0,78 1,14 0,6 0,64 0,58 0,61 0,97 0,89 0,74<br />

Na2O 5,4 4,4 4,5 4 3,7 3,9 4,6 3,8 3,8 3,8<br />

K2O 1,5 4 3,9 4,9 5,4 5,1 4,3 2,4 4,5 5<br />

P2O5 0,049 0,033 0,038 0,097 0,085 0,11 0,04 0,018 0,023 0,1<br />

Total 100,599 99,643 99,728 100,187 100,225 100,22 100,05 100,618 100,153 100,33<br />

Elementos Traços<br />

(ppm)<br />

Li 67 163 73 62 53 52 74 130 9,2 51<br />

Be < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1<br />

V 7,2 7,9 9,3 4 4,6 3,7 < 3 < 3 6 4,1<br />

Cu 24 16 18 14 32 20 15 18 15 20<br />

Zn 11 21 17 32 36 43 26 42 16 37<br />

Rb 39 162 79 454 386 363 420 195 111 413<br />

Sr 244 323 1010 105 110 109 57 101 167 115<br />

Y 20 19 21 50 47 42 111 109 25 45<br />

Zr 174 164 193 173 172 162 94 478 190 166<br />

Nb 6 < 5 < 5 16 14 18 29 24 < 5 22<br />

Mo < 1 2 4,8 2,3 2,1 2,9 2,5 5 1,5 2<br />

Sn < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10<br />

Ta < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10<br />

W 27 18 21 44 50 40 44 28 19 30<br />

Bi < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10<br />

Tabela 3 – Dados geoquímicos <strong>de</strong> elementos maiores (% em peso) e traços (ppm) para o GMR.<br />

52


Amostras PG PG PG PG PG PG PG PG PG PG<br />

Minerais 58 A 58 B 58 C 59 60 A 60 B 61 A 61 B 62 63<br />

Quartzo 35,27 30,01 28,63 30,32 29,15 29,43 29,90 43,59 33,81 29,96<br />

Ortoclásio 8,82 23,74 23,13 28,93 31,87 30,10 25,40 14,10 26,58 29,22<br />

Albita 45,37 37,32 38,14 33,74 31,20 32,89 38,82 31,89 32,07 31,73<br />

Anortita 6,82 3,69 5,45 2,40 2,67 2,23 2,79 4,68 4,28 3,63<br />

Coríndon 0,57 0,97 0,67 1,52 1,37 1,63 0,54 0,91 0,19 1,46<br />

En<strong>de</strong>rbita 0,80 1,33 0,58 0,47 0,70 0,65 0,22 0,20 0,57 0,49<br />

Ferrossalita 1,48 1,88 1,96 1,32 1,85 1,92 1,64 - 1,42 1,46<br />

Magnetita 0,55 0,70 1,15 0,81 0,72 0,65 0,49 3,49 0,71 0,79<br />

Hematita - - - - - - - 0,75 - -<br />

Ilmenita 0,23 0,29 0,21 0,27 0,28 0,27 0,11 0,36 0,32 0,28<br />

Apatita 0,11 0,07 0,08 0,21 0,19 0,24 0,09 0,04 0,05 0,00<br />

Tabela 4 – Norma CIPW do GMR.<br />

Utilizaram-se diagramas discriminantes para classificações geoquímicas do GMR,<br />

fazendo as <strong>de</strong>vidas interpretações. Analisando os elementos maiores, através dos diagramas<br />

<strong>de</strong> Harker (Figura 17), constatou-se que com o aumento <strong>de</strong> SiO2 (a variação <strong>de</strong> SiO2 é<br />

pequena, ficando entre 73,2 a 77,3%), ocorre uma correlação levemente negativa para os<br />

óxidos (K2O, Al2O3 e P2O5) indicando empobrecimento <strong>de</strong>sses, durante os processos <strong>de</strong><br />

diferenciação magmática. Contudo para os óxidos (MgO, TiO2, CaO, MnO, Na2O e F2O3)<br />

acontece o inverso, ou seja, nos processos <strong>de</strong> diferenciação houve um leve enriquecimento<br />

<strong>de</strong>sses no magma.<br />

A razão dos óxidos K2O/Na2O indica predominância <strong>de</strong> granitos potássico-sódico ou<br />

fracamente potássico (Figura 18), com razões entre 0,27 a 1,45. O diagrama K2O vs. SiO2<br />

mostra que o granito <strong>de</strong> GMR pertence a serie cálcio-alcalina <strong>de</strong> alto potássio (Figura 19).<br />

Através do diagrama discriminante <strong>de</strong> Lan<strong>de</strong>nberger & Colins (1996), foi possível<br />

classificar o tipo <strong>de</strong> granito em granito tipo S, <strong>de</strong> composição ferro-magnesiano (Figura 20),<br />

da série alcalina-calcicas a cálcio-alcalinas.<br />

O diagrama da figura 21, extraído <strong>de</strong> White & Chappell (1983), foi elaborado a partir<br />

<strong>de</strong> resultados analíticos das razões Na2O/K2O <strong>de</strong> granitos tipos I, S e A proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

Lachlan Fold Belt (Austrália). Este diagrama mostra que o GMR é predominantemente<br />

granitos do tipo I ou A.<br />

53


Figura 17 – Diagramas <strong>de</strong> Harker<br />

para o Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong>.<br />

54


As amostras do Granito <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> exibem <strong>ba</strong>ixa razão Rb/Zr, o que é<br />

característico das intrusões dos grupos I e III (Figura 22). Contudo a possibilida<strong>de</strong> do GMR<br />

ser pré-colisional fica <strong>de</strong>scartada pela ausência <strong>de</strong> foliação (apresenta estrutura isotópica) e<br />

pela presença <strong>de</strong> metamorfismo <strong>de</strong> contato nas encaixantes. Portanto por suas características<br />

estruturais e geoquímicas, o GMR pertenceria ao grupo III, granitos tardi a pós-colisionais <strong>de</strong><br />

Harris et al. (1986).<br />

São granitos levemente peraluminosos, (Figura 23), segundo o diagrama <strong>de</strong> saturação<br />

<strong>de</strong> alumina (Shand 1947), e também, supersaturados em sílica.<br />

Figura 18 – Diagrama K2O x Na2O, (LeMaitre, 1989). Figura 19 – Diagrama <strong>de</strong> Série Magmática K2O x SiO2<br />

Figura 20 – a) Diagrama para <strong>de</strong>terminação do tipo <strong>de</strong> granito e composição. b) Diagrama para<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> álcalis (a), alcalino-calcico (a-c), cálcio-alcalino (c-a) e cálcico (c). Lan<strong>de</strong>nberger &<br />

Colins (1996).<br />

55


Figura 21 - Diagrama Na2O x K2O para<br />

o GMR, White & Chappell (1983).<br />

Figura 23 – Diagrama <strong>de</strong> saturação <strong>de</strong> alumina, indica<br />

que o GMR são rochas levemente peraluminosas.<br />

El Bouseily & Sokkary (1975) estabeleceu pelo diagrama ternário Rb x Ba x Sr o nível<br />

<strong>de</strong> diferenciação para granitos, dados do GMR plotados neste diagrama, mostra uma<br />

classificação <strong>ba</strong>stante variada, 5 das 10 amostra caíram <strong>de</strong>ntro ou bem próximo do campo <strong>de</strong><br />

granitos fortemente diferenciados e as <strong>de</strong>mais distribuíram-se entre granitos normais a dioritos<br />

(Figura 24).<br />

Figura 22 - Diagrama Si2O x Rb/Zr para rochas<br />

graníticas dos grupos I, II e III (Harris et AL. 1986),<br />

amostras do GMR mostrando <strong>ba</strong>ixa razão Rb/Zr.<br />

Figura 24 – Diagrama ternário RbxSrxBa,<br />

para o GMR. El Bouseily & Sokkary.<br />

Hughes (1972) apud Barker (1985), estudando os efeitos químicos produzidos pela<br />

albitização no Granito Bastfallshoj<strong>de</strong>n (Suécia), propôs a utilização do diagrama K2O + Na2O<br />

x K2O/(Na2O + K2O) x 100. Amostras do GMR plotadas neste diagrama revelam<br />

predominantemente ser este um granitói<strong>de</strong> fracamente albitizado (Figura 25).<br />

Figura 25 – Efeitos <strong>de</strong> alteração exibidos no<br />

“contexto ígneo” (Hughes 1972 apud Backer<br />

1985) on<strong>de</strong> as rochas ígneas inalteradas<br />

<strong>de</strong>finem uma área restrita. No diagrama estão<br />

plotados as amostras do GMR.<br />

56


3.3. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O GMC E O GMR<br />

O GMC e o GMR apresentam características similares e diferentes, essas serão<br />

sintetizadas e comparadas (Tabela 5), para então em capitulo posterior estabelecer as<br />

principais diferenças que po<strong>de</strong>rá indicar o nível <strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong> metalogenética dos<br />

<strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>.<br />

Notam-se gran<strong>de</strong>s semelhanças entre os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>, contudo as diferenças que<br />

existem entre eles, atribuem diferenças no que diz respeito ao potencial e especialização<br />

metalogenética. As principais diferenças observadas (Tabela 5), são quanto à natureza,<br />

classificou-se o GMC como sendo tipo I, enquanto o GMR como sendo do tipo S; na aci<strong>de</strong>z,<br />

on<strong>de</strong> atribuiu ao GMC um caráter sódico-potássio, enquanto ao GMR um caráter Potássico-<br />

sódico; outra diferença importante diz respeito ao grau <strong>de</strong> diferenciação, on<strong>de</strong> o GMC<br />

colocou-se no campo dos granodioritos, dioritos a granitos anômalos (Figura 13), enquanto o<br />

GMR colocou-se próximo ao campo dos granitos fortemente diferenciados a granitos normais<br />

e dioritos (Figura 24).<br />

Parâmetros GMC GMR<br />

Nomenclatura Monzogranitos a Granodioritos Monzogranitos a Granodioritos<br />

Rocha Encaixante Ortognaisse (Complexo Mairi) Ortognaisse (Complexo Mairi)<br />

Mineralogia Principal Plag, qtz, mcr, bt e mos Plag, qtz, mcr, bt e mos<br />

Textura predominante Porfirítica Porfirítica<br />

Alterações<br />

Saussuritização e sericitização<br />

(fortemente alterada), feldspatização<br />

potássica, albitização, cloritização e<br />

oxidação.<br />

Saussuritização e sericitização<br />

(mo<strong>de</strong>radamente alterada),<br />

feldspatização potássica, albitização,<br />

cloritização e oxidação.<br />

Ambiente geotectônico Pós-orogênico Pós-orogênico<br />

Tipo <strong>de</strong> granito Tipo I Tipo S<br />

Serie magmática Cálcio-alcalina Cálcio-alcalina<br />

Aci<strong>de</strong>z Sódio-potássicas Potássio-sódicas<br />

Saturação <strong>de</strong> Alumina Levemente peraluminoso Levemente peraluminoso<br />

Saturação <strong>de</strong> Sílica Supersaturada Supersaturada<br />

Grau <strong>de</strong> Diferenciação<br />

Granodioritos, dioritos a granitos<br />

anômalos.<br />

Fortemente diferenciados a granitos<br />

normais e dioritos.<br />

Tabela 5 – Analise comparativa dos principais parâmetros entre o GMC e o GMR.<br />

57


CAPITULO IV - AMBIÊNCIA GEOTECTÔNICA E NATUREZA DOS<br />

GRANITÓIDES<br />

4.1. AMBIENTE GEOTECTÔNICO DE GERAÇÃO DOS GRANITÓIDES DE<br />

MIGUEL CALMON E MIRANGABA<br />

4.1.1 Características <strong>de</strong> <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> relacionados aos respectivos ambientes<br />

geotectônicos <strong>de</strong> formação<br />

Processos magmáticos se concentram junto às margens divergentes através da criação<br />

<strong>de</strong> crosta oceânica (dominam a série toleítica) e nas margens convergentes por meio <strong>de</strong><br />

geração <strong>de</strong> arcos magmáticos associados com cinturões metamórficos em áreas orogênicas<br />

(dominam a série cálcio-alcalina). Nos limites neutros e no domínio intraplaca o magmatismo<br />

é restrito (dominam a série alcalina). Em termos da teoria da tectônica <strong>de</strong> placas são <strong>de</strong>finidos<br />

nove ambientes tectono-magmáticos, são eles: 1) das dorsais oceânicas; 2) das <strong>ba</strong>cias<br />

marginais ativas; 3) <strong>de</strong> rifts continentais; 4) <strong>de</strong> cinturões orogênicos tipo pacífico (colisão<br />

oceano-oceano); 5) <strong>de</strong> cinturões orogênicos tipo andino (colisão oceano-continente); 6) <strong>de</strong><br />

cinturões orogênicos tipo himalaio (colisão continente-continente) 7) vulcões sobre fraturas<br />

oceânicas; 8) <strong>de</strong> ilhas oceânicas e 9) vulcões submarinhos e intracratônico.<br />

Os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> são classificados quanto a sua natureza geoquímica (Wernick 2004),<br />

em: Granitos alcalinos – resultam da evolução <strong>de</strong> magmas gerados num manto fértil e que<br />

ocorrem em rifts, graben e arqueamentos <strong>de</strong> domínios intraplaca continentais. Granitos<br />

toleíticos – ocorrem nas ca<strong>de</strong>ias meso-oceânicas, em fundos <strong>de</strong> <strong>ba</strong>cias oceânicas, em <strong>ba</strong>cias<br />

marginais e em complexos ofiolíticos, sendo resultado da diferenciação extrema <strong>de</strong> magmas<br />

básicos gerados pela fusão parcial <strong>de</strong> um manto exaurido. Granitos cálcio-alcalinos ocorrem<br />

em arcos <strong>de</strong> ilhas, em margens continentais ativas e em faixas orogênicas <strong>de</strong> colisão. Granitos<br />

aluminosos – ocorrem em faixas orogênicas tipo himalaio e, subordinadamente, nos cinturões<br />

58


metamórficos <strong>de</strong> alta temperatura e <strong>ba</strong>ixa pressão <strong>de</strong> faixas orogênicas tipo pacífico e andino.<br />

São geradas pela fusão parcial (anatexia) <strong>de</strong> rochas crustais orto e parametamórficas.<br />

No sistema <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> Maniar & Piccoli (1989), apresentados a<strong>ba</strong>ixo, são<br />

consi<strong>de</strong>rados sete grupos <strong>de</strong> granitos associados com ambientes geotectônicos específicos e<br />

reunidos em duas categorias principais: granitos orogênicos e anorogênicos.<br />

4.1.1.1. Granitos Orogênicos<br />

Os granitos orogênicos estão presentes praticamente em todas as etapas na evolução <strong>de</strong><br />

cinturões orogênicos. Estes são caracterizados pela combinação <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

plástica, metamorfismo e magmatismo. Seu processo genético termina tanto pela colisão entre<br />

arcos <strong>de</strong> ilhas ou entre arcos <strong>de</strong> ilhas com massas continentais quanto pelo choque entre<br />

margens continentais. Esses granitos compreen<strong>de</strong>m quatro grupos:<br />

a) Granitos <strong>de</strong> Arcos <strong>de</strong> Ilhas<br />

São rochas integrantes do arco magmático formado durante a subducção <strong>de</strong> uma placa<br />

oceânica por <strong>de</strong><strong>ba</strong>ixo <strong>de</strong> outra placa oceânica. São granitos cálcio-alcalinos e dominantemente<br />

metaluminosos.<br />

b) Granitos <strong>de</strong> Margens Continentais Ativas<br />

São rochas que integram os arcos magmáticos formados pela subducção <strong>de</strong> uma placa<br />

oceânica por <strong>de</strong><strong>ba</strong>ixo <strong>de</strong> uma placa continental. Casos clássicos são os granitos dos cinturões<br />

dos An<strong>de</strong>s e das Montanhas Rochosas. São granitos cálcio-alcalinos <strong>de</strong> <strong>ba</strong>ixo K e<br />

predominantemente metaluminosos/peraluminosos.<br />

c) Granitos <strong>de</strong> Áreas <strong>de</strong> Colisão Continental<br />

São granitos produzidos em cinturões orogênicos por ocasião da colisão entre placas<br />

continentais, isso implica em imbricamento, espessamento e fusão parcial da crosta<br />

continental com a geração <strong>de</strong> magmas aluminosos. No término da subducção e iniciando a<br />

colisão continental o magmatismo é cálcio-alcalino <strong>de</strong> alto K, originando granitos com essa<br />

natureza geoquímica. Áreas clássicas <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong>sses granitos é o cinturão Himalaia, na<br />

Ásia e o cinturão Herciniano da França. São granitos caracteristicamente peraluminosos.<br />

d) Granitos Pós-Orogênicos<br />

São intrusivos no cinturão orogênicos na sua fase final <strong>de</strong> evolução, geralmente após o<br />

término da <strong>de</strong>formação regional. Apesar <strong>de</strong> sua colocação tardia, estão associados com a<br />

59


orogenia, tanto no espaço quanto no tempo. Representam um estágio <strong>de</strong> transição entre a fase<br />

orogênica principal e a subseqüente fase <strong>de</strong> estabilização da crosta continental. São<br />

geralmente rochas cálcio-alcalinas ricas em K2O e seus exemplos clássicos ocorrem nas ilhas<br />

britânicas associados ao cinturão Caledoniano. São tanto peraluminosos quanto<br />

metaluminosos e peralcalinos, contudo as rochas peralcalinas são relativamente subordinadas.<br />

4.1.1.2. Granitos Anorogênicos<br />

Esses tipos <strong>de</strong> granitos não estão vinculados à formação <strong>de</strong> cinturões orogênicos e<br />

como tais se associam principalmente a rifts continentais, áreas <strong>de</strong> intenso soerguimento<br />

epirogênico continental e aos fundos dos oceanos. Compreen<strong>de</strong>m três grupos:<br />

a) Granitos associados com Rifts<br />

O rifteamento envolve três estágios, o arqueamento crustal, a implantação do rift e a<br />

formação <strong>de</strong> uma <strong>ba</strong>cia oceânica. Os granitos aqui consi<strong>de</strong>rados são os associados ao estágio<br />

<strong>de</strong> rifteamento da crosta continental. Granitos associados com rifts são rochas com tendências<br />

alcalinas mais ou menos acentuadas. São tanto peraluminosos quanto metaluminosos e<br />

peralcalinos, as rochas peraluminosas são relativamente subordinadas. Uma das áreas<br />

clássicas <strong>de</strong> granitos associados com rifts encontra-se no graben <strong>de</strong> Oslo, na Noruega.<br />

b) Granitos associados com Soerguimentos Continentais Epirogênicos<br />

Ocorrem em áreas <strong>de</strong> forte arqueamento crustal, mas nas quais não ocorre o<br />

subseqüente <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> rifts. Os arqueamentos estão ligados a focos térmicos locais<br />

profundos e persistentes (plumas mantélicas) e a associação entre um arqueamento e<br />

magmatismo <strong>de</strong>fine um ponto quente (“hot spot”). São alcalinos e tanto peraluminosos quanto<br />

metaluminosos e peralcalinos, as rochas peraluminosas são relativamente subordinadas.<br />

c) Granitos <strong>de</strong> Fundos <strong>de</strong> Oceanos<br />

Correspon<strong>de</strong>m aos plagiogranitos presentes nas ca<strong>de</strong>ias meso-oceânicas, fundos <strong>de</strong><br />

oceanos, ilhas oceânicas e em ofiolitos on<strong>de</strong> se associam com abundantes rochas<br />

máficas/ultramáficas. Também existem plagiogranitos continentais, produtos finais da<br />

diferenciação <strong>de</strong> espessas soleiras, diques, lopólitos e lacólitos <strong>de</strong> diabásios e gabros, mas que<br />

não são incluídos neste grupo. Plagiogranitos oceânicos são rochas toleíticas muito pobres em<br />

K2O.<br />

60


4.1.2. Caracterização dos Granitói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Miguel Calmon e Miranga<strong>ba</strong> quanto ao<br />

Ambiente Geotectônico em que foram gerados<br />

A i<strong>de</strong>ntificação quanto ao Ambiente Geotectônico em que foram gerados os<br />

<strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> em estudo (GMG e GMR) é <strong>de</strong> fundamental importância para o estudo<br />

metalogenético dos mesmos, pois para cada ambiente geotectônico os corpos graníticos<br />

po<strong>de</strong>m estar associados a diferentes mineralizações.<br />

O estudo para i<strong>de</strong>ntificação do ambiente em que foram gerados (utilizando os<br />

diagramas geoquímicos, Maniar & Piccoli, 1989), iniciou-se com a separação dos granitos <strong>de</strong><br />

fundos oceânicos, pois apresentam conteúdo muito <strong>ba</strong>ixo em K2O (Figura 26.a), sendo que os<br />

<strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> em estudo mostram conteúdos médio a alto em K2O. Discriminou-se então o<br />

ambiente através dos gráficos Al2O3 vs. SiO2, FeO(t)/FeO(t)+MgO vs. SiO2, FeO(t) vs. MgO<br />

e FeO(t)+MgO vs. CaO (Figuras 26.b,c,d,e). Em todos os gráficos as amostras <strong>de</strong> ambos os<br />

granitos caíram no campo dos granitos pós-orogênicos.<br />

Portanto a geoquímica <strong>de</strong>sses <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> mostra que tanto o granito <strong>de</strong> Miguel<br />

Calmon quanto o <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> originaram-se do Ambiente Geotectônico Pós-Orogênicos.<br />

4.2. FONTES GERADORAS DOS GRANITÓIDES DE MIGUEL CALMON E<br />

MIRANGABA<br />

4.2.1. Características (Critérios) Indicativas da Fonte Geradora <strong>de</strong> Granitói<strong>de</strong>s<br />

Os granitos po<strong>de</strong>m ser divididos em dois gran<strong>de</strong>s grupos ou séries. Um grupo<br />

correspon<strong>de</strong> aos granitos <strong>de</strong>rivados da fusão <strong>de</strong> rochas ígneas, da crosta ou do manto. O outro<br />

grupo correspon<strong>de</strong> aos granitos originados da fusão <strong>de</strong> rochas <strong>de</strong> origem sedimentar.<br />

Chappell e White (1974) <strong>de</strong>nominaram <strong>de</strong> granitos tipo I aqueles <strong>de</strong>rivados da fusão<br />

parcial <strong>de</strong> rochas ígneas, como <strong>ba</strong>saltos anfibolitizados, rochas ricas em Na, relacionados aos<br />

granitos <strong>de</strong> série cálcio-alcalinas, em ambientes orogênicos. Granitos tipo S são granitos<br />

aluminosos, <strong>de</strong>rivados da fusão <strong>de</strong> rochas sedimentares, ricas em K, também relacionados a<br />

séries cálcio-alcalinas, situados em regiões orogênicas, em ambientes transicionais. A tabela 6<br />

mostra algumas diferenças entre o granito tipo I e S. Ishihara (1981) <strong>de</strong>nominou <strong>de</strong> granitos a<br />

magnetita as séries <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivação ígnea (tipo I) e <strong>de</strong> granitos a ilmenita as séries <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivação<br />

sedimentar (tipo S), contudo po<strong>de</strong>m ocorrer algumas séries <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivação ígnea. As<br />

características e mineralizações associadas aos granitos tipo I, S, M e A, estão discriminadas<br />

na tabela 7.<br />

61


A B<br />

C D<br />

E F<br />

Figura 26 – Diagramas discriminantes (A-F) utilizados<br />

para a caracterização <strong>de</strong> granitos GAI, GMA, GCC, GPO,<br />

GR, GE e GO. Segundo Maniar & Piccoli, 1989. Em preto<br />

amostras do GMC e em vermelho amostras do GMR. Obs.:<br />

os gráficos da esquerda correspon<strong>de</strong> aos da direita – AA,<br />

BB e assim respectivamente.<br />

62


Os grupos correspon<strong>de</strong>ntes aos granitos “ígneos” e “sedimentares” envolvem somente<br />

granitos orogenéticos, o que não ocorre com as séries evolutivas. Quimicamente, tanto os<br />

granitos “ígneos” quanto os “sedimentares” po<strong>de</strong>m ter composições cálcio-alcalinas. Há<br />

granodioritos tanto do tipo “ígneo” como do “sedimentar”. Granitos <strong>de</strong>stes dois tipos po<strong>de</strong>m<br />

ocorrer juntos ou separados, espacial e/ou temporalmente.<br />

Granito Tipo I Granito Tipo S<br />

Contém mais sódio, geralmente mais que<br />

3,2% nos tipos félsicos, <strong>de</strong>crescendo para<br />

valores <strong>de</strong> até 2,2% nas varieda<strong>de</strong>s mais<br />

máficas.<br />

Moles Al2O3/(Na2O+K2O+CaO) menor que<br />

1,1<br />

Contém menos sódio, normalmente mais que<br />

3,2%, em rochas com cerca <strong>de</strong> 5% em K2O,<br />

<strong>de</strong>crescendo para menos <strong>de</strong> 2,2% em rochas<br />

com cerca <strong>de</strong> 2% <strong>de</strong> K2O.<br />

Moles Al2O3/(Na2O+K2O+CaO) maior que<br />

1,1<br />

Presença comum do esfeno e da hornblenda Presença comum da moscovita, monazita,<br />

cordierita e granada.<br />

Presença <strong>de</strong> magnetita e/ou ilmenita Presença <strong>de</strong> apenas ilmenita<br />

Tabela 6 – Características dos granitos tipo I e tipo S (Biondi, 1986).<br />

4.2.2. Características dos Granitói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Miguel Calmon e Miranga<strong>ba</strong> quanto à fonte<br />

geradora dos mesmos<br />

Os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> em estudos foram classificados geoquimicamente como granitos <strong>de</strong><br />

ambiente geotectônico pós-orogênicos (Figuras 26.b,c,d,e). A geração <strong>de</strong>sses granitos no<br />

ambiente proposto é geralmente proveniente da fusão da crosta, ou seja, a fusão parcial <strong>de</strong> rochas<br />

sedimentares, contudo neste ambiente também po<strong>de</strong>m ser gerados magmas oriundos <strong>de</strong> fusão<br />

parcial <strong>de</strong> rochas ígneas. As analises químicas e petrológicas são necessárias para a i<strong>de</strong>ntificação<br />

da fonte geradora <strong>de</strong>sses magmas.<br />

Geoquímica - O calculo A/CNK mostram valores a<strong>ba</strong>ixo <strong>de</strong> 1,1 para as amostras do granito <strong>de</strong><br />

Miguel Calmon, indicando granito tipo I (Tabela 6), para as amostras do granito <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> os<br />

valores <strong>de</strong>ram a<strong>ba</strong>ixo <strong>de</strong> 1,1 para 7 amostras e valores acima <strong>de</strong> 1,1 para 3 amostras (PGMR 59 –<br />

1,101; PGMR 60B – 1,108 e PGMR 63 – 1,114), indicando granito tipo S (Tabela 6). A razão<br />

Fe2O3/FeO é mais um dado que fortalece a hipótese <strong>de</strong> granito tipo I, os valores encontrados para<br />

o Granito <strong>de</strong> Miguel Calmon mostram que 5 amostras <strong>de</strong>ram valores acima <strong>de</strong> 0,3 indicando tipo<br />

I, 3 amostras <strong>de</strong>ram a<strong>ba</strong>ixo <strong>de</strong> 0,3 indicando tipo S e uma amostra <strong>de</strong>u 0,3. Os valores do Granito<br />

<strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> <strong>de</strong>ram todas acima <strong>de</strong> 0,3 indicando granitos tipo I. Segundo o índice <strong>de</strong> alumina-<br />

saturação total (IAST) as amostras <strong>de</strong> ambos os granitos são levementes peraluminosos (IAST ><br />

1), estando alguns valores próximos <strong>de</strong> su<strong>ba</strong>luminosa (IAST = 1), figuras 12 e 23, analises<br />

mostraram valores <strong>de</strong> IAST variando <strong>de</strong> 1,009 a 1,114. Os granitos em estudos são<br />

supersaturados e levemente peraluminosos, essas características em geral são dos granitos tipo S.<br />

63


Principais Características<br />

Litologia<br />

Mineralogia<br />

Aspectos texturais e<br />

estruturais do feldspato<br />

potássico<br />

Granitos “M” ou<br />

Tipo pacífico<br />

Plagiogranitos<br />

associados com<br />

abundantes gabros<br />

Hornblenda e biotita;<br />

piroxênio<br />

Feldspato K<br />

intersticial ou<br />

micrográfico<br />

Enclaves Ígneos básicos<br />

Razão inicial Sr 87 /Sr 86 Tipicamente < 0.704 < 0.706<br />

Relação Al: (Na + K +<br />

Ca/2)<br />

Estruturas dos corpos<br />

magmáticos<br />

Granitos “I” ou Tipo<br />

Cordilheirano<br />

Ampla variação composicional<br />

entre dioritos e monzogranitos<br />

com predomínio <strong>de</strong> tonalitos<br />

frequentemente associados com<br />

gabros<br />

Hornblenda, biotita, magnetita,<br />

titanita,<br />

Feldspato K xenomórfico<br />

intersticial<br />

Enclaves dioríticos po<strong>de</strong>m<br />

representar restitos<br />

Granitos “I” ou Tipo<br />

Caledoniano<br />

Granodioritos-granitos<br />

associados em passagens<br />

gradacionais com corpos<br />

menores <strong>de</strong> hornblenda<br />

dioritos e gabros<br />

Biotita é o máfico<br />

dominante; magnetita e<br />

ilmenita<br />

Feldspato K interstical e<br />

penetrante, em geral rico em<br />

quartzo<br />

Enclaves <strong>de</strong> variada<br />

natureza<br />

> 0.705<br />

< 0.709<br />

Granitos “S” ou Tipo Herciniano Granitos “A” ou Tipo Intraplaca<br />

Granitos composicionalmente<br />

restritos e ricos em sílica. Dominam<br />

leucomonzo-granitos, mas<br />

<strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> ricos em biotita são<br />

localmente litologias importantes.<br />

Moscovita e biotita vermelha;<br />

ilmenita, monazita, granada,<br />

cordierita<br />

< 1.0 < 1.1, mais freqüentemente < 1.0 ~ 1 > 1.05<br />

Corpos pequenos e<br />

compostos <strong>de</strong> quartzo<br />

dioritosgabros<br />

Vulcanismo associado Tipo arco <strong>de</strong> ilhas<br />

Características do<br />

vulcanismo<br />

Ambiente Geotectônico<br />

Estilo <strong>de</strong> dobramento,<br />

Metamorfismo das<br />

encaixantes regionais,<br />

falhamentos<br />

Principais mineralizações<br />

Contínuo, <strong>de</strong> curtaduração<br />

Arco <strong>de</strong> ilhas<br />

oceânicas<br />

Dobramentos abertos.<br />

Metamorfismo <strong>de</strong><br />

carga<br />

Gran<strong>de</strong>s <strong>ba</strong>tólitos lineares,<br />

múltiplos e compostos, aos quais<br />

se superpõem estruturas <strong>de</strong><br />

subsidência<br />

Gran<strong>de</strong>s volumes an<strong>de</strong>sitos e<br />

dacitos<br />

Episódico, <strong>de</strong> longa-duração<br />

Margens continentais ativas tipo<br />

andinas<br />

Movimentos verticais; pequeno<br />

encurtamento lateral.<br />

Metamorfismo <strong>de</strong> carga<br />

Cu e Au pórfiros tipo Cu e Mo pórfiros<br />

Complexos isolados e<br />

dispersos <strong>de</strong> plutons<br />

múltiplos e “sheets”<br />

Algumas vezes associados<br />

com lavas <strong>de</strong> <strong>ba</strong>saltos e<br />

an<strong>de</strong>sitos toleíticos<br />

continentais tipo “plateau”<br />

Contínuo, <strong>de</strong> curta-duração;<br />

pos-cinemático<br />

Áreas <strong>de</strong> soerguimento póscolisão<br />

tipo caledonianas<br />

Falhamentos transcorrentes<br />

“dip-slip” e “strike-slip”.<br />

Retrometamorfismo<br />

Raras as expressivas<br />

mineralizações.<br />

Feldspato K em fenocristais com<br />

longa história evolutiva; sinais <strong>de</strong><br />

autometassomatismo<br />

Dominam xenólitos <strong>de</strong> rochas meta-<br />

sedimentares<br />

Biotita granitos associados a<br />

granitos alcalinos e sienitos.<br />

Contrastante bimodalismo ácidobásico.<br />

Biotita ver<strong>de</strong>, anfibólios e<br />

piroxênios sódicos em granitos<br />

alcalinos; astrofilita<br />

Feldspato K pertítico<br />

Enclaves cognatos; gostas <strong>de</strong><br />

magma básico congelado<br />

> 0.708 Muito variável, entre 0.703 e 0.712<br />

Batólitos múltiplos, plútons e<br />

“sheets”, menos volumosos e<br />

freqüentemente mais diapíricos em<br />

relação aos granitos “I”<br />

Po<strong>de</strong>m associar-se com lavas<br />

contendo cordierita, mas<br />

características é a ausência <strong>de</strong> gra<strong>de</strong>s<br />

volumes <strong>de</strong> lavas com<br />

posicionalmente equivalentes<br />

Contínuo, <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada-duração sin-<br />

e pós-cinemático<br />

Áreas <strong>de</strong> colisão continental tipo<br />

hercinianas; cinturões <strong>de</strong><br />

cisalhamento intracratônicos<br />

Expressivo encurtamento crustal.<br />

Metamorfismo <strong>de</strong> <strong>ba</strong>ixa pressão <strong>de</strong><br />

ardósias<br />

Rochas peralcalinas relativamente<br />

ricas em F<br />

Complexos <strong>de</strong> subsidência<br />

múltiplos e centrados <strong>de</strong> volumes<br />

relativamente pequenos<br />

Associados com lavas alcalinas <strong>de</strong><br />

cal<strong>de</strong>iras centradas<br />

Curta-duração<br />

Áreas pós-orogênicas e<br />

anorogênicas<br />

Arqueamentos e rifts<br />

Sn e W em greisen e veios Columbita, cassiterita, fluorita<br />

Tabela 7 – Principais características dos granitos M, I – Cordilheiranos, I – Caledonianos, S e A. Segundo Pitcher, 1983.<br />

64


Petrologia - Analises petrológicas realizadas em 23 laminas <strong>de</strong>lgadas (14 laminas do<br />

granito <strong>de</strong> Miguel Calmon e 9 laminas do granito <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong>), revelam: Os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong><br />

Miguel Calmon e Miranga<strong>ba</strong> – são granitos a duas micas (típicos <strong>de</strong> fusão crustal – tipo S),<br />

i<strong>de</strong>ntificou-se a associação biotita e a moscovita. Contudo os enclaves <strong>de</strong>stes corpos são <strong>de</strong><br />

origem ígnea, típica <strong>de</strong> granito tipo I.<br />

A geoquímica corrobora para serem ambos os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> ambiente Pós-orogênico<br />

do tipo I – Caledoniano (Tabela 7) da série cálcio-alcalinas, portanto seriam originados por<br />

fusão parcial <strong>de</strong> rochas ígneas. Contudo analises petrograficas indicam serem estes granitos a<br />

duas micas (biotita + moscovita) típicos <strong>de</strong> granitos tipo S. Na tabela 8 estão os parâmetros<br />

utilizados para classificação do tipo <strong>de</strong> granito.<br />

Parâmetros Granito <strong>de</strong> Miguel Calmon Granito <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong><br />

Tipo I Tipo S Tipo I Tipo S<br />

Ambiente Geotectônico + ++ + ++<br />

Calculo A/CNK ++ 0 ++ +<br />

Razão Fe2O3/FeO ++ + + 0<br />

Relação Al: (Na + K + Ca/2) ++ + 0 ++<br />

IAST + ++ + ++<br />

Petrologia + ++ + ++<br />

Enclaves ++ 0 S/Inf. (+) S/Inf.<br />

Conclusão Tipo I Tipo S<br />

Tabela 8 – Parâmetros utilizados na i<strong>de</strong>ntificação do tipo <strong>de</strong> granito. Legenda: S/Inf. (sem nenhum dado<br />

coletado, contudo a bibliografia indicam serem <strong>de</strong> natureza ígnea, portanto mas favorável ao tipo I), O (nenhum<br />

dados), + (parte dos dados), ++ (todos os dados ou gran<strong>de</strong> maioria).<br />

Através dos parâmetros estabelecidos, classificou-se o GMC como granitos tipo I,<br />

<strong>de</strong>vido principalmente pela predominância estabelecida pelos parâmetros indicarem este tipo<br />

<strong>de</strong> granito. Quanto ao GMR classificou-se como granitos tipo S, também <strong>de</strong>vido a uma<br />

predominância dos parâmetros para essa classificação (Tabela 8).<br />

65


CAPITULO V - PADRÕES GEOFÍSICOS DOS GRANITÓIDES<br />

A utilização dos métodos geofísicos torna-se atualmente indispensável para a<br />

i<strong>de</strong>ntificação, <strong>de</strong>limitação, nível <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre outros parâmetros que são<br />

necessários no estudo da potencialida<strong>de</strong> metalogênetica <strong>de</strong> uma área. Contudo como<br />

sabemos, <strong>de</strong>vemos aliar a geofísica com outros métodos como a geoquímica e o<br />

mapeamento geológico.<br />

Na utilização da geofísica também se faz necessário o uso <strong>de</strong> diversos métodos,<br />

isso a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da substância e/ou mineral alvo, assim po<strong>de</strong>mos utilizar os seguintes<br />

métodos: gravimétricos, magnéticos, elétricos, radiométricos, sísmicos e outros.<br />

No presente tra<strong>ba</strong>lho fez-se uso dos métodos magnéticos (campo magnético total<br />

e 1º DV do campo magnético total) e radiométrico (concentração <strong>de</strong> potássio, tório e<br />

urânio, além da contagem total). Nas tabelas 11 e 12 estão <strong>de</strong>scritos respectivamente as<br />

principais intensida<strong>de</strong>s das anomalias encontradas no GMC e no GMR. As figuras 27 a<br />

38 representam os mapas geofísicos com as <strong>de</strong>limitações das principais áreas anômalas.<br />

5.1. GEOFÍSICA DO GRANITÓIDE DE MIGUEL CALMON<br />

5.1.1. Mapas Magnéticos (Campo Total e 1º DV do Campo Total)<br />

O campo magnético é produzido por correntes elétricas que circulam no núcleo<br />

líquido da Terra, o qual se acredita constituído principalmente por ferro. Os valores<br />

normais do campo recebem ainda contribuições, <strong>de</strong> caráter local, das concentrações <strong>de</strong><br />

minerais magnéticos que ocorrem nos primeiros 5 Km <strong>de</strong> crosta. Essas contribuições<br />

66


constituem as anomalias do campo magnético, objetivo principal da prospecção<br />

geofísica, contudo faz-se necessário filtrar os ruídos (variações diurnas, tempesta<strong>de</strong>s<br />

magnéticas e outros).<br />

Vários fatores po<strong>de</strong>m modificar as assinaturas geofísicas das rochas, pois muitos<br />

minerais magnéticos ocorrem em proporções diferentes em <strong>de</strong>terminados tipos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pósitos, outros fatores são a paragênese (associações mineralógicas), profundida<strong>de</strong>, o<br />

volume e a concentração dos <strong>de</strong>pósitos, parâmetros importantes nas avaliações<br />

geofísicas.<br />

Ilmenita, magnetita e pirrotita são os três principais minerais magnéticos,<br />

<strong>de</strong>scritos na tabela 9, com as suas respectivas susceptibilida<strong>de</strong> magnética. Na tabela 10<br />

está representada a susceptibilida<strong>de</strong> magnética das rochas ígneas, em <strong>de</strong>staque o granito.<br />

FAMÍLIA DE<br />

MINERAIS<br />

Susceptibilida<strong>de</strong> Mag<br />

(kx10 -6 - adimensional)<br />

Variação<br />

Média ou<br />

mais comum<br />

Ilmenita<br />

(FeTiO3)<br />

314.000 a<br />

3,8x10 6 4x10 5<br />

Magnetita<br />

(Fe3O4)<br />

7x10 4 a<br />

14x10 6 5x10 5<br />

Hematita (Fe2O3)<br />

420 a<br />

38.000<br />

550<br />

Pirrotita(FeS)<br />

1250 a<br />

6,3x10 6 1,25x10 5<br />

Pirita (FeS2) 35 - 5000 130<br />

Rochas Ígneas<br />

Susceptibilida<strong>de</strong> Mag (kx10 -6 -<br />

adimensional)<br />

Variação<br />

Média ou mais<br />

comum<br />

Granito 0-4000 200<br />

Riolito 20-3000 -<br />

Dolerito 100-3000 1400<br />

Diabásio 80-13000 4500<br />

Gabro 80-7200 6000<br />

Basalto 20-14500 6000<br />

Diorito 50-10000 7000<br />

Piroxenito - 10500<br />

Peridotito 7600-15600 13000<br />

An<strong>de</strong>sito - 13500<br />

Tabela 9 – Principais minerais magnéticos. Tabela 10 – Susceptibilida<strong>de</strong> magnética das rochas.<br />

O mapa do campo magnético do GMC (Figura 27) <strong>de</strong> modo geral apresentou<br />

anomalias <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada, principalmente nas extremida<strong>de</strong>s, sendo<br />

interpretado como o <strong>ba</strong>ckground da área. No centro do GMC observam-se as anomalias<br />

mais significativas (tanto fortes quanto fracas), contudo anomalias fracas são<br />

predominantes, estas possuem uma orientação semelhante (NE/SW). Os locais que<br />

apresentaram anomalias fracas po<strong>de</strong>m ser interpretadas como fácies mais pegmatíticas<br />

do granitói<strong>de</strong>, enquanto anomalias fortes po<strong>de</strong>m ser interpretadas como fácies<br />

enriquecidas em magnetita e/ou ilmenita, ou po<strong>de</strong>m ser enclaves máficos.<br />

As coberturas sedimentares são muitas vezes causadoras <strong>de</strong> ruídos nos mapas<br />

magnéticos, como forma <strong>de</strong> eliminar os dados provenientes das coberturas, elaborou-se<br />

67


Figura 27 – Mapa do Campo Magnético Total do GMC, mostrando<br />

áreas com anomalias mais significativas. Os polígonos marcam as<br />

áreas com bons resultados.<br />

Figura 28 – Mapa da 1º DV do Campo Magnético Total do GMC,<br />

mostrando áreas com anomalias mais significativas. Os polígonos<br />

marcam as áreas com bons resultados.<br />

68


o mapa da 1º Derivada do Campo Magnético Total (Figura 28). Este mapa mostrou<br />

algumas semelhanças quanto ao mapa do campo magnético total, as principais<br />

anomalias estão presentes no centro do GMC, as anomalias fracas mantiveram-se<br />

predominante e com a mesma orientação, contudo ocorreu um aumento das anomalias<br />

fortes, que se apresentam no mesmo alinhamento da anomalia fraca principal. As<br />

interpretações referentes às anomalias fortes e fracas são similares as interpretações do<br />

mapa do campo magnético.<br />

5.1.2. Mapas Radiométricos (Concentração <strong>de</strong> Potássio, Tório, Urânio e Contagem<br />

Total)<br />

O método geofísico radiométrico usa proprieda<strong>de</strong>s radioquímicas para <strong>de</strong>tectar<br />

anomalias radioativas, principalmente <strong>de</strong> potássio, tório e urânio. O aparelho me<strong>de</strong> esses<br />

parâmetros separadamente e também o somatório, que recebe o nome <strong>de</strong> contagem total.<br />

Em geral os métodos radioativos são usados como farejadores para substancias que<br />

apresentam alguma relação com os elementos medidos no método. Uma gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong>sse método é a forte influencia das coberturas, permitindo investigar no<br />

maximo entre 2 a 5 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. A<strong>ba</strong>ixo estão <strong>de</strong>scritas informações<br />

oriundas dos mapas radiométricos.<br />

O mapa <strong>de</strong> contagem total do GMC (Figura 29) revela em geral anomalias<br />

mo<strong>de</strong>radas, com exceção da parte central on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>tectou anomalias fortes, on<strong>de</strong> são<br />

mais forte próximo do contato entre o GMC e o Complexo Mairi. A <strong>de</strong> ressaltar a<br />

ausência <strong>de</strong> anomalias fracas. Áreas com anomalias fortes po<strong>de</strong>m significas fácies<br />

pegmatíticas no granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido os elementos analisados pelo método serem<br />

incompatíveis, estando presentes nas ultimas fases da diferenciação magmática.<br />

O mapa <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> potássio (Figura 30) mostra padrão semelhante com<br />

o <strong>de</strong> contagem total, a predominância <strong>de</strong> anomalias mo<strong>de</strong>radas, e as anomalias fortes<br />

tem a mesma localização, contudo em quantida<strong>de</strong>s diferentes. A concentração <strong>de</strong><br />

potássio apresenta menos anomalias fortes, outra diferença é a presença, ao norte do<br />

corpo, mesmo que em pouca quantida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> anomalias fracas.<br />

69


Figura 29 – Mapa <strong>de</strong> Contagem Total do GMC, mostrando áreas<br />

com anomalias mais significativas. Os polígonos marcam as áreas<br />

com bons resultados.<br />

Figura 30 – Mapa da Concentração <strong>de</strong> Potássio do GMC,<br />

mostrando áreas com anomalias mais significativas. Os polígonos<br />

marcam as áreas com bons resultados.<br />

70


No mapa <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tório (Figura 31) predominam as anomalias <strong>de</strong><br />

intensida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada a forte. As anomalias fortes mais significativas se encontram na<br />

parte sul e principalmente ao norte. Na parte central do GMC ocorrem também<br />

anomalias fortes, contudo em menores quantida<strong>de</strong>s e menor intensida<strong>de</strong>. Nota-se<br />

também a ausência <strong>de</strong> anomalias fracas.<br />

O mapa <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> urânio (Figura 32) mostra em geral anomalias<br />

mo<strong>de</strong>radas a fortes. As anomalias fortes ocorrem mais na parte central e ao sul, ao norte<br />

predominam as anomalias fracas. Observa-se que não ocorrem anomalias fortes (as <strong>de</strong><br />

maiores intensida<strong>de</strong>) e que as principais anomalias não estão concentradas no centro do<br />

corpo e sim ao norte da área, on<strong>de</strong> provavelmente são fácies mais granodioriticas.<br />

Mapas<br />

GRANITÓIDE DE MIGUEL CALMON<br />

Áreas Anômalas (intensida<strong>de</strong>)<br />

Geral<br />

Alta (polígonos<br />

brancos)<br />

Baixa (polígonos<br />

pretos)<br />

Campo Magnético Total Mo<strong>de</strong>rada Sim Sim<br />

1º DV do Campo Magnético<br />

Total<br />

Mo<strong>de</strong>rada Sim Sim<br />

Contagem Total Mo<strong>de</strong>rada Sim Não<br />

Concentração <strong>de</strong> Potássio Mo<strong>de</strong>rada Sim Sim<br />

Concentração <strong>de</strong> Tório Mo<strong>de</strong>rada a Alta Sim Não<br />

Concentração <strong>de</strong> Urânio Mo<strong>de</strong>rada a Alta Sim Sim<br />

Tabela 11 – Mapas geofísicos e os principais níveis <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>s presentes para o GMC.<br />

Os mapas geofísicos do GMC revelaram áreas anômalas <strong>de</strong> fortes e fracas<br />

intensida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> forma geral predominam anomalias <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>radas (Tabela<br />

11). Delimitaram-se nos mapas áreas positivas (com polígonos brancos) e negativas<br />

(com polígonos pretos), assim observaram-se as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> anomalias e suas<br />

intensida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>tectando-se então que a área central do GMC apresentou os melhores<br />

resultados. Apenas nos mapas <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tório e urânio as melhores<br />

concentrações não se encontraram na parte central do corpo. Interpretou-se a área<br />

selecionada como uma associação <strong>de</strong> fácies mais pegmatíticas intercalada com fácies<br />

granodioríticas com magnetita e/ou ilmenita fazendo parte da paragênese.<br />

71


Figura 31 – Mapa <strong>de</strong> Concentração <strong>de</strong> Tório do GMC, mostrando<br />

áreas com anomalias mais significativas. Os polígonos marcam as<br />

áreas com bons resultados.<br />

Figura 32 – Mapa <strong>de</strong> Concentração <strong>de</strong> Urânio do GMC, mostrando<br />

áreas com anomalias mais significativas. Os polígonos marcam as<br />

áreas com bons resultados.<br />

72


5.2. GEOFÍSICA DO GRANITÓIDE DE MIRANGABA<br />

5.2.1. Mapas Magnéticos (Campo Total e 1º DV do Campo Total)<br />

Como abordamos acima vários fatores po<strong>de</strong>m modificar as assinaturas geofísicas<br />

das rochas. O padrão magnético do GMR (Figura 33) concentra-se em anomalias<br />

mo<strong>de</strong>radas a fortes, predominando as mo<strong>de</strong>radas, on<strong>de</strong> foi consi<strong>de</strong>rado como<br />

<strong>ba</strong>ckground do granitói<strong>de</strong>. Anomalias fracas são escassas, ocorrem pontos isolados ao<br />

norte, contudo essas pequenas áreas por estarem <strong>ba</strong>stante fora do padrão po<strong>de</strong>m<br />

significar anomalias importantíssimas para serem investigadas. As principais anomalias<br />

fortes ocorrem a su<strong>de</strong>ste e a sul com direção NE/SW, quantida<strong>de</strong>s menores aparecem a<br />

norte. Interpretam-se essas anomalias como causadas pelo contato entre o GMR e o<br />

Complexo Mairi, com concentrações <strong>de</strong> minerais magnéticos (ilmenita e/ou magnetita),<br />

os pontos isolados <strong>de</strong> anomalias fortes po<strong>de</strong>m ser interpretadas como enclaves máficos.<br />

O mapa da 1º Derivada do Campo Magnético Total (Figura 34) em geral<br />

apresenta anomalias mo<strong>de</strong>radas, contudo nota-se um padrão diferente do mapa do<br />

campo magnético, as anomalias fracas predominam sobre as altas, o mapa ressaltou<br />

essas anomalias fracas on<strong>de</strong> no mapa do campo magnético foram <strong>de</strong>tectadas, mas com<br />

anomalias mo<strong>de</strong>radas. As principais anomalias significativas se concentram a norte do<br />

corpo (mantendo uma direção NE/SW), diferente do padrão geral dos mapas geofísicos,<br />

estes mostram que á área mais promissora localiza-se ao centro do corpo. Este mapa<br />

reforçou a interpretação dada para as anomalias fortes no mapa do campo magnético,<br />

pois para estes as anomalias altas caíram ao su<strong>de</strong>ste do GMR, no contato entre o<br />

Complexo Mairi.<br />

5.2.2. Mapas Radiométricos (Concentração <strong>de</strong> Potássio, Tório, Urânio e Contagem<br />

Total)<br />

O padrão geofísico para contagem total mostra um <strong>ba</strong>ckgraund <strong>de</strong> anomalias<br />

altas para o GMR (Figura 35), ocorrendo algumas anomalias mo<strong>de</strong>radas ao norte.<br />

Selecionaram-se áreas com boas perspectivas, para posterior investigação, mas<br />

<strong>de</strong>talhada. A uma similarida<strong>de</strong> entre o mapa <strong>de</strong> contagem total e o mapa <strong>de</strong><br />

concentração <strong>de</strong> potássio (Figura 36), on<strong>de</strong> o padrão <strong>de</strong> anomalias é <strong>ba</strong>stante<br />

semelhante.<br />

73


Figura 33 – Mapa Magnético do Campo Total – GMR. Os polígonos marcam as áreas com bons<br />

resultados.<br />

Figura 34 – Mapa da 1 DV do Magnético do Campo Total – GMR. Os polígonos marcam as áreas com<br />

bons resultados.<br />

74


Figura 35 – Mapa da contagem total – GMR. Os polígonos marcam as áreas com bons resultados.<br />

Figura 36 – Mapa da concentração <strong>de</strong> potássio – GMR. Os polígonos marcam as áreas com bons<br />

resultados.<br />

75


O mapa <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> tório (Figura 37) mostra anomalias positivas altas do<br />

centro ao sul do corpo granítico, ocorrendo também alguns pontos ao norte, on<strong>de</strong> se<br />

localiza também anomalias negativas. O padrão geral da área são anomalias positivas.<br />

Para mapa <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> urânio (Figura 38) o <strong>ba</strong>ckground do granitói<strong>de</strong><br />

são anomalias positivas, as mais fortes ocorrem no centro-sul do corpo, nota-se a<br />

ausência <strong>de</strong> anomalias negativas.<br />

Os resultados obtidos pelos mapas radiométricos revelam ser o GMR um granito<br />

fortemente diferenciado, pois esses elementos como já foram mencionados, por seres<br />

elementos incompatíveis estão presentes nas ultimas fases da diferenciação.<br />

Mapas<br />

GRANITÓIDE DE MIRANGABA<br />

Áreas Anômalas (intensida<strong>de</strong>)<br />

Geral<br />

Alta (polígonos<br />

brancos)<br />

Baixa (polígonos<br />

pretos)<br />

Campo Magnético Total Mo<strong>de</strong>rada a Alta Sim Sim<br />

1º DV do Campo Magnético<br />

Total<br />

Mo<strong>de</strong>rada Sim Sim<br />

Contagem Total Alta Sim Não<br />

Concentração <strong>de</strong> Potássio Alta Sim Não<br />

Concentração <strong>de</strong> Tório Alta Sim Sim<br />

Concentração <strong>de</strong> Urânio Alta Sim Sim<br />

Tabela 12 – Mapas geofísicos e os principais níveis <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>s presentes para o GMR.<br />

Os mapas geofísicos do GMR revelaram áreas predominantemente com<br />

anomalias mo<strong>de</strong>radas para os mapas magnéticos e <strong>de</strong> anomalias positivas para os mapas<br />

radiométricos (Tabela 12). Delimitou-se nos mapas áreas positivas (com polígonos<br />

brancos) e negativas (com polígonos pretos), assim observaram-se as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

anomalias e suas intensida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>tectando-se então que a área central do GMR<br />

apresentou melhores resultados que as <strong>de</strong>mais áreas. Apenas nos mapas magnéticos a<br />

área mais propicia ocorre ao norte do corpo, vale ressaltar que a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> áreas<br />

propícias é <strong>de</strong> acordo com a substância a ser investigada, ou seja, para um mineral que<br />

respon<strong>de</strong> melhor aos métodos magnéticos, a área po<strong>de</strong> ser uma, para os minerais que<br />

respon<strong>de</strong>m melhor aos métodos radiométricos a área po<strong>de</strong> ser outra. Delimitou-se essa<br />

área <strong>de</strong>vido a interpretações que são áreas, on<strong>de</strong> as anomalias dos mapas magnéticos<br />

ficaram entre mo<strong>de</strong>radas a fracas, típica <strong>de</strong> fácies mais diferenciadas, e as anomalias<br />

radiométricas foram fortes, também típicas <strong>de</strong> fácies mais diferenciadas. Interpretou-se<br />

através <strong>de</strong>sses mapas que o GMR é <strong>ba</strong>stante diferenciado, o que indica um bom<br />

potencial metalogenético.<br />

76


Figura 37 – Mapa da concentração <strong>de</strong> tório – GMR. Os polígonos marcam as áreas com bons resultados.<br />

Figura 38 – Mapa da concentração <strong>de</strong> urânio – GMR. Os polígonos marcam as áreas com bons<br />

resultados.<br />

77


CAPITULO VI - MINERALIZAÇÕES ASSOCIADAS ÀS ROCHAS<br />

GRANÍTICAS (MODELOS E TIPOS METALOGÉNETICOS)<br />

A presença, numa mesma região, <strong>de</strong> granitos mineralizados junto a granitos<br />

estéreis, ambos pertencentes à mesma granitogênese, é um problema que intriga os<br />

autores há muito tempo. Muitos tra<strong>ba</strong>lhos procuraram características que permitissem<br />

i<strong>de</strong>ntificar os granitos férteis, capazes <strong>de</strong> gerarem jazidas, separando-os dos estéreis.<br />

Ainda, mesmo para os granitos portadores das “características mineralizantes” não há<br />

nenhuma certeza <strong>de</strong> que a ele se associe algum <strong>de</strong>pósito mineral.<br />

Várias pesquisas foram <strong>de</strong>senvolvidas separadamente na Austrália (Chappel e<br />

White, 1974), no Japão (Ishihara, 1981) e na China (Wang et al., 1980, 1983 e 1984)<br />

conduziram a conclusões convergentes, ainda que persistam pequenas diferenças entre<br />

elas. Basicamente, as principais conclusões foram:<br />

1. Os granitos po<strong>de</strong>m ser divididos em dois gran<strong>de</strong>s grupos ou séries. Um grupo<br />

correspon<strong>de</strong> aos granitos <strong>de</strong>rivados da fusão <strong>de</strong> rochas ígneas, da crosta ou do<br />

manto. O outro grupo correspon<strong>de</strong> aos granitos originados da fusão <strong>de</strong> rochas <strong>de</strong><br />

origem sedimentar.<br />

2. Ao primeiro grupo, <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivação ígnea, associam-se sobretudo os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong><br />

Cu + Au, <strong>de</strong> Cu e <strong>de</strong> Cu + Mo. Ao segundo grupo, <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivação sedimentar,<br />

associam-se sobretudo os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> Sn e W.<br />

78


Uma das classificações mais utilizadas para os <strong>de</strong>pósitos relacionados ao<br />

magmatismo ácido, consi<strong>de</strong>ra a posição espacial dos <strong>de</strong>pósitos em relação ao corpo<br />

magmático, a tipologia e a composição (Tabela 13).<br />

Os <strong>de</strong>pósitos apicais disseminados <strong>de</strong> Cu, Mo e Cu + Mo correspon<strong>de</strong>m aos<br />

<strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> “Cu-Mo porfirítico”. Os greisens são <strong>de</strong>pósitos apicais disseminados <strong>de</strong> Sn<br />

que raramente constituem concentrações econômicas, em geral são lavrados <strong>de</strong><br />

concentrações secundárias formadas pela erosão. Os filões hidrotermais são<br />

responsáveis pela maior varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> elementos metálicos <strong>de</strong> minério contidos nos<br />

<strong>de</strong>pósitos granitogênicos. Os pegmatitos são responsáveis pelo fornecimento <strong>de</strong> boa<br />

parte da gemas, poucos são os pegmatitos lavrados economicamente pelos seus<br />

conteúdos em metais. Os escarnitos são <strong>de</strong>pósitos difíceis <strong>de</strong> diferenciar e gradam para<br />

os <strong>de</strong>pósitos apicais disseminados <strong>de</strong> Cu. Geralmente são concentrações <strong>de</strong> W, embora<br />

sejam também <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância as concentrações <strong>de</strong> Fe, Cu e Zn-Pb.<br />

Posição Espacial Tipo <strong>de</strong> Depósitos Composição do Minério<br />

Cu + Mo, Cu, em granitos, granodioritos, quartzo monzonitos e quartzo dioritos.<br />

Mo, em sienitos<br />

Apicais<br />

Disseminados Cu + Au em sienitos e dioritos<br />

Sn (Bi, Mo, W, Li, F)<br />

W (Mo, Sn)?<br />

Greisen<br />

Filoneanos Hidrotermais<br />

Sn, W, Be, Ta, Mo, Bi<br />

Epitermais<br />

U, Hg, Sb, As, Au + Te, entre outros<br />

Mesotermais Ag, Pb, Zn, Ni + Co + Bi + Ag, U (Ra), Fe (Cu), Mn, entre outros<br />

Hipotermais Au (Cu), Cu, Au (Mo), Cu (Mo, Bi), entre outros.<br />

Pneumatólitos Sn, Sn (Nb + Ta), Sn + W, Au (W + Sn), entre outros.<br />

Pegmatitos Li, Be, Ta (U, Sn)<br />

Periféricos<br />

Fe (Cu, Co, Au) em calcários<br />

Fe (Cu, Zn) em dolomitos<br />

Depósitos relacionados ao W, Mo, Cu (Zn, Bi) em calcários<br />

metassomatismo e/ou Cu, Mo, (W, Zn) em calcários<br />

metamorfismo térmico Zn, Pb, Ag (Cu, W) em calcários<br />

(Escarnitos) Mo, W (Cu, Bi, Zn) em calcários<br />

Sn, F (Be, W) em calcários<br />

Sn, F (Be,B) em dolomitos<br />

Tabela 13 – Mineralizações e tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos associados às séries graníticas, observadas em diferentes<br />

locais (Biond, 1986).<br />

6.1 DEPÓSITOS PLUTOGÊNICOS APICAIS DISSEMINADOS DE Cu + Mo;<br />

Cu, Mo, Cu + Au, Sn E W<br />

Os <strong>de</strong>pósitos plutogênicos apicais disseminados compõem-se <strong>de</strong> concentrações<br />

minerais primárias, pervasivas, dispersas em fraturas, fissuras e brechas ou<br />

disseminadas, intimamente associadas a maciços graníticos que, quase invariavelmente,<br />

79


mostram em algum grau uma textura porfiritica. As mineralizações e/ou alterações<br />

hidrotermais relacionadas estão distribuídas ou no corpo granítico ou nas encaixantes,<br />

formando zonas relacionadas à arquitetura intrusiva.<br />

Morfologicamente os <strong>de</strong>pósitos apicais disseminados são divididos em três tipos<br />

(Sutherland Brown, 1976): Os <strong>de</strong>pósitos cilíndricos relacionados a um corpo plutônico<br />

cilíndrico relativamente pequeno, são <strong>de</strong>pósitos rasos. Os <strong>de</strong>pósitos vulcânicos são<br />

caracterizados pela forma irregular e por se mostrarem instrusivos em formações<br />

vulcânicas ao menos parcialmente consangüíneas. Os <strong>de</strong>pósitos plutônicos<br />

<strong>de</strong>senvolvem-se <strong>de</strong>ntro dos corpos plutônicos <strong>de</strong> tamanho médio e profundos, que são<br />

normalmente zonados litologicamente.<br />

Guilbert e Lowell (1974) propôs um mo<strong>de</strong>lo metalogénetico em que o minério<br />

forma um envoltório ou cinturão <strong>de</strong> forma aproximadamente cilíndrica que envolve um<br />

núcleo com <strong>ba</strong>ixo teor <strong>de</strong> Cu e Mo. O cinturão mineralizado é envolvido por auréolas<br />

piritosas sucessivamente com quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>crescente <strong>de</strong> pirita. A zona periférica<br />

superior da auréola piritosa contem mineralizações <strong>de</strong> Pb, Zn, Au e Ag (quando<br />

presentes), além <strong>de</strong> alguma calcopirita. A magnetita envolve a parte <strong>ba</strong>ixa do cinturão<br />

mineralizado. Pouco se sabe sobre a zonalida<strong>de</strong> dos minerais metálicos das jazidas<br />

disseminadas <strong>de</strong> Sn e W. A zonalida<strong>de</strong> dos minerais <strong>de</strong> alteração hidrotermal é<br />

comparável aquela das jazidas <strong>de</strong> Cu-Mo, o que se faz suspeitar que algo semelhante<br />

ocorra em se tratando também dos metais (Figura 39).<br />

Os mesmos autores sintetizaram a distribuição zonada dos silicatos hidrotermais,<br />

<strong>ba</strong>sicamente em quatro zonas <strong>de</strong> alteração (Figura 39): zonas potássica: ocorre<br />

metassomatismo potássico acompanhado da lixiviação do cálcio e do sódio dos minerais<br />

aluminossilicatodos. Os minerais diagnósticos são o ortoclásio, a biotita, o quartzo,<br />

albita, sericita, anidrita, apatita magnetita, calcopirita, bornita e a pirita. Zona fílica:<br />

também <strong>de</strong>nominado zona <strong>de</strong> sericitização, forma-se pela lixiviação do Na, Ca e Mg dos<br />

aluminossilicatos. Caracteriza-se pela substituição dos silicatos originais pela sericita<br />

(ou moscovita) e pelo quartzo. Zona propilítica: <strong>de</strong>senvolvem-se os minerais cálcio-<br />

magnesianos a partir dos minerais originais da rocha. Os minerais diagnósticos são a<br />

clorita, o epidoto e a calcita, formados pela alteração dos minerais máficos, mais a<br />

anortita, a apatita, a anidrita, a ankerita e a hematita. Zona argílitica: caracteriza-se pela<br />

lixiviação completa dos alcalinos e pela argilização dos minerais originais. Os minerais<br />

80


diagnósticos são a montmorilonita, ilita, hidromicas e clorita, com ou sem caulinita. Os<br />

principais sulfetos são a pirita, calcopirita e bornita, a enargita e a tenantita.<br />

Pelo menos quatro tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados, são eles:<br />

1. Depósitos <strong>de</strong> molibdênio e <strong>de</strong> cobre-molibdênio, sem ouro, <strong>de</strong> seqüência cálcio-<br />

alcalinas (“mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Lowell e Guilbert”): Associados a granitos, granodioritos,<br />

quartzo-monzonitos e quartzo-dioritos. Localizam-se nas margens continentais<br />

ativas e em arcos insulares ensiálicos, nas proximida<strong>de</strong>s da linha <strong>de</strong> subducção.<br />

2. Depósitos <strong>de</strong> cobre, com ouro e prata, sem molibdênio, <strong>de</strong> seqüências alcalinas<br />

(“mo<strong>de</strong>lo diorito”, <strong>de</strong> Hollister, 1975): Associam-se a plutões <strong>de</strong> dioritos, sieno-<br />

gabros e sienitos alcalinos. Predominam nos arcos insulares, em regiões em que a<br />

crosta continental é pouca espessa ou mesmo inexistente.<br />

3. Depósitos <strong>de</strong> molibdênio <strong>de</strong> seqüências alcalinas e alcalinas cálcicas: Esses<br />

<strong>de</strong>pósitos ocorrem atrás dos arcos magmáticos das regiões <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong><br />

placas, em regiões intraplacas continentais com gran<strong>de</strong>s re<strong>ba</strong>ixamentos e em regiões<br />

<strong>de</strong> aulacógenos (Guild, 1971; Godwin, 1975; Westra e Keith, 1981).<br />

4. Depósitos <strong>de</strong> estanho em seqüências cálcio-alcalinas: Associam-se a plutões <strong>de</strong><br />

pequenas dimensões e possuem zonas <strong>de</strong> alteração hidrotermal, são cortados por<br />

enxames <strong>de</strong> veios tardios mineralizados a Sn e Ag. Ocorrem em porções mais<br />

afastadas <strong>de</strong> subducção, em direção ao continente.<br />

Figura 39 – Mo<strong>de</strong>lo esquemático da distribuição<br />

zonada dos minerais metálicos e da zonalida<strong>de</strong><br />

dos silicatos hidrotermais hipogênicos nas jazidas<br />

apicais disseminadas, segundo Guilbert e Lowell<br />

(1974).<br />

81


6.2 GREISENS<br />

Os greisens são, em sua maioria, rochas compostas por quartzo e mica ou<br />

quartzo, mica e topázio, po<strong>de</strong>m também estar presentes a fluorita, dickita,<br />

hidromoscovita e hematita. As mineralizações normalmente associadas aos greisens são<br />

<strong>de</strong> Sn (cassiterita), W (scheelita e wolframita), Mo (molib<strong>de</strong>nita) e Bi (bismutinita). A<br />

textura dos greisens é normalmente granular grossa, embora existam variações para<br />

microgranular e para texturas orientadas, <strong>de</strong> aspecto xistoso. São sempre acompanhados<br />

<strong>de</strong> um enxame <strong>de</strong> veios e filonetes, com quartzo, com vários outros minerais acessórios.<br />

Muito raramente os ambientes greisenizados constituem-se em <strong>de</strong>pósitos<br />

economicamente exploráveis. São concentrados minerais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s volumes e teores<br />

muito <strong>ba</strong>ixos que dificilmente viabilizam uma lava. Os <strong>de</strong>pósitos secundários é que são,<br />

na gran<strong>de</strong> maioria dos casos, os produtos <strong>de</strong>stes bens minerais, sendo a cassiterita o<br />

produto mais típico. O greisen é a principal rocha dos apogranitos e também o minério,<br />

quando o <strong>de</strong>posito primário é economicamente explorável.<br />

O ambiente geotectônico propício para esses <strong>de</strong>pósitos são as regiões<br />

transicionais, em ambientes <strong>de</strong> margem continental ativa. Os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> Sn <strong>de</strong>stas<br />

regiões são, na maioria, alúvios e elúvios <strong>de</strong>rivados da <strong>de</strong>sagregação <strong>de</strong> filões <strong>de</strong><br />

quartzo e <strong>de</strong> greisens mineralizados a cassiterita. Outros autores situam estes <strong>de</strong>pósitos<br />

nas margens continentais ativas, em uma zona mais afastada da linha <strong>de</strong> subducção, na<br />

faixa compressional formada atrás dos arcos magmáticos que caracteriza as regiões<br />

<strong>de</strong>nominadas hercinótipas. Muitos greisens situam-se em zonas afastadas dos ambientes<br />

transicionais, em regiões intraplacas continentais. Os melhores exemplos são as jazidas<br />

<strong>de</strong> cassiterita da região amazônica e do centro <strong>de</strong> Goiás.<br />

Apesar da complexida<strong>de</strong> das zonas <strong>de</strong> alteração relacionadas aos greisens, elas<br />

po<strong>de</strong>m ser agrupadas em 9 tipos: a) filitização, que englo<strong>ba</strong> a cloritização, a<br />

moscovitização, a sericitizzação e a biotização; b) greisenização; c) feldspatização,<br />

correspon<strong>de</strong>nte à neoformação da albita, do microclínio, da adularia e da amazonita; d)<br />

argilização; e) topazificação; f) turmalinização; g) hematitização; h) fluoritização; i)<br />

silificação. Raramente um <strong>de</strong>sses processos <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong>senvolve-se isoladamente,<br />

sendo normal que as rochas acumulem mais <strong>de</strong> um produto <strong>de</strong> alteração.<br />

82


O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Groves e McCarthy (1978) adota a hipótese <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />

diferenciação seqüenciada, a partir <strong>de</strong> um magma granítico <strong>de</strong>rivado da fusão da crosta<br />

continental. Este mecanismo enquadra-se no “tipo 1” <strong>de</strong> Taylor (1979), correspon<strong>de</strong>nte<br />

ao enriquecimento em metais raros (+Li, F) nos últimos diferenciados <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong><br />

diferenciação restrita, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> dioritos (raros) até leucogranitos e granitos (dominantes).<br />

Inicialmente há a intrusão <strong>de</strong> um magma granítico subsaturado em água que começa a<br />

se fracionar. Os líquidos restantes do fracionamento são segregados, diferenciam-se,<br />

geram novos líquidos ainda mais diferenciados que são novamente segregados. Os<br />

últimos líquidos segregados são saturados em água e geram bolhas <strong>de</strong> um fluido em<br />

estado supercrítico que aglutinam-se nas zonas apicais dos agregados. A solidificação<br />

da fase silicatada fundida obtida nos últimos diferenciados produz aplitos e a fase<br />

supercrítica gera pegmatitos estéreis nos altos estruturais. A cristalização do liquido<br />

intercumulus produz vapores supercríticos ricos em Sn, W, Be e F que, após o alivio <strong>de</strong><br />

pressão <strong>de</strong>vido ao fraturamento da cúpula dos granitos, per<strong>de</strong>m o equilíbrio com os<br />

minerais acumulados iniciando a greisenização acompanhada da cristalização da<br />

cassiterita, wolframita, etc. O escape através <strong>de</strong> zonas mais permeáveis causa a<br />

formação <strong>de</strong> chaminés <strong>de</strong> greisens (cruzamento <strong>de</strong> fraturas) ou <strong>de</strong> filões (fraturas<br />

simples). O mo<strong>de</strong>lo exemplificado na figura 40.<br />

Figura 40 – Esquema mostrando o produto final<br />

obtido após o <strong>de</strong>senvolvimento da seqüência <strong>de</strong><br />

diferenciação. Ambiente greisenizado e a influência<br />

das rochas encaixantes na composição do greisen<br />

(Shcher<strong>ba</strong>, 1970).<br />

83


6.3 DEPÓSITOS PERIFÉRICOS – FILÕES HIDROTERMAIS,<br />

PNEUMATOLÍTICOS E PEGMATÍTOS<br />

Os <strong>de</strong>pósitos hidrotermais-pneumatolíticos são classificados <strong>de</strong> hipotermais,<br />

mesotermais e epitermais, consi<strong>de</strong>rados respectivamente da maior para menor<br />

profundida<strong>de</strong> e temperatura. Pelo menos quatro possibilida<strong>de</strong>s são consi<strong>de</strong>radas para a<br />

origem dos fluidos geradores <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> concentração mineral: a) fluidos abissais,<br />

oriundos diretamente do manto; b) fluidos hidrotermais, oriundos <strong>de</strong> corpos plutônicos,<br />

básicos ou ácidos, intrusivos; c) fluidos secrecionais, oriundos das encaixantes dos<br />

<strong>de</strong>pósitos, mobilizados pela excitação térmica <strong>de</strong> intrusões ou <strong>de</strong> núcleos <strong>de</strong><br />

metamorfismo; d) fluidos superficiais, gerados da alteração superficial das rochas.<br />

Os filões e veios pneumatolíticos são mineralizados sobretudo em estanho e<br />

wolfrâmio, mas também em molibdênio e bismuto e são enraizados em rochas<br />

graníticas alcalinas silicosas. Gradam, geralmente, para concentrações apicais<br />

disseminadas do tipo greisen, mineralizados a Sn, W, Mo, Bi, Be, etc. São filões <strong>de</strong><br />

mais altas temperaturas <strong>de</strong> origem que os filões hiportermais (Figura 40).<br />

Observações dos filões norte-americanos i<strong>de</strong>alizaram um mo<strong>de</strong>lo para um filão<br />

mineralizado em Au-Ag, representativo para a gran<strong>de</strong> maioria dos filões mineralizados<br />

a metais básicos. Normalmente os metais básicos organizam-se com Pb a menor<br />

profundida<strong>de</strong>, o Zn em posição intermediária e o Cu a maior profundida<strong>de</strong>. Não raro o<br />

Cu grada para concentrações <strong>de</strong> Sn e W, ainda mais profundas, como observadas, por<br />

exemplo, em Cornwall (Inglaterra). A presença <strong>de</strong> um metal em torno <strong>de</strong> um plutão<br />

granítico <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do nível <strong>de</strong> erosão do plutão. A concentração dos metais ocorrendo<br />

nas zonas superiores condiciona o <strong>de</strong>saparecimento das fases minerais <strong>de</strong> interesse<br />

econômico quando a erosão atinge um nível profundo, <strong>de</strong>struindo a cúpula do plutão.<br />

Pegmatítos: A complexida<strong>de</strong> mineralógica dos pegmatitos, aliados à diversida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> modos <strong>de</strong> ocorrência, levou a uma extensa gama <strong>de</strong> tipos <strong>de</strong> classificação, Solodov<br />

(1959) dividiu os pegmatítos segundo seus minerais essenciais, em quatro tipos: Tipo I<br />

(pegmatítos a microclínio); Tipo II (pegmatítos a albita-microclínio); Tipo III<br />

(pegmatítos a albita); Tipo IV (pegmatítos a albita-espodumênio).<br />

Os minerais <strong>de</strong> Li, Be, Sn e Ta ocorrem em posições diferentes <strong>de</strong>ntro dos<br />

corpos pegmatíticos. A mineralização principal é <strong>de</strong> lítio, representada pelos minerais<br />

84


lepdolita, zonwaldita, ambligonita, espodumênio, petalita, eucriptita e bikitaíta. Os<br />

principais subprodutos são o berílio (Be), a tantalita (Ta), a polucita (Ce), a cassiterita<br />

(Sn) e a microlita (Ta, Nb). Nos granitos alcalinos caracterizados por conterem uma ou<br />

duas micas (leucogranitos), o principal fenômeno associado à mineralização em estanho<br />

é a greisenização.<br />

Os pegmatítos apresentam uma repartição zonal que se manifesta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a escala<br />

local até a regional ou da província pegmatítica. A variação zonada da mineralização<br />

dos pegmatitos russos notou que aqueles a terras raras, Nb e Ta, Zr, U e Ti são os mais<br />

profundos e centrais dos campos pegmatíticos. Em torno <strong>de</strong>les, a distância crescente<br />

vem os pegmatítos à mica, <strong>de</strong>pois aqueles a berilo, <strong>de</strong>pois os litiníferos com estanho e,<br />

nas zonas marginais, aqueles a Li, P e Mn. Nas zonas apicais dos plutões, portanto, têm-<br />

se ao mesmo tempo os pegmatítos a Li e Sn e os pneumatólitos a Sn e W, formando<br />

corpos que muitas vezes se superpõem e são dificilmente diferenciáveis.<br />

Cameron (1949), enfocando particularmente a origem dos pegmatitos zonados,<br />

sugere três possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> origem: a) Desenvolvimento por cristalização fracionada,<br />

in situ, <strong>de</strong> um magma pegmatítico; b) Desenvolvimento por <strong>de</strong>posição sucessiva, em um<br />

sistema aberto; c) Desenvolvimento em dois estágios: 1) Estagio magmático ou<br />

epimagmático e 2) Estágio hidrotermal, ou pneumatolítico-hidrotermal. A repetição<br />

<strong>de</strong>ste mecanismo causaria a formação <strong>de</strong> zonas diferentes.<br />

6.4 CONCENTRAÇÕES PLUTOGÊNICAS PERIFÉRICAS RELACIONADAS<br />

AO METAMORFISMO E/OU METASSOMATISMO TÉRMICO<br />

Este grupo <strong>de</strong> jazidas associa-se às rochas carbonatadas transformadas<br />

metamorficamente e/ou metassomaticamente. Formam-se sob as mais abrangentes<br />

condições <strong>de</strong> temperatura e as importâncias relativas das ações metamórficas e<br />

metassomáticas envolvidas nas suas gêneses ainda não foram <strong>de</strong>finidas com precisão.<br />

As principais características <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong> jazidas são: a) Associarem-se diretamente a<br />

rochas carbonáticas transformadas por ações termo-metassomáticas; e b) A energia<br />

térmica motora do sistema genético <strong>de</strong>stas jazidas provém <strong>de</strong> intrusões graníticas.<br />

Existem evidências <strong>de</strong> que as mineralizações relacionadas aos escarnitos provêm<br />

ora dos plutões graníticos associados, ora dos sedimentos, neste caso com remobilização<br />

85


e concentração proporcionadas pela intrusão granítica, ora <strong>de</strong> am<strong>ba</strong>s as fontes. Do ponto<br />

<strong>de</strong> vista tanto da produção econômica como do interesse científico, estes <strong>de</strong>pósitos<br />

i<strong>de</strong>ntificam-se por conterem sobretudo Fe, W, Cu, Pb-Zn, Mo e Sn. Cada tipo tem um<br />

ambiente tectônico, uma mineralogia e uma associação ígnea própria. Em sua maioria,<br />

os <strong>de</strong>pósitos escarníticos são <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s mesozóica ou mais recentes. Os poucos<br />

<strong>de</strong>pósitos importantes do Paleozóico são mineralizados em W e Sn, e constituem um<br />

grupo por terem em comum a origem em ambientes relativamente profundos.<br />

A fase inicial <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> um <strong>de</strong>posito escarnítico dá-se pela intrusão <strong>de</strong> um<br />

corpo magmático até níveis superiores da crosta. A elevação da temperatura nas<br />

encaixantes da massa ígnea causa o aparecimento <strong>de</strong> uma auréola zonada <strong>de</strong><br />

cornubianitos a partir <strong>de</strong> margas, calcários, folhelhos ou dolomitos (Figura 41).<br />

Figura 41 – Mo<strong>de</strong>lo metalogênetico para<br />

mineralizações associadas a rochas carbonatadas.<br />

(extraído <strong>de</strong> Biond, 1986).<br />

86


CAPITULO VII - POTENCIALIDADES METALOGÊNETICAS<br />

DOS GRANITÓIDES<br />

Estabelecer o potencial metalogenético <strong>de</strong> uma rocha representa um passo<br />

fundamental para a avaliação e prospecção <strong>de</strong> minerais e/ou substâncias específicas<br />

propícias para a investigação em <strong>de</strong>terminada área ou região.<br />

Para <strong>de</strong>terminar o potencial metalogénetico se faz necessário a utilização <strong>de</strong><br />

várias ferramentas, que por associações darão diagnósticos favoráveis ou não a área, são<br />

elas: mapeamento geológico, geotectônica, geoquímica, geofísica e outros.<br />

Ao longo <strong>de</strong>sta pesquisa estas ferramentas foram abordadas, estabelecendo<br />

diagnósticos separadamente por métodos, referentes ao Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon<br />

(GMC) e ao Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> (GMR).<br />

Neste capítulo estes diagnósticos serão agrupados e assim discutidos a<br />

potencialida<strong>de</strong> metalogenética dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>.<br />

7.1. POTENCIALIDADE METALOGENÉTICA DO GRANITÓIDE DE<br />

MIGUEL CALMON<br />

7.1.1. Indicadores Geotectônicos<br />

Caracterizar o ambiente geotectônico em que os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> em estudo foram<br />

formados, assim como o tipo <strong>de</strong> granitogênese é <strong>de</strong> fundamental importância para<br />

estabelecer mo<strong>de</strong>los metalogenéticos para a área. Contudo apenas um ambiente e uma<br />

87


granitogênese favoráveis não são certeza da presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos minerais, pois numa<br />

região po<strong>de</strong>m ocorrer granitos mineralizados junto à estéreis, ambos pertencentes à<br />

mesma granitogênese, outro fator é que algumas vezes, com a quebra <strong>de</strong> paradigmas,<br />

encontramos <strong>de</strong>pósitos minerais em regiões não propícias pelos mo<strong>de</strong>los atuais.<br />

Estabeleceu no capitulo IV, o ambiente geotectônico <strong>de</strong> formação e o tipo <strong>de</strong><br />

granitogênese, estabelecendo assim um mo<strong>de</strong>lo metalogenético para o GMC. Através<br />

dos gráficos discriminantes (Figura 26) classificou-se o GMC como um granito <strong>de</strong><br />

ambiente geotectônico pós-orogênicos. Quanto à natureza <strong>de</strong>sse granito po<strong>de</strong>mos<br />

concluir que são granitos tipo I, <strong>de</strong>rivados da fusão parcial <strong>de</strong> rochas ígneas,<br />

pertencentes à série cálcio-alcalinas, ricas em Na.<br />

A perspectiva <strong>de</strong> especialização metalogenético para o GMC, classificados como<br />

granitos tipo I, segundo Chappel e White (1974), em geral estão associados aos<br />

<strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> Cu+Au, <strong>de</strong> Cu e <strong>de</strong> Cu+Mo, relacionadas aos granitos da série calco-<br />

alcalinas, em ambientes orogênicos.<br />

7.1.2. Indicadores Petrográficos<br />

A analise petrográfia cumpre um importante papel no estudo da potencialida<strong>de</strong><br />

metalogenética <strong>de</strong> uma rocha ou área, pois através da análise microscópica po<strong>de</strong>mos<br />

i<strong>de</strong>ntificar a mineralogia (paragênese), texturas, estruturas e alterações hidrotermais<br />

(saussurritização, sericitização e outros). As alterações hidrotermais que se<br />

<strong>de</strong>senvolvem nos estágios tardi a pós-magmaticos, tem um papel essencial da formação<br />

das mineralizações (Robb, 2005). Logo, a presença <strong>de</strong>ssas mineralizações mostram<br />

indicadores petrográficos que atestam a atuação <strong>de</strong> fluídos hidrotermais, que muitas<br />

vezes são responsáveis por concentrar as mineralizações. Temos como exemplo,<br />

<strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> estanho primário associados a granitos <strong>de</strong> duas-micas ocorrem em fraturas<br />

<strong>de</strong> duas fácies intrusivas com presença <strong>de</strong> cassiterita, wolframita, clorita, hematita e<br />

quartzo (Pijpekamp, 1982).<br />

O GMC é constituído essencialmente por plagioclásio, k-feldspato (microclina),<br />

quartzo, biotita, moscovita, clorita e minerais opacos (ilmenita e/ou magnetita),<br />

apresentando também como minerais traços epidoto, sericita, zircão e esfeno. Foram<br />

i<strong>de</strong>ntificados varias associações importantes, tais como: biotita associada à moscovita<br />

88


caracterizando um granito a duas-micas; biotita associada à clorita indicando o processo<br />

<strong>de</strong> cloritização; biotita e clorita associadas a minerais opacos, apresentando a textura <strong>de</strong><br />

exsolução; plagioclásio associado à microclina (vice-versa) constituindo como<br />

indicadores <strong>de</strong> feldspatização potássica e feldspatização sódica.<br />

A presença <strong>de</strong> alterações hidrotermais, como já foi mencionada acima, é <strong>de</strong><br />

suma importância para i<strong>de</strong>ntificação da presença <strong>de</strong> fluidos hidrotermais. O granitói<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Miguel Calmon mostra-se fortemente sericitizado (apresenta uma “mancha” cinza<br />

<strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> sericita) e saussuritizado (aspecto brilhante em nicóis cruzados,<br />

isto <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> minerais como o epidoto). A textura mimerquítica também se<br />

faz presente em algumas lâminas analisadas. Outro processo presente na rocha em<br />

lamina é a oxidação, presentes principalmente na biotita.<br />

7.1.3. Indicadores Geoquímicos<br />

Granitos mineralizados, segundo Srivastava & Sinha (1997), encontram-se<br />

enriquecidos em SiO2, alcalinos e <strong>de</strong>pletados em CaO, FeO, TiO e MgO, mostram-se<br />

também enriquecidos em Rb, Li, Sn, Nb, B e <strong>de</strong>pletados <strong>de</strong> <strong>de</strong> Ba e Sr, e apresentam<br />

alto grau <strong>de</strong> diferenciação.<br />

As concentrações <strong>de</strong> valores mais elevados para as razões <strong>de</strong> Rb/Sr, Li/K, Ba/Sr<br />

e valores <strong>ba</strong>ixos nas razões <strong>de</strong> K/Rb, Ba/Rb e Mg/Li, são utilizados para discriminar<br />

comparativamente granitos mineralizados dos granitos estéreis.<br />

Srivastava & Sinha (1997) propôs uma equação chamada <strong>de</strong> Índice <strong>de</strong><br />

Caracterização Geoquímica (GCI), <strong>ba</strong>seado nas concentrações <strong>de</strong> alguns elementos<br />

químicos como K, Mg, Rb, Sr, Ba e Li. Através <strong>de</strong>sta equação os autores <strong>de</strong>terminaram<br />

que granitos mineralizados, particularmente em wolframio, mostram valores <strong>de</strong> GCI<br />

mais altos que granitos estéreis.<br />

GCI = log10 __(Rb³ x Li x 10 4 )__<br />

(Mg x K x Ba x Sr)<br />

O GMC é uma rocha supersaturada em sílica, com um leve enriquecimento em<br />

K2O e <strong>de</strong>pletados em Na2O, CaO, FeO, TiO2 e MgO (Figura 6), levemente enriquecidos<br />

em Rb e Ba, e <strong>de</strong>pledados em Li, Nb e Sr (Figura 42), são classificados como<br />

89


granodioritos, dioritos a granitos anômalos (Figura 13), com tendência para uma rocha<br />

mais sódica. O GMC apresentou valores <strong>ba</strong>ixos para as razões Rb/Sr, Li/K, Ba/Sr e<br />

valores altos para as razões K/Rb, Ba/Rb e Mg/Li (Tabela 14 ). Os resultados acima<br />

citados revelam <strong>ba</strong>ixo potencial metalogenético.<br />

Rb/Sr 0,40 0,11 0,14 0,11 0,15 0,21 0,38 0,46 0,16<br />

Li/K 5,7x 10 -5 0,002471 0,000463 0,000456 0,001051 0,000403 0,000267 0,000477 0,000443<br />

Ba/Sr 1,88 0,20 1,14 0,94 1,09 0,85 1,43 0,96 1,09<br />

K/Rb 583,56 234,26 438,64 482,81 388,67 337,65 266,22 312,34 451,94<br />

Ba/Rb 4,73 1,84 8,37 8,91 7,36 4,10 3,73 2,08 6,96<br />

Mg/Li 5,17 2,10 2,68 3,20 1,15 4,96 3,65 4,03 2,07<br />

Tabela 14 – Valores encontrados no GMC para as razões Rb/Sr, Li/K, Ba/Sr, K/Rb, Ba/Rb e Mg/Li.<br />

Figura 42 – Diagramas elementos<br />

traços vs SiO2. GMR.<br />

O diagrama ternário <strong>de</strong> Juniper & Kleeman (1979) mostra que as amostras<br />

concentraram-se no campo que apresentam altos teores <strong>de</strong> SiO2, <strong>ba</strong>ixos valores <strong>de</strong><br />

Al2O3, Na2O e K2O, e teores próximos a nulos <strong>de</strong> CaO, MgO e MnO (Figura 43).<br />

Amostras lançadas no diagrama ACF (Barth, 1962), observa-se que ocorre no GMC um<br />

enriquecimento <strong>de</strong> álcalis e empobrecimento <strong>de</strong> CaO, FeO, MgO e MnO (Figura 44).<br />

90


Analisando os resultados e comparando com os parâmetros estabelecidos por<br />

Srivastava & Sinha (1997), interpreta-se que o GMC apresenta <strong>ba</strong>ixo potencial<br />

metalogênetico.<br />

CaO+MgO+MnO<br />

SiO2 Al2O3+Na2O+K2O<br />

Figura 43 – Diagrama ternário <strong>de</strong><br />

Juniper e Kleeman, 1979. No diagrama<br />

amostras do GMC.<br />

7.1.3. Indicadores Geofísicos<br />

A geofísica torna-se indispensável no estudo da potencialida<strong>de</strong> metalogenética<br />

<strong>de</strong> uma área, principalmente por ser um método capaz <strong>de</strong> extrair dados indiretos a<strong>ba</strong>ixo<br />

da superfície, fator importante principalmente quando o corpo esta encoberto por<br />

coberturas. A análise agrupada dos mapas geofísicos do GMC indicam que a área<br />

central do corpo apresenta melhor potencial metalogenético (Figura 24 a 29), áreas com<br />

fracas anomalias magnéticas e fortes anomalias radiométricas tornam-se <strong>ba</strong>stante<br />

interessantes para elementos incompatíveis.<br />

Interpretou-se através <strong>de</strong>sses mapas que o GMC classifica-se mais próximos a<br />

granitos normais, o que indica um <strong>ba</strong>ixo potencial metalogenético.<br />

7.2. POTENCIALIDADE METALOGENÉTICA DO GRANITÓIDE DE<br />

MIRANGABA<br />

7.2.1. Indicadores Geotectônicos<br />

Na2O+K2O FeO+MnO+MgO<br />

Como foi mencionado no capitulo IV, classificou-se o GMR como granitos tipo<br />

S <strong>de</strong> ambiente geotectônico pós-orogênicos (Figura 26), <strong>de</strong>rivados da fusão parcial da<br />

crosta (rochas sedimentares) e pertencentes à série cálcio-alcalinas <strong>de</strong> alto potássio.<br />

CaO<br />

Figura 44 – Diagrama ternário ACF <strong>de</strong><br />

Barth, 1962 No diagrama amostras do<br />

GMC.<br />

91


O GMR <strong>de</strong> natureza granítica tipo S favorece, segundo Chappel e White (1974),<br />

a formação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> Sn, W e Mo, portanto sugere-se ao GMR esta especialização<br />

metalogenético.<br />

7.2.2. Indicadores Petrográficos<br />

O GMR apresenta uma composição mineralógica semelhante ao GMC, é<br />

constituído essencialmente por plagioclásio, K-feldspato (microclina), quartzo, biotita,<br />

moscovita, clorita e minerais opacos (ilmenita e/ou magnetita), apresentando também<br />

como minerais traços epidoto, sericita, zircão e esfeno. Foram i<strong>de</strong>ntificadas várias<br />

associações importantes, tais como: biotita associada à moscovita caracterizando um<br />

granito a duas-micas; biotita associada à clorita indicando o processo <strong>de</strong> cloritização;<br />

biotita e clorita associadas a minerais opacos, apresentando a textura <strong>de</strong> exsolução;<br />

plagioclásio associado à microclina (vice-versa) constituindo como indicadores <strong>de</strong><br />

feldspatização potássica e feldspatização sódica.<br />

O GMR mostra-se fortemente sericitizado (apresenta uma “mancha” cinza<br />

<strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> sericita) e fracamente saussuritizado (aspecto brilhante em nicóis<br />

cruzados, isto <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> minerais como o epidoto). Observa-se a textura<br />

mimerquítica, assim como a oxidação principalmente na biotita.<br />

7.2.2. Indicadores Geoquímicos<br />

A analise geoquímica do GMR, mostra ser esta uma rocha supersaturada em<br />

sílica, com um leve enriquecimento <strong>de</strong> Na2O e com um leve empobrecimento em K2O e<br />

Al2O3 (Figura 17), levemente enriquecidos em Li e Nb e <strong>de</strong>pledados em Rb, Sr e Ba<br />

(Figura 45), este é classificado no diagrama ternário <strong>de</strong> El Bouseily & Sokkary (1975)<br />

como granitos fracamente a mo<strong>de</strong>radamente diferenciados (Figura 24) ten<strong>de</strong>ndo para<br />

uma rocha mais potássica. O GMR apresentou valores <strong>ba</strong>ixos para as razões Rb/Sr,<br />

Li/K, Ba/Sr, Mg/Li, Ba/Rb, e valores altos para as razões K/Rb (Tabela 15). Os<br />

resultados acima revelaram bom potencial metalogenético.<br />

Rb/Sr 0,16 0,50 0,08 4,32 3,51 3,33 7,37 1,93 0,66 3,59<br />

Li/K 0,00502 0,00458 0,00210 0,00142 0,00110 0,00115 0,00193 0,00608 0,00023 0,00115<br />

Ba/Sr 0,66 1,70 0,83 2,93 2,55 2,83 1,37 6,27 2,86 2,48<br />

K/Rb 342,38 219,80 439,46 96,08 124,53 125,07 91,14 109,56 360,89 107,77<br />

Ba/Rb 4,15 3,39 10,58 0,68 0,73 0,85 0,19 3,25 4,30 0,69<br />

Mg/Li 0,39 0,27 0,26 0,25 0,43 0,41 0,06 0,03 2,04 0,32<br />

Tabela 15 – Valores encontrados no GMR para as razões Rb/Sr, Li/K, Ba/Sr, K/Rb, Ba/Rb e Mg/Li.<br />

92


GMR apresenta altos teores <strong>de</strong> SiO2, <strong>ba</strong>ixos teores <strong>de</strong> Al2O3, Na2O e K2O, e teores<br />

próximos a nulos <strong>de</strong> CaO, MgO e MnO, dados plotados no diagrama ternário <strong>de</strong> Juniper<br />

& Kleeman, 1979, (Figura 46). No diagrama ACF (Barth, 1962), obtemos para o GMR<br />

um enriquecimanto em álcalis e empobrecimento <strong>de</strong> CaO, FeO, MgO e MnO (Figura<br />

47).<br />

Analisando os resultados e comparando com os parâmetros estabelecidos por<br />

Srivastava & Sinha (1997), interpreta-se que o GMR apresenta bom potencial<br />

metalogenético.<br />

Figura 45 – Diagramas elementos<br />

traços vs SiO2. GMR.<br />

O<br />

93


7.2.3. Indicadores Geofísicos<br />

A integração dos mapas geofísicos mostraram que a área central do GMR é a<br />

área <strong>de</strong> melhor potencial metalogenético, pois são áreas on<strong>de</strong> apresentaram anomalias<br />

metalogenéticas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>radas a fracas, típica <strong>de</strong> fácies mais diferenciadas (Figura 30 a<br />

35). Uma segunda área alvo seria ao norte da área, pois também ocorrem anomalias<br />

magnéticas fracas e anomalias radiométricas fortes. Interpretou-se através <strong>de</strong>sses mapas<br />

que o GMR é <strong>ba</strong>stante diferenciado, o que indica um bom potencial metalogenético.<br />

7.3. POTENCIALIDADE DO GMC E GMR, ESPECIALMENTE PARA<br />

WOLFRÂMIO, SEGUNDO A EQUAÇÃO GCI.<br />

Estudos realizados em diversos granitos mineralizados e estéreis <strong>de</strong> diversas<br />

partes do mundo, os autores concluíram que granitos estéreis têm GCI negativo e os<br />

com potencial metalogênetico GCI positivo (Figura 48).<br />

Dados do GMC ao serem calculados pela equação GCI, mostrou em média<br />

valores negativos, sendo que duas amostras <strong>de</strong>ram positivos (PG-43A – 0,087, PG-51 –<br />

0,022 e PG-52 – 0,240), concluindo então que o GMC não apresenta potencial<br />

metalogenético, ou seja, situam-se no campo dos granitos estéreis para mineralizações<br />

<strong>de</strong> wolfrâmio (Figura 49).<br />

Dados do GMR ao serem calculados pela equação GCI mostraram valores<br />

positivos, com exceção <strong>de</strong> apenas uma das amostras (PG-58C). Baseado nos resultados<br />

obtidos pelos autores e ao compararmos com os resultados do GMR atribui-se um bom<br />

potencial metalogenético ao GMR, especialmente para wolframio (Figura 46).<br />

Figura 48 - Índice <strong>de</strong> Caracterização Geoquímica<br />

para granitos mineralizados e granitos esteries da<br />

Índia e do Mundo (Srivastava & Sinhá, 1997).<br />

Figura 49 – Índice <strong>de</strong> Caracterização Geoquímica (GCI).<br />

Analise comparativa entre o GMC e o GMR.<br />

94


CAPITULO VIII - CONCLUSÃO<br />

O estudo dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon (GMC) e Miranga<strong>ba</strong> (GMR) <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> paleoproterozóica, permitiu a integração dados geológicos, geoquímicos,<br />

petrográficos e geofísicos, possibilitando a formulação <strong>de</strong> hipóteses quanto ao ambiente<br />

geotectônico e a natureza <strong>de</strong>sses <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>. Os dados <strong>de</strong>sse estudo nem sempre são<br />

concordantes e conclusivos, no entanto, forneceram informações suficientes para um<br />

enquadramento geotectônico e avaliação do potencial metalogenético <strong>de</strong>sses<br />

<strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>.<br />

Trata-se <strong>de</strong> corpos petrograficamente homogêneos, constituídos principalmente<br />

por biotita monzogranitos porfirítico a biotita granodioritos porfirítico, estes intrusivos<br />

no Complexo Mairi. São constituídos predominantemente por plagioclásio, quartzo, k-<br />

feldspato (microclina), biotita, moscovita e minerais opacos. Ocorrem como minerais<br />

traços a sericita, epidoto, zircão, clorita e titanita.<br />

Os processos hidrotermais estão registrados nos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>, como mostraram os<br />

estudos petrográficos, sendo que o GMC encontra-se <strong>ba</strong>stante sericitizado e<br />

saussuritizado, enquanto que o GMR encontra-se fracamente a mo<strong>de</strong>radamente<br />

sericitizado e saussuritizado. Em ambos os corpos a textura mimerquítica está presente,<br />

além da textura porfirítica, marcada por porfiroclastos <strong>de</strong> plagioclásio, quartzo e<br />

microclina, estes também sendo os principais constituintes da matriz.<br />

95


São <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> pôs-orogênicos, formados por fusão crustal, como mostrados nos<br />

padrões geoquímicos, sendo o GMC do tipo I e o GMR do tipo S. O granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Miguel Calmon geoquimicamente se assemelha a granitos do tipo I, mas<br />

petrograficamente aos granitos do tipo S. São supersaturados em sílica; levemente<br />

peraluminosos; do tipo subsolvus; da série cálcio-alcalina. O GMC apresenta caráter<br />

sódico enquanto o GMR apresenta caráter potássico.<br />

As características geoquímicas do GMC o colocam como granodioritos a granito<br />

anômalo, classificando-o como <strong>de</strong> <strong>ba</strong>ixo potencial metalogenético. Quanto ao GMR este<br />

se coloca bem próximo a granitos fortemente diferenciados, classificando-o como<br />

granitos <strong>de</strong> bom potencial metalogenético, resultado comprovado pelo valor positivo <strong>de</strong><br />

GCI (Índice <strong>de</strong> Caracterização Geoquímica), especialmente para wolframio. A tabela 16<br />

apresenta uma comparação entre os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> referentes aos parâmetros e indicadores<br />

<strong>de</strong> potencial metalogenético.<br />

A geofísica revelou ser o GMC mais rico em minerais magnéticos (ilmenita e/ou<br />

magnetita), fato este comprovado na petrografia, portanto menos diferenciado, enquanto<br />

o GMR apresenta-se mais ricos em elementos incompatíveis (U e Th), além <strong>de</strong> um leve<br />

enriquecimento <strong>de</strong> K, caracterizando-o como granito fortemente diferenciado.<br />

Alguns fatores são indicadores <strong>de</strong>sfavoráveis quanto a presença <strong>de</strong><br />

mineralizações importantes nos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> em estudos, são eles:<br />

A presença <strong>de</strong> minerais acessórios tais como: ilmenita, magnetita, zircão,<br />

seqüestradores <strong>de</strong> metais na fase magmática precoce. No GMC estes minerais são mais<br />

abundantes que no GMR, sendo que neste último a presença <strong>de</strong>sses minerais é escasso<br />

ou ausente.<br />

A textura porfirítica dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> sugere que a separação da fase fluida<br />

ocorreu precocemente, quando o corpo ainda não havia atingido um alto grau <strong>de</strong><br />

cristalização. Nesta condição, os fluidos são diluídos e, em pequenas quantida<strong>de</strong>s, não<br />

são capazes <strong>de</strong> gerar mineralizações, mas tão somente alterações metassomáticas<br />

incipientes, como as constatadas nas lâminas dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>.<br />

A gran<strong>de</strong> área <strong>de</strong> exposição <strong>de</strong> rochas graníticas, afetadas pelo processo <strong>de</strong><br />

microclinitização precoce (feldspatização potássica), como é o caso <strong>de</strong> ambos os<br />

96


<strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>, permite supor que as porções apicais, que são regiões preferenciais para a<br />

acumulação <strong>de</strong> metais, já foram erodidas.<br />

Parâmetros / Características Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miguel Calmon Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong><br />

Grau <strong>de</strong> Diferenciação Baixo Médio a Alto<br />

Alterações Hidrotermais<br />

Altamente sericitizado e<br />

sausuritizado<br />

Mo<strong>de</strong>radamente sericitizado e<br />

fracamente sausuritizado<br />

Anomalias Geofísicas<br />

Baixas anomalias radiometricas e<br />

mo<strong>de</strong>rada a altas anomalias<br />

magnéticas.<br />

Altas anomalias radiometricas e<br />

<strong>ba</strong>ixas anomalias magnéticas.<br />

Relação K/Na > 1 > 1<br />

Índice GCI - 0,41 2,26<br />

W = 27<br />

W = 32,1<br />

(*) Concentrações Média <strong>de</strong><br />

Elementos (W, Mo, Nb, Li, F)<br />

Mo = 2,4<br />

Nb = 8,7<br />

Li = 15,3<br />

Mo = 2,51<br />

Nb = 12,9<br />

Li = 73,42<br />

F = 323<br />

F = 411,9<br />

Tabela 16 – Comparação através <strong>de</strong> parâmetros/indicadores <strong>de</strong> potencial metalogenéticos entre o GMC e<br />

o GMR. (*) Valores médios encontrados em ppm.<br />

Vários parâmetros indicam que o GMR apresenta melhor potencial<br />

metalogenético em relação ao GMC, tais como: maior grau <strong>de</strong> diferenciação, altas<br />

anomalias radiométricas associadas a <strong>ba</strong>ixas anomalias magnéticas, GCI positivo, leve<br />

enriquecimento <strong>de</strong> W, Mo e Nb, e forte enriquecimento em Li, assim como o F que faz<br />

parte dos fluidos mineralizantes nos sistemas mineralizantes tardi a pós-magmáticos<br />

(Tabela 16).<br />

Sugere-se para tra<strong>ba</strong>lhos posteriores a aquisição para analises petrográficas e<br />

geoquímicas <strong>de</strong> um maior número <strong>de</strong> amostras, principalmente próximo ao contato<br />

entre os <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong> e as rochas adjacentes. Outro fator importante para averiguar é o<br />

nível <strong>de</strong> erosão <strong>de</strong>sses granitos já que os <strong>de</strong>pósitos minerais associados são, geralmente,<br />

formados nas zonas apicais sendo, assim, as primeiras partes expostas a erosão em<br />

superfície. Sugere-se também a utilização da geoquímica <strong>de</strong> sedimentos em drenagens<br />

escavadas nos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>, por estas serem responsáveis principalmente pelo transporte<br />

<strong>de</strong> produtos erodidos dos <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>. Fazem-se necessárias análises isotópicas,<br />

particularmente para <strong>de</strong>terminar as razões iniciais Sr 87 /Sr 86 , que po<strong>de</strong>m esclarecer a<br />

natureza e a fonte <strong>de</strong>stes <strong>granitói<strong>de</strong>s</strong>. Por fim sugere-se estudos prioritários para o<br />

Granitói<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miranga<strong>ba</strong> por este apresentar melhores resultados referentes ao potencial<br />

metalogenético.<br />

97


CAPITULO IX - BIBLIOGRAFIA<br />

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