13.05.2013 Views

Versão PDF - CDI - Uneb

Versão PDF - CDI - Uneb

Versão PDF - CDI - Uneb

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Diante disso, houve uma preocupação em afirmar a arte cênica como um canal<br />

essencial para encorajar educadores a desenvolver uma atitude política de oposição a tais<br />

condutas recalcadoras e de afirmação das linguagens de criação e autoria.<br />

Compreendemos que a arte, entendida como necessidade de criação, apaga a idéia<br />

deturpada de produção artística como um decalque de uma realidade simulada porque, por<br />

esta via de expressão, o sujeito criador recria e transmite infinitas formas de realização,<br />

enquanto a uniformidade e a universalidade são imposições de um traçado político-social<br />

totalitarista que limita a experiência criativa. A arte, contudo, é a oportunidade de recriação de<br />

cores, sons, sabores, cheiros, sensações táteis que tornam o corpo vivo e dinâmico, gerando o<br />

sentido da afirmação socioexistencial.<br />

O teatro é a linguagem política impulsionadora do viver cotidiano Artebagaço Odeart.<br />

É política [...] “porque políticas são todas as atividades do homem, e o teatro é uma delas”<br />

(BOAL, 1991, p. 13), é política, sobretudo, porque é uma escolha que depende do eu querer<br />

ou não querer e depende também de nós, uma coletividade que impulsiona o eu para o cenário<br />

da afirmação socioexistencial.<br />

Nesse sentido, não há como pensar a função propulsora do teatro sem pensar nos seus<br />

efeitos desmecanizadores dos “corpos dóceis” (FOUCAUT, 2004, p. 117), formados pelas<br />

políticas pedagógicas etnocêntricas.<br />

O Artebagaço Odeart foi gerado de nossa atuação como professora na área de Língua<br />

Portuguesa em uma escola pública do Cabula. Nesta vivência, a educadora constata que os<br />

corpos de seus/suas alunos/as carentes de vitalismo social tendiam a fixar-se nas carteiras<br />

escolares para repetir a cena cotidiana do ato de copiar e reproduzir esta cópia, eram corpos<br />

que rejeitavam a atitude de ler, recriar, ousar propor e transcender!<br />

Eram corpos de adolescentes e jovens com tamanho vigor físico que, porém, quando<br />

recebiam os apelos para criação e autoria, entravam em conflitos e tensões caracterizados por<br />

um querer e não querer. Diante desta realidade, elaboramos e propusemos a linguagem<br />

artístico-dramática que contradiz as normas do currículo oficial vigente, com ênfase na<br />

comunicação oral para, em seguida, impulsionar a composição escrita de autoria pessoal.<br />

Os estudos desenvolvidos levaram a descobertas como conhecimento geral do<br />

universo escolar, reconhecimento da uniformidade do currículo oficial e seu intuito<br />

universalista para fortalecer a monocultura européia na educação brasileira.<br />

Também emergiram pensamentos de poder e de força de atuação para romperem a<br />

densa cortina do silenciamento dos estudantes, que os afasta do educador criativo e,<br />

consequentemente, do cenário de criação, de maneira que a maioria dos estudantes concluiu<br />

21

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!