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Versão PDF - CDI - Uneb

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conhecer os constituintes civilizatórios da arkhé africano-nagô, sobretudo os feitos das Iyas da<br />

linhagem Axipá responsáveis pela implantação da tradição do império Nagô no Brasil, das<br />

Iyas da linhagem Axipá ou não, mas que deram continuidade preservando e expandindo os<br />

valores erguidos pelos princípios e valores transplantados da África para o Brasil, contudo<br />

reconhecendo a presença marcante das referências masculinas que zelam pelo culto Egungun<br />

como Mestre Didi Axipá, o Alapini, Supremo Sacerdote do Culto aos ancestres e ancestrais, o<br />

mais velho representante da família Axipá no Brasil.<br />

Entretanto, ressaltamos que, quando falamos em arkhé agregamos o sinal da luta<br />

quilombola iniciada pelos ancestrais bantos desde o século XVI, e, em seguida os povos dos<br />

contínuos nagôs e jejes que fortaleceram e expandiram esta luta a parte dos meados do século<br />

XVIII. Por isso nossas trilhas surgiram de imagens constituintes do passado com estas<br />

referências histórico-sociais e culminaram com o que vemos no presente, na<br />

contemporaneidade, como forma de luta plantada nos quilombos, nas irmandades, na<br />

comunalidades tradicionais conhecidas por candomblé.<br />

1.1 ARKHÉ AFRICANO-BRASILEIRA ELOS DE COMUNALIDADES<br />

1. Iya o bogunde 1. A guerra trouxe a Mãe,<br />

2. Omo Afonjá o bogunde. 2. Filha de Xangô que chegou com guerra.<br />

3. E ma be ru ja, 3. Mas não tema a batalha,<br />

4. Iya asa o. 4. Pois a Mãe perdeu o medo.<br />

5. Eni ma be orisa 5. Roguemos aos Orixás,<br />

6. Aiyê b’ode 6. Para que a alegria se expanda no<br />

Mundo<br />

39<br />

(SANTOS; SANTOS, 1993, apud LUZ, N., 2000, p. 137).<br />

O entendimento da trajetória de luta pela afirmação da alteridade Artebagaço Odeart<br />

começou quando reconhecemos que suas dinâmicas político-pedagógicas ancoram-se em<br />

linguagens constituídas por referências simbólicas civilizatórias africano-brasileiras herdadas<br />

da arkhé africana Odé, ancestral que detém os princípios da existência do mistério da caça<br />

cujos valores civilizatórios caracterizam a tradição guerreira de um provedor, protetor e<br />

guardião.<br />

Esse entendimento foi percebido no rico cenário da trama sócio-histórica das<br />

experiências erguidas no passado, desde a África, quando os ancestrais africanos tiveram sua<br />

liberdade violentamente arrancada e direitos humanos negados e, por isto, criaram estratégias

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