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Versão PDF - CDI - Uneb

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epresentado pelo ofá,arco e flecha, a espécie emerge como a mais<br />

capacitada em se expandir pelo mundo.<br />

Oxossi representa também a passagem da atividade restrita da caça para<br />

outras ações que concorrem para prover a sociedade de alimentos. Assim<br />

com a criação e domesticação de animais no surgimento das cidades,<br />

intensifica-se as trocas comerciais. Ele passa também a ser o patrono dos<br />

fundadores das cidades, o que descobre os sítios adequados que garantem a<br />

provisão do grupo.<br />

Na história da humanidade, aspectos da vida nômade e da vida sedentária<br />

estão aí representados e estão presentes na narrativa de Odé e os Orixá do<br />

Mato:<br />

Kofe pa eran<br />

Ma lo<br />

Ko lo. (SANTOS, D. M.; LUZ, M.A, 2007, p. 63).<br />

É através da simbologia de Odé que nos sentimos instigados a propor uma dissertação<br />

que expressasse os “ecos que entoam a mata africano-brasileira do Cabula”, apresentando<br />

vivências mítico-poéticas e linguagens cênicas que aproximam os/as jovens dos valores que<br />

estruturam as dinâmicas das comunalidades africano-brasileiras que constituem o Cabula.<br />

Os signos e símbolos que os componentes do Artebagaço Odeart carregam em si são<br />

transmitidos pelos moradores mais antigos das comunalidades do Cabula, herdeiros dos<br />

códigos e valores ancestrais africanos, os quais estes transmitem aos mais jovens.<br />

O cenário escolar, nesse contexto, é interpretado como um “território” do poder<br />

hegemônico de valorização e legitimação dos valores culturais da “ideologia neocolonial”<br />

local onde o ethos luso-europeu (a começar pela língua portuguesa, padrão culto, e as<br />

religiões judáico-cristãs) é imposto como única forma de pensamento e expressão. Sendo<br />

assim, contestamos este espaço através das referências artístico-culturais de afirmação<br />

existencial e identitária do Grupo Teatral Artebagaço Odeart, tradutor de uma educação<br />

pluricultural ancorada nas raízes da tradição “africano-brasileira” (LUZ, M.A., 1995) 2 .<br />

É preciso deixar claro que concebemos a escola como um espaço hegemônico de um<br />

poder absoluto e opressor, que tenta impossibilitar a atuação dinâmica criativa dos<br />

componentes do Artebagaço Odeart, portadores dos signos e símbolos da população<br />

cabuleira 3 para impor sua “pedagogia de servidão neocolonial” 4 .<br />

2 A expressão africano-brasileira compõe o significado de identidade civilizatória do descendente de africano do<br />

brasileiro, pode ser melhor entendida ao longo da leitura da obra Agadá, dinâmica da civilização africanobrasileira<br />

de Marco Aurélio Luz (1995)<br />

3 O uso do sufixo-eira é usado para designar lugar, mas lugar de criação, reprodução e conservação de tais como<br />

se diz de viveiro, de acordo com o dicionário de Houaiss (2001, p. 457).<br />

4 Expressão criada nesta pesquisa para caracterizar normas e formas de linguagem pedagógica de alteração do<br />

africano-brasileiro e aborígine brasileiro nos seus direitos de liberdade, mas que o induzem a servir ao<br />

neocolonizador.<br />

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