Editorial - Agrupamento de Escolas de Barroselas

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Agrupamento Vertical de Escolas de Barroselas ESCOLA VIVA 2007/2008 Biblioteca Activa Biblioteca Activa “Ler / Saber Ler é, nos nossos dias, uma questão de sobrevivência no quotidiano”. Movida por este pressuposto, a Biblioteca Escolar continua empenhada em oferecer a todos os utilizadores diferentes serviços numa perspectiva informativa, educativa, cultural e recreativa. Assim, tem desenvolvido ao longo do ano, e sempre em parceria com as diversas áreas curriculares, várias actividades que têm como objectivo essencial o desenvolvimento de hábitos de leitura, da literacia, das competências da informação e comunicação, do ensino/aprendizagem e da cultura. Para divulgação junto de toda a comunidade escolar, deixamos aqui registados alguns momentos mais marcantes, vividos no decorrer do ano lectivo… Dia Internacional da Biblioteca Escolar No âmbito do dia Internacional da Biblioteca Escolar, no dia 22 de Outubro de 2007, a nossa escola realizou uma actividade que, simultaneamente, celebrou o Centenário do Nascimento de Miguel Torga. Houve várias actividades realizadas na biblioteca e visitas às salas de aula, onde alguns alunos declamaram, de forma brilhante, poemas aos seus colegas. Feira do Livro na Escola-Sede A Feira do Livro decorreu de 11 a 14 de Dezembro, na Biblioteca da Escola e contou com a presença do Escritor José Viale Moutinho. Palestra para Encarregados de Educação do Agrupamento sobre “A Importância da Leitura no Ambiente Familiar” 14 de Dezembro Esta palestra, que foi desenvolvida no dia 14 de Dezembro, integrou as actividades da Feira do Livro e teve como oradora a Coordenadora Interconcelhia da RBE (Rede de Bibliotecas Escolares), Drª Raquel Ramos, que se referiu à importância do envolvimento das famílias no acto da leitura. Foram muitos os pais que marcaram presença. A sessão iniciou com a intervenção dos alunos do “Clube de Leitura Expressiva”, que surpreenderam o público com a declamação sentida de alguns poemas. No final, os Encarregados de Educação foram convidados para uma visita à Feira do Livro, na Biblioteca. Página 6 Concurso Nacional de Leitura 10 e 16 de Janeiro de 2008 No dia 10 de Janeiro, 26 concorrentes, representantes de todas as turmas do 3.º ciclo, participaram na primeira eliminatória, tendo realizado uma prova escrita na qual responderam a diversas questões relacionadas com as três obras de leitura propostas pelos professores de Língua Portuguesa (todas elas constantes do Plano Nacional de Leitura), designadamente: • Leandro, Rei da Helíria, de Alice Vieira • Histórias da Terra e do Mar – Contos “A Gata Borralheira” e “A Saga” de Sophia de Mello Breyner Andresen • O Mandarim de Eça de Queirós Aqui foram apuradas 10 concorrentes (por sinal todas meninas) para participação, no dia 16 de Janeiro, na segunda eliminatória, que consistiu numa prova oral. Porque registaram pormenores mais ínfimos, ou porque argumentaram de uma forma mais completa ou até porque foram mais bafejadas pela sorte, as três vencedoras da 1.ª Fase do Concurso foram: • Ana Filipa Cardoso Meira – 9.ºC • Marta da Rocha Maciel – 7.ºC • Marta Filipa Miranda Maciel – 9.ºB Embora não tenham sido apuradas para a Final Nacional, estas alunas representaram brilhantemente a nossa escola na Final Distrital (2.ª Fase do Concurso Nacional de Leitura), que teve lugar no dia 15 de Março, em Valença, e contaram com o apoio da coordenadora da Biblioteca e dos encarregados de educação, que as acompanharam ao evento. Encontro com… Sandra Pinto Comemoração do Dia dos Namorados Sugestivamente decorada para o efeito, a Biblioteca Escolar foi espaço / palco de celebração do Dia dos Namorados. Este foi intensamente vivido graças à presença da jovem escritora Sandra Pinto que, numa brilhante interacção, dialogou com os alunos dos 8.º e 9.º sobre temas que lhes são queridos, designadamente a adolescência, as primeiras paixões, os amores e os desamores, as crises familiares…, e que são também as temáticas centrais das suas obras. Semana da Leitura 2008 de 3 a 7 de Março De 3 a 7 de Março, celebrou-se A Semana da Leitura e foram concretizadas com sucesso todas as actividades constantes do programa divulgado. Foi uma semana inteira dedicada à leitura, aos livros, aos escritores e aos leitores, à representação, à poesia, ao cinema…Foi uma semana de reflexão e de conjugação de esforços em que toda a comunidade escolar se envolveu nesta nobre tarefa que é a Leitura. Foram vividos momentos únicos de harmonia e de grande animação. E foi doce este estreitar de laços através da partilha das palavras. O nosso obrigado a dos quantos colaboraram para fazer desta semana um sucesso. Olimpíadas da Leitura do 2.º ciclo Vencedoras: Lara , Rafaela e Catarina Sessões de leitura nas salas de aula: “Descobrir livros…” A coordenadora da Biblioteca e professores de Língua Portuguesa foram ao encontro dos alunos do 9.º ano e do ensino secundário para apresentação de propostas de leitura, lendo alguns excertos de obras, como forma de motivação. Teatro na escola Representação do conto infantil “ O Patinho Feio”de Hans Christian Andersen. Actores: Alunos do 9.ªA Encenador: Prof. António Neiva Cenário: Clube de Expressão Plástica Representação do conto infantil “Os quatro músicos da aldeia” de Grimm. Actores: Alunos do 9.ªA Encenador: Prof. António Neiva Cenário: Clube de Expressão Plástica Encontro com… Alice Vieira 13 de Março de 2008 A escritora falou da sua experiência de vida e da sua criação literária. Explicou como o livro nasce, como a história se desenvolve e como chega às nossas mãos. Referiu-se também à sua infância solitária e isolada, o que fez com que lesse muito, tendo encontrado nos livros os seus melhores amigos e desenvolvendo uma grande capacidade de reflexão sobre tudo o que a rodeia. Desafiou os jovens a mergulharem também na leitura, a lerem mais, a lerem em todo o lado e a contagiarem ou deixarem contagiar-se pelos pais, pelos avós, pelos amigos… A 1.ª sessão do encontro iniciou-se com a representação da narrativa “Trisavó de Pistola à Cinta”, obra de leitura orientada no 5.º ano, tendo
Agrupamento Vertical de Escolas de Barroselas ESCOLA VIVA 2007/2008 como actores alunos do 7.º C e encenadora a Prof.ª Carla Magalhães. A 2.ª sessão teve início com a brilhante representação da 1.ª cena da peça “Leandro, Rei da Helíria”, obra de leitura orientada no 7.º ano. O sucesso desta actividade deveu-se ao encenador, António Neiva, professor de Expressão Dramática, e aos talentosos actores, Marco, Jorge e Hugo, alunos do 9.º C. É também de destacar o cenário sugestivo, uma criação dos alunos do 9.ºC, orientados pela professora Emília Abreu. Comemoração de Efemérides Dia Mundial do Livro – 23 de Abril: Instalação criada pelo Clube de Expressão, com propostas de leitura apresentadas pelos alunos dos 2º e 3º ciclos. Dia da Liberdade – 24 de Abril: Instalação concebida pela docente Liliana de Educação Visual, com mensagens alusivas à Liberdade, da autoria de alunos do 8.º e 9.º anos. Exposição de documentos relacionados com o 25 de Abril de 1974. Dia da Mãe – 2 de Maio: Exposição concebida por alunas da turma 7.º C. Leitura expressiva nas salas de aula e na sala de professores pelo Clube de Leitura Expressiva. Distribuição de um desdobrável com apresentação de poemas dedicados à Mãe, para leitura expressiva pelos alunos em casa no Domingo 4 de Maio. Concursos Os alunos têm continuado a revelar receptividade e é com agrado que verificámos que foram muitos os que participaram nas diferentes modalidades com trabalhos de considerável qualidade, como comprovam os seguintes textos e desenhos. Modalidade: comentário Obra: Trisavó de Pistola à cinta e outras histórias, de Alice Vieira “Um cheiro a Lúcia-Lima” Esta história transmite-nos a ideia de que é muito importante, mas também difícil saber guardar um segredo. É importante porque é uma forma de mostrarmos às pessoas que somos de confiança, e é difícil porque os curiosos que gostam sempre de saber tudo sobre a vida dos outros, arranjam mil e uma estratégias e até elogios para que os segredos lhes sejam contados, deixando de ser segredos. Esta era a atitude da mãe para com a Adriana quando desconfiava que lhe andavam a esconder alguma coisa. O segredo consistia em não deixar que a mãe soubesse que o Vasco faltava às aulas para levar o avô a ver o rio. Pois o avô deixou a sua aldeia, o rio a passar-lhe à porta e o cheiro a Lúcia-lima no quintal para ir viver num apartamento da cidade. Para uma pessoa de idade é uma mudança de vida muito grande e desagradável, prejudicando-a, ou seja, tudo nela fica triste, não sendo fácil deixar as coisas com que sempre viveu e que fazem parte da sua vida, sentindo-se um peixe fora de água. É claro que não devemos faltar às aulas e muito menos mentir aos nossos pais, mas admito que a intenção do Vasco, irmão da Adriana, era boa, tentando alegrar a vida do avô e fazer-lhe companhia para que não se sentisse tão sozinho, pois a situação naquele momento parecia-lhe mais importante do que as aulas. Tudo isto contribui para que se gerassem conflitos, tornando o ambiente familiar desagradável, pesado e desconfortável para quem lá vive. No comportamento da mãe, notam-se atitudes de revolta que podem dever-se ao facto de ela se encontrar divorciada, não contribuindo para melhorar o clima de sua casa. A partida do avô foi muito triste. Adriana viu-o como um bebé desamparado, pois as pessoas de idade tornam-se quase tão indefesas como quando nasceram. O avô regressou à sua terra arrependido, mas acho que no fundo ia feliz por voltar para o seu lar e para tudo aquilo que lhe dava alegria e prazer de viver, o que era mais importante do que ter companhia. Lara Costa -6.ºD Modalidade: Resumo Obra: Paulina ao Piano, de Alice Vieira Paulina fora de férias. Ficara na casa de praia. Como o piano lhe fazia falta… Não tinha ninguém com quem desabafar. Sentada no areal, ao lado de Otília, lá estava ela. Durante as conversas desinteressantes de Otília, Paulina recordava momentos da sua vida. Lembrou-se, por exemplo, do dia em que o piano chegara à sua casa. Como vivia num apartamento, foi um pouco difícil levar o instrumento para lá. Desmontaram-no todo e foi em várias tabuinhas que ele chegou à pequena sala de Paulina. Este começou a aprender a tocá-lo e, ao fim de algum tempo, tornaram-se grandes amigos. Quando a Paulina visitava a avó Celeste, passava a tarde a beber chá e a comer bolachas. Durante este ritual, Paulina observava as fotografias amareladas dentro das molduras, cuidadosamente expostas em cima das várias mesinhas. Também gostava de ir para a cozinha conversar com Emília, a empregada da avó. Paulina era órfã de pai e, por isso, a avó Celeste tivera muito desgosto na perda do filho, que morrera muito novo. A partir daí, ela ficou uma pessoa muito dura e achava que a nora tinha feito Biblioteca Activa mal em casar-se de novo. O padrasto de Paulina, a quem esta chamava Tio António, era muito meigo para com ela. Por isso, o amava como amara o pai. Embrenhada nestes pensamentos, Paulina nem ouviu o Tio António chamar por ela. Desafiou-a que quem ganhasse a corrida comeria um enorme gelado. Paulina estava feliz. Não importava seTio António era seu padrasto, seu tio, seu primo ou outra coisa qualquer. Estava feliz… Só isso importava… Modalidade:desenho Rafaela Ribeiro- 6.ºA Obra: Beatriz e o Plátano, de Ilse Losa Catarina Torre - 6º A Obra: “Queimada Viva” – Souad Modalidade: Comentário e Resumo A minha curiosidade despertou a minha alma, que não resistiu e logo devorou as páginas deste magnífico livro. Andava eu a ver livros nos sites das editoras e livrarias, coisa que faço com muita frequência, quando o meu olhar se fixou na capa deste facto real. Li o resumo, olhei para umas páginas, e tive logo de o requisitar na biblioteca para saber o que me esperava. Quando o comecei a ler, fiquei presa a ele duma tal forma que não demorei mais de três dias até o terminar. Desde cedo que me interesso por histórias verídicas e, quando vi que este livro contava um facto real, o meu interesse foi saber o que me esperavam estas páginas. Por vezes pergunto-me: Porque é que existem pessoas com ideias tão estranhas? Povos com rituais e culturas tão impensáveis? Porque é que eles fazem, ao amor, uma das coisas mais belas do mundo, uma traição tão grande? Quem inventou a regra de só se conhecer o marido no próprio dia do casamento, de ser a família a tratar dos preparativos e de se ser obrigado a amar uma pessoa mesmo que não queiramos? Estas pessoas conhecem mesmo o verdadeiro amor? Ao conhecer as culturas deste povo fiquei indignada. A mulher não se pode apaixonar antes do casamento, tem de ser virgem até esta cerimónia e, no dia seguinte a esta, os lençóis são expostos à varanda do quarto onde os noivos dormiram para as pessoas poderem ver como aquela rapariga não desonrou a família, pois tinha cumprido o seu dever como mulher pura. Souad engravida com apenas dezassete anos. O pai da criança é um seu vizinho que, segundo ela, é muito bonito. O pecado tinha sido cometido ao fundo quintal da casa dela, entre as Página 7
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