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Editorial - Agrupamento de Escolas de Barroselas

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<strong>Agrupamento</strong> Vertical <strong>de</strong> <strong>Escolas</strong> <strong>de</strong> <strong>Barroselas</strong> ESCOLA VIVA 2007/2008<br />

Página 8<br />

Biblioteca Activa<br />

ervas. Souad estava totalmente apaixonada por<br />

aquele homem. Desconhecia a vida para além da<br />

sua casa e das suas tarefas. Desejava casar-se e<br />

sair da casa dos pais para po<strong>de</strong>r ser feliz, mas<br />

tinha <strong>de</strong> esperar que as irmãs se casassem, pois<br />

os casamentos eram realizados <strong>de</strong> acordo com as<br />

ida<strong>de</strong>s das raparigas, sendo as mais velhas as<br />

primeiras a casar.<br />

Ao <strong>de</strong>scobrirem que Souad estava grávida,<br />

o seu cunhado é encarregue <strong>de</strong> a matar. Enquanto<br />

ela se encontrava no terraço, este rega-a com<br />

gasolina e pega-lhe o fogo. Ela sente o seu corpo<br />

ar<strong>de</strong>r, mas por milagre sobrevive. Foi levada para<br />

o hospital e encontrava-se bastante <strong>de</strong>bilitada. Um<br />

dia, a enfermeira leva-a para tomar banho e retirar<br />

a pele morta. Ela sente imensas dores. Todos a<br />

tratam com discriminação e abandonam-na no<br />

meio dos moribundos.<br />

A certa altura, sente dores fortes na<br />

barriga e acaba por ter, sozinha, o seu filho. O<br />

médico aparece um pouco <strong>de</strong>pois e leva o menino<br />

com ele. Também no hospital a sua mãe a tenta<br />

matar, pois o que ela fez <strong>de</strong>sonrou a família.<br />

Souad sobrevive e sai do hospital. Foge<br />

do país, anda por lugares longínquos e acaba por<br />

refazer a sua vida. Encontra outro homem, tem<br />

mais duas filhas, e <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> procurar o seu outro<br />

filho. Acaba por o encontrar, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tal drama,<br />

conseguem finalmente achar um pouco <strong>de</strong> paz na<br />

vida <strong>de</strong>les, mesmo sabendo que Souad não po<strong>de</strong><br />

voltar ao seu país, pois corre o risco <strong>de</strong> ser morta.<br />

É uma história muito enriquecedora e<br />

arrepiante. Conseguimos ler as páginas <strong>de</strong>ste livro<br />

sem dar conta do tempo passar e imaginamos os<br />

acontecimentos <strong>de</strong> tal forma que até nos apetece<br />

aparecer e dizer a estas pessoas, que tentaram<br />

assassinar Soaud, que fizeram uma coisa cruel.<br />

Na nossa cultura, estas atitu<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>sarmam-nos mas, na <strong>de</strong>les, parece ser normal<br />

estas maneiras, pois Souad <strong>de</strong>negriu a família.<br />

É estranho como um livro nos pren<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

forma tão entusiástica. Num dia dizemos uma<br />

coisa, no dia a seguir, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> lermos um livro,<br />

mudamos as nossas i<strong>de</strong>ias.<br />

Este livro é, sem dúvida alguma, um ícone<br />

nos que eu já li. Consi<strong>de</strong>ro-o como um dos meus<br />

favoritos e um dos mais enriquecedores que alguma<br />

vez li. Com este tipo <strong>de</strong> histórias conhecemos os<br />

costumes doutras culturas e o que elas têm <strong>de</strong><br />

diferente da nossa. È interessante a forma<br />

cativante que um livro tem <strong>de</strong> nos pren<strong>de</strong>r a ele<br />

com as incrédulas histórias <strong>de</strong> vida das<br />

personagens.<br />

Para quem quiser ficar a conhecer uma<br />

cultura com costumes totalmente diferentes dos<br />

nossos, é aconselhável a leitura <strong>de</strong>ste livro, pois,<br />

para além <strong>de</strong> fascinante, é muito enriquecedor. O<br />

mais triste é que ficamos a conhecer os rituais<br />

mais infelizes <strong>de</strong>ste povo e talvez eles tenham<br />

rituais mais belos e que não nos entristeçam tanto,<br />

mas este é o testemunho que ele retrata: Souad<br />

em chamas.<br />

Luzia <strong>de</strong> Oliveira Dias - 9.ºB<br />

Hora do Conto<br />

Os alunos dos JI/EB1 do <strong>Agrupamento</strong><br />

continuaram a marcar presença na Biblioteca,<br />

assistindo à leitura expressiva <strong>de</strong> contos e<br />

participando em conversas <strong>de</strong> forma interactiva e<br />

pertinente.<br />

Dia Internacional<br />

da Biblioteca Escolar<br />

Prof. A<strong>de</strong>lino Queirós<br />

No dia 22 <strong>de</strong> Outubro,<br />

comemorou-se o DIBE (Dia<br />

Internacional da Biblioteca<br />

Escolar), na escola EB,2,3/S <strong>de</strong><br />

<strong>Barroselas</strong>.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um dia móvel e<br />

celebrado anualmente e em todos os países do<br />

mundo, em Outubro, tendo como principal objectivo<br />

chamar a atenção para o papel que as bibliotecas<br />

escolares exercem na educação dos jovens.<br />

Instituído em 1999, sob o lema “Um Dia na Vida”,<br />

tem este ano o tema <strong>de</strong> reflexão -”Apren<strong>de</strong>r mais<br />

e melhor na Biblioteca Escolar” - preten<strong>de</strong>ndose,<br />

<strong>de</strong>ste modo, privilegiar este espaço<br />

proporcionador <strong>de</strong> cultura e literacia.<br />

A nossa Biblioteca não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> associar-se<br />

a esta iniciativa. Ela que tem crescido ao longo<br />

dos seus 24 anos, assumindo-se como um espaço<br />

importante na formação dos nossos alunos, graças<br />

às suas excelentes condições concernentes a<br />

materiais auxiliares <strong>de</strong> aprendizagem, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

livros, enciclopédias, revistas, jornais, até às<br />

mo<strong>de</strong>rnas tecnologias, tais como Internet, cinema,<br />

música e fotografia.<br />

Este ano, as iniciativas foram a triplicar, já<br />

que, além do DIBE e dos 24 anos da Biblioteca,<br />

também se homenageou um dos maiores escritores<br />

portugueses - Miguel Torga - no centenário do seu<br />

nascimento. Médico, nascido em São Martinho da<br />

Anta, Trás-os-Montes, adoptou o pseudónimo<br />

Torga, por ser o nome <strong>de</strong> um arbusto muito<br />

resistente e ligado à terra por raízes muito<br />

profundas. A sua escrita é veiculada por géneros<br />

variados - romances, contos (quem não conhece<br />

“Os Bichos”?), teatro, ensaios e <strong>de</strong> sobremaneira<br />

poesia, pautando-se sempre pelas preocupações<br />

do ser humano, a problemática religiosa e pelo<br />

sentimento telúrico.<br />

Foi <strong>de</strong>veras um programa rico em quantida<strong>de</strong><br />

e qualida<strong>de</strong>, iniciando-se <strong>de</strong> manhã, esten<strong>de</strong>ndose<br />

pela tar<strong>de</strong>, com activida<strong>de</strong>s transdisciplinares,<br />

abertas a toda a todo o <strong>Agrupamento</strong>. Não faltaram<br />

as mensagens e os marcadores alusivos à<br />

efeméri<strong>de</strong> e a leitura expressiva. Todavia, o<br />

momento mais apetecido centrou-se no aprazível<br />

espaço da nossa Biblioteca. Aqui, sob uma<br />

<strong>de</strong>coração enérgica e comunicativa da docente<br />

Emília Abreu, tivemos o discurso Torgueano do<br />

Prof. Pinto, a expressiva <strong>de</strong>clamação dos alunos<br />

do Clube, fomos ao fundo dos infernos levados<br />

pelo “Orfeu”, na voz rebel<strong>de</strong> e cantada à sua<br />

maneira, “sem perguntar à Musa, se o canto é <strong>de</strong><br />

terror ou <strong>de</strong> beleza”.Pois! Quem nos levou? O<br />

titular António Neiva. Beleza (e não medo ou<br />

timi<strong>de</strong>z) vislumbrou-se na apresentação do<br />

homenageado, em PowerPoint, pelos préuniversitários<br />

do Secundário. A hora da Presi<strong>de</strong>nte<br />

do Conselho Executivo chegara no poema “Livro<br />

<strong>de</strong> Horas”. Ora vissem lá como se saiu bem! E a<br />

horas também se apresentou o presi<strong>de</strong>nte da<br />

autarquia, Rogério Barreto, que a seu modo<br />

confessou as suas “primeiras leituras”, apelando<br />

várias vezes os jovens à leitura. O teatro veio da<br />

parte do 8ºC com a recriação cómica do ambiente<br />

vivido diariamente na Biblioteca.<br />

Como é habitual, o docente A<strong>de</strong>lino Queirós<br />

fechou as activida<strong>de</strong>s, lançando a sua voz <strong>de</strong><br />

“métèque” (será que quer dizer estrangeiro?) no<br />

meio da ajuda <strong>de</strong> alguns alunos.<br />

Enfim, como confessava Humberto Eco: “a<br />

função i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> uma Biblioteca Escolar seria a <strong>de</strong><br />

fazer com que as pessoas lessem”. Tenho a firme<br />

convicção que a nossa o fará! Pelo menos, todos<br />

os que se envolveram nesta comemoração e os<br />

que se <strong>de</strong>dicam no dia-a-dia à Biblioteca têm esse<br />

objectivo em mente.<br />

Pesquisando sobre...<br />

Enid Blyton<br />

Enid Mary Blyton nasceu a 11 <strong>de</strong> Agosto<br />

<strong>de</strong> 1897. Com alguns meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> mudou-se<br />

para Beckenham em Kent, local on<strong>de</strong> Enid e os<br />

seus irmãos, Hanly e Carcey passaram a sua<br />

infância. Hoje Beckenham é uma cida<strong>de</strong> activa,<br />

mas antigamente era uma localida<strong>de</strong> calma e rural.<br />

Enid foi uma apreciadora da história natural.<br />

O seu pai, Thomas Blyton, ensinou-lhe tudo sobre<br />

a natureza e os seres vivos que ro<strong>de</strong>avam a sua<br />

casa. Tornando-se uma gran<strong>de</strong> entusiasta pelo<br />

estudo da natureza, Enid aplicou os seus<br />

conhecimentos sobre a natureza em muitos dos<br />

seus livros, histórias e artigos.<br />

Era, também, uma gran<strong>de</strong> apaixonada pela<br />

leitura. Tudo o que lhe caía nas mãos ela lia. O<br />

seu pai tornou-se uma gran<strong>de</strong> influência na sua<br />

vida. Foi este que a incentivou a inventar as suas<br />

próprias histórias e poemas. Enquanto adorava<br />

escrever, <strong>de</strong>testava ajudar a mãe a cuidar dos seus<br />

irmãos mais novos. Quando Enid tinha 13 ou 14<br />

anos os seus pais separaram-se, <strong>de</strong>ixando Enid<br />

bastante sofrida. Esta que adorava o seu pai ficou<br />

<strong>de</strong>sgostosa com a sua saída <strong>de</strong> casa, tendo ficado<br />

a viver com a sua mãe. O seu pai, que era um<br />

bom pianista, sempre tivera planeado uma carreira<br />

musical para a sua filha, mas esta trocou-lhe as<br />

voltas e convenceu-o a assinar os papéis para<br />

entrar para a universida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> tirou o curso <strong>de</strong><br />

professora primária.<br />

Tempos <strong>de</strong>pois ocupava os seus tempos<br />

livres a escrever seriamente, mas teve dificulda<strong>de</strong><br />

em encontrar um editor que publicasse as suas<br />

obras, pois durante anos o seu trabalho foi-lhe<br />

constantemente negado. Como era uma pessoa<br />

<strong>de</strong>terminada não <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> escrever e conseguiu<br />

publicar um pequeno poema numa revista. Este<br />

foi apenas o seu primeiro passo, pois a seguir logo<br />

se suce<strong>de</strong>u uma “chuva” <strong>de</strong> propostas. Com os<br />

artigos que foi escrevendo ao longo dos anos para<br />

revistas como “Teacher’s World”, “Nash’s<br />

Magazine” entre outras, começou a sua carreira<br />

<strong>de</strong> escritora, expandindo-se rapidamente por toda<br />

a parte.<br />

Em 1924 casou-se com Hugh Pollock, um<br />

editor do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> livros da George<br />

Newnes. Por esta altura o seu nome começou a<br />

ser conhecido e alguns editores consagrados<br />

mostravam interesse nos seus livros.<br />

Em 1926 Enid comprou um cão que se<br />

tornou o seu primeiro animal doméstico e em pouco<br />

tempo tornou-se quase tão popular como a sua<br />

dona <strong>de</strong>vido a umas cartas publicadas na altura<br />

por Enid na gazeta “Sunny Stories for Litle Folks”,<br />

que era publicada quinzenalmente para jovens<br />

mais pequenos. Algumas das suas histórias<br />

publicadas nesta gazela <strong>de</strong>ram origem a livros, e<br />

passado pouco tempo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter começado a<br />

escrever para a “Sunny Stories”, Enid já editava o<br />

seu primeiro livro cujo título era: “The Won<strong>de</strong>rful<br />

Adventure”. Como a editora que publicara este<br />

livro era muito pequena, não conteve capacida<strong>de</strong><br />

suficiente para fazer muitas cópias e rapidamente<br />

esta história foi esquecida.<br />

Em 1937 a revista “Sunny Stories” mudou<br />

<strong>de</strong> nome, passando a chamar-se “Enid Blyton’s<br />

Sunny Stories” e foi precisamente nesta altura que<br />

Enid resolveu começar a escrever histórias em<br />

série. Na edição 37 <strong>de</strong>sta revista, Enid resolveu<br />

(Continua na Página 15)

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