Revista 44 - Crea-RJ
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todo o país. Seu lado empresarial,<br />
sua visão vanguardista e a obstinação<br />
por novos desafios sugerem uma<br />
série de provocações para corporações<br />
dos mais diversos segmentos.<br />
De suas propostas, abriu-se um novo<br />
horizonte para a engenharia naval<br />
brasileira: a embarcação não deve<br />
nada a nenhuma estrangeira e a tecnologia<br />
empregada é um genuíno<br />
orgulho nacional. Muitas das inovações,<br />
desde os fundamentos de meteorologia<br />
e geografia à construção<br />
naval, passando pelas telecomunicações,<br />
a fotografia e a parafernália<br />
eletrônica, estão presentes nos<br />
28,8 metros de comprimento do<br />
Paratii II, um colosso naval assinado<br />
pelo engenheiro brasileiro Thierry<br />
Stump. O casco chega a ter, em alguns<br />
pontos, 2 cm de espessura,<br />
devido à necessidade de navegar em<br />
áreas com gelo. Os mastros de 32<br />
m são eletrônicos e podem ser controlados<br />
com um simples apertar de<br />
botões. Para águas rasas, existe um<br />
dispositivo que recolhe o leme e a<br />
quilha. A casa de máquinas conta<br />
com motores MERCEDES BENZ especiais<br />
e um mecanismo de refrigeração<br />
de baixíssimo consumo de<br />
energia, desenvolvido pela EMBRA-<br />
CO. Há equipamentos para aproveitamento<br />
de energia eólica e solar<br />
e o banheiro possui um sistema especial<br />
de descarga, com tratamento<br />
de dejetos. Nenhum peso na embarcação<br />
é “morto”, não há chumbo<br />
para o seu equilíbrio e nenhum tipo<br />
de cabo. Os dois mastros de fibra<br />
Paratii II: cascos com 2 cm de espessura para enfrentar geleiras<br />
e mastros eletrônicos de 32 m controlados por botões<br />
de carbono e a hidrodinâmica do<br />
casco são os responsáveis pela estabilidade.<br />
Apesar das dimensões, o<br />
veleiro tem a mesma mobilidade de<br />
um barco pequeno.<br />
TECNOLOGIA<br />
DO BARCO DE KLINK<br />
NÃO DEVE NADA<br />
A NENHUMA<br />
ESTRANGEIRA<br />
Todo em alumínio aeronáutico e<br />
naval, tem soldagem especial, levando<br />
magnésio na composição, protegendo<br />
o barco da corrosão e dispensando<br />
pintura, o que evita a poluição<br />
do mar. O Paratii II é capaz<br />
de viajar até dois meses sem uso das<br />
velas, graças aos mais de 30 mil litros<br />
de diesel anti-congelante da<br />
PETROBRÁS. O óleo especial tem<br />
alta qualidade de ignição, escoamento<br />
a temperaturas inferiores a<br />
10ºC, pode ficar estocado por mais<br />
de 3 anos sem oxidar e nível de emissões<br />
quatro vezes menor do que o<br />
padrão utilizado nas capitais brasileiras.<br />
As severas condições de uso<br />
representam o teste ideal e uma antecipação<br />
do óleo diesel que será<br />
utilizado, a partir de 2006, nas regiões<br />
metropolitanas brasileiras, quando<br />
passa a vigorar a nova legislação<br />
ambiental, que exige a produção<br />
de combustíveis com menor impacto<br />
ao meio ambiente – “Eles são<br />
pessoas espetacularmente sérias”,<br />
revela Klink.<br />
A preocupação com a eficiência,<br />
a conservação de energia, a limpeza<br />
e a proteção ao meio ambiente é uma<br />
constante: “as condições praticamente<br />
obrigam. Meus pais não são brasileiros<br />
e, de onde vieram, não há essa<br />
abundância de recursos que temos<br />
aqui. Assimilei essa cultura. No Brasil,<br />
o desperdício é tão grande que<br />
chega a ser um afronta. Nas minhas<br />
viagens, vi coisas belíssimas como a<br />
aurora austral e os cristais de gelo<br />
em revista 15