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carta do leitor na revista ciência hoje das crianças - Programa de ...

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<strong>das</strong> <strong>carta</strong>s. Estratégia esta que parece ter se sedimenta<strong>do</strong> neste gênero discursivo da<br />

<strong>revista</strong> CHC.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> Lima (2002), a <strong>revista</strong>, ao selecio<strong>na</strong>r uma <strong>de</strong>ntre as<br />

inúmeras <strong>carta</strong>s envia<strong>das</strong> à redação, dar o título, cortar trechos, enfim, ao fazer a edição<br />

<strong>das</strong> <strong>carta</strong>s, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com seus protocolos discursivos, se auto-referencia a partir da fala<br />

<strong>do</strong> <strong>leitor</strong>, crian<strong>do</strong> para si uma imagem positiva.<br />

Também Bezerra (2002, p. 211) lembra que<br />

Por razões <strong>de</strong> espaço físico da seção ou por direcio<strong>na</strong>mento argumentativo<br />

(em prol da <strong>revista</strong>/jor<strong>na</strong>l), po<strong>de</strong>m ser resumi<strong>das</strong>, parafrasea<strong>das</strong> ou ter<br />

informações elimi<strong>na</strong><strong>das</strong>. O que acaba por configurar-se como uma <strong>carta</strong> com<br />

co-autoria: o <strong>leitor</strong>, <strong>de</strong> quem partiu o texto origi<strong>na</strong>l, e o jor<strong>na</strong>lista, que o<br />

reformulou.<br />

Assim, verificamos que o elogio constante <strong>na</strong>s <strong>carta</strong>s po<strong>de</strong> ser um<br />

direcio<strong>na</strong>mento argumentativo em prol da <strong>revista</strong>, já que são edita<strong>das</strong> pela redação. No<br />

espaço que, em tese, seria ape<strong>na</strong>s para a fala <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>, a <strong>revista</strong> consegue imprimir sua<br />

presença.<br />

Destacamos a <strong>carta</strong> 4 por apresentar um tom mais formal. Seu objetivo é fazer<br />

críticas, via questio<strong>na</strong>mentos, acerca <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> sacos plásticos como embalagem <strong>das</strong><br />

<strong>revista</strong>s. Notamos que nesta <strong>carta</strong> a afetivida<strong>de</strong> fica mais distante; o texto segue um<br />

mo<strong>de</strong>lo formal, talvez pelo fato <strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> escrito no coletivo da sala <strong>de</strong> aula,<br />

possivelmente, com auxílio <strong>do</strong> professor, situação que se manifesta <strong>na</strong> <strong>carta</strong> pelo uso <strong>do</strong><br />

aposto e da expressão “por meio <strong>de</strong>sta”, distancian<strong>do</strong> o locutor afetivamente <strong>do</strong> fato<br />

critica<strong>do</strong>. Mesmo com um tom mais formal, a <strong>carta</strong> é iniciada como as outras que tecem<br />

elogios à <strong>revista</strong>, mas muda o tom <strong>do</strong> discurso com o uso da palavra então seguida <strong>de</strong><br />

reticências para <strong>de</strong>pois fazer a crítica em forma <strong>de</strong> questio<strong>na</strong>mento (...A CHC é ótima,<br />

traz bastante temas interessantes, ensi<strong>na</strong> a proteger a <strong>na</strong>tureza e os animais, então...<br />

Por que a <strong>revista</strong> <strong>de</strong>sperdiça plástico – que leva um tempão para se <strong>de</strong>compor –<br />

embalan<strong>do</strong> <strong>revista</strong> por <strong>revista</strong>, se a maioria <strong>das</strong> pessoas joga os saquinhos no lixo?).<br />

Para esta <strong>carta</strong> a resposta <strong>do</strong>s editores ocupa um espaço maior. Primeiramente, a<br />

<strong>revista</strong> elogia o uso <strong>do</strong>s conhecimentos adquiri<strong>do</strong>s acerca <strong>do</strong> meio ambiente<br />

(possivelmente por meio da <strong>revista</strong>) para se fazer uma crítica construtiva. Em seguida,<br />

como forma <strong>de</strong> preservação da imagem da <strong>revista</strong>, agra<strong>de</strong>ce o alerta e informa que a<br />

situação será reavaliada. O tom da resposta também é mais formal, diferente <strong>do</strong>s outros<br />

exemplares aqui a<strong>na</strong>lisa<strong>do</strong>s (Que bom saber que você e seus amigos, Bianca, usaram os<br />

conhecimentos que têm a respeito <strong>do</strong> meio ambiente para fazer uma crítica construtiva<br />

e, assim tentar evitar qualquer <strong>de</strong>sperdício que possa prejudicar a <strong>na</strong>tureza. A CHC<br />

agra<strong>de</strong>ce pelo alerta e informa que o uso <strong>de</strong> plástico para embalar cada edição da<br />

<strong>revista</strong> está sen<strong>do</strong> reavalia<strong>do</strong>). Assim, <strong>de</strong>stacamos que esta <strong>carta</strong>, difere <strong>das</strong> <strong>de</strong>mais<br />

aqui a<strong>na</strong>lisa<strong>das</strong>, por não apresentar as características da <strong>carta</strong> pessoal.<br />

Ainda <strong>de</strong>stacamos que muitas <strong>carta</strong>s <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> e, especificamente <strong>na</strong>s <strong>carta</strong>s da<br />

<strong>revista</strong> CHC, há a atribuição <strong>de</strong> um título que praticamente é a sumarização <strong>do</strong> assunto<br />

da <strong>carta</strong>. O título não é parte <strong>do</strong> arranjo textual <strong>de</strong> <strong>carta</strong>s em geral, mas é uma<br />

especificida<strong>de</strong> no gênero <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>. Por meio <strong>do</strong> título, os <strong>leitor</strong>es visualizam<br />

rapidamente o assunto trata<strong>do</strong> <strong>na</strong>s <strong>carta</strong>s a até <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m se farão a leitura ou não.<br />

Conforme dito anteriormente, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Dolz e Schneuwly (2004), a <strong>carta</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>leitor</strong> pertence ao agrupamento <strong>de</strong> gêneros da or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> argumentar, cujo <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong><br />

comunicação social é o da discussão <strong>de</strong> assuntos controversos, visan<strong>do</strong> as capacida<strong>de</strong>s<br />

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