carta do leitor na revista ciência hoje das crianças - Programa de ...
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<strong>de</strong> sustentar, refutar e negociar posições. Contu<strong>do</strong>, no caso específico da <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong><br />
<strong>na</strong> CHC, a nosso ver, a intenção da escrita <strong>das</strong> <strong>carta</strong>s pelos <strong>leitor</strong>es parece ser a <strong>de</strong><br />
interagir e manter correspondência com a <strong>revista</strong> e outros <strong>leitor</strong>es e isso reforça a idéia<br />
<strong>de</strong> aproximação da <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> com a <strong>carta</strong> pessoal, neste suporte, <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s por<br />
nós, no <strong>de</strong>correr da análise.<br />
No geral, vale <strong>de</strong>stacar que a <strong>revista</strong> lança mão da operação <strong>de</strong> autoreferenciação<br />
uma vez que a maioria <strong>das</strong> <strong>carta</strong>s publica<strong>das</strong> <strong>na</strong> seção tecem elogios<br />
mostran<strong>do</strong> o quanto os <strong>leitor</strong>es gostam <strong>das</strong> matérias, <strong>do</strong>s mascotes da <strong>revista</strong> (Rex, Diná<br />
e Zíper), bem como da leitura periódica.<br />
5. SUGESTÕES DIDÁTICAS<br />
Defen<strong>de</strong>mos um ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa que tenha como fio condutor os<br />
gêneros discursivos por enten<strong>de</strong>rmos que o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> língua mater<strong>na</strong> seja a<br />
linguagem. Nesse contexto, os gêneros, por serem construções histórico-sociais, são<br />
perpassa<strong>do</strong>s pela linguagem e elabora<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as condições <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
cada enunciação. Acreditamos que tomar os gêneros como objeto <strong>de</strong> ensino implica <strong>na</strong><br />
transposição didática e assi<strong>na</strong>lamos que neste processo talvez não seja possível explorar<br />
to<strong>do</strong>s os elementos encontra<strong>do</strong>s em uma análise aprofundada <strong>de</strong> um texto. A escolha<br />
<strong>do</strong>s elementos a serem aborda<strong>do</strong>s vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> professor e <strong>do</strong> nível <strong>do</strong>s<br />
alunos.<br />
Diante disso, apresentamos algumas sugestões <strong>de</strong> encaminhamento didático a<br />
serem leva<strong>das</strong> a efeito em uma 4ª série ensino fundamental, relativas ao gênero <strong>carta</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>leitor</strong> que abor<strong>de</strong>m o conteú<strong>do</strong> temático e as condições <strong>de</strong> produção juntamente ao<br />
arranjo textual e às marcas lingüístico-enunciativas, elegen<strong>do</strong> alguns aspectos que<br />
po<strong>de</strong>m ser explora<strong>do</strong>s como marcas enunciativas <strong>na</strong> construção <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s textos<br />
a<strong>na</strong>lisa<strong>do</strong>s. É importante <strong>de</strong>stacar que o trabalho <strong>de</strong>ve ser direcio<strong>na</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a não<br />
apresentar ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scontextualiza<strong>das</strong>, refletin<strong>do</strong> sobre a utilização:<br />
<strong>de</strong> vocativos, <strong>de</strong> exclamações e interrogações, <strong>de</strong> intensifica<strong>do</strong>res (processo <strong>de</strong><br />
prefixação e sufixação), <strong>de</strong> adjetivações, <strong>do</strong> futuro <strong>do</strong> pretérito <strong>do</strong> indicativo<br />
como forma <strong>de</strong> poli<strong>de</strong>z, conferin<strong>do</strong> ao gênero neste suporte, o tom <strong>de</strong><br />
informalida<strong>de</strong> e afetivida<strong>de</strong>. Levar os alunos a refletirem sobre essa opção <strong>de</strong><br />
materialida<strong>de</strong> lingüística como uma atitu<strong>de</strong> estratégica <strong>do</strong> remetente para a<br />
publicação <strong>de</strong> suas <strong>carta</strong>s e a proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> configuração <strong>de</strong>stas <strong>carta</strong>s às <strong>carta</strong>s<br />
pessoais;<br />
<strong>do</strong> processo <strong>de</strong> auto-referenciação, estratégia <strong>de</strong> edição <strong>das</strong> <strong>carta</strong>s que cria para<br />
a <strong>revista</strong> uma imagem positiva;<br />
<strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo mais formal <strong>na</strong> <strong>carta</strong> 4, característica estilística em função <strong>do</strong><br />
papel social assumi<strong>do</strong> pelo locutor da <strong>carta</strong> e <strong>de</strong> seu objetivo que é criticar.<br />
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Nosso intuito neste artigo foi apresentar como contribuição pedagógica uma<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho gramatical contextualiza<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s/realida<strong>de</strong>s<br />
diagnostica<strong>das</strong> em salas <strong>de</strong> aula. Acreditamos que o ensino <strong>de</strong> língua mater<strong>na</strong><br />
viabiliza<strong>do</strong> <strong>na</strong> proposta <strong>do</strong>s gêneros discursivos privilegia ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura, análise<br />
lingüística e produção <strong>de</strong> textos associa<strong>das</strong> às situações <strong>de</strong> enunciação e relacio<strong>na</strong><strong>das</strong> às<br />
marcas lingüístico-enunciativas <strong>do</strong>s textos.<br />
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