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O Estatuto Científico da Parapsicologia

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conheci<strong>da</strong>? Não haveria um "sexto sentido", que pudesse explicar tais acontecimentos? Ou nosso<br />

conhecimento acerca dos sentidos e <strong>da</strong> ação muscular é ain<strong>da</strong> limitado?<br />

A <strong>Parapsicologia</strong> estu<strong>da</strong> "interações, tanto sensoriais quanto motoras, que parecem não ser<br />

media<strong>da</strong>s por qualquer agente ou mecanismo físico conhecido". (Rush, 1986, p. 4)<br />

Tradicionalmente, os parapsicólogos dividem os fenômenos parapsicológicos em duas<br />

categorias: os extra-sensoriais, ou fenômenos de percepção extra-sensroial, e os extra-motores,<br />

ou fenômenos psicocinéticos. A percepção extra-sensorial, ou ESP (do inglês, extrasensory<br />

perception) é composta por dois tipos de fenômenos de conhecimento: a telepatia, ou ESP cuja<br />

fonte é outro ser humano, e a clarividência, ou ESP cuja fonte seria o próprio meio ambiente.<br />

Telepatia e clarividência poderiam estar relaciona<strong>da</strong>s a eventos do passado (retrocognição),<br />

presente, (simulcognição) e futuro (precognição). A psicocinesia, ou PK (do inglês,<br />

psychokinesis), ou seja, a ação parapsicológica sobre o meio, poderia se <strong>da</strong>r no mundo físico<br />

diretamente observável (macro-PK) ou sobre o mundo físico microscópico (micro-PK). Todos<br />

esses fenômenos juntos são chamados de psi, vigésima terceira letra do alfabeto grego,<br />

geralmente utiliza<strong>da</strong> como o X em matemática, como a incógnita de uma equação. Utiliza-se o<br />

termo psi como um termo neutro, sem a pretensão de descrever ou explicar os fenômenos por ele<br />

expressos.<br />

A <strong>Parapsicologia</strong>, portanto, estu<strong>da</strong> interações aparentemente extra-sensório-motoras, o que é<br />

muito diferente de dizer que a <strong>Parapsicologia</strong> estu<strong>da</strong> fenômenos paranormais. Isto implicaria que<br />

os parapsicólogos assumissem que tais experiências envolveriam, de fato, interações extrasensório-motoras.<br />

A utilização do termo "aparentemente" tem como objetivo não oferecer<br />

qualquer explicação apriorística. Assim, apenas parecem, seja àquele que o vivenciou ou ao<br />

cientista que o investigou, estar fora do reino conhecido pelas ciências em geral. A<br />

paranormali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s experiências cita<strong>da</strong>s é uma <strong>da</strong>s hipóteses a serem investiga<strong>da</strong>s. E a última.<br />

Muitas vezes o pesquisador reconhece uma explicação "normal" , isto é, aceita pelo<br />

establishment científico, para uma experiência que, para aquele que a viveu, era ti<strong>da</strong> como<br />

paranormal. Por exemplo, um dia fui procurado por um senhor que dizia que sua casa estava<br />

sendo habita<strong>da</strong> por fantasmas. Dizia que grandes quanti<strong>da</strong>des de água apareciam<br />

misteriosamente em diversos pontos de sua residência e as lâmpa<strong>da</strong>s se queimavam<br />

freqüentemente. Um rápido exame do local mostrou que, na ver<strong>da</strong>de, as interpretações do<br />

consulente estavam equivoca<strong>da</strong>s. A casa era antiga e o encanamento, já apodrecido pelo tempo,<br />

fazia minar água por quase to<strong>da</strong> sua extensão. As lâmpa<strong>da</strong>s se queimavam acima <strong>da</strong> freqüência<br />

habitual não pela ação dos supostos fantasmas, mas porque a flutuação elétrica era excessiva<br />

devido à proximi<strong>da</strong>de de sua casa a uma fábrica que consumia grandes e variáveis quanti<strong>da</strong>des<br />

de energia elétrica. Há, entretanto, casos em que nenhuma explicação <strong>da</strong><strong>da</strong> pelas ciências<br />

estabeleci<strong>da</strong>s parece ser suficiente para a sua compreensão. É nesses casos que a hipótese<br />

paranormal é levanta<strong>da</strong>.<br />

Dizer que a <strong>Parapsicologia</strong> estu<strong>da</strong> interações aparentemente extra-sensório-motoras, não<br />

significa dizer o que ela estu<strong>da</strong>. A definição negativa do objeto de estudo <strong>da</strong> <strong>Parapsicologia</strong> leva<br />

a problemas terminológicos, metodológicos e filosóficos. Tornou-se tradição referir-se aos<br />

fenômenos aparentemente extra-sensoriais como fenômenos de percepção extra-sensorial. Então,<br />

poder-se -ia perguntar: se não se trata de uma percepção sensorial, de que tipo de percepção se<br />

trata? Dizer que algo não é alguma coisa, não significa dizer o que de fato é. Como estu<strong>da</strong>r algo

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