O Estatuto Científico da Parapsicologia
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ver a tonali<strong>da</strong>de avermelha<strong>da</strong> que é projeta<strong>da</strong> sobre as meias bolinhas de ping-pong. Essa<br />
técnica, desenvolvi<strong>da</strong> por psicólogos <strong>da</strong> gestalt na déca<strong>da</strong> de 1950, permite ao sujeito uma<br />
grande produção de imagens mentais, não apenas pela homogeneização <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> de estímulos<br />
sensoriais auditivos e visuais, mas também pela alteração de consciência que a técnica pode<br />
proporcionar.<br />
Os parapsicólogos se interessaram em aplicar a técnica ganzfeld em experimentos<br />
parapsicológicos por saberem que estados alterados de consciência aumentam a chance de<br />
ocorrência de experiências parapsicológicas. Sabia-se, por exemplo, que os sonhos, a meditação<br />
e a hipnose poderiam favorecer a emergência de conteúdos telepáticos do inconsciente para a<br />
consciência dos indivíduos. Uma pessoa submeti<strong>da</strong> à tecnica ganzfeld não poderia estar mais<br />
"aberta" a receber pensamentos, sentimentos e imagens mentais de uma outra pessoa localiza<strong>da</strong> à<br />
distância? Assim, a utilização <strong>da</strong> técnica ganzfeld em experimentos parapsicológicos se<br />
processou, tendo como participantes um emissor, um receptor e um expeirmentador. O papel do<br />
emissor era o de olhar par uma imagem, como uma foto, ou um video-clip, e desejar transmiti-la<br />
ao receptor. Ao receptor, que se encontrava afastado espacialmente do emissor, cabia falar tudo o<br />
que lhe viesse à mente enquanto estava na situação ganzfeld, ou seja, com estímulos visuais e<br />
auditivos controlados. Todo o procedimento era controlado pelo experimentador, que dispunha<br />
de equipamentos de som e videocassete, para gravar o que o receptor falava e para enviar ao<br />
emissor a imagem a ser transmiti<strong>da</strong>.<br />
Charles Honorton foi um dos parapsicólogos que mais se dedicou à análise teórica e<br />
experimental <strong>da</strong> ação <strong>da</strong> técnica ganzfeld em testes parapsicológicos. (Honorton, 1977). Os<br />
resultados apresentavam índices de acerto acima dos níveis esperados pelo acaso, mostrando<br />
uma evidência <strong>da</strong> existência de uma forma de comunicação psi, facilita<strong>da</strong> pela técnica ganzfeld.<br />
Não demorou para que críticos explicassem os bons resultados por erros cometidos pelos<br />
parapsicólogos. Ray Hyman, um respeitado psicólogo americano, é o mais importante<br />
representante dos críticos dos experimentos ganzfeld em <strong>Parapsicologia</strong>. Honorton, por sua vez,<br />
tratou de argumentar em favor <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pesquisa realiza<strong>da</strong> por ele e por seus colegas. As<br />
críticas feitas por Hyman se detiveram ao aspecto <strong>da</strong> taxa de repetição do experimento, acima <strong>da</strong><br />
espera<strong>da</strong> pelo acaso. Isto significa que os experimentos ganzfeld apresentaram resultados<br />
consistentes acima <strong>da</strong> média espera<strong>da</strong> pelas leis estatística.<br />
Entre outras críticas, Hyman afirmou que os resultados positivos foram obtidos porque os<br />
parapsicólogos publicavam apenas os experimentos que apresentavam bons resultados.<br />
Entretanto, um levantamento realizado por Susan Blackmore (Blakmore, 1980) dá conta de que<br />
os experimentos ganzfeld não publicados apresentavam resultados semelhantes aos experimentos<br />
publicados. Além disso, chegou-se à conclusão matemática de que, para invali<strong>da</strong>r o conjunto de<br />
trabalhos que apresentavam bons resultados experimentais, seria necessária uma quanti<strong>da</strong>de tal<br />
de pesquisas que não apresentassem índices acima do esperado pelo acaso, que superava a<br />
possibili<strong>da</strong>de de tempo possível de realização <strong>da</strong>s mesmas.<br />
Hyman ain<strong>da</strong> sustentou que os bons resultados poderiam ter sido obtidos pela existência de pistas<br />
sensoriais e por problemas no processo de aleatorização dos alvos. (Hyman, 1985) Essa crítica<br />
foi leva<strong>da</strong> foram leva<strong>da</strong>s em conta pelos parapsicólogos. Honorton e alguns colegas