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As Religiões no Rio - João do Rio - Igreja Metodista de Vila Isabel

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- Como o gran<strong>de</strong> público os ig<strong>no</strong>ra, como a população, a verda<strong>de</strong>ira, a massa, os<br />

confun<strong>de</strong> numa complicada reunião <strong>de</strong> cultos!<br />

To<strong>do</strong>s sorriam per<strong>do</strong>an<strong>do</strong>.<br />

- Sabemos disso. É natural! Oh! os protestantes! Passam pela porta, pensam coisas<br />

incríveis... Mas alguns entram e encontram a tranqüilida<strong>de</strong>. Qual é, afinal, secamente, em<br />

poucas palavras, o mo<strong>do</strong> por que a <strong>Igreja</strong> Presbiteriana difere da <strong>Igreja</strong> Romana? Não consi<strong>de</strong>ra<br />

o Papa como chefe, nem tolera a sua infalibilida<strong>de</strong>, não crê na intercessão <strong>do</strong>s santos, que<br />

estão na glória e nenhum po<strong>de</strong>r tem neste mun<strong>do</strong>, não aceita o celibato clerical, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />

uma i<strong>no</strong>vação funesta...<br />

- Oh! Funestíssima!<br />

- ... <strong>de</strong> Gregório VII, <strong>no</strong> século XI; não admite o culto das imagens, uma infração ao 2.º<br />

mandamento <strong>do</strong> Decálogo; crê que Jesus Cristo ressuscitou e está vivo e reina como único<br />

chefe da sua igreja; crê <strong>no</strong> único fundamento, na única regra da Religião Cristã, a Palavra <strong>de</strong><br />

Deus, a Bíblia, e prega que Deus, onipotente, onisciente e onipresente, é único apto a ouvir as<br />

orações <strong>do</strong>s homens. Só aceita <strong>do</strong>is sacramentos, o Batismo e a Comunhão, os únicos<br />

instituí<strong>do</strong>s por Jesus Cristo; só reconhece o casamento civil, sobre o qual impetra a bênção <strong>de</strong><br />

Deus; não admite o purgatório...<br />

- O absur<strong>do</strong> purgatório!<br />

- Diante das santas escrituras.<br />

- Ah!<br />

- Proíbe as missas em sufrágio das almas, porque Jesus nunca rezou missas, e crê que o<br />

homem é salvo <strong>de</strong> graça pela fé viva, como crê na ressurreição, na regeneração, na vida eterna<br />

e <strong>no</strong> juízo final. To<strong>do</strong> o seu culto se resume na leitura das escrituras, em sermões explicativos,<br />

em orações a Deus, e <strong>no</strong> primeiro <strong>do</strong>mingo <strong>de</strong> cada mês na celebração da Eucaristia...<br />

- Há socieda<strong>de</strong>s na igreja?<br />

- Há o Esforço Cristão e uma <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com todas as igrejas, o Hospital Evangélico.<br />

Nessa mesma <strong>no</strong>ite eu ouvi, <strong>no</strong> templo cheio, Álvaro Reis. A sua larga fronte parecia<br />

inspirada e ele, <strong>de</strong>sfazen<strong>do</strong> sutilmente as frases diamantinas da Bíblia, num polvilho <strong>de</strong> bem,<br />

falava da Carida<strong>de</strong>, da Carida<strong>de</strong> que sustenta to<strong>do</strong>s os que crêem em Jesus, - da Carida<strong>de</strong><br />

suavemente <strong>do</strong>ce que protege e esquece.<br />

A IGREJA METODISTA<br />

- Ama<strong>do</strong>s irmãos, estamos reuni<strong>do</strong>s aqui à vista <strong>de</strong> Deus, e na presença <strong>de</strong>stas<br />

testemunhas, para unir este homem e esta mulher em santo matrimônio, que é um esta<strong>do</strong><br />

honroso, instituí<strong>do</strong> por Deus <strong>no</strong> tempo da i<strong>no</strong>cência <strong>do</strong> homem, significan<strong>do</strong>-<strong>no</strong>s a união mística<br />

que existe entre Cristo e a sua <strong>Igreja</strong>. Esse esta<strong>do</strong> santo, Cristo a<strong>do</strong>r<strong>no</strong>u-o com a beleza da sua<br />

presença, fazen<strong>do</strong> o primeiro milagre em Cananéia da Galiléia; São Paulo o recomenda como<br />

um esta<strong>do</strong> honroso entre os homens; e por isso não <strong>de</strong>ve ser empreendi<strong>do</strong> ou contraí<strong>do</strong> sem<br />

reflexão, mas, sim, reverente, discreta, refletidamente, e <strong>no</strong> temor <strong>de</strong> Deus.<br />

No ar pairava um suave perfume, senhoras <strong>de</strong> rara elegância tinham fisio<strong>no</strong>mias imóveis,<br />

cavalheiros graves pareciam ouvir com atenção a palavra <strong>do</strong> pastor e tu<strong>do</strong> cintilava ao brilho <strong>do</strong>s<br />

focos lumi<strong>no</strong>sos. Era um casamento na <strong>Igreja</strong> <strong>Metodista</strong>, na praça José <strong>de</strong> Alencar. Ao fun<strong>do</strong>,<br />

via-se, à mão direita <strong>do</strong> pastor, o <strong>no</strong>ivo, à esquerda a <strong>no</strong>iva, e por trás <strong>do</strong>s vitrais, lá fora,<br />

naquele recanto on<strong>de</strong> corre <strong>de</strong> vagar um rio, a turba <strong>do</strong>s curiosos que não entram nunca.<br />

- Estas duas pessoas apresentam-se - continuava o ministro evangélico - para serem<br />

unidas nesse esta<strong>do</strong> santo. Se alguém sabe coisa que possa ser provada como causa justa,<br />

pela qual estas pessoas não <strong>de</strong>vam legalmente ser unidas, queira dizer agora, ou <strong>do</strong> contrário -<br />

nunca mais fale sobre isso.<br />

Houve um sussurro como se entrasse pela porta ogival uma lufada <strong>de</strong> ar. O pastor voltouse<br />

para as pessoas que casavam.<br />

- Exijo e or<strong>de</strong><strong>no</strong> <strong>de</strong> vós ambos (como respon<strong>de</strong>reis <strong>no</strong> terrível dia <strong>de</strong> juízo, quan<strong>do</strong> os<br />

segre<strong>do</strong>s <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os corações forem <strong>de</strong>svenda<strong>do</strong>s) que se algum <strong>de</strong> vós souber <strong>de</strong><br />

impedimento pelo qual não po<strong>de</strong>is legalmente ser uni<strong>do</strong>s pelos laços <strong>do</strong> matrimônio, queira<br />

dizer agora, pois, ficai bem certos disso, que aqueles que se unem <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> diferente<br />

daquele que é autoriza<strong>do</strong> pela palavra <strong>de</strong> Deus não são uni<strong>do</strong>s por Deus, nem o seu matrimônio

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