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Etiologia e classificação de patogenos.pdf - Ciencialivre.pro.br

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1. CONCEITOS<<strong>br</strong> />

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO<<strong>br</strong> />

DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA – ÁREA DE FITOSSANIDADE<<strong>br</strong> />

FITOPATOLOGIA I<<strong>br</strong> />

ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE PATÓGENOS<<strong>br</strong> />

<strong>Etiologia</strong> é uma palavra <strong>de</strong> origem grega, aetia<<strong>br</strong> />

= causa + logos = estudo. Em Fitopatologia,<<strong>br</strong> />

correspon<strong>de</strong> à parte que estuda as causas das<<strong>br</strong> />

doenças <strong>de</strong> plantas e tem como objetivo o<<strong>br</strong> />

estabelecimento <strong>de</strong> medidas corretas <strong>de</strong> controle.<<strong>br</strong> />

Patógeno é qualquer organismo capaz <strong>de</strong> causar<<strong>br</strong> />

doença infecciosa em plantas, ou seja, fungos,<<strong>br</strong> />

bactérias, vírus, virói<strong>de</strong>s, nematói<strong>de</strong>s e<<strong>br</strong> />

<strong>pro</strong>tozoários. Patogenicida<strong>de</strong> é a capacida<strong>de</strong> que<<strong>br</strong> />

um patógeno possui, <strong>de</strong> associando-se ao<<strong>br</strong> />

hospe<strong>de</strong>iro, causar doença.<<strong>br</strong> />

2. TESTE DE PATOGENICIDADE<<strong>br</strong> />

Quando um organismo é encontrado associado<<strong>br</strong> />

a uma planta doente, se for conhecido ou<<strong>br</strong> />

registrado anteriormente, é i<strong>de</strong>ntificado com a<<strong>br</strong> />

ajuda <strong>de</strong> literatura. Entretanto, se for um<<strong>br</strong> />

organismo <strong>de</strong>sconhecido, pelo menos para tal<<strong>br</strong> />

planta, para confirmá-lo ou <strong>de</strong>scartá-lo como<<strong>br</strong> />

agente causal da doença, é necessária a realização<<strong>br</strong> />

do teste <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

O estabelecimento da relação causal entre uma<<strong>br</strong> />

doença e um microrganismo só po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

confirmado após o cumprimento <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

etapas, conhecida por Postulados <strong>de</strong> Koch,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvidos por Robert Koch (1881) para<<strong>br</strong> />

patógenos humanos e adaptados posteriormente<<strong>br</strong> />

para Fitopatologia, constituindo o teste <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

patogenicida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

1. Associação constante patógenohospe<strong>de</strong>iro:<<strong>br</strong> />

um <strong>de</strong>terminado microrganismo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ve estar presente em todas as plantas <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />

mesma espécie que apresentam o mesmo<<strong>br</strong> />

sintoma. Em outras palavras, <strong>de</strong>ve-se po<strong>de</strong>r<<strong>br</strong> />

associar sempre um <strong>de</strong>terminado sintoma a um<<strong>br</strong> />

patógeno particular.<<strong>br</strong> />

2. Isolamento do patógeno: o organismo<<strong>br</strong> />

associado aos sintomas <strong>de</strong>ve ser isolado da<<strong>br</strong> />

planta doente e multiplicado artificialmente.<<strong>br</strong> />

3. Inoculação do patógeno e re<strong>pro</strong>dução dos<<strong>br</strong> />

sintomas: a cultura pura do patógeno, obtida<<strong>br</strong> />

anteriormente, <strong>de</strong>ve ser inoculada em plantas<<strong>br</strong> />

sadias da mesma espécie que apresentou os<<strong>br</strong> />

sintomas inicias da doença e <strong>pro</strong>vocar a mesma<<strong>br</strong> />

sintomatologia observada anteriormente.<<strong>br</strong> />

Prof. Sami J. Michereff<<strong>br</strong> />

4. Reisolamento do patógeno: o mesmo<<strong>br</strong> />

organismo <strong>de</strong>ve ser isolado das plantas<<strong>br</strong> />

submetidas à inoculação artificial.<<strong>br</strong> />

Se todas as etapas acima forem cumpridas, o<<strong>br</strong> />

organismo isolado po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como o<<strong>br</strong> />

agente patogênico, responsável pelos sintomas<<strong>br</strong> />

observados.<<strong>br</strong> />

Os testes <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> são realizados,<<strong>br</strong> />

geralmente, em casa-<strong>de</strong>-vegetação para plantas,<<strong>br</strong> />

e em laboratório para partes <strong>de</strong> plantas como<<strong>br</strong> />

estacas, frutos, tubérculos e legumes.<<strong>br</strong> />

3. CLASSIFICAÇÃO DOS PATÓGENOS<<strong>br</strong> />

Parasitismo é um fenômeno extremamente<<strong>br</strong> />

complexo, sendo <strong>de</strong>lineado em vários níveis.<<strong>br</strong> />

Baseado nesses aspectos, existem várias<<strong>br</strong> />

classificações para patógenos <strong>de</strong> plantas,<<strong>br</strong> />

entretanto, simplificadamente eles po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

agrupados em:<<strong>br</strong> />

• Parasitas o<strong>br</strong>igados: são aqueles que vivem<<strong>br</strong> />

as custas do tecido vivo do hospe<strong>de</strong>iro. Não são<<strong>br</strong> />

cultivados em meio <strong>de</strong> cultura. Ex: fungos<<strong>br</strong> />

causadores <strong>de</strong> míldios, oídios, ferrugens e<<strong>br</strong> />

carvões; vírus, virói<strong>de</strong>s, nematói<strong>de</strong>s e algumas<<strong>br</strong> />

bactérias.<<strong>br</strong> />

• Saprófitas facultativos: são aqueles que<<strong>br</strong> />

vivem a maioria do tempo ou a maior parte <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

seu ciclo <strong>de</strong> vida como parasitas, mas em certas<<strong>br</strong> />

circunstâncias, po<strong>de</strong>m so<strong>br</strong>eviver<<strong>br</strong> />

sa<strong>pro</strong>fiticamente so<strong>br</strong>e matéria orgânica morta.<<strong>br</strong> />

Po<strong>de</strong>m ser cultivados em meio <strong>de</strong> cultura. Ex:<<strong>br</strong> />

fungos causadores <strong>de</strong> manchas foliares, como<<strong>br</strong> />

Alternaria spp., Colletotrichum spp. e<<strong>br</strong> />

Cercospora spp.<<strong>br</strong> />

• Parasitas facultativos: são aqueles que<<strong>br</strong> />

normalmente se <strong>de</strong>senvolvem como saprófitas,<<strong>br</strong> />

mas que são capazes <strong>de</strong> passar parte, ou todo o<<strong>br</strong> />

seu ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento como parasitas.<<strong>br</strong> />

São facilmente cultivados em meio <strong>de</strong> cultura.<<strong>br</strong> />

Ex: fungos como Rhizoctonia solani e Sclerotium<<strong>br</strong> />

rolfsii.<<strong>br</strong> />

• Parasitas aci<strong>de</strong>ntais: são aqueles organismos<<strong>br</strong> />

saprófitas que em <strong>de</strong>terminadas condições (Ex.:<<strong>br</strong> />

planta com estresse) po<strong>de</strong>m exercer o<<strong>br</strong> />

parasitismo. Ex: Pseudomonas fluorescens<<strong>br</strong> />

causando podridão em alface.<<strong>br</strong> />

Em geral, os parasitas o<strong>br</strong>igados e facultativos<<strong>br</strong> />

diferem entre si pela forma como atacam as


plantas hospe<strong>de</strong>iras e obtém seus nutrientes a<<strong>br</strong> />

partir <strong>de</strong>stas. Nos parasitas o<strong>br</strong>igados, a<<strong>br</strong> />

colonização é, geralmente, intercelular; enquanto<<strong>br</strong> />

que nos facultativos ela é, na maioria das vezes,<<strong>br</strong> />

intracelular.<<strong>br</strong> />

Em virtu<strong>de</strong> das diferenças <strong>de</strong> parasitismo, o<<strong>br</strong> />

teste <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> através dos Postulados <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Koch apresenta particularida<strong>de</strong>s para parasitas<<strong>br</strong> />

facultativos e o<strong>br</strong>igados. No caso <strong>de</strong> parasitas<<strong>br</strong> />

facultativos, o teste <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> segue os<<strong>br</strong> />

postulados <strong>de</strong>scritos previamente, enquanto no<<strong>br</strong> />

caso <strong>de</strong> parasitas o<strong>br</strong>igados somente dois<<strong>br</strong> />

postulados po<strong>de</strong>m ser aplicados:<<strong>br</strong> />

1. Associação constante patógenohospe<strong>de</strong>iro:<<strong>br</strong> />

um <strong>de</strong>terminado microrganismo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ve estar presente em todas as plantas <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />

mesma espécie que apresentam o mesmo<<strong>br</strong> />

sintoma.<<strong>br</strong> />

2. Inoculação do patógeno e re<strong>pro</strong>dução dos<<strong>br</strong> />

sintomas: extrato <strong>de</strong> folhas doentes (no caso <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

vírus) ou suspensão <strong>de</strong> esporos ou esporângios<<strong>br</strong> />

(no caso <strong>de</strong> fungos causadores <strong>de</strong> ferrugens,<<strong>br</strong> />

carvões, oídios e míldios) <strong>de</strong>ve ser inoculado em<<strong>br</strong> />

plantas sadias da mesma espécie que<<strong>br</strong> />

apresentou os sintomas iniciais da doença e<<strong>br</strong> />

<strong>pro</strong>vocar a mesma sintomatologia observada<<strong>br</strong> />

anteriormente.<<strong>br</strong> />

4. DENOMINAÇÃO DOS PATÓGENOS<<strong>br</strong> />

O nome genérico é escrito com inicial<<strong>br</strong> />

maiúscula e grifado. O nome especifico é escrito<<strong>br</strong> />

com inicial minúscula e grifado. Os nomes subespecíficos<<strong>br</strong> />

como: patovar (pv.), subespécie<<strong>br</strong> />

(subsp.), varieda<strong>de</strong> (var.) e forma specialis (f.sp.)<<strong>br</strong> />

também são escritos com inicial minúscula e<<strong>br</strong> />

grifados. O grifo po<strong>de</strong>rá ser substituído por letra<<strong>br</strong> />

em itálico ou negrito. O nome genérico <strong>de</strong>verá ser<<strong>br</strong> />

a<strong>br</strong>eviado a partir da segunda citação em texto<<strong>br</strong> />

científico. O nome do autor ou autores que<<strong>br</strong> />

classificaram a espécie <strong>de</strong>ve ser citado, toda vez<<strong>br</strong> />

que a mesma for escrita pela primeira vez, em<<strong>br</strong> />

qualquer texto científico, po<strong>de</strong>ndo ser a<strong>br</strong>eviados.<<strong>br</strong> />

O termo spp. = varias espécies e sp. = espécie<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sconhecida.<<strong>br</strong> />

Exemplos:<<strong>br</strong> />

Colletotrichum gloeosporioi<strong>de</strong>s Penz.<<strong>br</strong> />

Fusarium oxysporum f.sp. vasinfectum (Atk.)<<strong>br</strong> />

Sny<strong>de</strong>r & Hansen<<strong>br</strong> />

Uromyces phaseoli var. typica Arth.<<strong>br</strong> />

Erwinia carotovora subsp. atroseptica (van all)<<strong>br</strong> />

Dye<<strong>br</strong> />

Xanthomonas campestris pv. campestris (Pammel)<<strong>br</strong> />

Dowson<<strong>br</strong> />

Cercospora sp.<<strong>br</strong> />

Pseudomonas spp.<<strong>br</strong> />

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA<<strong>br</strong> />

AGRIOS, G.N. Introduction. In: AGRIOS, G.N. Plant<<strong>br</strong> />

pathology. 4 th ed. San Diego: Aca<strong>de</strong>mic Press, 1997.<<strong>br</strong> />

p.3-41.<<strong>br</strong> />

AGRIOS, G.N. Parasitism and disease <strong>de</strong>velopment. In:<<strong>br</strong> />

AGRIOS, G.N. Plant pathology. 4 th ed. San Diego:<<strong>br</strong> />

Aca<strong>de</strong>mic Press, 1997. p.43-62.<<strong>br</strong> />

AMORIM, L.; SALGADO, C.L. Diagnose. In: BERGAMIN<<strong>br</strong> />

FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. (Eds.). Manual<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> fitopatologia: princípios e conceitos. 3. ed. São<<strong>br</strong> />

Paulo: Agronômica Ceres, 1995. v.1, p.224-232.<<strong>br</strong> />

GONZALES, L.C. Introduction. In: GONZALES, L.C.<<strong>br</strong> />

Introducción a la fitopatología. San José: IICA,<<strong>br</strong> />

1985. p.1-9.<<strong>br</strong> />

GONZALES, L.C. Desarrollo histórico <strong>de</strong>l concepto <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

patogenicidad. In: GONZALES, L.C. Introducción a<<strong>br</strong> />

la fitopatología. San José: IICA, 1985. p.10-15.<<strong>br</strong> />

KENAGA, C.B. Plant disease concept, <strong>de</strong>finitions,<<strong>br</strong> />

symptoms and classification. In: KENAGA, C.B.<<strong>br</strong> />

Principles of phytopathology. 2 nd ed. Lafayette:<<strong>br</strong> />

Balt, 1974. p.12-31.<<strong>br</strong> />

LUCAS, J.A. The microbial pathogens. In: LUCAS, J.A.<<strong>br</strong> />

Plant pathology and plant pathogens. 3 rd ed.<<strong>br</strong> />

London: Blackwell Science, 1998. p.20-29.<<strong>br</strong> />

LUCAS, G.B.; CAMPBELL, C.L.; LUCAS, L.T. Agriculture,<<strong>br</strong> />

plant diseases, and human affairs. In: LUCAS, G.B.;<<strong>br</strong> />

CAMPBELL, C.L.; LUCAS, L.T. Introduction to<<strong>br</strong> />

plant diseases: i<strong>de</strong>ntification and management. 2.<<strong>br</strong> />

ed. New York: Van Nostrand Reinhold, 1992. p.1-8.<<strong>br</strong> />

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