Modelo Correto - ITpack
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Tabela 2 - Evolução da função pulmonar durante o período gestacional<br />
Maio/2011 (pré-gestacional) Dez/2011 (17 sem) * Fev/2012 (23 sem e 5 d) *<br />
CV 1,84 L 51,4% ** 1,53 L 42,9% ** <br />
CRF 2,32 L 82,2% ** 1,73 L 61,3% ** <br />
VR 2,16 L 153,2% ** 1,57 L 109,8% ** <br />
CPT 4,0 L 80,1% ** 3,10 L 62% ** <br />
VEF1 0,83 L 27,1% ** 0,72 L 23,6% ** 0,76 L 25% **<br />
CVF 1,84 L 51,4% ** 1,53 L 42,9% ** 1,67 L 46,9% **<br />
VEF1/CVF % 45 47 45<br />
FEF25-75 0,21 L 5,9% ** 0,28 L 8% ** 0,22 L 6,3 **<br />
* idade gestacional ** porcentagem do previsto paciente não conseguiu realizar medição de volumes<br />
suplementos nutricionais e vitaminas, e controle rigoroso<br />
do DRFC. Houve acompanhamento nutricional, com<br />
orientações dietéticas que seguiram as recomendações para<br />
gestante fibrocística. A dieta foi fracionada em 6 vezes ao<br />
dia e foram utilizados suplementos com alta densidade<br />
calórica.<br />
Devido ao alto risco materno em uma possível posterior<br />
gestação, foi acordada com a equipe da Ginecologia e<br />
Obstetrícia (GO), com consentimento da paciente, a realização<br />
de laqueadura tubária.<br />
Nas consultas clínicas realizadas mensalmente e durante<br />
o pré-natal, as queixas de cansaço e dispneia limitante eram<br />
cada vez mais frequentes, com aumento progressivo de<br />
intensidade.<br />
Por volta da 29ª. semana de gestação, compareceu ao<br />
hospital com quadro clínico de dispneia, frequência<br />
respiratória de 40 incursões por minuto, hipoxemia em<br />
repouso, sinais de esforço respiratório, sibilos difusos,<br />
associado a relato de hemoptise de pequeno volume nos<br />
dias que antecederam a procura pelo serviço médico,<br />
hemoptoicos e piora da característica do escarro. Nova<br />
internação para controle, com utilização do mesmo esquema<br />
de antibiótico EV (meropenen e oxacilina). Houve<br />
necessidade de nebulização com broncodilatador por toda a<br />
internação. Pelo quadro clínico pouco favorável, a equipe<br />
Gráfico 1 – Evolução ponderal<br />
da gestação de alto risco optou por realizar o primeiro ciclo<br />
de betametasona para indução de maturação pulmonar do<br />
feto. Após alguns dias de internação, houve melhora clínica.<br />
No entanto, a corticoterapia prejudicou o controle do<br />
diabetes, com necessidade de aumento das doses de insulina<br />
e início do uso de insulina de ação intermediária. A paciente<br />
apresentou hiponatremia assintomática, sendo feita<br />
reposição com solução de reidratação oral, por volta do 14 o .<br />
dia de internação, além de edema dos membros inferiores,<br />
atribuído ao período gestacional.<br />
Apesar do controle clínico da exacerbação infecciosa, a<br />
dispneia piorava diária e gradativamente. No 20º. dia da<br />
antibioticoterapia, apresentou piora intensa, com dificuldade<br />
para tomar banho, pentear os cabelos, mover-se no leito.<br />
Após extensa discussão e descarte de outras hipóteses,<br />
consideramos o quadro como consequência da fase<br />
gestacional avançada numa paciente com função pulmonar<br />
reduzida. Desta forma, em reunião multidisciplinar com as<br />
equipes da Pneumologia/Fibrose Cística, Ginecologia e<br />
Obstetrícia além de Pediatria/Neonatologia, optou-se pela<br />
interrupção da gestação. Nesse momento, a paciente pesava<br />
69,2 Kg, com ganho médio de 230 g por semana (gráfico 1).<br />
Todas as avaliações obstétricas mostravam feto sem<br />
anormalidades, com excelente perfil biofísico fetal, com peso<br />
estimado de 1700 g ao redor da 29ª. semana de gestação. Foi<br />
Pneumologia Paulista Vol. 26, N o. 1/2012 51